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Doença celíaca

Módulo: Nutrição em Situações Especiais I


Profª: Lorrainy Cortez
Introdução
● A alergia alimentar é definida como um efeito adverso à saúde resultante
de uma resposta imunológica específica, que ocorre de forma reproduzível
na exposição a determinado alimento.

● A intolerância alimentar é uma reação adversa a um alimento ou


componente que resulta da incapacidade do corpo de digerir, absorver ou
metabolizar um alimento ou um componente do alimento. Essas reações
não imunomediadas são causadas por mecanismos metabólicos,
toxicológicos, farmacológicos, microbianos e indefinidos (idiopáticos).

● Intolerância ou sensibilidade ao glúten não celíaca (STNC) é definida como


sintomas intestinais e extraintestinais que ocorrem na presença do glúten
na dieta e que desaparecem quando se retira o glúten da dieta. Inclui uma
reação ao glúten, bem como a outros componentes do trigo, como
frutanos.
KRAUSE, 2022.
Doença celíaca
● Enteropatia onde ocorre uma reação auto-imune quando existe a presença de
glúten na dieta.

Ingestão do
Enteropatia glúten (trigo, Geneticamente
imunomediada centeio e susceptíveis
cevada)

●Prevalência Mundial
○ 1%

KRAUSE, 2022.
Combinação de 4 fatores

Gatilhos do
ambiente
❑ Fisiopatologia
Exposição
ao glúten ❑Reação autoimune às prolaminas
(proteínas) do trigo, centeio e
cevada.
Resposta
autoimune Susceptibilidade
genética
❑Um pequeno número também pode
reagir às proteínas da aveia
(aveninas)

KRAUSE, 2022.
Fisiopatologia

Gatilhos do
ambiente

Exposição ● Peptídeos do glúten geralmente são


ao glúten mais resistentes à digestão completa.

● Intestino normal (barreira intacta, não


Resposta há translocação intestinal).
autoimune Susceptibilidade
genética
● Em pessoas com doença celíaca, esses
peptídeos viajam do lúmen intestinal
até a lâmina própria, desencadeando
resposta inflamatória.

KRAUSE, 2022.
Fisiopatologia

TEIXEIRA, 2012.
Características
❑ Morfologia
❑Mais comum: porções do duodeno
e jejuno proximal
❑ Atrofia de vilosidades
❑ Redução da altura dos enterócitos
❑ Inflamação (linfocitose
intraepitelial)

CUPPARI, 2019.
Características
❑Má absorção de nutrientes;

❑Lesão característica da mucosa intestinal;

❑Melhora histológica e clínica imediata após a retirada do glúten da


dieta.
Sinais e sintomas
Doença celíaca

✔ Diabetes tipo 2

✔ Tireoidite de Hashimoto
da prevalência de DC
✔ Hepatite autoimune

✔ Doenças com alterações


cromossômicas ( Sd. De down,
Willian e Turnner)

(Resende, P.V, G.,at al, 2017)


Diagnóstico
• Deve ser estabelecido pela combinação da avaliação clínica, laboratorial e
histológica.
• Marcadores mais sensíveis e específicos: anticorpos antitransglutaminase
da classe IgA e antiendomísio.
• Os testes genéticos HLA- DQ2/DQ8 não devem ser usados de forma
rotineira, apenas em situações específicas.
• Padrão- ouro para a confirmação do diagnóstico: biopsia da mucosa
intestinal

CUPPARI, 2019.
Avaliação nutricional
● Avaliar a deficiência de nutrientes antes do início da suplementação.
● Em todos os pacientes recém-diagnosticados, o profissional deve considerar a
verificação das concentrações de ferritina, ácido fólico, vitamina B12 e vitamina
D.
● Se os pacientes apresentarem sintomas mais graves, como diarreia, perda de
peso, má absorção ou sinais de deficiência nutricional, outras vitaminas, como
as solúveis em gordura (A, E, K), e minerais (zinco) devem ser verificadas.

● A reposição hidroeletrolítica é essencial para os desidratados por diarreia grave.

KRAUSE, 2022.
Terapia nutricional
Pacientes diagnosticados com doença celíaca precisam aderir rigorosamente à dieta com eliminação do
glúten ao longo de toda a vida

Adesão a dieta

Caso não sejam observados


resultados depois de 6-9 meses da
dietoterapia, deve-se procurar outro
Melhora ocorre em até diagnóstico
duas semanas

(SCOTT-STUMP 2011)
Terapia
nutricional

CUPPARI, 2019.
Continuação...

Terapia
nutricional

CUPPARI, 2019.
Terapia
nutricional

CUPPARI, 2019.
Terapia
nutricional

CUPPARI, 2019.
Terapia nutricional
✔ Em princípio, a dieta deve incluir baixas quantidades de fibra, devido ao achatamento
das vilosidades da mucosa. A ingestão pode ser aumentada, conforme tolerância.

✔ Ficar atento a intolerância a lactose, pois pode ser transitória.

✔ Com frequência a dieta e os produtos isentos de glúten são pobres em vitaminas do


complexo B, cálcio, Zinco, Magnésio, vitamina D e ferro, o que pode aumentar o risco de
deficiências nutricionais.

✔ Uma dieta com baixo teor de lactose ou frutose pode ser útil no controle dos sintomas,
pelo menos inicialmente.
✔ A aveia já foi considerada questionável para pessoas com DC, porém estudos extensos
mostraram que ela é segura na dieta sem glúten, desde que seja aveia pura e não
contaminada.
KRAUSE, 2022.
Terapia nutricional
Orientar o paciente com relação à
leitura de rótulos.

