Você está na página 1de 32

CENTRO UNIVERSITÁRIO SENAC

Camilla Gonçalves Diniz

ESTUDO DE CASO CLÍNICO

São Paulo

2021
Camilla Gonçalves Diniz

ESTUDO DE CASO CLÍNICO

Trabalho apresentado para a disciplina


Estágio Supervisionado IV, como forma de
obtenção de nota para o 8º semestre do curso
de Bacharelado em Nutrição do Centro
Universitário Senac. Orientado pela docente
Tatiane Vanessa de Oliveira.

São Paulo

2021
1. INTRODUÇÃO
1.1 Identificação do Paciente

Paciente PVJ, 68 anos, gênero masculino, branco, católico, casado, deu


entrada no PS do hospital no dia 21/10/2021 para tratar uma possível anemia
não especificada. Queixou-se de dores na região abdominal por cerca de 3
meses e reclamou de uma leve disfagia e às vezes engasgo.

1.2 Histórico Social

Atualmente paciente mora em casa própria com esposa, relata consumir


cerveja e vinhos socialmente, nega ser tabagista e costumava praticar pilates
como atividade física.

Diz que mãe é carcardiopata e pai teve neoplasia (não informou onde)

1.3 Antecedentes Clínicos


 Hipertensão arterial sistêmica (HAS);

1.4 HistoriaHistória da doença


 No dia 21/10 paciente foi internado por conta de uma anemia não
especificada, durante o atendimento o paciente queixou-se de leves
engasgos e algumas dores agudas na região do estômago que duram em
torno de 3 meses;
 Foi realizado um hemograma onde os níveis de hemoglobina e hematócrito
estavam muito abaixo do adequado;
 Paciente teve solicitação de transfusões de sangue a cada dois dias,
decorrente de sua anemia não especificada para melhora do quadro;
 Foi solicitado uma endoscopia para descobrir a causa dos engasgos, o
exame foi realizado no dia 22/10;
 Com a endoscopia notou-se uma massa grande de 7cm no final do esôfago,
com uma passagem muito pequena para o alimento;
 Após a visualização da massa o médico responsável decidiu então passar
uma sonda Nasogástrica que foi colocada no mesmo dia para que o
paciente pudesse receber sua alimentação e solicitado um exame de
PET/CT, esse exame que revela possíveis alterações metabólicas, muito
utilizado na oncologia para diagnóstico de câncer e verificar possíveis
metástases e estágio da doença. 
 O exame de PET/CT foi realizado no dia 25/10 com o diagnóstico de neoplasia
primária de esôfago grau 4 com acometimento neoplásico sugestivo
secundário no estômago, áreas focais no fígado sugestivo acometimento
neoplásico secundário.
 No mesmo dia, ao visitar o paciente, foi relatado que desde o dia da sua
internação ainda não tinha evacuado. Questionou-se a respeito de sua
alimentação em casa, onde o mesmo referiu estar alimentando-se
normalmente, porém estava preferindo “alimentos mais leves” e que não
teve perda de peso apesar de sua patologia, da circunferência da panturrilha
foi de 38 cm.
 No dia 27/10 no retorno da consulta, o paciente relatou que no dia havia
conseguido evacuar, porém suas fezes estavam meio endurecidas e que
houve um pouco de dor. Os exames ainda continuaram com a Hemoglobina,
hematócrito, linfócitos e HDL colesterol baixos.
 A próxima consulta com o paciente foi no dia 04/11 onde o paciente havia feito
uma faringotomia no dia 28/10, pois com o resultado e diagnóstico da
doença o médico optou por esse método para que fosse mais confortável
para o paciente. Nesse dia o paciente relatou que ainda estava com
dificuldades na evacuação, mas que já estava sentindo uma diferença no
intestino. 
 Dia 06/11 o paciente foi encaminhado para a ala da oncologia, onde a médica
evoluiu a dieta para pastosa e foi feita a retirada da sua sonda de
alimentação.sonda de faringostomia e evolução da dieta para via oral de
consistência pastosa;
 No dia 08/11 o paciente relatou ter uma boa aceitação da dieta (75% da dieta),
porém diz que estava se sentindo “cheio” rapidamente. Queixou-se de estar
com diarreia com sangue, evacuando duas vezes no dia fezes de
consistência bem pastosas e iria realizar a terceira radioterapia, o paciente
encontrava-se com edema na parte inferior, sua circunferência de panturrilha
era de 41 cm. 
 A última consulta acompanhada foi no dia 10/11 paciente referiu estar com
náuseas, episódios de vômitos, afirmou que sua aceitação alimentar havia
diminuído muito estar com baixa aceitação da dieta pastosa (<25% da dieta)
relata estar bastante nauseado e diarreia pastosa e sem sangue evacuando
ainda duas vezes ao dainda se encontrava-se com diarreia sem a presença
de sangueia. relatou também que teve sua última sessão de radioterapia e
daria início as sessões de quimioterapia. Foi aferido o peso do paciente que
foi de 93 kg, com edema nos membros inferiores. Paciente ainda encontra-
se com quadro de anemia.

1.5 MOTIVO DA INTERNAÇÃO

No dia 21/10 paciente foi ao pronto atendimento com sinais de fraqueza, onde
foi solicitado exame de sangue onde constatou uma anemia não especificada,
a partir disso queixou-se de estar tendo engasgos há aproximadamente 3
meses. Paciente foi internado para realização de exame diagnostico de
endoscopia.

1.6 DIAGNOSTICO CLINICOCLÍNICO ATUAL

Anemia não especificada e neoplasia de esôfago em estagioestágio 4, com


focos no estomago e fígado.

2. OBJETIVO
 Realizar acompanhamento nutricional a um paciente hospitalizado no
Hcor - Hospital do Coração Associação Beneficente Síria

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1 PESCRIÇÃO MEDICAMÉDICA DA DIETA E NUTRICIONAL

Quadro 1. Prescrições da dieta e dietéticas no período entre 24 de outubro e 02 de


novembro de 2016.
Datas  Prescrição dietaietética médicadieta Prescrição dietética nutricionista 
médica 

21/10 Geral hipossódica Geral hipossódica

22/10 Nasogástrica - 60ml/h // 24h (Impact, 1.5 Nasogástrica - 60ml/h // 24h (Impact, 1.5 kcal
kcal por 1 mL, hiperproteicohiperproteico, por 1 mL, hiperproteico, hiperlipídico)
hiperlipídico)

28/10 Realização cirúrgica de faringostomia -


cervical

28/10 Faringostomia cervical - 60ml/h // 24h Faringostomia cervical -- 60ml/h // 24h (Impact,
(Impact, 1,5 kcal por 1 mL, hiperproteico, 1,5 kcal por 1 mL, hiperproteico, hiperlipídico)
hiperlipídico)

