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ANA CAROLINA TÁVORA EUSTÁQUIO

RESENHA: TERAPIA NUTRICIONAL NO AUTISMO

SÃO BERNARDO DO CAMPO


2022
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ANA CAROLINA tÁVORA EUSTÁQUIO

RESENHA: TERAPIA NUTRICIONAL NO AUTISMO

São Bernardo do Campo


2022
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1. RESENHA 1: TERAPIA NUTRICIONAL EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO


DO ESPECTRO AUTISTA.

O Autismo ou Transtorno do Espectro Autista (TEA) como também é conhecido, é


caracterizado por uma variedade de desordens no desenvolvimento psicomotor que afeta a
capacidade de comunicação, interação interpessoal e do estado comportamental do
indivíduo. Eles apresentam alguns comportamentos e características específicas como:
interesses restritos, inteligência superior e fala intacta, limitações cognitivas e pouca
melhora clínica, outros acabam possuindo sérios problemas no desenvolvimento da
linguagem, alguns parecem fechados num mundo idealizado por eles e distantes, entre
muitos outros. Essas características variam de acordo com a gravidade da doença, podendo
ser de leve a debilitante e geralmente persistem ao longo da vida. Em casos específicos e
na apresentação dos sintomas precocemente, é possível realizar o diagnóstico antes dos
dois anos de idade.
Nos tempos atuais, sabemos que a maturidade intestinal tem grande importância no
desenvolvimento cognitivo, com isso, o comprometimento deste pode desencadear vários
problemas como a maior probabilidade de toxicidades, ou seja o sistema digestivo da
criança autista, ao invés de ser uma fonte de alimento, torna-se uma importante fonte de
toxicidade.
Com isso, a terapia nutricional se torna extremamente importante pois as paredes
intestinais danificadas pelos microrganismos patogênicos aumentam as complicações como
constipação, diarreia, gases, inchaço abdominal, entre outros.
Todo o acompanhamento nutricional deve ser cauteloso pois as crianças portadoras
de TEA são muito mais seletivas e resistentes ao novo podendo acarretar as carências
nutricionais, desnutrição calórico-proteico e indisciplina alimentar.
A intervenção tem como objetivo melhorar a saúde física pois eles possuem grandes
dificuldades em praticar atividade física de forma estruturada, além do isolamento social, o
que possibilita o aumento de sedentarismo e bem-estar desses indivíduos, tendo evidencias
de que uma dieta livre de glúten e caseína pode melhorar os sintomas periféricos, já que
essas proteínas funcionam como gatilho para as crises comportamentais, alergias e
transtornos gastrintestinais. A intervenção dietética propõe então a remoção da caseína
através da restrição do leite e derivados, que acontece de forma mais simples e de
resultados mais rápidos. A remoção do glúten acontece de forma mais lenta e gradual,
podendo ser notadas mudanças em 3 a 4 dias de dieta restrita, mas a recomendação é
remover o glúten pelo menos três meses para obter um melhor resultado.
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2. RESENHA 2: INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NO TRANSTORNO


ESPECTRO DO AUTISMO.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição no desenvolvimento


neurológico, que também envolvem manifestações como, anormalidades metabólicas,
inflamações intestinais, desequilíbrio imunológico e muitos outros sintomas gastrointestinais.
Dessa forma, sabemos que a intervenção nutricional é importante para o tratamento
de longa data e evolução na melhoria desses indivíduos, pois o acompanhamento
nutricional é de bastante relevância, já que a maioria dos pacientes com esse transtorno
possuem sintomas que podem ser amenizados com a alimentação e suplementação, que de
acordo com os resultados descritos no artigo obteve-se como visão geral diversas
suplementações que tiveram resultados positivos.
Em um estudo realizado com 30 crianças autistas de 5 a 9 anos, foi utilizado
suplemento nutricional probióticos (cada grama contém 100 × 106 unidades) formadoras de
colônias de três linhagens probióticas; Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus rhamnosus e
Bifidobacteria longum, durante 3 meses. Os resultados mostraram uma melhora significativa
em comparação ao início do estudo, como uma melhora na gravidade do autismo e redução
dos sintomas gastrointestinais.
Outro estudo realizado foi a intervenção nutricional com a vitamina B12
(Metilcobalamina), foram selecionadas 57 crianças com TEA, que receberam, por 8
semanas, o tratamento com Metil B13 (75 μg / kg). Obteve-se melhorias nas medidas do
metabolismo da metionina, capacidade de metilação celular e diminuição dos sintomas da
TEA
Em um estudo sobre o uso de ômega 3 como adjuvante na terapia da TEA, foram
analisadas em 13 crianças com sintomas agravados da patologia, como birras,
comportamento auto lesivo e agressão. Foi utilizado por 6 semanas 1,5g/dia de ácidos
graxos ômega-3 (0,84g/dia de ácido eicosapentaenoico + 0,7g/dia de ácido
docosaexaenoico), e, em comparação ao placebo, a diminuição de sintomas nessas
crianças, principalmente para o fator hiperatividade.
Em mais um estudo, usando a suplementação de magnésio e vitamina B6,
analisando 33 crianças com autismo, foi utilizado durante 6 meses o composto magnésio-vit
B6 (Mg-B6) (6 mg/kg/dia Mg e 0,6mg/kg/dia vitamina B6), em que foi observada a melhora
da comunicação, interações sociais e comportamento do indivíduo.
Com isso, esses estudos demonstra o progresso da intervenção nutricional no
tratamento da TEA.
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3. RESENHA 3: O ALIMENTO COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO,


