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UNIVERSIDADE DE GUARULHOS

NÚCLEO DE SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO

EXPLORANDO A SELETIVIDADE ALIMENTAR EM INDIVÍDUOS NO


ESPECTRO AUTISTA: CAUSAS E ESTRATÉGIAS DE
INTERVENÇÃO

Suellen Rosa Silva Carlos

Guarulhos – São Paulo


Novembro,2023
UNIVERSIDADE DE GUARULHOS
NÚCLEO DE SAÚDE
CURSO DE NUTRIÇÃO

EXPLORANDO A SELETIVIDADE ALIMENTAR EM INDIVÍDUOS NO


ESPECTRO AUTISTA: CAUSAS E ESTRATÉGIAS DE
INTERVENÇÃO

Suellen Rosa Silva Carlos

Projeto de Pesquisa apresentado como requisito


parcial para conclusão do curso de Nutrição sob
orientação da Profª Drª Debora Santos Alves de
Oliveira.

Guarulhos - SP
Novembro,2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4

2. JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 6

3. OBJETIVOS.......................................................................................................... 8

3.1. Objetivo geral .................................................................................................... 8

3.2. Objetivos específicos ......................................................................................... 8

4. METODOLOGIA ................................................................................................... 9

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 10

5.1. O Transtorno do Espectro Autista (TEA) ......................................................... 10

5.2. A Seletividade Alimentar no TEA..................................................................... 12

5.3. Transtornos de Processamento Sensorial e Autismo ...................................... 14

5.4. Intervenção Nutricional na Seletividade Alimentar no TEA ............................. 16

6. DISCUSSÃO....................................................................................................... 18

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 19

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 20
4

1. INTRODUÇÃO
O autismo representa uma síndrome comportamental que abrange
dificuldades nas áreas ligadas à comunicação, abrangendo tanto a verbal quanto a
não verbal, além de afetar o comportamento geral e o desenvolvimento
neuropsicológico (ORRÚ, 2009; QUEIROZ et al., 2018). Os distúrbios dentro do
espectro autista geralmente se manifestam na infância e têm a tendência de persistir
até a adolescência e a idade adulta. A prevalência é mais alta em meninos,
ocorrendo numa proporção de 3,5 a 4,0 homens para cada mulher (MOREIRA,
2019).
À medida que algumas crianças amadurecem, observa-se uma melhora em
suas condições, possibilitando uma vida comum. Apesar da ausência de uma cura
para o autismo, há uma gama de tratamentos disponíveis que trazem benefícios aos
indivíduos afetados. Os principais objetivos dessas intervenções são a redução dos
sintomas comportamentais, permitindo que algumas crianças alcancem um
desenvolvimento impressionante na linguagem e conquistem independência.
Notavelmente, nenhum medicamento se mostrou eficaz para tratar o transtorno do
espectro autista (SILVA et al., 2021; QUEIROZ et al., 2018).
Quanto mais cedo o diagnóstico for feito e as intervenções terapêuticas,
incluindo medicamentos quando necessários, forem iniciadas, maiores serão as
chances de um desenvolvimento saudável. Esse início precoce é crucial para
garantir a qualidade de vida da criança (PAIVA; GONÇALVES, 2020).
Após o diagnóstico, é de suma importância que tanto a criança quanto seus
responsáveis recebam apoio de uma equipe multidisciplinar que inclua profissionais
como nutricionistas. A nutrição desempenha um papel significativo como uma das
opções de intervenção para esse transtorno, contribuindo para a redução de
sintomas comportamentais e problemas gastrointestinais (PAIVA; GONÇALVES,
2020; CAMPELLO et al., 2021).
O Transtorno de Processamento Sensorial, também conhecido como
Disfunção de Integração Sensorial, é caracterizado como a incapacidade do sistema
nervoso central em efetivamente modular, distinguir, organizar e coordenar as
sensações provenientes do corpo e do ambiente, de acordo com a definição de Jean
Ayres, uma Terapeuta Ocupacional e Neurocientista renomada que desenvolveu a
Teoria de Integração Sensorial (SOUZA e NUNES, 2019).
5