06/11 Evolução para dieta pastosa / retirada da Evolução para dieta pastosa / retirada da
faringostomia cervical Dieta faringostomia cervical Dieta
pastosa hipossódica pastosa hipossódica

08/11 Dieta pastosa Dieta pastosa

10/11 Dieta pastosa Dieta pastosa

 21/10 – Paciente foi mantido com a dieta via oral de consistência geral
para hipertenso, ate que fosse feita a descoberta dos motivos do seu
engasgo;
 22/10 – Após a realização do exame de endoscopia, foi relatado que havia um
pequeno espaço para passagem de alimento no final do esôfago, então a
equipe optou por passar uma sonda de alimentação para que o paciente
conseguisse receber sua alimentação;
 28/10 – A equipe medica optou por fazer uma faringostomia cervical
para que o paciente se sentisse mais confortável com a sonda, relatou
ter conseguido evacuar com dificuldade no dia 27/10 anteriormente
encontrava-se constipado;
 06/11- Paciente foi encaminhado para a oncologia, onde foi realizada a
retirada da sonda e evolução da dieta para oral de consistência pastosa;
 08/11- Ao visitar o paciente, foi relatado que havia uma boa aceitação da
dieta e que muitas vezes se sentia “cheio” com facilidade, mas que
mesmo assim estava comendo 75% da dieta que foi ofertada, relatou
diarreia com sangramento;
 10/11 – No retorno da visita paciente relatou que não estava
conseguindo comer, estava sem apetite (aceitação de 25% da dieta) e
com bastante náuseas e episódios de vômitos e diarreia
3.2 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
3.2.1 TIAGEM NUTRICIONAL

A triagem nutricional é realizada dentro do período de 24 horas da


admissão do paciente. Ela tem itens que lincam com a realidade do hospital,
dentre eles consegue-se identificar riscos nutricionais, nível de assistência e
definir as necessidades calóricas e proteicas e estipular alguma meta para o
paciente.

(ANEXO)

3.2.2 NIVEL DE ASSITENCIA NUTRICIONAL

O nível de assistência é terciário pois além de ser um paciente com idade


acima dos 60 anos, está com neoplasia no aparelho digestivo com metástase
em outros órgãos e anemia não especificada

3.2.3 EXAME FISICO NUTRICIONAL (observar)

Perda de gordura subcutânea ( ) Tríceps ( ) Tórax (x) não apresenta


Perda de músculo estriado ( ) Quadríceps ( ) Deltoides ( ) Face (x) não
apresenta
Presença de ossos proeminentes ( ) Face ( ) Clavícula ( ) Tórax ( ) Costela
(x) não apresenta
Sistema digestório:
De início o paciente encontrava-se constipado, após alguns dias
conseguiu evacuar com dificuldade, e depois foi normalizando. Após o início da
radioterapia paciente se queixou de Ddiarreia (2x/dia pastosa - 2 dias)
com presença de sangue.
Coloração da mucosa conjuntival: Conjuntivas normais
Mastigação: Paciente com boa mastigação
Dentição: Dentição completa. Ausência de prótese dentária
Deglutição: paciente encontra-se com disfagia ( o grau de disfagia não foi
descrito pela fono)
Hidratação: Sem alteração
Atitude: Passiva
Edema: Membros inferiores que podem ter sido causados pelos tratamento
e/ou pelos medicamentos que tem sido utilizados pelo paciente.
Foi observado que não existe nenhuma presença de ossos
proeminentes na região do rosto, tórax, clavícula e costela sem sinais físicos de
desnutrição na região superior. Porém, o paciente estava com edema nos
membros inferiores na penúltima e última consulta, podendo mascarar a
avaliação em relação a perda de massa magra, mesmo com a presença de
edema o paciente deambula normalmente e está avaliado com risco de queda
por conta do tratamento de radioterapia e medicamentos. Paciente encontra-se
com disfagia decorrente de sua patologia, náuseas, vômitos e diarreias que são
efeitos colaterais da radioterapia.

A disfagia é um sintoma comum em pacientes oncológicos, em especial


para aqueles com câncer de cabeça e pescoço devido à proximidade das
estruturas que participam da deglutição. Caracteriza-se pela dificuldade em
deglutir sólidos ou líquidos, acometendo qualquer fase da deglutição. Pode
surgir como decorrência da doença ou da modalidade de tratamento utilizado,
ocorrendo durante ou mesmo após o término do tratamento (MARQUES, et al.,
2017).

3.2.4 AVALIAÇÃO ANTROPOMETRICA:


3.2.4.1 HISTORICO DA EVOLUÇÃO DO PESO

Na internação o peso informado foi de 92kg (21/10/2021), no dia seguinte


da internação foi aferido o peso do paciente e pesava 94,3kg sem a presença
de edema. Durante a internação o paciente apresentou uma perda de peso
(93kg) com edemas nos membros inferiores.
3.2.4.2 CALCULAR PERCENTUAL DE PERDA DE PESO

%perda ponderal recente = [ (94,3-93) / 94,3] x 100 = 1,4%

O paciente apresentou uma leve perda de peso de 1,4% durante o


período de acompanhamento. Podendo levar em conta que não foram
descontados pesos do edema, pois não foi realizado pela enfermagem do
hospital, mascarando o peso do paciente. (aferição de peso realizado pela
enfermagem).

3.2.4.3 AVALIAÇÃO ANTOPOMÉTRICA

Quadro2: Dados antropométricos referentes ao primeiro dia de


acompanhamento nutricional
Data: 22/10/21
Dados Classificação Padrão de Classificação do
Valores
Percentilar referência Estado nutricional
Peso referida  92,0 kg Obesidade/
SABE,
>P95 Mmusculatura
2001
desenvolvida
Peso mensurado 94,3 kg Obesidade/
SABE,
>P95 Mmusculatura
2001
desenvolvida
Altura referida 1,89 m -Obesidade/
>P95 SABE,2001 musculatura
desenvolvida
Altura mensurada  1,87 m -Obesidade/
>P95 SABE,2001 musculatura
desenvolvida
C. panturrilha 38,0cm P75 SABE,2001 Normalidade
IMC referida 25,75
>P50 <P75 SABE,2001 EutrofiaNormalidade
kg/m²
IMC mensurada 26,97 Normalidade
>P50 <P75 SABE,2001
kg/m² Eutrofia
Quadro 3: Dados antropométricos referentes ao último dia de
acompanhamento nutricional

Data: 10/11/21
Classificação
Dados Classificação Padrão de
Valores do Estado
Percentilar referência
nutricional
Peso referida  92,0 kg Obesidade/
>P95 SABE, 2001 Mmusculatura
desenvolvida
Peso mensurado 93 kg Obesidade/
>P95 SABE, 2001 Mmusculatura
desenvolvida
Altura referida 1,89 m -Obesidade/
>P95 SABE,2001 musculatura
desenvolvida
Altura mensurada  1,87 m -Obesidade/
>P95 SABE,2001 musculatura
desenvolvida
C. panturrilha (com 41,0cm
P90 SABE,2001 Normalidade
edema)
IMC referida 25,75 kg/m² Eutrofia
>P50 <P75 SABE,2001
Normalidade
IMC mensurada 26,59 kg/m² Normalidade
>P50 <P75 SABE,2001
Eutrofia

3.3 SINAIS CLINICOS/ EXAME CLINICOCLÍNICO E FISICO

Quadro 4: Sinais clínicos apresentados pelo paciente entre dia 25 de


outubro e 10 de novembro de 2021.

