Você está na página 1de 37

INSTITUTO EFONAPE

TÉCNICO DE ENFERMAGEM

VANESSA APARECIDA GONÇALVES BORGES

CÂNCER DE MAMA
NITERÓI/RJ
2021
VANESSA APARECIDA GONÇALVES BORGES

CÂNCER DE MAMA

Trabalho de Avaliação Disciplinar Saúde da Mulher


do Curso Técnico de Enfermagem, como parte dos
requisitos para nota complementar.

Profa. Nábabe Marinho


NITERÓI/RJ
2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................................
2. OBJETIVO......................................................................................................................................
3. CONCEITO.....................................................................................................................................
4. MAGNITUDE.................................................................................................................................
5. AUMENTO DE RISCO..................................................................................................................
6. PREVENÇÃO.................................................................................................................................
7. SINAIS E SINTOMAS..................................................................................................................
8. DETECÇÃO PRECOCE..................................................................................................................
9. CARTILHA DO CÂNCER DE MAMA........................................................................................
10. DIAGNÓSTICO
11. TRATAMENTO
12. ESTADIAMENTO
13. ESTÁDIOS I E II
14. ESTÁDIOS III

15. ESTÁDIO IV
16. OUTUBRO ROSA
17. CÂNCER OCUPACIONAL DE MAMA RELACIONADO AO TRABALHO
18. HÁBITOS SAUDÁVEIS E A REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA NO CÂNCER DE MAMA

19. O PAPEL DA ENFERMAGEM E A PREVENÇÃO COM O AUTO-EXAME DAS MAMAS


20. A ENFERMAGEM E OS CUIDADOS PALIATIVOS
21. O SUS E O CÂNCER DE MAMA
22. UMA VISÃO CRÍTICA EM RELAÇÃO A SAÚDE PÚBLICA NA FALTA DE
CONHECIMENTO DO AUTOEXAME DAS MAMASNA POPULAÇÃO DE BAIXA-
RENDA
23. CONCLUSÃO
24. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
25. ANEXO A – CARTÃO DE AUTO-EXAME
26. ANEXO B – CARTILHA MAMA
27. ANEXO C – INFOGRÁFICO DO CÂNCER DE MAMA RELACIONADA AO
TRABALHO
RESUMO

Os casos novos de câncer de mama apresentam curva ascendente para os próximos anos, o
que torna esse tipo de câncer um dos mais temidos e um dos maiores problemas de saúde
pública no mundo. Assim, as formas mais eficazes encontradas para prevenção do câncer
mamário estão baseadas na combinação do auto-exame de mamas, exame clínico e
mamografia. O primeiro por tratar-se de uma estratégia que depende somente da prática da
mulher torna-se, muitas vezes, primeira escolha por muitas usuárias. Além disso, existem
ainda, grandes barreiras em relação aos repasses de investimentos voltados a saúde pública,
o que corrobora maior incentivo por parte dos profissionais de saúde para a realização de tal
prática, que além de diminuir a incidência de novos casos de câncer estimula o auto-
conhecimento, participação e educação da comunidade para o cuidado corporal. Trata-se de
uma revisão integrativa, que permite reunir e sintetizar estudos publicados, possibilitando
conclusões sobre o tema investigado. Realizou-se busca da literatura nas bases de dados do
INCA. Foram selecionados materiais representativas que atenderam aos critérios de
inclusão.Foram categorizados dois temas: “as ações educativas de enfermagem para o auto-
exame de mamas” e “os serviços de saúde ”, que evidenciaram a necessidade de tais ações
para as usuárias dos sistemas de saúde, principalmente durante as consultas de enfermagem
e realização de rodas de conversa para educação e troca de experiências.

Descritores: INCA, Neoplasias de mama, Cuidados de Enfermagem, Auto-exame de


mama e Saúde da Mulher.

ABSTRACT
New cases of breast cancer show an upward curve for the next few years, which makes this type
of cancer one of the most feared and one of the biggest public health problems in the world.
Thus, the most effective ways found to prevent breast cancer are based on a combination of
breast self-examination, clinical examination and mammography. The first, because it is a
strategy that only depends on the woman's practice, it often becomes the first choice for many
users. In addition, there are still great barriers in relation to the transfer of investments aimed at
public health, which corroborates greater encouragement on the part of health professionals to
carry out such a practice, which, in addition to reducing the incidence of new cases of cancer,
stimulates the self-knowledge, participation and community education for body care. It is an
integrative review, which allows to gather and synthesize published studies, enabling
conclusions on the investigated topic. A literature search was carried out in INCA databases.
Representative materials that met the inclusion criteria were selected. Two themes were
categorized: “nursing educational actions for breast self-examination” and “health services”,
which highlighted the need for such actions for users of the systems health, especially during
nursing consultations and holding conversation circles for education and exchange of
experiences.
Descriptors: INCA, Breast neoplasms, Nursing care, Breast self-examination and Women's Healt
INTRODUÇÃO