INCLUSÃO E TERAPIA PARA ADOLECENTES COM TRANSTORNO DE
ESPECTRO AUTISTA.

Os portadores de TEA possuem um desenvolvimento típico (DT) como por exemplo


a seletividade alimentar, principalmente se tratando de frutas e hortaliças, no entanto, está
característica é mais expressiva nas crianças, os quais consomem poucas variedades de
alimentos e são resistentes ao novo, podendo acarretar diversas patologias, dentre as mais
citadas estão alterações gastrointestinais, esofagite, disbiose, gastrite, deficiência na
produção de enzimas digestivas e detoxificantes, refluxo gastresofágico e aumento da
permeabilidade intestinal, causando assim possíveis quadros de desnutrição e/ou obesidade
dependendo do consumo alimentar de cada paciente.
Diversas alterações acometem pessoas dentro do Espectro Autista, por exemplo as
de ordem sensoriais, tais como ageusia, hipogeusia, cacogeusia, digeusia, sendo que as de
maior ocorrência são: déficit da atenção, dificuldade motora, insônia, agressividade,
ansiedade, padrões restritos e repetitivos de comportamentos, ecolalia e reclusa social.
Com base nesses dados foi feito um estudo aprovado pelo comitê de ética da Fatec
Marilia em 2017/8 e foi realizado 36 oficinas com 19 adolescentes autistas. Todas as
dinâmicas foram feitas quinzenalmente e foi trabalhado primordialmente a reeducação
alimentar, os sentidos sensoriais, a coordenação motora a sociabilização e o
desenvolvimento cognitivo geral, por meio da manipulação de vegetais minimamente
processados em formas lúdicas e demais alimentos, além de Palestras teóricas e práticas
sobre educação alimentar destinada aos pais e responsáveis dos autistas.
Os resultados adquiridos demonstraram que alimentos como queijo fresco, arroz,
leite, frutas, água, vegetais crus e legumes cozidos foram classificados como saudáveis por
cerca de 80% dos autistas, sendo o feijão e a água, considerados como os mais saudáveis.
Dentre os alimentos menos salutares foram apontados: batata-frita, sorvetes, chocolates,
refrigerantes e salgadinhos. Esses resultados demonstraram discernimento quando ao
conceito de saudabilidade dos alimentos do dia a dia, porém o fato de terem consciência
sobre alimentos saudáveis, não implica em preferi-los.
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4. RESENHA 4: ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NO TRANSTORNO DO ESPECTRO


AUTISTA.

Entre as queixas mais frequentes identificados em indivíduos autistas, estão


patologias gastrointestinais e deficiência de nutrientes, por esses e outros motivos, estudos
tem sido realizado sobre intervenções nutricionais no autismo, que incluem eliminação de
determinados nutrientes na dieta e suplementação de ácidos graxos, vitaminas e minerais.
O acompanhamento e terapia nutricional é de extrema importância para evitar
possíveis quadros de deficiências de vitaminas e minerais, que venham a acontecer com a
eliminação dos componentes alimentares e dar chances de um início de uma síndrome de
abstinência.
Estudos sobre a dieta sem glúten e sem caseína (SGSC) demonstraram resultados
positivos para a melhora das alterações cognitivas, gastrointestinais e/ou comportamentais
dos portadores de TEA. Com isso o nutricionista, equipe multidisciplinar e os responsáveis
envolvidos no tratamento do paciente podem de forma gradativa, melhorar a qualidade de
vida do paciente autista.
Assim como a dieta SGSC, a suplementação de ômega foi identificada como uma
terapia nutricional alternativa eficiente para atenuar os sintomas gastrointestinais e
comportamentais desses indivíduos.
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5. RESENHA 5: TERAPIA DE EXCLUSÃO DO GLÚTEN E CASEÍNA EM INDIVIDUOS


COM TRANSTORNOS DO ESPECTRO AUTISTA: UM OLHAR MAIS CRITICO
SOBRE O TEMA.