Conforme indicado por Souza e Nunes (2019) em uma análise da literatura


acerca do Transtorno de Processamento Sensorial no contexto do autismo, existem
três categorias principais: (1) Transtornos Motores de Base Sensorial, caracterizados
por dificuldades na utilização eficaz do corpo no ambiente, seja devido a problemas
posturais ou desafios no planejamento motor; (2) Transtornos de Discriminação
Sensorial, envolvendo déficits na percepção e interpretação da qualidade dos
estímulos sensoriais, levando a imprecisões na discriminação; (3) Transtornos de
Modulação Sensorial, que englobam dificuldades do sistema nervoso em regular de
maneira apropriada a intensidade, duração e frequência da resposta aos estímulos
sensoriais, sendo categorizados como hiper-resposta, hiporesposta e busca
sensorial.
Diversos estudos sugerem que a seletividade alimentar em crianças com TEA
(Transtorno do Espectro Autista) está ligada a diversos fatores, tanto causadores
como relacionados. Entre esses fatores, encontram-se a sensibilidade sensorial, que
engloba dificuldades com as texturas, aparência, sabor, cheiro e temperatura dos
alimentos; alterações musculares e funcionais na região oral, levando a problemas
de mastigação e deglutição; disfunções fisiológicas, como alergias, refluxo
gastrointestinal e constipação; questões emocionais, como ansiedade e depressão;
inflexibilidade e rigidez comportamental, incluindo rituais alimentares como o uso
consistente de certos utensílios ou preferências específicas quanto à preparação e
apresentação dos alimentos, bem como evitar que diferentes itens no prato entrem
em contato; dinâmicas familiares que abrangem desde os hábitos e preferências
alimentares até abordagens dos pais, como incentivo, paciência, insistência e
permissividade; e, por fim, questões comportamentais que envolvem potenciais
recompensas secundárias, como receber atenção da mãe ou optar apenas pelos
alimentos favoritos (NADON & COLS., 2010; NADON & COLS., 2011; SUAREZ,
NELSON E CURTIS, 2012; HUBBARD & COLS., 2014; JOHNSON & COLS., 2014;
LÁZARO & PONDÉ, 2017; MIYAJIMA & COLS., 2017; SUAREZ, 2017; CHISTOL &
COLS., 2018; SEIVERLING & COLS., 2018).
A pesquisa será um levantamento bibliográfico abrangente que buscará
revisar e analisar artigos relacionados à incidência, intervenção e tratamento de
comportamentos de recusa ou seletividade alimentar, bem como transtornos ou
alterações no processamento sensorial em crianças diagnosticadas com Transtorno
do Espectro do Autismo.
6

2. JUSTIFICATIVA
A seletividade alimentar em indivíduos no espectro autista é um tema de
grande relevância e interesse, que merece uma análise aprofundada devido às
implicações significativas que essa questão tem na qualidade de vida e no
desenvolvimento desses indivíduos. Neste contexto, a justificativa para explorar
esse tema está embasada em várias razões importantes:

➢ Prevalência significativa: Estudos indicam que a seletividade alimentar é


uma característica comum em crianças e adultos no espectro autista.
Estima-se que até 90% das crianças com autismo apresentam alguma
forma de seletividade alimentar. Essa alta prevalência faz com que o tema
seja de grande importância clínica e social.

➢ Impacto na qualidade de vida: A seletividade alimentar pode levar a uma


dieta restrita e desequilibrada, que pode afetar negativamente a saúde e o
bem-estar dos indivíduos autistas. A falta de variedade na alimentação
pode levar a deficiências nutricionais, problemas de crescimento,
problemas gastrointestinais e até mesmo distúrbios do comportamento.

➢ Desafios no tratamento: A seletividade alimentar em indivíduos autistas


apresenta desafios únicos no que diz respeito ao diagnóstico e
tratamento. Compreender as causas subjacentes dessa seletividade
alimentar é fundamental para o desenvolvimento de estratégias de
intervenção eficazes.

➢ Qualidade de vida da família: A seletividade alimentar também pode


afetar a qualidade de vida das famílias de indivíduos autistas. Isso pode
causar estresse, ansiedade e dificuldades no dia a dia, uma vez que as
famílias muitas vezes se veem limitadas na escolha de alimentos e em
situações sociais relacionadas à alimentação.