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da
mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. 
Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros
crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno,
apresentam bom prognóstico.
O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de
casos da doença. 
A mamografia anual é o principal exame de rastreamento para o diagnóstico precoce. O
procedimento é rápido, não necessita de preparo e pode ser solicitado pelo seu médico. Já as
mulheres classificadas como alto risco se beneficiam da ressonância magnética das mamas anual
adjunta à MMG.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para o câncer de mama em Unidades
Hospitalares especializadas.
OBJETIVO

Descrever as ações educativas dos profissionais de saúde para a realização do


auto- exame de mamas na população feminina e amostra dos dados referenciais do INCA
e referencias bibliográficas.
CONCEITO
O câncer de mama é um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. A
heterogeneidade deste câncer pode ser observada pelas variadas manifestações clínicas e
morfológicas, diferentes assinaturas genéticas e consequentes diferenças nas respostas
terapêuticas.
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama inclui hiperplasia,
hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre esses últimos, o carcinoma
ductal infiltrante é o tipo histológico mais comum e compreende entre 80 e 90% do total de
casos.
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor,
duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos.
Outros sinais de câncer de mama são edema cutâneo semelhante à casca de laranja; retração
cutânea; dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção
papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer
geralmente é transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos
vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.

“Ductal infiltrante são células cancerígenas que já conseguiram romper a parede do duto de
leite, chegando ao tecido adiposo da mama.”

 
MAGNITUDE
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3
milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer
em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com
684.996 óbitos estimados para esse ano (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres) (IARC,
2020).
No Brasil, o câncer de mama é também o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas
as regiões, após o câncer de pele não melanoma. As taxas são mais elevadas nas regiões mais
desenvolvidas (Sul e Sudeste) e a menor é observada na região Norte. Em 2021, estima-se que
ocorrerão 66.280 casos novos da doença, o que equivale a uma taxa de incidência de
43,74 casos por 100.000 mulheres (INCA, 2020). A incidência do câncer de mama tende a
crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia
(INCA, 2019).
O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, sendo a mais
frequente em quase todas regiões brasileiras. Na região Norte, o câncer do colo do útero ocupa
ainda o primeiro lugar. Em 2019, a taxa de mortalidade por câncer de mama, ajustada pela
população mundial, foi 14,23 óbitos/100.000 mulheres. As regiões Sudeste e Sul apresentam
também as taxas mais elevadas (INCA, 2021).

Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2019, os óbitos por câncer de mama
ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total. Esse padrão é semelhante para
as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama
ocupam o segundo lugar, com 13,2%. Os maiores percentuais na mortalidade proporcional por
câncer de mama foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,5%), seguidos pelo Nordeste
(15,6%) e Sul (15,4%) (INCA, 2021).
A mortalidade por câncer de mama aumenta progressivamente conforme a faixa etária (figura
1)
Figura 1. Taxas de mortalidade por câncer de mama, específicas por faixas etárias, por 100.000
mulheres. Brasil, 1979 a 2019
AUMENTO DE RISCO

Fatores ambientais e Fatores da história Fatores genéticos e


comportamentais reprodutiva e ambiental hereditários**
Obesidade e sobrepeso Primeira menstruação antes História familiar de câncer de
dos 12 anos ovário
Inatividade física* Não ter tido filhos Casos de câncer de mama na
família, principalmente antes
dos 50 anos
Consumo de bebida alcóolica Primeira gravidez aos 30 anos História familiar de câncer de
mama em homens
Exposição frequente a Parar de menstruar Alteração genética,
radiações ionizantes para (menopausa) após os 55 anos especialmente nos genes
tratamento (radioterapia) ou BRCA1 e BRCA2
exames diagnósticos
(tomografia, Raios-X,
mamografia, etc)
Tabagismo há evidências de Uso de contraceptivos
câncer de mama hormonais (estrogênio-
progesterona)
Ter feito reposição hormonal
pós-menopausa,
principalmente por mais de
cinco anos

PREVENÇÃO

Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos
saudáveis como:
● Praticar atividade física
● Manter o peso corporal adequado
● Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
● Amamentar seu bebê
● Amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção contra o câncer.
● Não fumar e evitar o tabagismo passivo são medidas que podem contribuir para a prevenção
do câncer de mama.
SINAIS E SINTOMAS

O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos
seguintes sinais e sintomas:
●Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando
presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
● Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
● Alterações no bico do peito (mamilo)
● Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
● Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos
● Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado
o risco de se tratar de câncer.
● É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis
para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem
técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.
● Em caso de permanecerem as alterações, elas devem procurar logo os serviços de saúde para
avaliação diagnóstica.
● A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção
precoce do câncer da mama.
DETECÇÃO PRECOCE

