Você está na página 1de 12

Faculdade de Saúde e Desenvolvimento Humano Santo

Agostinho Curso de Farmácia 8º Período

Guilherme Souza Silva

RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II


SAÚDE COLETIVA

Montes Claros – MG

2022
Guilherme Souza Silva

RELATÓRIO ESTÁGIO SUPERVISIONADO II


SAÚDE COLETIVA

Relatório de Estágio curricular supervisionado


realizado como parte dos requisitos exigidos
para a conclusão do curso de Farmácia da
Faculdade Santo Agostinho – FASA.

Montes Claros - MG
2022
SUMÁRIO

1. Introdução.....................................................................................................................................5
1.1 Assistência Farmacêutica no SUS..........................................................................................5
1.2 Uso Racional de Medicamentos.............................................................................................6
1.3 Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME................................................7
1.4 Financiamento da Assistência Farmacêutica.........................................................................8
2. Objetivos......................................................................................................................................9
2.1 Objetivo Geral........................................................................................................................9
2.2 Objetivos Específicos.............................................................................................................9
3. Atividades desenvolvidas.............................................................................................................9
4. Conclusões e sugestões..............................................................................................................10
5. Referências.................................................................................................................................12
Ficha de Cadastro do Estagiário:
Nome do Estagiário: Guilherme Souza Silva
Endereço: Rua Samuel Lessa, 483, Bairro Edgar Pereira, Montes Claros – MG
Nº de matrícula: 231710885 Período: 8º
Local de realização: Secretaria Municipal de Saúde de Montes Claros
Período: 15/08/2022 à 13/09/2022
Duração em horas: 80 horas
Modalidade de estágio: Estágio Supervisionado Obrigatório
Nome da Empresa: Prefeitura Municipal de Montes Claros (Coordenação de Assistência
Farmacêutica)
Representante legal: Dulce Pimenta Gonçalves

Montes Claros – MG
2022
5

1- INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado do curso de Farmácia na matriz curricular é regulamentado


pela Resolução CEPE Nº. 33, de 24 de agosto de 2010, estando de acordo com o que dispõe o
Parecer nº. 287/69 aprovado em 11 de abril de 1969, Resolução nº. 4, de 11 de abril de 1969,
e incorporando também as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em
Farmácia (Resolução CNE/CES nº. 2, de 19/02/2002).
Este relatório mostra o papel do farmacêutico nessa rede complexa que é o Sistema
Único de Saúde (SUS), descrevendo os aspectos das estruturas que compõem o mesmo. O
principal foco deste projeto foi entender a importância do profissional farmacêutico atuante
no SUS, desde processos burocráticos, como compras de medicamentos e análise de
documentos, como também o contato final com os usuários durante a dispensação.
Os medicamentos dispensados na rede incluem aqueles da Portaria 344/98
(substâncias e medicamentos sujeitos à controle especial) e medicamentos básicos de uso
restrito, e, para ter acesso aos medicamentos, os usuários devem possuir cartão SUS e
apresentarem receituário médico ou odontológico emitidos nos serviços de saúde sob gestão
da Secretaria Municipal da Saúde ou conveniados a esta. Caso o receituário não possua o
carimbo de atendimento pelo SUS, o medicamento não poderá ser dispensado.
Então, o papel que a Farmácia Básica exerce na sociedade em que está inserida é de
suma importância, com o objetivo de ampliar o acesso à população, garantir o uso racional
dos medicamentos, otimizar recursos financeiros, e também incorporar o farmacêutico como
peça fundamental na rede municipal de saúde.
Dessa forma, o estágio foi uma grande oportunidade de entrar em contato com o
mercado de trabalho, de forma a complementar e aperfeiçoar as competências sócio-
profissionais através de uma ligação entre o sistema educativo e o contato direto com as
atividades realizadas pelo Farmacêutico na Farmácia Básica.