PA Habito intestinal Edema Diurese Hidratação


Temp
Data (mm/ Sintomatologia
(ºC) Consist Freq. Local Cor Quant Via Quant.
Hg)
25/10 133X 36 - - - Amarelada  - SNG 450ml Paciente orientado, encontra-se
75 agitado, ansioso, um pouco
irritado devido resultado de
exame. É pedido suporte para a
psicologia devido quadro clinico.
Encontra-se constipado, e tem
uma boa aceitação da dieta.
Exames ainda estão alterados
devido ao quadro de anemia
27/10 110x 36,2 Dura / 1x/dia  - Amarelada  - SNG 150ml Paciente orientado, já está em
70 Ressecada acompanhamento com psicologia
e psiquiatria, encontra-se mais
calmo, relatou ter conseguido
evacuar 1 vez no mesmo dia, mas
que ainda está com dificuldades,
relata ter sentido dor ao defecar.
Paciente ainda se encontra com o
quadro de anemia .
04/11 120x 36,7 Amolecida 1x/dia Amarelada  - SNG 600ml Paciente orientado relata ter uma
73 melhora no intestino, não teve
dificuldades na evacuação.
Encontra-se com o quadro de
anemia. Encontra-se ainda com o
quadro de anemia.
08/11 110x 36,1 Pastosa  2x/dia Perna  Amarelada  - ORAL Paciente orientado foi
70 encaminhado para o setor de
oncologia no dia 06/11, encontra-
se bastante calmo, teve evolução
na via de administração para dieta
oral pastosa indicado pela medica
e teve aceitação de 75% da dieta.
Deu início a sessão de
radioterapia e encontra-se com
Diarreia com presença de sangue,
e nauseado. Encontra-se com o
quadro de anemia. Encontra-se
com edema em membros
inferiores e quadro de anemia.
10/11 110x 36,5 Pastosa  2x/dia  Perna  Amarelada  - ORAL Paciente orientado e um pouco
70 sonolento, relata ter diminuído a
aceitação da dieta para <25%
encontra-se bem nauseado com
episódio de vômitos e diarreia
com presença e sangue. Ainda se
encontra com presença de edema
em membros inferiores e quadro
de anemia.

3.4 MEDICAMENTOS
Quadro 5: medicamentos utilizados pelo paciente e suas especificações

Nome do Princípio ativo Indicação Efeitos adversos Interação fármaco-


medicamento e nutriente
apresentação
Dimorf Sufato morfina Alivio de dores Depleção respiratória, -
intensas, agudas e comum causar diminuição
crônicas do apetite, náuseas,
vômitos, constipação,
cólica, boca seca e
dificuldade de
urinar;retenção urinaria 

Tramal Cloridrato de Alivio de dores de Comum causar náusea, -


tramadol intensidade constipação, vômitos, boca
moderada a grave seca e sudorese. Porém,
não afeta a motilidade
gastrointestinal;

Lexapro Oxilato de Tratamento de Comum causar -


escitalopram transto de ansiedade, constipação ou diarreia,
social e TOC náusea e sudorese; 

Rivotril clonazepam Tratamento de crises Comum causar evitar toranja.


epileticas, espasmos constipação ou diarreia,
infantis, transtorno de perda de apetite e
ansiedade e humor náuseas.
Síndromes psicóticas
Síndrome das pernas
inquietas
Síndrome da boca
ardente
Tratamento de
vertigem e distúrbios
do equilíbrio
Ansetron Cloridrato de Controle de náuseas Comum causar -
ondansetrona e vômitos constipação;
Ephynal Acetato de Suplemento Comum causar diarreia, -
recealfatocoferol vitamínico com ação náusea e flatulência;  
antioxidante,
suplemento de dietas
restritivas e
inadequadas,
suplemento
vitamínico nas
doenças crônicas
Crestor rosuvastatina Redução de níveis de Comum causar náusea e -
colesterol e constipação; 
triglicerídeos
(hipercolesterolemia,
hiperlipidemia,
hipertrigliceridemia)
Ancoron Cloridrato de Distúrbios graves Comum causar diminuição
amiudaruna no número de do apetite. A única
batimentos interação fármaco nutriente
cardíacos, piora da é evitar consumo de
arritmia, alterações toranja pois pode
do coração potencializar o efeito do
medicamento
Pantozol pantoprazol Tratamento de leões Náuseas, vômitos, prisão Seu uso prolongado
gastrointestinais, de ventre inchaço e pode causar má
alivio de sintomas distensão abdominal e absorção de vitamina
gastrointestinais aumento de enzimas do B12
leves, gastrite ou fígado
gastroduodenites
agudas ou crônicas
Atlanzil Cloridrato de Distúrbio de ritmo Comum causarem evitar toranja; 
amiodarona cardíaco grave, bradicardia náuseas e
taquicardia vômitos, diminuição do
ventricular apetite
sintomática

De acordo com os medicamentos apresentados podemos ver que


possuem alguns dos sintomas apresentados pelo paciente podem ter sidos
caudados pelo uso de alguns dos fármacos. Medicamentos como DIMORF,
TRAMAL, ANSETRON, CRESTOR e PANTOZOL, causam constipação,
podendo justificar o quadro inicial de constipação apresentado pelo paciente,
porem em contrapartida, medicamentos como LEXAPRO, RIVOTRIL E
EPHINAL podem causar constipação ou diarreia, que também pode estar
favorecendo ao quadro de diarreia apresentado pelo paciente.

Os medicamentos DIMORF, TRAMAL, LEXAPRO, EPHYNAL,


CRESTOR, PANTOZOL e ATLANSIL também interagem com o organismo
causando náuseas e vômitos.
A perda de apetite do paciente pode ser justificada tanto pelo efeito da
radioterapia que esta sendo realizado tanto para o uso dos medicamentos
DIMORF e ANCORON que também tendem a diminuir o apetite do paciente.