➢ Necessidade de intervenção personalizada: Cada indivíduo autista é


único, e suas preferências alimentares e desafios podem variar
amplamente. Portanto, é essencial entender as causas individuais da
seletividade alimentar e desenvolver estratégias de intervenção
7

personalizadas que considerem as necessidades específicas de cada


pessoa.

➢ Potencial para melhorias na qualidade de vida: Com intervenções


adequadas, é possível melhorar significativamente a seletividade
alimentar em indivíduos autistas, o que pode resultar em benefícios
substanciais para sua saúde, bem-estar e inclusão social.

Portanto, a pesquisa e a exploração do tema "Explorando a Seletividade


Alimentar em Indivíduos no Espectro Autista: Causas e Estratégias de Intervenção"
são fundamentais para fornecer uma compreensão mais profunda dessa questão
complexa e para desenvolver abordagens terapêuticas que melhorem a qualidade
de vida desses indivíduos e suas famílias. Além disso, essa pesquisa pode contribuir
para uma sociedade mais inclusiva e sensível às necessidades dos autistas.
8

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo geral


O objetivo principal deste trabalho é realizar uma revisão bibliográfica de
artigos relacionados à incidência, intervenção e tratamento de comportamentos de
recusa ou seletividade alimentar, bem como transtornos ou alterações no
processamento sensorial em crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro
do Autismo.

3.2. Objetivos específicos


Os objetivos específicos deste estudo são os seguintes:

➢ Investigar a possível relação entre a seletividade alimentar e o transtorno


de processamento sensorial em crianças diagnosticadas com Transtorno
do Espectro do Autismo (TEA).

➢ Comparar a prevalência da seletividade alimentar em crianças com TEA


em relação a outros grupos de crianças sem o diagnóstico, avaliando se a
seletividade alimentar é mais comum entre as primeiras.

➢ Avaliar a eficácia das abordagens que utilizam estratégias ou recursos


sensoriais no tratamento da seletividade alimentar em crianças com TEA,
analisando se essas abordagens produzem resultados positivos.
9

4. METODOLOGIA
Foi conduzida uma busca por artigos no período de agosto e setembro de
2023 em diversas bases de dados eletrônicas, incluindo a Literatura Latino
Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), Scielo, Pubmed e
Cochrane. Essa pesquisa teve como foco principal a identificação de estudos
publicados que abordassem a seletividade alimentar e as alterações sensoriais em
crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA).
Os descritores utilizados para essa busca foram os seguintes: "autismo" ou
"transtorno do espectro do autismo", "transtorno do processamento sensorial" ou
"disfunções de integração sensorial" ou "alterações sensoriais", "dificuldades
alimentares" ou "problemas alimentares" ou "seletividade alimentar", e suas
respectivas traduções em inglês, combinados. Os idiomas considerados na pesquisa
foram o português e o inglês. O período de publicação dos artigos selecionados
abrangeu os últimos 10 anos, ou seja, de setembro de 2009 a novembro de 2019.
Foram estabelecidos critérios de exclusão para a seleção dos artigos, os
quais incluíram: estudos que não abordassem questões relacionadas a alterações
sensoriais e/ou alimentares em indivíduos com TEA; estudos relacionados à
Síndrome de Rett (uma condição distinta do TEA de acordo com o DSM-V) ou outros
diagnósticos diferentes; estudos focados exclusivamente em aspectos nutricionais
dos problemas alimentares; pesquisas que não considerassem as questões
sensoriais no tratamento da seletividade alimentar em crianças com TEA. Além
disso, foram excluídas revisões bibliográficas e estudos que não estavam
disponíveis integralmente na Internet.
10

5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

5.1. O Transtorno do Espectro Autista (TEA)


Segundo Bialer e Voltolini (2022), o autismo é um transtorno relacionado ao
desenvolvimento psicomotor que impacta as habilidades sociais e de comunicação,
podendo inclusive prejudicar o desenvolvimento da coordenação motora desde a
infância. Este transtorno é caracterizado pela interrupção precoce da sociabilização
e é considerado um transtorno do neurodesenvolvimento. Suas principais
características incluem dificuldade na interação social, comunicação limitada,
comportamentos repetitivos, déficit de atenção e um desempenho abaixo do
esperado para a faixa etária. (SAHA. et al, 2022 e TALUKDAR; DEBA E SIGH,
2023)