1.1 Assistência Farmacêutica no SUS

O sistema de saúde brasileiro passou por transformações importantes nas décadas


de 80 e 90 com a criação e regulamentação do Sistema Único de Saúde – SUS. Ele
representou para os gestores, trabalhadores e usuários do sistema uma nova forma de pensar,
de estruturar, de desenvolver, de produzir serviços e assistência em saúde, uma vez que a
6

universalidade de acesso, a integralidade da atenção, a equidade, a participação das


comunidades e a descentralização tornaram-se os princípios do novo sistema (CFF, 2010).
A inclusão dos princípios defendidos pelo Movimento da Reforma Sanitária na
atual Constituição Federal e na Lei Orgânica da Saúde garante como direito de todos e dever
do Estado o acesso universal igualitário às ações e serviços para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, inclusive no que diz respeito à Assistência Farmacêutica. Esta, por sua
vez, deve ser entendida como o conjunto de ações desenvolvidas pelo farmacêutico e outros
profissionais de saúde, tendo o medicamento como insumo essencial e visando ao acesso e ao
seu uso racional. Envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de medicamentos e
insumos, bem como a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensaçao, garantia
da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na
perspectiva de obtenção de resultados concretos e de melhoria da qualidade de vida da
população (CFF, 2010).
No Brasil, o Encontro Nacional de Assistência Farmacêutica e a Política de
Medicamentos (1988) considerou a assistência farmacêutica como um conjunto de
procedimentos necessários à promoção, prevenção e recuperação da saúde, individual e
coletiva, centrado no medicamento, englobando as atividades de pesquisa, produção,
distribuição, armazenamento, prescrição e dispensação, esta última entendida como o ato
essencialmente de orientação quanto ao uso adequado dos medicamentos e sendo privativa do
profissional farmacêutico (ARAUJO, 2008).

1.2 Uso Racional de Medicamentos

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, entende-se que há uso racional de


medicamento quando pacientes recebem medicamentos para suas condições clínicas em doses
adequadas às suas necessidades individuais, por um período adequado e ao menor custo para
si e para a comunidade (MINISTERIO, 2022).
No Brasil, além da garantia do acesso aos serviços de saúde e a medicamentos de
qualidade, é necessário a implantação de práticas assistenciais que promovam o uso racional
de medicamentos propiciando resultados que influenciam diretamente os indicadores
sanitários (ORGANIZAÇÃO, 2002).
Ao farmacêutico moderno é essencial conhecimentos, atitudes e habilidades que
permitam ao mesmo integrar-se à equipe de saúde e interagir mais com o paciente e a
comunidade, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida, em especial, no que se refere
7

à otimização da farmacoterapia e o uso racional de medicamentos. O envolvimento do


farmacêutico no processo de atenção à saúde é fundamental para a prevenção dos danos
causados pelo uso irracional de medicamentos (MARIN, 2002).
Exemplos de uso irracional de medicamentos incluem: uso de muitos medicamentos
por paciente ("polifarmácia"); uso inadequado de antimicrobianos, muitas vezes em dosagem
inadequada, para infecções não bacterianas; excesso de uso de injeções quando formulações
orais seria mais apropriado; falta de prescrição de acordo com as diretrizes clínicas;
automedicação inapropriada, muitas vezes medicamentos prescritos; não aderência aos
regimes de dosagem (MINISTERIO, 2022).
Dentre as formas de promover o uso racional de medicamentos, destacam-se a
implantação e utilização de Relação de Medicamentos Essenciais, Formulário Terapêutico e
Protocolos Clínicos e Terapêuticos (CFF, 2010).

1.3 Relação Nacional de Medicamentos Essenciais - RENAME

O Ministério da Saúde publicou a Portaria GM/MS nº 3.435, de 8 de dezembro de


2021, que estabelece o elenco de medicamentos e insumos da Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais – Rename. A Rename 2022 cumpre a Resolução de Consolidação
CIT nº 1, de 30 de março de 2021, que apresenta a composição desta Relação de acordo com
as responsabilidades de financiamento da assistência farmacêutica entre os entes (União,
estados e municípios), proporcionando transparência nas informações sobre o acesso aos
medicamentos do SUS. Além disso, a Rename foi elaborada a partir das definições do
Decreto nº 7.508, de 28 de junho de 2011 e estruturada de acordo com a Resolução
MS/GM/CIT nº 25, de 31 de agosto de 2017. (“RENAME 2022”, [s.d])
A Rename contempla os medicamentos e insumos disponibilizados no SUS, além de
determinados medicamentos de uso hospitalar e outros insumos para saúde. Uma importante
inovação desta edição refere-se à adoção da classificação “AWaRe” em relação aos
medicamentos antimicrobianos. Tal classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS)
visa contribuir para a redução do desenvolvimento de bactérias resistentes a estes
medicamentos e está alinhada ao Plano de Ação Global da OMS sobre a resistência
antimicrobiana. (“RENAME 2022”, [s.d])
8