O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos,
aumentando assim a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de
sucesso satisfatórias. 
Todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer
seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos
cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres.
Na década de 1950, nos Estados Unidos, o autoexame das mamas surgiu como
estratégia para diminuir o diagnóstico de tumores de mama em fase avançada. Ao final
da década de 1990, ensaios clínicos mostraram que o autoexame não reduzia a
mortalidade pelo câncer de mama. A partir de então, diversos países passaram a adotar a
estratégia de breast awareness, que significa estar consciente para a saúde das mamas.
Essa estratégia de conscientização destaca a importância do diagnóstico precoce e busca
orientar a população feminina sobre as mudanças habituais das mamas em diferentes
momentos do ciclo de vida e os principais sinais suspeitos de câncer de mama.
A orientação é que a mulher observe e palpe suas mamas sempre que se sentir
confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação
do cotidiano), sem necessidade de aprender um técnica de autoexame ou de seguir uma
periodicidade regular e fixa, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações
mamárias suspeitas. É necessário que a mulher seja estimulada a procurar
esclarecimento médico, em qualquer idade, sempre que perceber alguma alteração
suspeita em suas mamas. O sistema de saúde precisa adequar-se para acolher, informar
e realizar os exames diagnósticos em tempo oportuno. Prioridade na marcação de
exames deve ser dada às mulheres sintomáticas, que já apresentam lesão palpável na
mama ou outro sinal de alerta.
A estratégia do diagnóstico precoce é especialmente importante em contextos de
apresentação avançada do câncer de mama.

Além disso, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento


(exame realizado quando não há sinais nem sintomas suspeitos) seja ofertada para
mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos. 
A recomendação brasileira segue a orientação da Organização Mundial da Saúde e de
países que adotam o rastreamento mamográfico. 
Mamografia é uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raios X
chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas de câncer antes do
surgimento dos sintomas, ou seja, antes que seja palpada qualquer alteração nas mamas.
Mulheres com risco elevado de câncer de mama devem conversar com seu médico para
avaliação do risco e definição da conduta a ser adotada.
A mamografia de rastreamento pode ajudar a reduzir a mortalidade por câncer de mama,
mas também expõe a mulher a alguns riscos. Os principais benefícios e riscos desse
exame são:
Benefícios:
● Encontrar o câncer no início e permitir um tratamento menos agressivo.
● Menor chance de a paciente morrer por câncer de mama, em função do tratamento
precoce.
Riscos:
Resultados incorretos:
● Suspeita de câncer de mama, sem que se confirme a doença. Esse alarme falso
(resultado falso positivo) gera ansiedade e estresse, além da necessidade de outros
exames.
● Câncer existente, mas resultado normal (resultado falso negativo). Esse erro gera
falsa segurança à mulher.
Ser diagnosticada e submetida a tratamento, com cirurgia (retirada parcial ou total da
mama), quimioterapia e/ou radioterapia, de um câncer que não ameaçaria a vida. Isso
ocorre em virtude do crescimento lento de certos tipos de câncer de mama.    
Exposição aos Raios X. Raramente causa câncer, mas há um discreto aumento do risco
quanto mais frequente é a exposição. Esse dado não deve desestimular as mulheres a
se submeterem à mamografia, já que a exposição ao Raio X durante esse exame é bem
pequena, tornando o método bastante seguro para a detecção precoce.
A mamografia diagnóstica, exame realizado com a finalidade de investigação de lesões
suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico. Ainda
assim, a mamografia diagnóstica não apresenta uma boa sensibilidade em mulheres
jovens, pois nessa idade as mamas são mais densas, e o exame apresenta muitos
resultados incorretos.
O SUS oferece exame de mamografia para todas as idades, conforme indicação
médica.
CARTILHA CÂNCER DE MAMA

Em 2021, a campanha do INCA no Outubro Rosa tem como focos principais a


prevenção primária (ações para reduzir os fatores de risco) e a detecção precoce. O
objetivo é fortalecer as recomendações do Ministério da Saúde para o rastreamento e
o diagnóstico precoce do câncer de mama. A cartilha, já em sua sexta edição, foi um
dos materiais produzidos para a campanha. (Amostra da cartilha no anexo).
DIAGNÓSTICO

Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar
se é ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas,
exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou
ressonância magnética. A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da
biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão
suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O
material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.
TRATAMENTO

Muitos avanços vêm ocorrendo no tratamento do câncer de mama nas últimas


décadas. Há hoje mais conhecimento sobre as variadas formas de apresentação da
doença e diversas terapêuticas estão disponíveis.
O tratamento do câncer de mama depende da fase em que a doença se encontra
(estadiamento) e do tipo do tumor. Pode incluir cirurgia, radioterapia, quimioterapia,
hormonioterapia e terapia biológica (terapia alvo).
Quando a doença é diagnosticada no início, o tratamento tem maior potencial
curativo. No caso de a doença já possuir metástases (quando o câncer se espalhou
para outros órgãos), o tratamento busca prolongar a sobrevida e melhorar a qualidade
de vida.
 
ESTADIAMENTO

O tratamento varia de acordo com o estadiamento da doença, as características


biológicas do tumor e as condições da paciente (idade, se já passou ou não pela
menopausa, doenças preexistentes e preferências).
As modalidades de tratamento do câncer de mama podem ser divididas em:
● Tratamento local: cirurgia e radioterapia.
● Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia e terapia biológica.

