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Como se observa, não há uma regra precisa e única para o exame físico da criança. Tudo vai depender do
estabelecimento de uma boa relação médico–paciente, de como a criança reage durante a consulta, da habilidade em
buscar a melhor estratégia, garantindo o conforto e respeitando a melhor maneira de se obter a aceitação da criança. Mas
o certo é que o exame físico deve ser realizado completamente. A criança deverá ser completamente despida para se
fazer um exame físico completo. Se a sala é fria ou o paciente acanhado ou irritado, retira-se primeiro um grupo de
roupas, examinando-se e tornando-se a vesti-las; em seguida, um segundo grupo, etc. O grau de pudor varia muito entre
crianças. As crianças maiores, principalmente as meninas tendem a ter um grau maior, o que deve ser respeitado,
naturalmente sem comprometer a avaliação médica.
Repito que é fundamental que o exame se realize em um ambiente de con ança mútua, estando o pediatra atento para
detalhes importantes como lavagem das mãos, a manutenção da mãe ou acompanhante no raio de visão da criança, a
explicação da nalidade dos equipamentos a serem utilizados, sendo que jamais deverá lançar mão de promessas que não
serão cumpridas. Os atos de despir, trocar ou segurar o paciente deverão ser realizados, sempre que possível, pela mãe ou
acompanhante. Não há um padrão único para se examinar a criança, sendo que deve-se sempre considerar que a melhor
forma é a que for mais confortável e cômoda para a criança, seja no colo, sentada ou deitada. Cabe ao pediatra usar de bom
senso e optar pela melhor técnica ou tática para que o exame físico seja realizado da melhor forma possível.
Ectoscopia
Estado Geral (bom, regular, comprometido ou ruim, saudável ou enfermo), fácies, presença de malformações congênitas,
biotipo/conformação corpórea, atitude (ativo, hipoativo, atitude passiva, posições características, movimentos signi cativos),
estado psíquico (irritado, prostrado, obnubilado, sonolento, comatoso), estado de nutrição e hidratação, coloração da pele e
mucosas, reação da criança aos pais, acompanhantes e médico, presença de edema.
Completar a ectoscopia com uma inspeção geral da pele, anexos e subcutâneo - Cor: (pigmentação, cianose, palidez,
icterícia), Vasos sanguíneos: Pulsos, alterações vasculares (telangiectasias, hemangiomas, circulação colateral, púrpura -
petéquias e equimoses), erupções, dermogra smo, , xantomas, nódulos subcutâneos, turgor e elasticidade, escamação,
estrias, cicatrizes, estado de hidratação (umidade das mucosas, turgor e elasticidade, fontanelas, enoftalmia), edema,
en sema. Unhas: cianose, palidez, pulsação capilar, coloração, estrias, infecção (paroníquia). Cabelos: distribuição, coloração,
textura.
Sinais vitais
Temperatura, freqüência cardíaca, freqüência respiratória, pulso, pressão arterial. A FR e a FC variam de acordo com a faixa
etária. Há tabelas para conferir sua normalidade (ver Tabelas
Tabelas)). A pressão arterial na infância varia de acordo com o gênero,
idade e altura da criança. Há tabelas especí cas (ver Tabelas
Tabelas)) para avaliar a normalidade da pressão arterial. Incluir também a
avaliação da perfusão periférica (deverá ser menor ou igual a dois segundos) e a oximetria de pulso (em atendimentos de
urgência/emergência)
Exame Físico Segmentar
Iniciar com a palpação das cadeias de Linfonodos: Presença de linfadenomegalias, localização, tamanho, consistência,
mobilidade, sensibilidade, calor.
Cabeça e Pescoço
Crânio: posição, couro cabeludo, suturas, fontanelas, conformação anatômica do crânio, craniotabes.
Olhos: esclera, conjuntiva e córnea, exoftalmia, enoftalmia, tensão do globo ocular, estrabismo, movimentos oculares,
nistagmo, pálpebras (ptose, infecções), pupilas (fotoreatividade, anisocoria),
Orelhas: anomalias, posição, secreção, sensibilidade, otoscopia (conduto auditivo, membrana auditiva – triângulo
luminoso, hiperemia, retração, abaulamento), mastóide, audição (função vestibular),
Nariz: forma, batimento de asas do nariz, aspectos da mucosa, secreções, epistaxe, septo nasal, polipos, tumores, seios
paranasais.