De acordo com Tamanaha, Perissinoto e Chiari (2008), o autismo foi


identificado pela primeira vez em 1943 por Leo Kanner, um psiquiatra austríaco. Ele
conduziu um estudo com 11 garotos que demonstravam comportamentos atípicos
em suas interações sociais e respostas a ambientes específicos. Kanner nomeou
esses comportamentos como "distúrbios autísticos do contato afetivo". Estes
comportamentos incluíam dificuldades na interação social, tanto em termos de
sociabilização precoce quanto em respostas inesperadas em situações sociais. O
Transtorno do Espectro Autista (TEA) é considerado um transtorno invasivo do
desenvolvimento e, como resultado, muitas vezes essas pessoas enfrentam estigma
social e são subestimadas. No entanto, é importante notar que indivíduos com
autismo podem exibir habilidades notáveis.

Até os dias atuais, a etiologia do autismo continua sendo objeto de


investigação por meio dos avanços nas áreas da genética, neurobiologia e
neuroimagem. Apesar do conhecimento acumulado sobre o transtorno ao longo do
tempo, a ciência continua progredindo na busca pelo entendimento das causas
subjacentes e na identificação de abordagens terapêuticas mais eficazes.
(KLIN,2006) É crucial que a detecção precoce dos sinais relacionados ao autismo
seja realizada, a fim de iniciar o tratamento prontamente, proporcionando uma
resposta mais favorável aos estímulos e resultados a longo prazo. Vale ressaltar que
o autismo não deve ser classificado como uma doença, uma vez que não existe uma
cura definitiva para ele. (SAHA. et al, 2022)
11

Enquanto para uma criança que não possui o transtorno, atividades do


cotidiano como brincadeiras, conversas e interações com outras crianças são ações
simples e naturais, crianças com autismo enfrentam desafios consideráveis para
estabelecer conexões com outras pessoas, seja com crianças da mesma faixa etária
ou mesmo com seus próprios pais e familiares5.

Talukdar, Deba e Singh, (2023) expõem que cada indivíduo com Transtorno
do Espectro Autista (TEA) experimenta o transtorno de maneira única, já que não há
um padrão definido de sinais e sintomas. Todos os autistas possuem suas próprias
características individuais, podendo apresentar sintomas mais evidentes ou mesmo
sintomas que nem sempre são facilmente perceptíveis. Com o tempo, foi observado
que existem diferentes graus de afetação e manifestações comportamentais
variadas. Foi assim que surgiu o conceito de transtornos do espectro do autismo,
reconhecendo a diversidade de espectros em que cada indivíduo portador se
encaixa de acordo com suas particularidades.

Durante as décadas de 1960 e 1970, estudos adicionais foram conduzidos,


apresentando dados mais avançados que indicavam uma estimativa de
aproximadamente uma criança autista para cada 2.500 crianças (Center for Disease
Control and Prevention, 2014). Atualmente, estima-se que esses números tenham
aumentado em até 30 vezes. Nos anos 2000, nos Estados Unidos da América
(EUA), o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) estabeleceu o
programa de Monitoramento do Autismo e Deficiências do Desenvolvimento (Autism
and Developmental Disabilities Monitoring - ADDM), que é responsável por conduzir
pesquisas epidemiológicas sobre o autismo a cada dois anos. (ALEMEIDA E
NEVES, 2023)

Segundo Klin (2006), é crucial destacar que o aumento no número de


diagnósticos de autismo indica que mais indivíduos estão sendo identificados com
essa condição ou condições similares, e não necessariamente que a incidência geral
do transtorno esteja aumentando. Essa tendência levou muitas pessoas a
acreditarem na existência de uma suposta "epidemia" de autismo. No entanto, até o
presente momento, não foram obtidas evidências suficientemente convincentes para
respaldar essa afirmação. Na década de 1980, surgiu a ideia errônea de que fatores
ambientais e vacinas poderiam estar contribuindo para essa suposta "epidemia" de
12

autismo, levando algumas pessoas a planejarem boicotes aos programas de


vacinação. Esse equívoco resultou em problemas reais e na propagação de doenças
para a população em geral