Estádios I e II
A conduta habitual nas fases iniciais do câncer de mama é a cirurgia, que pode ser
conservadora (retirada apenas do tumor) ou mastectomia (retirada da mama) parcial
ou total, seguida ou não de reconstrução mamária.
Após a cirurgia, tratamento complementar com radioterapia pode ser indicado em
algumas situações. Já a reconstrução mamária deve ser sempre considerada nos casos
de retirada da mama para minimizar os danos físicos e emocionais do tratamento.
O tratamento sistêmico, após o tratamento local, será indicado de acordo com a
avaliação de risco de a doença retornar (recorrência ou recidiva) e considera a idade
da paciente, o tamanho e o tipo do tumor e se há comprometimento dos linfonodos
axilares.
A mensuração (medição) dos receptores hormonais (receptor de estrogênio e
progesterona) do tumor, por meio do exame de imunohistoquímica, é fundamental
para saber se a hormonioterapia pode ser indicada (tratamento de uso prolongado em
forma de comprimidos para diminuir a produção dos hormônios femininos do
organismo). A informação sobre a presença do HER-2 (fator de crescimento
epidérmico 2) também é obtida por meio desse exame e poderá indicar a necessidade
de terapia biológica anti-HER-2.
Para algumas pacientes com tumores medindo entre 2,1cm e 5cm com
comprometimento dos linfonodos axilares, embora sejam entendidas como
estadiamento II, pode ser considerado iniciar o tratamento por terapias sistêmicas
(quimioterapia) dependendo da imunohistoquímica (o chamado down stage [redução
de estágio]. Essa decisão individualizada permite que pacientes que seriam submetidas
à retirada da mama e dos linfonodos axilares possam, eventualmente, ter essas áreas
preservadas.
Estádio III
Pacientes com tumores maiores que 5cm, porém ainda localizados, enquadram-se no
estádio III. Nessa situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com
quimioterapia) é a opção inicial. Após a redução do tumor promovida pela
quimioterapia, segue-se com o tratamento local (cirurgia e radioterapia).
Estádio IV
Nessa fase, em que já há metástase (o câncer se espalhou para outros órgãos) é
fundamental buscar o equilíbrio entre o controle da doença e o possível aumento da
sobrevida, levando-se em consideração os potenciais efeitos colaterais do tratamento.
A atenção à qualidade de vida da paciente com câncer de mama deve ser preocupação
dos profissionais de saúde ao longo de todo o processo terapêutico.
OUTUBRO ROSA

O Outubro Rosa, movimento internacional de conscientização para a detecção precoce


do câncer de mama, foi criado no início da década de 1990, quando o símbolo da
prevenção ao câncer de mama — o laço cor-de-rosa — foi lançado pela Fundação
Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela
Cura, realizada em Nova York (EUA) e, desde então, promovida anualmente. O período
é celebrado no Brasil e no exterior com o objetivo de compartilhar informações e
promover a conscientização sobre o câncer de mama, para contribuir com a redução
da incidência e da mortalidade pela doença.
CÂNCER OCUPACIONAL DE MAMA RELACIONADO AO TRABALHO

Câncer ocupacional de mama é aquele relacionado com a exposição do trabalhador,


durante a sua vida laboral, a agentes cancerígenos presentes no ambiente de trabalho.
Este tipo de câncer pode aparecer no organismo do trabalhador mesmo após a
cessação da exposição.
No infográfico apresentado no anexo mostra as ocupações e atividades econômicas e
os principais agentes cancerígenos cuja eliminação nos processos de trabalho pode
evitar até 5,13% dos casos de câncer de mama em mulheres no Brasil.
( amostra no anexo c infográfico do câncer de mama relacionado ao trabalho).
HÁBITOS SAUDÁVEIS E A REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA NO CÂNCER DE MAMA