De acordo com o quadro de edema do paciente também podemos lincar


ele com o uso do DIMORF, ele também pode causar retenção de líquidos.

3.5 EXAMES BIOQUIMICOS

Quadro 6: Sinais clínicos apresentados pelo paciente entre dia 22 de


outubro e 09 de novembro de 2021.

Exames com Datas/ Resultados/ Interpretação


valores de
referencia  22/10 24/10 26/10 29/10 30/10 03/11 04/11 06/11 08/11 09/11
Hb: 13,5 a 17,5 8 7,9 10,2 10,8 9,9 - 7,4 10 7,3 7,8
g/dL (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo)
Ht: 41,0 a 53,0 26,4 25,9 32,8 33,4 32,5 - 24,7 27,8 23,7 25,5
g/dL (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo)
Linfócitos:  830 830 950 - 308 - 680 1450 602 562
1000 a 4800 (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Baixo) (Adequado (Baixo) (Baixo)
)
PCR: 0,0 a 9,9 43,7 - - - 238,6 - 203,7 - 68,7 63,7
mg/dL (Alto- Alto- Alto- Alto- Alto- infecção
Indicador de infecção infecção infecção infecção grave)
processos grave) grave) grave) grave)
infecciosos/
inflamatórios: 1,0
a 5,0 - infecção
viral/ inflamação
leve; 5,1 a 20,0 –
infecção
bacteriana/
inflamação
sistêmica;
Acima de 20 –
infecções graves.
Indicador de
risco
cardiovascular:
Baixo: 0,1;
Intermediário: 0,1
a 0,3; Alto: acima
de 0,3.
Creatinina: 0,66 1,08 0,98 0,81 - - - 0,74 - 0,73 0,66
a 1,40 mg/dL  (Adequado) (Adequado) (Adequado) (Adequado) (Adequado) (Adequado)
Ureia:19,0 a 43,0 25 20 35 41 30 - 67 - 45 45
mg/dL (Adequado) (Adequado) (Adequado) (Adequado (Adequado) (Alto) (Alto) (Alto)
)
Cálcio iônico: 1,23 - 1,19 1,22 1,13 1,18 1,18 1,16 1,21 1,19
1,16 a 1,32 (Adequado) (Adequado) (Baixo) (Adequado) (Adequado) (Adequado (Adequado) (Adequado)
mmol/L )
Mg: 1,6 a 2,3 2,2 1,19 2,1 1,9 2,0 1,9 2,0 3,0 2,1 2,0
mg/dL  (Adequado)
(Adequado) (Baixo) (Adequado) (Adequado (Adequado) (Adequado) (Adequado) (Alto) (Adequado)
)
Na: 137 a 145 140 140 139 139 - 142 144 137 141 138
mmol/L (Adequado) (Adequado) (Adequado) (Adequado (Adequado) (Adequado) (Adequado (Adequado) (Adequado)
) )
Potássio: 3,5 a 4,1 3,6 3,8 3,6 3,7 - 3,5 4,2 3,9 3,8
5,1 mmol/L (Adequado) (Adequado) (Adequado) (Adequado (Adequado) (Adequado) (Adequado (Adequado) (Adequado)
) )
Fosforo:2,5 a - 2,5 2,4 - - 1,5 2,2 - - -
4,5 mg/dL (Adequado) (Adequado) (Baixo) (Adequado)
PTN total: 6,3 a 6,1 - 6,4 - - - - - 5 --
8,2 g/dL (Baixo) (Adequado) (Baixo)
(Adequado)
Albumina: 3,5 a 3,5 - 3,5 - - - - - 2,4 -
5 g/dL (Adequado) (Adequado) (Adequado)
Baixo)
Globulinas: 2,6 2,5 - 2,9 - - - - - 2,6 -
a 3,1g/dL (Baixo) (Adequado) (Adequado)
Ferro sérico: 49 713 - - - - - - 98 - -
a 181ug/dL (Alto) (Alto)
Transferrina: 256 - - - - - - - - -
200 a 360 mg/dL (Adequado)
Ferritina: 45,8 a 9,3 - - - - - - - - -
714,8ng/mL (Baixo)
B12: 211 a 911 337 - - - - - - - - -
pg/mL (Adequado)
Zinco: 0,52 a - 0,51 - - - - - - -
1,14 ug/dL
Colesterol total: - - 99 - - - - - 82 -
inf. 190mg/dL (Adequado) (Adequado)
HDL: sup. - - 38 - - - - - 22 -
40mg/dL (Baixo) (Baixo)
Não HDL: inf. - - 61 - - - - - 60 -
130 mg/ dl (Adequado) (Adequado)
VLDL - - 18,5 - - - - - 23,4 -
colesterol: (Adequado) (Adequado)
inf.130mg/dl
LDL colesterol: - - 42,5 - - - - - 36,6 -
inf. 130mg/dl  (Adequado) (Adequado)
Triglicérides: - - 100 - - - - - 152 -
inf. 150  mg/dL (Adequado) (Alto)

De acordo com os valores de referência, a hemoglobina está abaixo do


que é esperado já que esse foi o motivo inicial de sua internação, indicando
anemia. Outros indicadores de anemia identificados nos exames do paciente
são: hematócrito que estando abaixo é um indicador de deficiência de ferro. A
ferritina em que   se registrou   apenas um dia, e apresentou valor muito abaixo
das referências. Segundo BRITO et al. (2021) a ferritina é um indicador de
anemia, pois ela é a forma de armazenamento do ferro.

Sabe-se que a retenção hídrica causa uma diminuição dos valores de


hematócrito e hemoglobina, o que pode justificar então os resultados diante do
edema apresentado pelo paciente (ABN,2014). 

Os linfócitos estão abaixo dos valores, o que está relacionado ao quadro


imunológico. No caso do paciente, o câncer causa uma diminuição dessas
células(COSTA, 2015).

A PCR encontra-se aumentada, o que indica infecção ou inflamação,


típico em câncer já que este resulta em uma inflamação sistêmica (COSTA,
2015).  A albumina no último exame mostra que o paciente teve uma queda
podendo sinalizar uma possível desnutrição. 

Crumley et al. (2006) observaram que o Escore Prognóstico de


Glasgow, com resultados de zero a dois, em associação com níveis de
albumina menor ou igual a 3,5 mg/dl ou níveis de proteína C reativa maior ou
igual a 10 mg/dl, podem ser preditores de sobrevida em pacientes com câncer
gastroesofágico. De acordo com o Consenso Brasileiro de Nutrição e Disfagia
em Idosos Hospitalizados (2011), valores de colesterol total menor ou igual a
160 mg/dl e albumina menor do que 3,5 mg/dl são indicadores de desnutrição
em idoso.