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca


de 1 a cada 68 crianças é afetada pelo transtorno, e esse número tem apresentado
um aumento constante na sociedade. Em contraste, em 1966, o pesquisador Victor
Lotter relatou que aproximadamente 4,5 a cada 10 mil crianças na Inglaterra eram
portadoras do transtorno. (ALMEIDA E NEVES, 2020)

5.2. A Seletividade Alimentar no TEA


O conceito de seletividade alimentar não foi uniformemente definido de forma
operacional, e há poucos estudos que investigam os padrões alimentares de
crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Alguns pesquisadores
utilizaram diferentes abordagens para definir a seletividade alimentar.

A seletividade alimentar pode ou não estar relacionada ao Transtorno do


Espectro do Autismo (TEA). Ela é frequentemente definida pela extrema restrição no
consumo de alimentos e pela recusa em consumir certos tipos de alimentos. Essa
característica é mais comumente observada na primeira infância e pode ser
acompanhada por comportamentos atípicos, como chorar, atrasar ou recusar a
alimentação, birras ou frustrações. (CAMPELLO. et al, 2021)

Nadon et al. (2010 e 2011) definiram a seletividade alimentar como problemas


alimentares relacionados à ingestão limitada de alimentos e recusa em experimentar
novos alimentos. Bandini et al. (2010) consideraram a seletividade alimentar com
base em três características: recusa de alimentos, dieta com poucos itens e ingestão
repetitiva de alimentos específicos.

Tanner et al. (2015) questionaram a falta de uma definição objetiva e


quantificável para a seletividade alimentar e estabeleceram que uma pessoa seria
considerada seletiva se consumisse um total de 50 alimentos ou menos em um ano.
Essa definição foi baseada em um estudo nacional americano sobre saúde e
nutrição que utilizou um Questionário Nacional de História da Dieta.
13

Marshall et al. (2016) definiram dificuldades alimentares como o consumo


limitado de variedade alimentar em diferentes grupos de alimentos, como menos de
dez itens por categoria, incluindo frutas/vegetais, alimentos ricos em proteínas e
alimentos ricos em carboidratos. Eles também consideraram o consumo limitado de
texturas apropriadas para a idade, refeições com duração prolongada (mais de 30
minutos) e comportamentos indesejáveis durante as refeições.

Para crianças com TEA, os problemas alimentares foram descritos por


Johnson et al. (2014) como seletividade alimentar, recusa de alimentos e
comportamentos disruptivos durante as refeições.

Além disso, estudos adicionais, como o de Crasta et al. (2014), identificaram


preferências e práticas alimentares idiossincráticas, limitações na escolha de
alimentos devido a questões de textura, seletividade em relação a categorias de
alimentos e disfagia, levando à recusa alimentar.

Um estudo realizado por Lázaro e Pondé (2017) envolveu entrevistas


semiestruturadas com dezoito mães de indivíduos com TEA entre 5 e 28 anos. Os
resultados desse estudo revelaram características comuns em relação a padrões
alimentares, atitudes familiares e comportamentos alimentares relacionados ao TEA.
As semelhanças incluíram dificuldades na amamentação e na mastigação,
mudanças nos hábitos alimentares, preferências restritas a determinados alimentos,
aversão a temperos, legumes, verduras e frutas, além de relação com escolhas
baseadas em cheiro e textura dos alimentos. No entanto, não houve um padrão
comum a todos os indivíduos com TEA, uma vez que algumas crianças preferiam
alimentos secos e crocantes, enquanto outras preferiam alimentos macios ou
amassados.

Em relação aos hábitos alimentares das famílias, Lázaro e Pondé (2017)


identificaram semelhanças com os indivíduos com TEA, embora algumas crianças
se alimentassem separadamente. A aceitação das recusas alimentares pelos filhos,
por parte das mães, contribuía para a seletividade. Também foram observadas
reações comportamentais e físicas às comidas, como irritação, agitação, aumento
das estereotipias, dificuldades para dormir e problemas gastrointestinais, em
resposta a alimentos específicos, como aqueles contendo glúten, leite, chocolate e
café. Alimentos eram frequentemente utilizados como recompensas, e o
14

comportamento das crianças com TEA era visto às vezes como uma estratégia para
consumir apenas os alimentos de sua preferência, com reações exageradas aos
alimentos novos ou não preferidos, como náusea, vômito, resistência e recusa, às
vezes de maneira agressiva.