Cerca de 13% dos casos de câncer de mama em 2020 no Brasil (aproximadamente, 8


mil ocorrências) poderiam ser evitados pela redução de fatores de risco relacionados
ao estilo de vida, em especial, da inatividade física.  Além disso, quase 13% dos gastos
federais do SUS em 2018 com o tratamento de câncer de mama (R$102 milhões)
seriam poupados pela redução de fatores de risco comportamentais, mais uma vez
com atenção especial à atividade física, que detém a maior fração (5%) dos casos de
câncer de mama evitáveis pela adoção da prática.
Os dados foram divulgados na pesquisa Número de casos e gastos com câncer de
mama no Brasil atribuíveis à alimentação inadequada, excesso de peso e inatividade
física, elaborada pela Coordenação de Prevenção e Vigilância (Conprev) do INCA e
apresentada durante webinar (seminário virtual) de abertura do Outubro Rosa deste
ano, transmitido pela TV INCA. 
O levantamento faz parte de um estudo mais amplo que estimou o impacto da má
alimentação, do consumo de álcool, do excesso de peso, da inatividade física e do não
aleitamento materno, em 2008, nos casos de câncer de 2020, e nos gastos do SUS, em
2018.
Entre os desafios para uma mudança de cenário está o fato de 28% das mulheres
espalhadas por 20 países não perceberem a ausência de atividade física como um fator
de risco para o câncer, segundo pesquisa de 2020 da União Internacional para o
Controle do Câncer.
“É importante refletir que, à medida que a gente investe em ações de promoção de
modos de vida mais saudáveis, o recurso que é gasto [no tratamento] poderia ser
investido em ações de prevenção primária, ou até mesmo reinvestido em ações de
diagnóstico e tratamento do câncer”, defendeu uma das autoras da pesquisa, a
nutricionista Maria Eduarda Melo, da Conprev.
Em 2019, os gastos diretos do SUS atribuídos ao câncer de mama foram de R$ 848
milhões (22,8% dos gastos diretos com o tratamento oncológico de todos os tipos de
câncer). Nas próximas duas décadas, o número de casos deve crescer 47% e os gastos
federais terão acréscimo de 100%. Por isso, o diagnóstico da necessidade de
investimentos na prevenção primária da doença.
Por outro lado, alguns avanços foram demonstrados. O número de mulheres, entre 50
e 69 anos, que nunca fizeram mamografia no País, caiu de 31,5%, em 2013, para
24,9%, em 2019, como divulgado na apresentação Rastreamento de câncer de mama
no Brasil: resultados da nova Pesquisa Nacional de Saúde, ainda durante o webinar.
Entretanto, persistem as desigualdades regionais e de faixas de renda, filtrando o
acesso das mulheres ao rastreamento na faixa etária indicada, segundo o chefe da
Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede do INCA, Arn Migowski.
“Nos últimos dois anos ou menos, 58,3% das mulheres tendo realizado exame [de
mamografia], mas com uma variação regional importante, com resultados piores no
Norte do Brasil [43,2%] e melhores resultados no Sudeste [65,2%]”.
A redução do número de mortes por cânceres mais incidentes, como os de mama e do
colo do útero, é um dos compromissos do Brasil na Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável. O objetivo é reduzir as taxas de morte de câncer de
mama de 30% para 16%. Mas as projeções apontam para a manutenção da taxa em
26%. A campanha é voltada para profissionais de saúde e a população em geral.

“Hábitos saudáveis podem reduzir incidência de câncer de mama em 13% e poupar


mais de R$ 100 milhões do SUS, montante poderia ser reinvestido na prevenção
primária, como defendido durante cerimônia de abertura do Outubro Rosa 2021 no
INCA.”
O PAPEL DA ENFERMAGEM E A PREVENÇÃO COM O AUTO-EXAME DAS MAMAS

O profissinal da enfermagem tem papel primordial na atenção primária a terciária.


Sendo assim, os profissionais da enfermagem têm a responsabilidade de promover o
ensino da técnica correta para realização do auto-exame nas consultas ginecológicas e
na realização de grupos educativos.Percebe-se que, no que se refere à prática do mesmo,
as mulheres ainda agem de forma incorreta quanto ao momento adequado de sua
realização e ao número de movimentos utilizados no auto-exame das mamas, o que
prejudica a percepção de alterações no tecido mamário.
Pesquisas mais recentes apontam que o público feminino não possui conhecimento
adequado quanto às formas de prevenção do câncer mamário.Em geral, as mulheres
possuem um conhecimento vago sobre o tema, no sentido de não saberem como nem
com que regularidade devem examinar suas mamas e que, apesar da aceitação que o
auto-exame de mama vem alcançando durante os últimos 30 anos, menos de 50% das
mulheres o praticam, e entre elas, a maioria não o faz corretamente.
A educação sobre a técnica para realização do auto-exame de mamas, visa contribuir
para alertar as mulheres a respeito dos riscos do câncer de mama, por meio da
aprendizagem para o auto-cuidado e a apreensão da realidade a partir de ações
educativas, isto requer interação e diálogo para analisar, internalizar e gerar trocas
baseando-se no ambiente em que o público está inserido, além de incentivar a procura
por atendimento e cuidados com a saúde.
Um programa de educação e conscientização abrangente e eficaz se faz necessário
para o alcance do sucesso na luta contra o câncer de mama. As enfermeiras têm sido,
por muito tempo, defensoras do auto-exame de mama, não somente crendo que
promovem uma prática para salvar vidas, mas, também, como uma forma de
permitir às mulheres um maior controle de sua saúde.

A dificuldade de acesso à consulta e aos exames diagnósticos, como a mamografia, são


fatores que, de certa forma, podem estar estimulando as mulheres de classe social
menos favorecida economicamente a praticar o auto-exame de mamas, já que passa a
ser a forma de prevenção mais acessível.
O auto-exame de mamas como método secundário à prevenção do câncer de mama,
ainda apresenta-se como o mais eficaz e sem custos.

Desse modo, as mulheres se familiarizam com o aspecto normal, sentem as suas


mamas e são capazes de melhor reconhecer mudanças e informá-las ao médico para
melhor avaliação profissional.Observa-se algumas vantagens no controle combinado
da mamografia e na realização do auto-exame para a enfermagem.