As proteínas totais /albumina, apresentaram valores abaixo das


referências. A albumina é de extrema importância para manter a pressão
osmótica do sangue. Apesar de ser mais comum apresentar-se baixa em
doenças do fígado, ela também pode indicar desnutrição, estado catabólico
(COSTA, 2015).

Do dia 04/11 ao dia 09/11 os valores de ureia estiveram aumentados, o


que pode indicar catabolismo (quebra proteica endógena) característico no
câncer além de indicar possível desidratação, infecção, desnutrição e má
absorção (COSTA, 2015).
Dentre os mecanismos relacionados à patogênese das doenças
crônicas não transmissíveis, incluindo o câncer, estão as alterações causadas
pelo metabolismo oxidativo. De acordo com Maia et.AL.(2014), os baixos níveis
de HDL-c estão associados a progressão do risco de progressão de tumores
metastático e também riscos para doenças do coração.

3.6 DIANOSTICO NURICIONAL

Calculo do IMC:

93
IMC=
1 , 87²
= 26,97 kg/m²

O paciente apresenta um IMC de 26,97 kg/m² que de acordo com SABE


(2001), está em eutrofia, poremporém, paciente encontra-se com edema nos
membros inferiores que não foram mensurados pela enfermagem.

3.7 CONDUTAS DIETOTERAPICAS


3.7.1 OBJETIVO DA TERAPIA NUTRICIONAL
Prevenção do estado nutricional do paciente
 Evitar a caquexia
 Minimizar os sintomas causados pelo tratamento
 Contribuir para a melhora da qualidade de vida

Nos últimos dias de acompanhamento com o paciente, foi notado que o


paciente já estava com os sinais e sintomas previstos pelo tratamento de sua
patologia, náuseas, diarreias, inapetência e houve uma perda de peso.

A prevalência de desnutrição em indivíduos com câncer é muito alta, uma


vez que diversos fatores estão envolvidos em sua etiologia, particularmente os
relacionados com a doença (redução do apetite, dificuldades mecânicas para
mastigar e deglutir alimentos), os efeitos colaterais do tratamento e o jejum
prolongado para exames pré ou pós-operatórios (OLIVEIRA, A. G. L. et
al.,2011).
A desnutrição promove alterações morfológicas e funcionais, contribui
para a ocorrência de complicações no período pós-operatório, colaborando
para o aumento do tempo de internação, comprometendo a qualidade de vida e
tornando o tratamento mais oneroso (INCA, 2011)

O objetivo da terapia nutricional é o da prevenção e/ou reversão do


declínio do estado nutricional, buscando evitar a progressão para quadro de
caquexia, o que contribuirá para uma melhor qualidade de vida para o paciente.
(OLIVEIRA, A. G. L. et al.,2011)

3.7.2 CARACTERISTICA DA DIETA


3.7.2.1 VIA DE ADMINISTRAÇÃO

A via de administração optada éfoi a mista: a gastrostomia, pois o


paciente encontra-se com uma pequena passagem para alimentação via oral,
está tendo baixa aceitação alimentar, está tendo episódios de vômitos, o que
dificulta o uso da via nasogastricanasogástrica.

Segundo OLIVEIRA, A. G. L.Oliveira et al.(2011), a terapia nutricional


enteral pode minimizar os efeitos colaterais gastrointestinais e hematológicos,
principalmente em pacientes desnutridos, com dificuldade de deglutição ou
absorção de nutrientes. A intervenção nutricional precoce pode melhorar a
tolerância do tratamento oncológico, uma vez que a frequência de toxicidade é
maior nos pacientes com piores indicadores de estado nutricional. A terapia
nutricional em pacientes submetidos a tratamento combinado de radio-
quimioterapia das regiões de cabeça e pescoço e esôfago pode aumentar a
ingestão alimentar e prevenir a perda de peso causada pelos efeitos da terapia,
evitando interrupções no tratamento oncológico.

E a via oral assistida, pois o paciente tem risco de bronca aspiração por
conta de sua disfagia, para receber suplementos, hidratação e alimentação de
conforto.  O principal objetivo é estimular a alimentação e proporcionar prazer e
conforto ao paciente, com a possibilidade de ofertar o que ele realmente deseja
comer, respeitando sua vontade, não só em relação a escolha dos alimentos,
mas também as quantidades e horários que deseja se alimentar. De acordo
com Benarroz, Faillace e Barbosa (2009), a alimentação é considerada um
ícone associado à saúde e ao bem-estar, essencial à sobrevivência humana,
com representatividades social e emocional, tornando-se importante no câncer
avançado. Sendo fonte de vida, a sua privação significa atentar contra a vida.
Não poder ou não conseguir se alimentar significa, portanto, em muitos casos,
a piora da saúde.

3.7.2.2 CONSISTENCIA/ ESPECIFICIDADE/ TEMPERATURA

Dieta deve ser oligomerica padrão hipercaloricahipercalórica e


hiperproteica, triglicerideostriglicerídeos de cadeia longa, tendo uma
consistência líquida, sendo administrada sempre em uma temperatura
ambiente. 

3.7.2.3 FRACIONAMENTO/ VOLUME/ HORARIO

O melhor método escolhido para o paciente foi a administração de bomba de


infusão contínuo, sem pausa noturna 50ml75ml/h. para inicio.

3.7.3 DEFINIR PESO IDEAL

Peso ideal Médio = 25,67(kg/m²) x 1,87(m²)² = 89,76kg

Peso Ideal Máximo = 28(kg/m²) x 1,87(m²)² = 97,9kg

Peso ideal escolhido: 93kg

Foi calculado o peso médio e o máximo a partir da referência de


OPAS,2002 para idosos, porem foi optado em manter o peso atual do paciente
para fazer os cálculos do NET, pois devido a doença e tratamentos que o
paciente irá enfrentar será muito difícil atingir um peso tão acima do que ele
está e o objetivo é evitar que tenha perda de peso e depleção de massa magra.
De acordo com SILVA (2010), o paciente oncológico deve manter o peso
de forma com que o IMC se encontre dentro da eutrofia, evitando que ocorra a
perda de peso e a depleção proteica.

3.7.4 FAZER CÁLCULO DO NET

Para a definição do NET a fórmula a ser utilizada será para idosos


considerando de 25 a 30 kcal/kg/dia (INCA, 20161)

NET = 30kcal/kg/dia x 93kg = 2790 kcal/dia

Foi optada usar as 30kcal/kg/dia pois o paciente encontra-se com uma


leve perda de peso que pode estar sendo causado pelos efeitos colaterais
causados pela radioterapia (náuseas, vômitos, inapetências e diarreia) que
está sendo realizada.