De acordo com a classificação diagnóstica do TEA, descrita no Manual de


Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais - 5° edição (DSM-5), há quatro critérios
que são avaliados: O critério A, leva em consideração os prejuízos no campo da
comunicação social recíproca e na interação social; O critério B, avalia os padrões
repetitivos e restritos de comportamento, interesses ou atividades; Nos critérios C e D são
avaliados os sintomas que estão presentes desde o início da infância e limitam ou
prejudicam o funcionamentos diário.
A adoção da dieta sem glúten e sem caseína (SGSC) é baseada na “Teoria do
Excesso de Opióides”, que se apoia na explicação da ação do opióide no sistema nervoso
central (SNC), que é desencadeada para presença de peptídeos circulantes, que pela
permeabilidade intestinal, chegam a corrente sanguínea, causando este efeito.
Estes peptídeos, geralmente são resultados da quebra incompleta de algumas
proteínas, dentre elas o glúten e a caseína.
Adotando esta teoria, a recomendação de uma dieta SGSC se justificaria, por conta
da diminuição de sintomas gastrointestinais presentes em pacientes autistas, além de uma
melhora associada das estereotipias, porém é importante ressaltar que em dietas de
exclusão, é preciso associar a suplementação de vitaminas e minerais que serão perdidos
em decorrência da retirada dos alimentos fontes de caseína e glúten, notadamente é válido
combinar a dieta SGSC, com a suplementação de vitamina B6 e magnésio, além de avaliar
a necessidade de adicionar por exemplo, o cálcio.
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6. REFERÊNCIAS

LEAL, M.; NAGATA, M.; CUNHA, N. DE M.; PAVANELLO, U.; FERREIRA, N. V. R.


TERAPIA NUTRICIONAL EM CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA. CADERNOS DA ESCOLA DE SAÚDE, V. 1, N. 13, 10 MAR. 2017.
DISPONIVEL EM: FILE:///C:/USERS/USER/DOWNLOADS/2425-TEXTO%20DO
%20ARTIGO-9608-1-10-20170310%20(1).PDF

LEITE, M. A. C., SILVA, S. L., CORREIA, B. G. B., SANTOS, M. R., PEREIRA, C. P.,
& BEZERRA, A. N. (2019). INTERVENÇÃO NUTRICIONAL NO TRANSTORNO
ESPECTRO DO AUTISMO. DISPONIVEL EM:
HTTPS://DOITY.COM.BR/MEDIA/DOITY/SUBMISSOES/5DA4AF79-0A64-4F0F-
A79C-5FEC43CDA1D7-RESUMO-AUTISMO-CORRIGIDOPDF.PDF

GIANNONI, J. A., MACHADO, F. M. V. F., FIORINI, A. M. R., HIGYE, R. P., PARDO,


R. B., & DORTA, C. (2021). O ALIMENTO COMO FERRAMENTA DE EDUCAÇÃO,
INCLUSÃO E TERAPIA PARA ADOLESCENTES COM TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA. BRAZILIAN JOURNAL OF DEVELOPMENT. DISPONIVEL
EM: FILE:///C:/USERS/USER/DOWNLOADS/36437-92777-1-PB%20(4).PDF

CRUZ, M. C., SENNA, L. A. O., FRANCO, Y. R., MATOS, Y. C., & ALMEIDA, L. M.
R. (2021). ESTRATÉGIAS NUTRICIONAIS NO TRANSTORNO DO ESPECTRO
AUTISTA. REVISTA BRASILEIRA DE SAÚDE FUNCIONAL. DISPONIVEL EM:
HTTPS://SEER-ADVENTISTA.COM.BR/OJS3/INDEX.PHP/RBSF/ARTICLE/VIEW/1
487/1034

SILVA, S. D. S. DA; SANTOS, R. P. DOS. GLUTEN AND CASEIN EXCLUSION


THERAPY IN INDIVIDUALS WITH AUTISM SPECTRUM DISORDERS: A
CRITICAL LOOK AT THE TOPIC. RESEARCH, SOCIETY AND
DEVELOPMENT, [S. L.], V. 11, N. 1, P. E20111124734, 2022. DOI: 10.33448/RSD-
V11I1.24734. DISPONÍVEL EM:
HTTPS://RSDJOURNAL.ORG/INDEX.PHP/RSD/ARTICLE/VIEW/24734/21792

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