A seletividade alimentar está relacionada a fatores sensoriais, incluindo o


sabor, o aroma e a textura dos alimentos. Além disso, ela pode ser influenciada por
características como hipersensibilidade ou hipossensibilidade sensorial, que podem
ser observadas em alguns indivíduos com Transtorno do Espectro do Autismo
(TEA). (ZULKIFLI. et al, 2022) Essa seletividade também pode estar ligada à falta de
interesse por determinados alimentos, à recusa alimentar e à perda de apetite,
resultando em uma aversão ao novo e contribuindo para deficiências nutricionais
devido às restrições alimentares. (ROCHA. et al, 2019)

É importante notar que crianças com TEA têm cinco vezes mais chances de
apresentar problemas alimentares do que aquelas que não têm o transtorno. Esses
problemas muitas vezes estão associados ao consumo frequente de alimentos
ultraprocessados e aos padrões comportamentais mencionados anteriormente, que
impactam as refeições. Essas condições podem resultar em uma dieta pouco
variada e, consequentemente, aumentar o risco de deficiências nutricionais.
(ZULKIFLI. et al, 2022)

5.3. Transtornos de Processamento Sensorial e Autismo


McCormick et al (2016) descreveram os sintomas sensoriais em crianças com
Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) com base em três padrões (Miller et al.
2007).

➢ Hiperresponsividade: Este padrão envolve reações exageradas a


estímulos sensoriais, como cobrir os ouvidos em resposta a sons altos
ou sentir desconforto em situações de higiene.

➢ Hiporresponsividade: Nesse caso, as crianças apresentam respostas


subdimensionadas, tardias ou até mesmo a falta de resposta a
estímulos sensoriais, como não reagir a sons ou ter uma baixa
percepção da dor.
15

➢ Busca Sensorial: Este padrão se manifesta como um forte desejo ou


fascínio por estímulos sensoriais, muitas vezes de forma intensa e
repetitiva. Isso pode incluir o hábito de olhar fixamente para luzes ou
objetos por longos períodos ou colocar objetos na boca com
frequência.

Além desses três padrões, Ausderau e Cols (2014) acrescentaram outra


categoria, a percepção aprimorada, que se refere a uma sensibilidade elevada para
estímulos sensoriais específicos, como uma audição excepcionalmente aguçada ou
a capacidade de perceber pequenos detalhes visuais.

Os estudos revisados frequentemente empregaram dois instrumentos


principais para avaliar as características sensoriais em crianças. Esses instrumentos
são o "Sensory Profile" (Perfil Sensorial) e o "Short Sensory Profile" (Perfil Sensorial
Curto), ambos desenvolvidos por Dunn em 1999. Esses questionários são
preenchidos pelos pais e têm como objetivo avaliar como as crianças respondem
aos estímulos sensoriais em suas atividades cotidianas. Eles utilizam uma escala
Likert de cinco pontos, que varia de "sempre" a "nunca", permitindo aos pais indicar
com que frequência seus filhos reagem a diferentes estímulos sensoriais no contexto
de suas vidas diárias.

O "Sensory Profile" abrange um total de 125 itens que se concentram em


nove fatores relacionados às dificuldades no processamento sensorial. Esses fatores
incluem a busca sensorial, reações emocionais, baixa resistência/tônus muscular,
sensibilidade oral, desatenção/distração, registro insatisfatório de estímulos,
sensibilidade sensorial geral, níveis de atividade física e habilidades motoras finas e
perceptivas. (NADON & COLS, 2011; AUSDERAU & COLS., 2014; JOHNSON &
COLS., 2014; TANNER & COLS., 2015; MCCORMICK, 2016; SUAREZ, 2017;
CHISTOL & COLS., 2018). Por outro lado, o "Short Sensory Profile" consiste em
uma versão reduzida do primeiro, compreendendo apenas 38 itens. Esses itens
estão organizados em sete subescalas que abordam aspectos específicos da
sensibilidade sensorial, como a sensibilidade tátil, a sensibilidade ao paladar e ao
olfato, a sensibilidade ao movimento, a busca por sensações, a filtragem auditiva, a
baixa energia ou fraqueza e a sensibilidade visual e auditiva.
16