Fatores como localização do tumor, perda de peso involuntária e


disfunção do TGI em decorrência dos tratamentos químio e radioterápico
devem ser considerados no momento da triagem de risco nutricional. Tumores
de cabeça e pescoço, pulmão, esôfago, fígado, pâncreas, e também leucemia
e sarcoma, são os que apresentam mais riscos de desnutrição (INCA, 2016)

A desnutrição é uma condição comum em pacientes idosos com câncer.


Essa condição aumenta sua vulnerabilidade a doenças, o que pode levar a
uma diminuição da massa muscular e do tecido adiposo, tornando-os mais
suscetíveis à síndrome de realimentação, caquexia ou sarcopenia. Outro fator
que contribui para o comprometimento nutricional do paciente oncológico é o
tratamento quimioterápico, que pode apresentar uma maior tendência ao
surgimento da anorexia e da caquexia, que, por sua vez, intensificam os efeitos
adversos ao tratamento, ocasionando um ciclo vicioso, ressaltando que é
importante considerar o suporte nutricional preventivo (INCA, 2016).

3.7.5 DISTRIBUIÇÃO DOS MACROS

Segundo recomendações de SBNPE e ABN (2011); Martucci, (2014);


INCA (20156) e Bricarello, Vasconcelos, Rodrigues (2016), levando em
consideração o diagnóstico de câncer, é recomendado de 50 a 60% do VET de
carboidratos; de 30 a 35% de lipídios e de 1,2g/kg a 1,2,05g/kg de proteínas.

Quadro 7: Distribuição diária dos macronutrientes

Macronutrientes g/Kg/dia g/dia Kcal/dia Percentual do VET


111,6139,
Proteínas 1,21,5 446,4558 16%20%
5
Lipídios totais 1 93 837 30%
AGS 0,23 21,7 195,3 7%
AGP 0,33 31 279 10%
Ômega 3
Ômega 6
AGM 0,26 24,8 223,2 8%
348,8376,
Carboidratos 3,84,05 13951506,6 54%50%
7
Carboidrato Simples 0,4 34,9 139,5 5%

Foi escolhido uma dieta hiperproteica devido ao quadro de edema e


perda de peso que o paciente apresenta juntamente com o tratamento de
radioterapia, podendo assim evitar que o paciente tenha uma perda de massa
magra.
De acordo com INCA (2016) a maioria dos pacientes críticos necessita
de dietas hiperproteicas. Esse macronutriente é o mais importante utilizado na
resposta metabólica ao trauma. A proteína tem um papel fundamental na
produção de proteínas de fase aguda, na resposta imunológica, na cicatrização
de feridas e na manutenção da massa magra. Nesse contexto, a oferta de
proteína é aumentada, entre 1,2 e 2,0 g/kg de peso atual/dia.
Foi optado em ofertar uma dieta normoglicidica ao paciente com 504%
do NET de carboidrato para que ele receba uma boa quantidade de energia e
não utilize outros meios para gerar glicose.
Em relação aos lipídios foi optado por uma dieta normolipidica
priorizando os ácidos graxos poli-insaturados pois eles têm uma das mais
importantes funções: modular a resposta inflamatória e a resposta imunológica.
Segundo SILVA (2005) o EPA inibe a ação do PIF (Fator Indutor de Proteólise),
que tem ação aumentada no catabolismo proteicocatabolismo proteico da
caquexia. Eicosanoides derivados do EPA e DHA têm mostrado também uma
ação inibitória direta sobre a lipólise induzida pelo tumor. O mecanismo de
reversão da caquexia pelo EPA envolve a supressão das citocinas
inflamatórias TNFα, IL-1 e IL-6 (CARMO, CORREIA, 2008)

3.7.6 RECOMENDAÇÃO DE COLESTEROL (mg/dia)

Para o Consenso Nacional de Nutrição Oncológica (2011), o máximo de


ingestão é 300mg/dia.

3.7.7 MICRONUTRIENTES

Vitamina A

De acordo com o quadro do paciente deve-se avaliar o edema quanto a


restrição do sal e sódio. Quanto a vitaminas e minerais, caso seja necessário
deve-se suplementar ômega 3 imunomoduladores e em casos de mucosite ou
enterite a glutamina (COSTA E GALISA,2018)

3.7.8 FIBRAS

Segundo Costa e Galisa (2018), o recomendado de fibras é de 20 a


30g/dia.

Devido a episódios frequentes de diarreia, nessas ocasiões, ofertar dieta


obstipante, diminuindo a quantidade de fibras insolúveis pois aceleram o
trânsito intestinal e optando pelas fibras solúveis que lentifica o esvaziamento
gástrico.

3.7.9 LIQUIDOS

Os requerimentos hídricos para os pacientes críticos baseiam-se na


oferta de líquidos preconizada para indivíduos normais. A quantidade
estabelecida para a faixa etária do paciente é de 25 ml/kg de peso atual/dia.
(CUPPARI, 2005INCA,2016).
3.7.10 SUPLEMENTAÇÃO NUTRICIONAL

Whey protein isolate 1x/dia para evitar a perda de massa magra devido
paciente ser idoso e ter uma doença catabolica.

As proteínas derivadas de laticínios são consideradas de melhor


qualidade. Tendo em vista esses pontos, a proteína do soro do leite (whey) é
de rápida absorção, contem aminoácidos essenciais e teor relevante de
leucina, garantindo assim a estimulação da síntese proteica muscular
(ANTUNES e IOCA, 2018)

O whey protein apresenta concentrações elevadas dos aminoácidos


triptofano, cisteína, leucina, isoleucina e lisina. As proteínas solúveis do soro do
leite apresentam um excelente perfil de aminoácidos, caracterizando-as como
proteínas de alto valor biológico. Possuem peptídeos bioativos, que lhes
conferem diferentes propriedades funcionais. Dentre os aminoácidos
essenciais, destacam-se os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), que
favorecem o anabolismo, assim como a diminuição do catabolismo protéico,
favorecendo o processo de ganho de força muscular e reduzindo a perda de
massa muscular, principalmente, durante os processos de perda de peso.
Estes aminoácidos melhoram ainda, o desempenho muscular, por elevarem as
concentrações de glutationa, diminuindo, assim, a ação dos agentes oxidantes
nos músculos esqueléticos (RODRIGUES,2013)

Ômega 3 e 6 pois tem ação antioxidante, ajudam na melhora do apetite.


Segundo Cardoso (2018), a recomendação adequada de ômega 3 para
homens de 14 a 70 anos é de 1,6g/dia e a ingestão recomendada para homens
a cima dos 51 anos a recomendação de ômega 6 é de 14g/dia.