O enfermeiro tem um papel de educador em saúde na comunidade, devendo assim


possuir conhecimento específico para rastreamento e diagnóstico precoce do CA
de mama, atuando no âmbito da coordenação, comunicação, educação e
reconhecimento da população alvo

“O Profissional deve ressaltar que o conhecimento do corpo é o caminho,


e que todas as mulheres tem direitos aos atendimentos no SUS e exames
complementares como a mamografia.”
A ENFERMAGEM E OS CUIDADOS PALIATIVOS

A abordagem dos Cuidados Paliativos para o câncer de mama segue os princípios


gerais dos Cuidados Paliativos, que são:

● Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, anorexia,
dispneia e outras emergências oncológicas.
● Reafirmar vida e a morte como processos naturais.
● Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de
cuidado do paciente.
● Não apressar ou adiar a morte.
● Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do
paciente, em seu próprio ambiente.
● Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais
ativamente possível até sua morte.
● Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e
psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte
ao luto.
O INCA oferece Cuidados Paliativos aos pacientes oncológicos atendidos em suas
Unidades Hospitalares no Rio de Janeiro.
O SUS E O CÂNCER DE MAMA

O Ministério da Saúde em 2020 lançou campanha para reforçar a importância da


prevenção e do diagnóstico precoce.
Com o slogan “Cuidado com as mamas, carinho com seu corpo”, o Ministério da Saúde,
a campanha do Outubro Rosa de 2020. A ação busca conscientizar as mulheres sobre a
importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. Mesmo com
a pandemia da Covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) continuou com o
atendimento e a oferta de tratamento adequado às pacientes. Nos últimos anos, a
pasta tem trabalhado com a população feminina sobre a importância de “estar alerta”
a qualquer alteração suspeita nas mamas, assim como desenvolve ações com gestores
e profissionais de saúde sobre a prioridade do rápido encaminhamento para início do
tratamento adequado.
O início do tratamento do câncer de mama para pacientes que procuram atendimento
no SUS está mais ágil. Dados de janeiro e julho de 2020 mostram que, em 99,57% dos
casos atendidos, o tempo entre o diagnóstico e o tratamento do carcinoma in situ,
estágio inicial do câncer de mama, foi de até 30 dias. No mesmo período de 2019, isso
aconteceu em 99,16% dos casos. Em 75,54% dos atendimentos, o tempo de até 60 dias
entre o diagnóstico e o tratamento em todos os estágios do câncer de mama no SUS
foi respeitado. A produção de mamografias no SUS de janeiro a julho deste ano foi de
1.132.237.
O Ministério da Saúde elaborou nota técnica atualizando orientações sobre o
rastreamento do câncer de mama durante a pandemia da Covid-19. Também foram
recomendadas ações para a preservação de pacientes, familiares e profissionais,
viabilizando os atendimentos de urgência e a manutenção da assistência com segurança
àqueles que estão em tratamento.
As cirurgias em geral no Instituto Nacional de Câncer (INCA) - órgão ligado ao
Ministério da Saúde - estão sendo retomadas e os tratamentos essenciais de
quimioterapia permaneceram de forma adaptada, com pacientes recebendo suporte
psicológico.
O Ministério da Saúde também tem reforçado a assistência oncológica na rede pública
de saúde com o Plano de Expansão da Radioterapia no Sistema Único de Saúde
(PERSUS), maior programa público do mundo de entrega de equipamentos de
radioterapia. A iniciativa tem objetivo de ampliar e criar novos serviços de radioterapia
em hospitais.
Com o investimento federal de R$ 700 milhões, já foram implantados 24 aceleradores
lineares pelo PERSUS. Mais 24 espaços de radioterapia estavam previstos para serem
concluídos em 2020, além da assinatura de 20 novas ordens de serviços para início de
obras. Outros 13 convênios para aquisição de aceleradores estão sendo executados
O atendimento no SUS oferta atenção integral à prevenção e ao tratamento do câncer de
mama. O controle passa pelo diagnóstico precoce na Atenção Primária à Saúde e pelo
rastreio mamográfico.
É recomendado que mulheres sem sintomas ou sinais de doença com idade entre 50 a 69
anos façam o exame a cada dois anos. Ao ser atendida na Unidade Básica de Saúde
(UBS), independentemente do motivo da procura, toda mulher nessa faixa etária será
abordada para realização da mamografia.
Para este ano, são estimados 66.280 novos casos de câncer de mama em mulheres no
Brasil. Para reverter esse número, a prevenção é essencial.
A amamentação é uma grande aliada: estima-se que o risco de desenvolver câncer de
mama diminui de 4,3% a 6% a cada 12 meses de duração da amamentação. O
Ministério da Saúde prevê investimentos de R$ 22,4 milhões para incentivo ao
aleitamento materno. Entre as ações já realizadas, estão a Campanha Nacional de
Amamentação, a implantação de Bancos de Leite Humano (BLH) e as reformas nas
Unidade de Cuidados Intermediários Canguru (Ucinca).
Fazer atividades físicas com frequência, manter uma alimentação saudável, não ingerir
bebidas alcoólicas e não fumar também são fatores que contribuem para o controle da
doença. O Ministério da Saúde tem previsão de recursos financeiros na ordem de R$
221,8 milhões para ampliar a atenção às pessoas com obesidade, diabetes mellitus e
hipertensão arterial sistêmica na Atenção Primária. Também será lançado o Guia de
Atividade Física da População Brasileira com isso evitando o câncer.
UMA VISÃO CRÍTICA EM RELAÇÃO A SAÚDE PÚBLICA NA FALTA DE CONHECIMENTO
DO AUTOEXAME DAS MAMASNA POPULAÇÃO DE BAIXA-RENDA