As respostas dos pais nos questionários são pontuadas e classificadas com


base em comparações com a média de uma amostra de crianças com
desenvolvimento típico, que foi usada para validar esses instrumentos. A
classificação resultante pode ser categorizada como "padrão típico", "diferença
provável" ou "diferença definitiva", dependendo das respostas das crianças com TEA
em relação à média das crianças com desenvolvimento típico. (NADON & COLS,
2011; AUSDERAU & COLS., 2014; JOHNSON & COLS., 2014; TANNER & COLS.,
2015; MCCORMICK, 2016; SUAREZ, 2017; CHISTOL & COLS., 2018).

5.4. Intervenção Nutricional na Seletividade Alimentar no TEA


Uma ingestão desequilibrada de nutrientes e uma oferta inadequada de
energia em pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) são causas de
preocupação, uma vez que a quantidade de micronutrientes consumidos está
intimamente ligada à quantidade de energia ingerida. Portanto, é provável que
crianças com uma ingestão energética mais baixa enfrentem deficiências de
vitaminas e minerais (CAETANO; GURGEL, 2018).

O desenvolvimento infantil está estreitamente associado à ingestão de


nutrientes, e os padrões alimentares restritos ou seletivos podem perturbar o bem-
estar dessas crianças, levando a riscos de desnutrição. Portanto, a alimentação das
crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) não deve se limitar a
simplesmente adicionar ou excluir grupos alimentares, mas sim garantir uma dieta
equilibrada para promover seu crescimento saudável (PEREIRA et al., 2021). A
preferência por alimentos processados e ricos em amido, a aversão a uma
variedade de alimentos e a escolha por itens calóricos, ricos em gordura e açúcar,
mas carentes de nutrientes, é comum em crianças autistas (MARQUES, 2021).
Esses comportamentos alimentares restritivos podem afetar diretamente o consumo
de alimentos e contribuir para o excesso de peso (MORAES et al., 2022).

É crucial monitorar o consumo de alimentos não saudáveis, as limitações


alimentares e os padrões alimentares dessas crianças. Esses comportamentos
restritivos individuais podem resultar em deficiências nutricionais, sendo as mais
comuns em cálcio, zinco, magnésio, antioxidantes e ômega 3, além de um possível
excesso de cobre. Portanto, é essencial planejar e cuidar da alimentação dessas
17

crianças de forma rigorosa para garantir uma nutrição adequada (ALMEIDA et al.,
2018).

Um aspecto crucial no sucesso da terapia nutricional para crianças com TEA


é a consideração de sua individualidade, juntamente com a colaboração de uma
equipe multiprofissional. É importante avaliar a necessidade de suplementação e
ajustar a dieta em vários aspectos para promover ganhos nutricionais e disposição
física que atendam às demandas das terapias comportamentais (PEREIRA et al.,
2021).

Para que uma criança permita a inclusão de novos alimentos em sua dieta, é
um processo gradual que envolve etapas como explorar visualmente o alimento,
cheirá-lo, tocá-lo, prová-lo e, por fim, comê-lo. A criança deve aprender a associar a
alimentação com segurança, o que é fundamental para promover o desenvolvimento
sensorial e a aceitação de novos alimentos (OLIVEIRA; SOUZA, 2022).

Um estudo conduzido por Oliveira e Souza (2022) demonstrou uma conexão


clara entre alterações sensoriais e seletividade alimentar, destacando a importância
de compreender o papel dos sistemas sensoriais na alimentação. Através de uma
intervenção de integração sensorial, foi possível promover o desenvolvimento
sensoriomotor da criança, o que teve impactos significativos no processo de
alimentação.

O preparo de frutas e vegetais minimamente processados pode envolver


atividades agradáveis que estimulam a imaginação, graças aos formatos lúdicos, e
promovem o desenvolvimento da coordenação motora através de tarefas como corte
e modelagem. Além disso, as diversas cores, aromas, sabores e texturas dos
vegetais estimulam a percepção sensorial (GIANNONI et al., 2018).