Estudos indicam que, enquanto compostos bioativos, os ácidos graxos


ômega-3 utilizados no tratamento oncológico, são vantajosos em comparação
as drogas convencionais, já que administradas para o tratamento são de baixa
ou nenhuma toxicidade, e além disso, podem contribuir reduzindo a
toxicidade da quimioterapia. O ômega-3 também mostra bons resultados
em pacientes precisaram passar por procedimento cirúrgico, uma vez que
diminui a magnitude típica do trauma, bem como, em paciente com caquexia
proveniente do câncer, uma vez que auxilia na terapia nutricional de maneira a
manter e restabelecer a massa magra do paciente (LEITE, 2021)

Probiatop 1 sache duas vezes ao dia (recomendo 1 no café da manhã e


outro no lanche da tarde), devido o quadro de diarreia causada pelo
tratamento de radioterapia.

De acordo com a Quaresma (2016), estudos clínicos utilizando probióticos


em associação à tratamentos quimioterápicos têm demonstrado que essa
alternativa terapêutica promove uma atenuação da toxicidade gastrintestinal
associada, refletindo em uma diminuição da severidade da diarreia relatada em
pacientes sob terapia antineoplásica.

3.8 PESCRIÇÃO DA DIETETICA (hospital)


 21/10- Na internação do paciente o paciente estava recebendo dieta
geral oral, paciente relatou estar tendo engasgos aproximadamente 3
meses;
 22/10 – Após exame de endoscópico foi observado uma grande massa
obstruindo o esôfago, foi paciente classificado como paciente com risco
e suspendido adieta via oral e iniciado a terapia nutricional enteral via
sonda nasogastrica; A dieta optada pelo médico foi a IMPACT, que
possui sua densidade calórica de 1,5 kcal por 1 mL é um complemento
hiperproteico, hiperlipídico. Sua osmolaridade é de 393 mOsm/L de
água, com o método contínuo de 60ml/h de dieta recebendo 1200ml/dia.
Com 150ml de agua de 6h/6h;
 28/10 – Foi feito procedimento de faringostomia cervical e continuou
com a mesma quantidade de dieta e agua
 06/11 – Paciente foi encaminhado para oncologia, onde foi optado pela
medica a evolução do paciente para a via Oral pastosa, com aguaágua
sempre que quisesse;
 08/11 – Dieta pastosa com +com whey portein batido com sorvete
(aceitação de 75%) ;
 10/11 - Dieta pastosa com+ whey protein batido no sorvete (aceitação
de <25%) (ATE ATUAL MOMENTO).
Composição da dieta IMAPACT:

Ingredientes: Água, maltodextrina, caseinato hidrolisado, triglicerídeos


de cadeia média, L-arginina, amido de milho, óleo de peixe, óleo de soja,
minerais (citrato de cálcio, cloreto de magnésio, cloreto de sódio, fosfato de
potássio dibásico, citrato de potássio, citrato de sódio, óxido de magnésio,
sulfato de zinco, sulfato ferroso, sulfato de manganês, sulfato de cobre,
molibdato de sódio, cloreto de cromo, iodeto de potássio e selenato de sódio),
vitaminas (ácido L-ascórbico, cloreto de colina, L- ascorbato de sódio, acetato
de DL-α-tocoferila, nicotinamida, D-pantotenato  de cálcio, cloridrato de
piridoxina, betacaroteno, mononitrato de tiamina, palmitato de retinila,
riboflavina, ácido N-pteroil-L-glutâmico, D-biotina, fitomenadiona, colecalciferol
e cianocobalamina), ácido ribonucleico, taurina, L-carnitina, regulador de acidez
ácido cítrico, emulsificante lecitina de soja, estabilizantes goma guar, goma
xantana e antiespumante polidimetilsiloxano. Contém derivados de leite, soja e
peixe. Não contém glúten. 

3.9 CARDAPIO

Quadro 8: cardápio ofertado no dia 24/10 de acompanhamento nutricional


dia 25/10

Quantidade Velocidade
Nome da
Horários Tipo de dieta de dieta da bomba
dieta
infundida de Infusão
8:00 Dieta 309 ml
IMPACT 60ml/h
polimérica
14:15 Dieta 314 ml
IMPACT 60ml/h
polimérica
19:00 Dieta 240 ml
IMPACT 60ml/h
polimérica
TOTAL 863 ml

Quadro 9: Cardápio ofertado no dia 09/11 último dia de acompanhamento


de acompanhamento nutricional 10/11
Refeição/ Nome das Alimentos/líquidos Medida caseira Medidas em
horário preparações gramas

8h Café da Banana nanica 1un 17g


manha

Pão pulman 1un 25g

Requeijão 1 colher rasa 15g

12h Almoço Arroz papa cozido 1colher de sopa 25g

Caldo de feijão 1 colher de sopa 17g

Carne moída 1 colher de sopa 15g

Purê de batatas 1 colher de sopa 25g

Suco de goiaba - 50ml

15h Lanche da Bolo simples 1 fatia pequena 30g


tarde

15h Queijo frescatino 1 fatia 20g

3.10 ANALISE QUANTITATIVA DO ULTIMO DIA

Nutrientes Quantidade Aceitação Necessidade Adequação nutricional


ofertada/ da dieta nutricional

NET (kcal) 1299,52kcal/dia 371 kcal 2790 kcal/dia 8,33% - abaixo daAbaixo da adequação;
Hipocalorica

Proteína (g) 71,5 13,63 111,6 7,39% - abaixo- Abaixo da adequação;


Hipoproteica

Lipídio (g) 32,68 9,68 93 5,07% - abaixo daAbaixo da adequação;


Hipolipidica

Ag. Saturado (g) 10,94 3,93 21,7 Abaixo do recomendado

Ag. Poli (g) 3,01 1,02 31 Abaixo do recomendado

Ag. Mono (g) 5,73 2,20 24,8 Abaixo do recomendado

Colesterol (g) 82,90 33,15 300 Abaixo do recomendado

Carboidrato (g) 180,11 57,31 376,7 9,13% - Abaixo da adequação –


Hipoglicidica

Fibras(g) 10,99 2,51 20 -30g Abaixo do recomendado

Líquidos 2L 50ml 2325ml Abaixo do recomendado

Tiamina B1 (mg) 4,73 0,11 EAR:1,0 Possivelmente inadequado


RDA:1,2

Riboflavina B2 (mg) 2,31 0,16 EAR:1,1 Possivelmente inadequado


RDA:1,3

Niacina B3(mg) 4,89 1,24 EAR:12 Possivelmente inadequado


RDA:16 UL:35

B6 (mg) 1,37 0,07 EAR:1,4 Possivelmente inadequado


RDA:1,7
UL:100

B12 (ug) 3,2 0,08 EAR:2 Possivelmente inadequado


RDA:2,4

Vit. A(ug) 295,74 98,13 EAR:625 Possivelmente inadequado


RDA:900
UL:3000

Vit. C (mg) 99,19 18,52 EAR:75 Possivelmente inadequado


RDA:90
UL:2000

Vit. D (UI) 0,91 0,47 EAR:400 Possivelmente inadequado


RDA:600
UL:4000

Vit. E (mg) 6,59 2,51 EAR:12 Possivelmente inadequado


RDA:15
UL:1000

Ácido pantotenico 0,62 0,26 AI:5 Possivelmente inadequado


B5 (mg)