1.4 Financiamento da Assistência Farmacêutica

O financiamento da Assistência Farmacêutica é de responsabilidade das três


esferas de gestão do SUS e pactuado na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Conforme
estabelecido na Portaria GM/MS n. 204/2007, os recursos federais são repassados na forma de
blocos de financiamento, entre os quais o Bloco de Financiamento da Assistência
Farmacêutica, que é constituído por três componentes (BRASIL, 2007).
No que diz respeito ao financiamento e transferência dos recursos federais para as
ações e os serviços de saúde, estes ocorrem na forma de blocos de financiamento, de acordo
com a Portaria GM/MS nº 204, de 29 de janeiro de 2007. O bloco de financiamento para a
Assistência Farmacêutica é constituído por três componentes: Componente Básico da
Assistência Farmacêutica; Componente Estratégico da Assistência Farmacêutica; e
Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (denominação alterada pelo Art. 2º
da Portaria GM/MS nº 2.981, de 26 de novembro de 2009) (SECRETARIA, [s.d.]).
Os medicamentos disponíveis no SUS para o tratamento de doenças ou de agravos são
aqueles padronizados na Relação Nacional de Medicamentos (RENAME), os quais são
organizados nos três componentes que compõem o Bloco de Financiamento da Assistência
Farmacêutica, sendo eles o Componente Básico, o Componente Estratégico e o Componente
Especializado (SECRETARIA, [s.d.]).
O Componente Especializado da Assistência Farmacêutica (CEAF) é uma estratégia
de acesso a medicamentos no âmbito do SUS, caracterizado pela busca da garantia da
integralidade do tratamento medicamentoso, em nível ambulatorial, cujas linhas de cuidado
estão definidas em Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) publicados pelo
Ministério da Saúde. É importante destacar que, embora os tratamentos estejam incluídos no
CEAF, muitos dos agravos destacados nos PCDT apresentam porta de entrada para tratamento
e acompanhamento na Atenção Primária à Saúde. Tem como objetivo geral a apresentação do
discente de Farmácia ao Sistema Único de Saúde com ênfase na Atenção Básica no Modelo
da Estratégia Saúde da Família, sua estrutura, seus processos de trabalho, suas linhas de
cuidado e suas relações com o território e a rede de saúde inter-relacionada (SECRETARIA,
[s.d.]).
9

2- OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Tem como objetivo geral a apresentação do discente de Farmácia ao Sistema Único de


Saúde com ênfase na Atenção Básica no Modelo da Estratégia Saúde da Família, sua
estrutura, seus processos de trabalho, suas linhas de cuidado e suas relações com o território e
a rede de saúde inter-relacionada.

2.2 Objetivos Específicos

• Compreender o funcionamento de uma Farmácia do serviço público de saúde;


• Conhecer o papel do farmacêutico na prevenção promoção e recuperação da saúde da
população, em especial na atenção primária. Acompanhar as atividades desenvolvidas pelo
Farmacêutico na Assistência Farmacêutica do serviço público de saúde (Seleção, aquisição,
armazenamento, controle de estoque e dispensação de medicamentos);
• Possibilitar a interação do acadêmico com outros profissionais de saúde que também atuam
no serviço público de saúde;
• Conhecer as atividades de “cuidado farmacêutico” realizadas no atendimento a pacientes na
farmácia pública;
• Observar a aplicação das políticas públicas de saúde no abastecimento e fornecimento de
medicamentos para população;
• Acompanhar as atividades do farmacêutico na gestão de sistemas e serviços de saúde.

3- ATIVIDADES DESENVOLVIDAS

Durante o período de estágio desempenhamos diversas atividades que


proporcionaram uma grande imersão na rede do SUS. Conhecemos tanto os processos
burócráticos como também os processos práticos em todas os componentes que essa
rede contempla.
Entendemos como é feita a territorialização, no sentido de abrir farmácias de
Atenção Básica em pontos estratégicos, afim de atender o maior número de usuários e
também visando os usuários de difícil acesso, como os de zonas rurais e locais
afastados da região metropolitana.
Tivemos contato com situações e casos clínicos para exercitar a nossa
capacidade de pesquisa nos meios que são disponibilizados ao servidor, para que
10

saibamos lidar com situações semelhantes no mercado de trabalho.