A alimentação adequada na infância desempenha um papel fundamental na


promoção da qualidade de vida e no desenvolvimento saudável das crianças. O
acompanhamento nutricional pode desempenhar um papel crucial na abordagem da
seletividade alimentar, contribuindo para melhorar a qualidade de vida das crianças
e suas famílias. Além disso, a prática de atividade física, quando combinada ao
acompanhamento nutricional, pode ser um fator adicional para melhorar a saúde
(CAMPELLO et al., 2021).
18

6. DISCUSSÃO
Os estudos que se concentraram especificamente nos aspectos sensoriais
em crianças com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) investigaram os padrões
sensoriais dessa população. McCormick e colaboradores (2016) observaram uma
maior incidência de sintomas relacionados à sensibilidade ao paladar e olfato, bem
como à filtragem auditiva, e esses sintomas foram associados a problemas
alimentares e déficits sociais. Ausderau et al. (2014) identificaram quatro categorias
comportamentais de respostas sensoriais - hiporresponsividade,
hiperresponsividade, busca sensorial e percepção aprimorada - mas notaram que
esses padrões variavam consideravelmente, relacionando a hiperresponsividade a
maior gravidade no autismo. Kirby, White e Baranek (2015) estabeleceram
correlações entre o aumento da tensão objetiva, evidenciado pelo impacto
observável na vida do cuidador, e da tensão subjetiva internalizada, ou seja, os
sentimentos negativos, com a hiperresponsividade também. (AUSDERAU & COLS.,
2014; KIRBY, WHITE E BARANEK, 2015; MCCORMICK E COLS., 2016)

É fundamental também considerar os aspectos sociais, culturais e


econômicos de cada família, uma vez que as transformações afetam todo o contexto
familiar. Além disso, é imperativo questionar o consumo de alimentos em relação à
disponibilidade, levando em conta que os alimentos frequentemente consumidos
refletem a realidade social do indivíduo e de sua família, influenciados por fatores
socioculturais, hábitos alimentares familiares e a maneira como a influência midiática
impacta as vidas das crianças em um mundo altamente informatizado. A
alimentação é moldada pela oferta, pelo contexto social e pelas relações
estabelecidas dentro do núcleo familiar (PEREIRA et al., 2021).

A adoção de estratégias comportamentais para ampliar a variedade alimentar


e modificar os hábitos alimentares de pacientes com autismo é de suma importância
para promover melhorias na saúde. A educação nutricional se destaca como uma
intervenção significativa nesse contexto, pois pode contribuir para superar as
barreiras que exercem influência direta na nutrição de indivíduos com autismo
(PEREIRA et al., 2021).
19

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
É evidente que a relação entre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA),
comportamentos alimentares restritivos e alterações sensoriais é complexa e
multifacetada. O entendimento desses elementos é crucial para garantir o bem-estar
das crianças com TEA e promover sua qualidade de vida. Foi observado que as
alterações sensoriais desempenham um papel significativo na seletividade alimentar,
e os padrões sensoriais variam amplamente entre os indivíduos com TEA. Isso
destaca a importância de uma abordagem individualizada no tratamento e na terapia
nutricional, considerando as necessidades específicas de cada criança. Além disso,
a influência de fatores sociais, culturais e econômicos não pode ser subestimada. O
ambiente familiar desempenha um papel fundamental na construção dos hábitos
alimentares das crianças com TEA. Portanto, a intervenção deve considerar não
apenas a criança, mas também a dinâmica familiar e os recursos disponíveis.

Estratégias comportamentais, incluindo a educação nutricional, têm se


mostrado eficazes para melhorar a variedade alimentar e superar as barreiras que
afetam a nutrição das crianças com TEA. A abordagem multidisciplinar, envolvendo
profissionais de saúde, terapeutas e nutricionistas, é fundamental para fornecer um
suporte abrangente e personalizado. Concluindo que a pesquisa e a intervenção
relacionadas aos comportamentos alimentares em crianças com TEA devem
considerar a interação complexa entre fatores sensoriais, sociais, culturais e
econômicos. Ao adotar uma abordagem holística e individualizada, é possível
melhorar a qualidade de vida e promover uma alimentação mais saudável para
essas crianças e suas famílias.
20

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