Sódio (mg) 1396,11 417,69 AI:1,2 UL:2,3 Possivelmente inadequado

Potássio (g) 671,35 211,91 AI:4,7 Possivelmente inadequado

Cálcio (mg) 648,41 225,34 EAR:800 Possivelmente inadequado


RDA:1000
UL2000

Fosforo (mg) 257,93 73,81 EAR:580 Possivelmente inadequado


RDA:700
UL:4000

Ferro (mg) 4,79 1,13 EAR:6 RDA:8 Possivelmente inadequado


UL:45

Iodo (ug) 5,42 1,65 EAR:95 Possivelmente inadequado


RDA:150
UL:1100

Magnésio (mg) 57,86 16,52 EAR:350 Possivelmente inadequado


RDA:420
UL:350

Zinco (mg) 6,11 1,60 EAR:9,4 Possivelmente inadequado


RDA:11 UL:40

Manganês (mg) 0,60 0,19 AI:2,3UL:11 Possivelmente inadequado

Cobre (mg) 0,31 0,09 EAR:700 Possivelmente inadequado


RDA:900
UL:10000

Selênio (ug) 4,40 4,63 EAR:45 Possivelmente inadequado


RDA55 UL:400

REFERENCIAS
QUIROGA, R.C, PERNAMBUCO, A.P.: Câncer de esôfago: epidemiologia,
diagnóstico e tratamento Revista Brasileira de Cancerologia; páginas 173-
178, 2006

POOTZ, S. C.; GONÇALVES BOFF, D.; CANUTO, R.; BROLLO, J.; PIO DA
SILVA, A. C. Aconselhamento Nutricional em Pacientes com Câncer de
Cabeça, Pescoço e Esôfago em Tratamento (Quimio)Radioterápico.
Revista Brasileira de Cancerologia, v. 66, n. 1, p. e-13531, 2 abr. 2020.

BRITO M.E.S.M et al. Fisiopatologia, diagnóstico e tratamento da anemia


ferropriva: Uma revisão de literatura. Revista de casos e consultorias, v. 12,
n. 1, p. e23523, 2021.

COSTA, M.J.C. Interpretação de exames bioquímicos para o nutricionista.


- 2. ed. -- São Paulo: Editora Atheneu, 2015. 

GODOI, L.T, FERNANDES S.L. Terapia nutricional em pacientes com


câncer do aparelho digestivo. International Journal of Nutrology, 10 (4): 136-
144, 2017.

Associação Brasileira de Nutrição /organizadora: FIDELIX, M.S.P. Manual


Orientativo: Sistematização do Cuidado de Nutrição São Paulo :
Associação Brasileira de Nutrição, 2014.

COSTA,  A. F. G; GALISA, M.S. Cálculos Nutricionais. São Paulo: Payá,


2018

INCA - Consenso nacional de nutrição oncológica. / Instituto Nacional de


Câncer. – Rio de Janeiro, 2009.

INCA - Consenso nacional de nutrição oncológica, volume 2 / Instituto Nacional


de Câncer. Coordenação Geral de Gestão Assistencial. Hospital do Câncer I.
Serviço de Nutrição e Dietética. – Rio de Janeiro, 2011.

CARMO, M.C.N.S., CORREIA, M.I.T.D A Importância dos Ácidos Graxos


Ômega-3 no Câncer Revista Brasileira de Cancerologia 2009; 55(3): 279-
287
SILVA J.B., relação entre avaliação nutricional e escore prognostico de
Glasgow em pacientes com câncer de esôfago e estomago Faculdade de
Farmácia da UFMG Belo Horizonte, MG 2011

LEITE, J. T. de A. .; LOBO, L. C. .; ANDRADE, L. G. de . ÔMEGA-3 NO


TRATAMENTO PALIATIVO DO CÂNCER. Revista Ibero-Americana de
Humanidades, Ciências e Educação , [S. l.], v. 7, n. 10, p. 1547–1561, 2021.
DOI: 10.51891/rease.v7i10.2680. Disponível em:
https://www.periodicorease.pro.br/rease/article/view/2680. Acesso em: 15 nov.
2021.

QUARESMA, M.P. Lactobacillus spp. e bifidobacterium sp. atenuam a


mucosite intestinal experimental induzida por 5-fluorouracil em
camundongos, Universidade Federal do Ceará, 2016

SABE - Saúde e bem-estar e envelhecimento, 2001

ANTUNES,A.C.C., IOCA,D.C., Qualidade proteica na prevenção da


sarcopenia, Centro Universitário de Brasilia - UniCEUB Faculdade de Ciências
da Educação e Saúde,2018

RODRIGUES,A.L.P, Benefícios da Suplementação de Whwy Protein para a


saúde humana, EFDeportes, revista digital. Buenos Aires,2013 Disponível
em:< https://www.efdeportes.com/efd187/beneficios-da-suplementacao-de-
whey-protein.htm>

MARQUES, R.S.O et.al., Qualidade de vida em deglutição e o câncer de


cabeça e pescoço :revisão da literatura. Revista Bahiana de odontologia,
2017 Mar;8(1):26-32. Disponível em:<
https://web.archive.org/web/20170922233014id_/https://www5.bahiana.edu.br/index.php/
odontologia/article/viewFile/1260/835>

BENARROZ, M.O.,FALLACE, G.B.D., BARBOSA, L.A.,Bioetica e nutrição em


cuidados paliativos oncológicos em adultos. Cad. Saude Publica, Rio de Janeiro
25(9):1875-1882, set, 2009. Disponível em:<
https://www.scielo.br/j/csp/a/Ps5LcthbYh4qmxwQGJtHR3J/?
format=pdf&lang=pt>
MAIA, F.M.M., SANTOS, E.B., REIS,E.R., Estresse oxidativo e lipoproteínas
plasmáticas em pacientes com câncer, Einstein,12(4):480-4, 2014.

Você também pode gostar