Conhecemos todos os componentes que compõem o SUS, os componentes
básico, estratégico e especializado, passando uma semana em cada um deles, para que
pudéssemos ver na prática as situações do dia-a-dia, visualizar onde o farmacêutico
pode atuar e como podemos contribuir para uma adesão eficiente dos usuários, uso
racional dos medicamentos, evitando desperdícios e efeitos indesejados, técnicas de
aplicação, processos administrativos necessários para obtenção de alguns
medicamentos, e também fizemos uma visita domiciliar, experiência bastante
enriquecedora, onde vimos a realidade do usuário e a necessidade de entender a real
situação de cada pessoa e localização.
Tivemos uma experiênia com a FarmaVerde que despertou o interesse em
vários alunos. O aprendizado foi incrível sobre a fitoterapia, a produção de
fitoterápicos e cultivo de plantas com efeitos farmacológicos.

4- CONCLUSÕES E SUGESTÕES

Segundo a Política Nacional de Medicamentos (PNM), a Assistência


Farmacêutica tem como objetivo principal garantir o acesso da população a
medicamentos essenciais de qualidade, promovendo seu uso racional.

A morbimortalidade relacionada a medicamentos é um importante problema de


saúde pública. Contudo, a prática da assistência farmacêutica pode reduzir e previnir os
problemas relacionados à farmacoterapia.

Dessa forma, um dos desafios da categoria farmacêutica é modificar as


condutas, incorporando na prática profissional um modelo que propicie ao
farmacêutico assumir a responsabilidade com a farmacoterapia e atuar como promotor
do uso racional de medicamentos.

Cabe ainda salientar que o uso irracional de medicamentos alimenta


desperdício de recursos, gera profundas desigualdades de acesso e pode modificar de
forma negativa a qualidade de vida de pessoas. Ademais, não há pior inimigo da
provisão pública de medicamentos (e incluindo do estado de saúde) que a ilusão de que
é possível continuar proporcionando indiscriminadamente qualquer medicamento a
todos, independentemente de sua efetividade e custo.
11

Finalmente, o estágio atingiu o objetivo esperado, proporcionando uma visão


bastante ampla acerca de algumas das funções e responsabilidades do profissional
farmacêutico na área de saúde pública.
12

REFERÊNCIAS

 A assistência farmacêutica no SUS / Conselho Federal de Farmácia, Conselho


Regional de Farmácia do Paraná ; organização Comissão de Saúde Pública do Conselho
Federal de Farmácia , Comissão de Assistência Farmacêutica do Serviço Público do CRF-
PR. – Brasília: Conselho Federal de Farmácia, 2010. 60 p.

 Araújo, A. L. A. et al. Perfil da assistência farmacêutica na atenção primária do


Sistema Único de Saúde. Ciência & Saúde Coletiva, 13(Sup):611-617, 2008.

 Uso Racional de Medicamentos. Ministério da Saúde. Disponível em:


<https://www.gov.br/saude/pt-br/composicao/sctie/daf/uso-racional-de-medicamentos>.

 ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE. Atenção Farmacêutica no Brasil:


trilhando caminhos. Relatório 2001-2002. Brasília, Organização Pan-americana De Saúde, 46
p, 2002a.

 MARIN, N. Educação farmacêutica nas Américas. Olho Mágico. v. 9, n.1, p. 41-43,


2002.

 Rename 2022. Disponível em: <https://www.gov.br/conitec/pt-br/assuntos/rename-


2022>.

 Brasil. Ministério da Saúde. Relação nacional de medicamentos essenciais : Rename.


Ministério da Saúde, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos, Departamento
de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. – 5. ed. – Brasília : Editora do Ministério
da Saúde, 2007. 286 p. : il. – (Serie B. Textos Básicos de Saúde).

 Componente Básico da Assistência Farmacêutica. Secretaria da Saúde PR.


Disponível em: <https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Componente-Basico-da-
Assistencia-Farmaceutica>. Acesso em: 4 nov. 2022.

 Política de Descentralização do Componente Especializado da Assistência


Farmacêutica - PDCEAF | Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais. Disponível em:
<https://www.saude.mg.gov.br/component/gmg/page/1865-politica-de-descentralizacao-do-
componente-especializado-da-assistencia-farmaceutica-pdceaf>. Acesso em: 5 nov. 2022.

Você também pode gostar