A expressão sem farinha não indica a isenção


de glúten

Verificar cuidadosamente todos os


ingrediente das receitas

Recomenda-se a inspeção cuidadosa nas


embalagens de pastas de dentes,
enxaguatórios bucais, batons, creme
hidratantes, chicletes, etc.
Terapia nutricional
É obrigatório por lei federal (Lei nº 10.674, de 16/05/2003) que
todos os alimentos industrializados informem em seus rótulos a
presença ou não de glúten para resguardar o direito à saúde dos
portadores de doença celíaca.
Doença diverticular
Doença diverticular
❑ Distúrbio que afeta frequentemente os cólons distal e sigmoide,
onde há formação de hérnias em formas de sacos (divertículos) na
parede do cólon devido a constipação crônica;

MAHAN et al., 2013; GROSSMAN; PORTH, 2016.


Doença diverticular
❑Sua incidência aumenta com a idade;

❑Na maioria dos indivíduos é assintomática;


❑15 a 20% sentem cólicas;
❑10 a 20% sofrem diverticulite;

❑Incidência
❑30% de indivíduos idade > 30 anos
❑50% de indivíduos idade > 70 anos
❑66% de indivíduos idade > 85 anos
MAHAN et al., 2013; GROSSMAN; PORTH, 2016.
Fisiopatologia
Baixa
ingestão
de fibras
Hábitos
intestinais
precários
Aumento da
pressão
intracolônica

Idade Sedentarismo

GROSSMAN; PORTH, 2016.


Doença diverticular
❑Sintomas da diverticulose
Maioria dos pacientes assintomáticos
❑Sintomáticos
Dor abdominal
Distensão por gases
Náuseas
Constipação

MAHAN et al., 2013; GROSSMAN; PORTH, 2016.


Doença diverticular
❑Diverticulite

Complicação da diverticulose: Inflamação nos divertículos;

Complicações: abscesso, perfuração aguda, sangramento agudo,


obstrução e sepse;

Sintomas: dor acompanhada de náuseas, vômitos,


hipersensibilidade no quadrante inferior esquerdo, febre baixa e
leucocitose.

MAHAN et al., 2013; GROSSMAN; PORTH, 2016.


Diverticulite
Tratamento
Diverticulite
◦Antibióticos
◦Terapia nutricional
◦Cirurgia (Em casos de complicações).
Diverticulose
◦Prevenção dos sintomas e complicações (TN)

MAHAN et al., 2013; GROSSMAN; PORTH, 2016.


Doença diverticular
❑Terapia nutricional na diverticulose
❑Necessidades nutricionais de acordo o estado
nutricional do paciente.
❑Incluir grande quantidade de líquidos (2 -3 litros/ dia);
❑Dieta rica em fibras (25 – 35g/dia), com aumento
gradual para evitar inchaço ou formação de gases;
❑Utilizar suplementos de fibras na impossibilidade de
consumi-las nos alimentos.

MAHAN et al., 2013.


Doença diverticular
Orientações ao paciente com diverticulose:

✔ Ingestão de fibras, pois aumenta o volume fecal, frequência de


movimentos intestinais e a velocidade do trânsito, além de diminuir a
pressão intracolônica
✔ Orientar o paciente a mastigar lentamente os alimentos
✔ Consumo adequado de líquidos
✔ Se houver problema de flatulência, informar ao paciente que deverá
transcorrer aproximadamente 6 semanas para que a microbiota
intestinal se adapte ao aumento do consumo de fibras
✔ Atividade e exercícios físicos
Doença diverticular
Orientações ao paciente com diverticulose:

✔ Historicamente, é comum, na prática clínica, recomendar que se


evitem nozes, sementes, cascas, milho e pipoca para prevenir
sintomas ou complicações da doença diverticular. Estudos mais
recentes, entretanto, não encontraram associação entre o consumo
de nozes, milho ou pipoca e hemorragia diverticular (Feuerstein e
Falchuk, 2016). Na verdade, foi demonstrada uma relação inversa
entre o consumo de nozes e pipoca e o risco de diverticulite,
sugerindo um efeito protetor.
Doença diverticular
❑Terapia nutricional na diverticulite

❑Exacerbação: dieta pobre em resíduos ou nutrição


parenteral;
❑Evolução da consistência da dieta e do teor de fibras;
❑Garantir uma ingestão adequada de proteína e ferro;
❑Dieta Hipolipídica (reduzir a pressão intracolônica).
❑Adicionar gradativamente fibras na dieta à medida que a
inflamação e a dor forem reduzindo.

MAHAN et al., 2013.


Referências
GROSSMAN, S. C.; PORTH, C. M. Fisiopatologia [tradução Carlos Henrique de Araújo
Cosendey, Maiza Ritomy Ide, Mariângela Vidal Sampaio Fernandes e Sylvia Werdmüller
von Elgg Roberto]. – 9. ed. – Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
RAYMOND, JANICE L. Krause & Mahan : alimentos, nutrição e dietoterapia / Janice L.
Raymond, Kelly Morrow ; revisão técnica Glorimar Rosa, Luara Bellinghausen Almeida ;
tradução Eliane de Cássia Garcia Diniz ... [et al.]. - 15. ed. - Rio de Janeiro : GEN | Grupo
Editorial Nacional S.A. Publicado pelo selo Editora Guanabara Koogan Ltda., 2022.
CUPPARI, L. Guia de nutrição clínica no adulto. 4. ed. -- Barueri, SP : Manole, 2019.

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