Boca e Garganta: Palidez perioral. Lábios: (paralisias, ssuras, vesículas e pústulas, cor, edema). Boca: (odor, trisma,
salivação). Dentes: (número, conservação, escovação, etc). Gengiva: (infecção, coloração, sangramento, cisto,
hipertro a). Mucosa oral: aspecto, coloração, monilíase, enantema, petéquias, ulcerações. Língua: papilas, cor, aspecto
(geográ ca, escrotal, framboesa), tamanho (macroglossia), cicatrizes, “lingua presa”, cisto, paralisia. Palato e Faringe: cor,
sangramento, fenda, perfuração, palato ogival, úvula, faringe posterior, amígdalas (tamanho, coloração exudato...),
epiglote. Laringe: voz, rouquidão, estridor. (Na semiologia pediátrica é fundamental que se deixe para o nal do exame
os procedimentos mais desagradáveis como visualização da orofaringe e otoscopia. Na otoscopia visualiza-se o
conduto auditivo externo e tímpano, observando-se sua integridade e normalidade. No exame da orofaringe, usando-
se preferencialmente uma lanterna, observa-se os lábios, e posteriormente com um abaixador de língua, inspeciona-se
a mucosa, gengiva, frênulos labiais, língua, dentes, pálato e, nalmente, as amígdalas e região posterior da orofaringe).
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16/02/2019 Exame Físico em Pediatria | roteirospediatria
Tórax
Forma, simetria, tipos de respiração (abdominal, torácica. Exame das mamas: desenvolvimento, simetria,
ginecomastia.
Cardiovascular: Ictus: localização, extensão, tipo, frêmito. Ausculta: Ritmo, FC,bulhas cardíacas, arritmias,
sopros...
Abdome
Inspeção: forma, distensão, movimentos respiratórios, cicatriz umbilical, diastase de retos abdominais, veias e circulação
colateral, peristalse. Ausculta: peristaltismo, borborigmo, meteorismo, sopros. Percussão e Palpação: parede abdominal
(avaliar presença de hérnias), presença de massas palpáveis, ascite, visceromegalias.
Gênito-urinário e região perineal
Lojas renais, palpação renal, punho percussão lombar.
Meninos: forma do pênis, exposição da glande, localização da uretra, forma da bolsa escrotal. testículos (tamanho,
consistência, localização), hipospádia e epispádia, mose (balanopostite), hidrocele, hérnia
Meninas: tamanho do clitóris, lábios maiores e menores, orifício uretral e hímen. Conformação, corrimento (uretral, vaginal),
corpos estranhos, sinéquia de pequenos lábios.
Genitália, região perineal e ânus podem ser examinados no início do exame físico em lactentes, mas serão examinados por
último nas crianças maiores. Na menina, a vulva e o intróito vaginal deverão ser examinados enquanto nos meninos é
necessário veri car a presença de mose e efetuar a palpação dos testículos na bolsa escrotal.
Examinar também egião glútea, ânus (fístulas, ssuras), prolapso retal, outras protrusões, (pólipos, etc). Dermatite perianal,
anomalias congênitas anorretais.
Locomotor
Extremidades: Anomalias, tamanho dos membros, conformação, sensibilidade, temperatura, edema, deformidade, marcha,
claudicação. Coluna vertebral: Cistos dermóides, fístulas, espinha bí da, tufos capilares, mobilidade, opistótono, postura,
lordose, cifose, escoliose. Articulações: Temperatura, sensibilidade, edema, hiperemia, mobilidade, Sinal de Ortolani -
(displasia coxo-femural), genu-valgo e genu-varo. Músculos: Tro a e tônus, sensibilidade, espasmo, paralisias e paresias.
Neurológico
Avaliação de nível de consciência, atitude durante a consulta, marcha, equilíbrio, tônus, força muscular e integridade dos
pares cranianos, re exos tendinosos. Nos recém-nascidos e lactentes jovens, é importante a avaliação dos re exos
transitórios como parte do exame neurológico, observando-se sua presença, intensidade e simetria. Em crianças maiores
os re exos profundos serão obtidos com maior facilidade. Avaliar pupilas (isocoria e fotossensibilidade.
Mensuração (antropometria)
São obtidas medidas de peso, altura ou estatura, perímetro cefálico, perímetro torácico e Índice de Massa Corporal. Anotar
os respectivos escores Z, consultando os grá cos de acordo com a faixa etária (ver Gráficos). A partir desses dados e
utilizando os grá cos especí cos, podemos avaliar o estado nutricional da criança.
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Diagnóstico de Risco
Por suas próprias características de vulnerabilidade e por sua dependência de cuidados por parte dos adultos, a criança é
frequentemente vítima, às vezes antes mesmo de nascer devido a aspectos epidemiológicos desfavoráveis durante o
período gestacional ou quando inserida em ambiente de risco.
Visitante Nº 0005022
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