Apesar das vantagens já evidenciadas que englobam a realização do exame mamário,


muitas inúmeros fatores, como os de natureza cultural, como o desconhecimento da
técnica, o esquecimento, a falta de conhecimento e a intimidade com o próprio corpo
associados ao medo de tocá-lo e senti-lo sem culpa, o medo de procurar o profissional
de saúde e detectar qualquer mudança em seu organismo, o medo de barreiras ao
acesso nos serviços, de mal tratos e negligências pelos profissionais, implicando, de
certa forma, problemas referentes à sua saúde, o que se justifica pelo fato destes
serviços que realizam atendimento para a saúde da mulher apresentar propostas que
não são acompanhadas de treinamento adequado para a prática do autoexame das
mamas.

Quanto a capacitação de profissionais para orientação, educação e conscientização da


realização do autoexame mamário, revelam em suas pesquisas que no exercício da
técnica de palpação da mama, as mulheres destacam como necessária a importância
da realização de um autoexame com autoconfiança, possibilitando, assim, o exercício
de uma prática saudável e preventiva a uma clientela de baixo nível socioeconômico e
cultural, havendo, portanto, tendência a se valorizar o bom exame clínico das mamas
pelo médico e a solicitação de possíveis exames para detecção de tumores,
necessitando-se dessa forma mudanças de comportamentos deste profissional e
conscientização de seu papel importante neste contexto, afim de que se obtenha cada
vez mais aproximação com a realidade das usuárias desmitificando suas inseguranças e
receios em relação a prática do autoexame. Além disso, apresenta-se como de
extrema relevância que esses profissionais utilizem os recursos disponíveis para que o
autoexame adequado das mamas venha a ser praticado por um número cada vez
maior de mulheres, e que assim como eles, os gestores públicos também devam ter a
conscientização da importância do diagnóstico precoce. Para isso, há que se dar
condições para os profissionais que atuam nos centros de saúde para que apliquem
programas que efetivamente venham a promover a saúde da população.

Não obstante, setores educacionais e programas de saúde pública não são enfáticos
quanto a capacidade de captura da população feminina para adesão e prevenção à
prática de autoconhecimento de seu corpo, uma vez que as informações educativas
ainda encontram dificuldade em penetrar nas camadas sociais menos favorecidas.
Mostram que as mulheres de maior nível educacional, renda e apoio social são as que
mais aderem e que detêm maiores conhecimentos sobre a realização do autoexame
das mamas, relatando de modo linear e consistente, frequência mais elevada na
realização desse exame. Essa consistência e linearidade dos resultados corroboram a
hipótese sobre a contribuição positiva do apoio social para a prática regular de auto-
cuidados de saúde, já observada previamente em outras populações. Em contrapartida
a este fato, as camadas mais carentes de informação e conscientização sobre a
importância da técnica do autoexame na detecção precoce do câncer de mama
apresentam alta taxa de desconhecimento quanto à prática e momento de realização
e que por muitas vezes não o praticam.

Torna-se necessário, também, melhor conhecimento, principalmente por parte do


poder público, da real situação da assistência médica prestada pelos demais setores,
principalmente os privados e conveniados, para que qualquer estratégia a ser
implantada surta o efeito desejado.
A informação, o conhecimento e a consciência crítica são fatores determinantes para
execução de ações de autocuidado em saúde, devendo valorizar o bem-estar individual
e coletivo. O autocuidado é a contribuição da pessoa a sua própria existência; é uma
atividade aprendida e orientada frente um objetivo para regular os fatores que afetam
o próprio desenvolvimento e funcionamento em benefício de sua vida, saúde e bem
estar. Assim, programas eficazes e abrangentes com enfoques preventivos devem ser
utilizados para o alcance do sucesso na luta contra o câncer de mama, e é nesse
contexto que se faz necessária a implementação de estratégias eficazes que
incentivem não somente a utilização correta do autoexame, como também os demais
métodos preventivos e, principalmente a conscientização dessa população da
necessidade em adotar práticas direcionadas para o diagnóstico precoce do câncer
mamário.

O autoexame é uma atividade a ser realizada pela mulher durante toda a vida, para
manter e promover seu bem-estar e, quando efetivamente realizado, ajuda na
manutenção de sua integridade e contribui para o bom funcionamento do organismo.
Mesmo assim, algumas mulheres só procuram consulta médica quando apresentam
sintomas ginecológicos que as preocupem e quando consideram que devam
comentá-los com especialistas. Outras acreditam que o exame de mamas deva ser
feito somente durante o climatério, com o agravante de que comparecem ao exame
clínico desconhecendo sua importância e pertinência, e dizem, não saber para que
serve nem como se realiza. Nesse mesmo sentido, discorrem um estudo:

Apesar do reduzido investimento dos setores públicos para prevenção na área da


saúde existe em contra partida muitos esforços de profissionais da saúde e educadores
que estimulam o autocuidado na população feminina para diminuição da descoberta
de casos tardios de câncer de mama.

Em razão disso, o câncer de mama é hoje uma doença de extrema importância para
saúde pública em nível mundial, motivando ampla discussão em torno de medidas que
promovam o seu diagnóstico precoce e, consequentemente, a redução em sua
morbidade e mortalidade. Assim, a educação em saúde, mediante campanhas
educativas e orientações ambulatoriais que envolvem o autoexame de mama, a
necessidade de prevenção ginecológica anual e o desenvolvimento de ações
preventivas, como a não exposição aos fatores de risco, são indispensáveis para o
controle dessa patologia. De 2019 e atualmente estamos vendo mudanças notórias
para a Saúde da Mulher e isso é um marco, sendo que a população feminina de baixa
renda precisa ser acolhida.

CONCLUSÃO

Este trabalhou possibilitou traçar, o que é o câncer de mama, dados de incidêcia do


câncer de mama, dados de mortalidade, um perfil das publicações a respeito das
ações educativas para realização do auto-exame de mamas, a falta de conhecimento
as mulheres de baixa renda e apoio do SUS nas campanhas e verbas fornecidas
durante a pandemia, o SUS, o INCA na atenção primária, secundária, terciária e
quartenária, em periódicos da área da saúde. Assim, verificou-se quais as ações
educativas e preventivas direcionadas para a população feminina que são aplicadas
pelos profissionais de saúde, principalmente o enfermeiro, e quais são as lacunas
existentes no trabalho desses profissionais bem como nos serviços de saúde.
Evidenciou-se uma quantidade significativa de periódicos, reforçando a
importância dada pelos profissionais da saúde e pelos órgãos governamentais
responsáveis, a fim de que se promova continuamente a educação em saúde para
todas as usuárias dos serviços de saúde públicos e privados.
Especificamente acerca dos estudos revelaram que existem ainda muitas
lacunas em relação à educação da mulher para realização do auto-exame mamário
como o acesso restrito e de pouca clareza de informações sobre o período, técnica e
necessidade quanto à realização deste exame. Além disso, muitas usuárias
desconhecem seu próprio corpo por diversos fatores geradores de barreira, como a
religião, o medo, a vergonha e o desinteresse, não realizando a prática do auto-
conhecimento de forma a dificultar a identificação de alterações precocemente, a fim
de evitar a evolução da doença.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DAVIM, R.M. B., et al. Autoexame de mama: conhecimento de usuárias atendidas no


ambulatório de uma maternidade escola. Revista Latino-Americana de Enfermagem,
vol.11, n.1, p. 21-27, 2003

DERMIRKIRAN, F., et al. How do nurses and teachers perform breast self-
examination: are they reliable sources of information? BMC Public Health. v. 07, p.
96, 2007.

MARINHO, L. A. B., et al. Conhecimento, atitude e prática do auto-exame das mamas


em centros de saúde. Revista de Saúde Pública. v.37, n.5, p. 576-582, 2003.

MORA, C. V.; ROJAS, M. E. A. Representaciones sociales frente al autocuidado


em la prevención del câncer de mama. Investindo em educação em
Enfermagem. n.27, v.02, p.191-200, 2009.

SCLOWITZ, M. L., et al. Condutas na prevenção secundária do câncer de mama e


fatores associados. Revista de Saúde Pública. n.3, v.39. p. 340-349, 2005.

SILVA, B., et al. Autoexame das mamas. Arquivos Catarinenses de Medicina. v. 37, n.3,
s.p. 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de
Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Controle do Câncer de
Mama - Documento de Consenso. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/en/node/2558. Acesso em 12 de outubro de 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de


Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Controle do Câncer de
Mama - Documento de Consenso. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/en/node/5160. Acesso em 12 de outubro de 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de


Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Controle do Câncer de
Mama - Documento de Consenso. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/en/node/1208. Acesso em 12 de outubro de 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de


Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Controle do Câncer de
Mama - Documento de Consenso. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/prevencao-e-fatores-de-risco/atividade-
fisica. Acesso em 12 de outubro de 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de


Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Controle do Câncer de
Mama - Documento de Consenso. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em:
file:///C:/Users/Grupo%20Bem%20samba/Documents/cartilha-mama-6-edicao-
2021_1.pdf. Acesso em 12 de outubro de 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de


Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Controle do Câncer de
Mama - Documento de Consenso. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files//media/document//inca-
info_mama-270921_ib.pdf. Acesso em 12 de outubro de 2021.
ANEXOS
● ANEXO A CARTÃO DE AUTOEXAME
● ANEXO B CARTILHA DE MAMA
● ANEXO C INFOGRÁFICO DO CÂNCER DE MAMA RELACIONADO AO TRABALHO

Você também pode gostar