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TÉCNICO DE ENFERMAGEM
CÂNCER DE MAMA
NITERÓI/RJ
2021
VANESSA APARECIDA GONÇALVES BORGES
CÂNCER DE MAMA
1. INTRODUÇÃO...............................................................................................................................
2. OBJETIVO......................................................................................................................................
3. CONCEITO.....................................................................................................................................
4. MAGNITUDE.................................................................................................................................
5. AUMENTO DE RISCO..................................................................................................................
6. PREVENÇÃO.................................................................................................................................
7. SINAIS E SINTOMAS..................................................................................................................
8. DETECÇÃO PRECOCE..................................................................................................................
9. CARTILHA DO CÂNCER DE MAMA........................................................................................
10. DIAGNÓSTICO
11. TRATAMENTO
12. ESTADIAMENTO
13. ESTÁDIOS I E II
14. ESTÁDIOS III
15. ESTÁDIO IV
16. OUTUBRO ROSA
17. CÂNCER OCUPACIONAL DE MAMA RELACIONADO AO TRABALHO
18. HÁBITOS SAUDÁVEIS E A REDUÇÃO DA INCIDÊNCIA NO CÂNCER DE MAMA
Os casos novos de câncer de mama apresentam curva ascendente para os próximos anos, o
que torna esse tipo de câncer um dos mais temidos e um dos maiores problemas de saúde
pública no mundo. Assim, as formas mais eficazes encontradas para prevenção do câncer
mamário estão baseadas na combinação do auto-exame de mamas, exame clínico e
mamografia. O primeiro por tratar-se de uma estratégia que depende somente da prática da
mulher torna-se, muitas vezes, primeira escolha por muitas usuárias. Além disso, existem
ainda, grandes barreiras em relação aos repasses de investimentos voltados a saúde pública,
o que corrobora maior incentivo por parte dos profissionais de saúde para a realização de tal
prática, que além de diminuir a incidência de novos casos de câncer estimula o auto-
conhecimento, participação e educação da comunidade para o cuidado corporal. Trata-se de
uma revisão integrativa, que permite reunir e sintetizar estudos publicados, possibilitando
conclusões sobre o tema investigado. Realizou-se busca da literatura nas bases de dados do
INCA. Foram selecionados materiais representativas que atenderam aos critérios de
inclusão.Foram categorizados dois temas: “as ações educativas de enfermagem para o auto-
exame de mamas” e “os serviços de saúde ”, que evidenciaram a necessidade de tais ações
para as usuárias dos sistemas de saúde, principalmente durante as consultas de enfermagem
e realização de rodas de conversa para educação e troca de experiências.
ABSTRACT
New cases of breast cancer show an upward curve for the next few years, which makes this type
of cancer one of the most feared and one of the biggest public health problems in the world.
Thus, the most effective ways found to prevent breast cancer are based on a combination of
breast self-examination, clinical examination and mammography. The first, because it is a
strategy that only depends on the woman's practice, it often becomes the first choice for many
users. In addition, there are still great barriers in relation to the transfer of investments aimed at
public health, which corroborates greater encouragement on the part of health professionals to
carry out such a practice, which, in addition to reducing the incidence of new cases of cancer,
stimulates the self-knowledge, participation and community education for body care. It is an
integrative review, which allows to gather and synthesize published studies, enabling
conclusions on the investigated topic. A literature search was carried out in INCA databases.
Representative materials that met the inclusion criteria were selected. Two themes were
categorized: “nursing educational actions for breast self-examination” and “health services”,
which highlighted the need for such actions for users of the systems health, especially during
nursing consultations and holding conversation circles for education and exchange of
experiences.
Descriptors: INCA, Breast neoplasms, Nursing care, Breast self-examination and Women's Healt
INTRODUÇÃO
O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da
mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos.
Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros
crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno,
apresentam bom prognóstico.
O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de
casos da doença.
A mamografia anual é o principal exame de rastreamento para o diagnóstico precoce. O
procedimento é rápido, não necessita de preparo e pode ser solicitado pelo seu médico. Já as
mulheres classificadas como alto risco se beneficiam da ressonância magnética das mamas anual
adjunta à MMG.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para o câncer de mama em Unidades
Hospitalares especializadas.
OBJETIVO
“Ductal infiltrante são células cancerígenas que já conseguiram romper a parede do duto de
leite, chegando ao tecido adiposo da mama.”
MAGNITUDE
O câncer de mama é o mais incidente em mulheres no mundo, com aproximadamente 2,3
milhões de casos novos estimados em 2020, o que representa 24,5% dos casos novos por câncer
em mulheres. É também a causa mais frequente de morte por câncer nessa população, com
684.996 óbitos estimados para esse ano (15,5% dos óbitos por câncer em mulheres) (IARC,
2020).
No Brasil, o câncer de mama é também o tipo de câncer mais incidente em mulheres de todas
as regiões, após o câncer de pele não melanoma. As taxas são mais elevadas nas regiões mais
desenvolvidas (Sul e Sudeste) e a menor é observada na região Norte. Em 2021, estima-se que
ocorrerão 66.280 casos novos da doença, o que equivale a uma taxa de incidência de
43,74 casos por 100.000 mulheres (INCA, 2020). A incidência do câncer de mama tende a
crescer progressivamente a partir dos 40 anos, assim como a mortalidade por essa neoplasia
(INCA, 2019).
O câncer de mama é a primeira causa de morte por câncer em mulheres no Brasil, sendo a mais
frequente em quase todas regiões brasileiras. Na região Norte, o câncer do colo do útero ocupa
ainda o primeiro lugar. Em 2019, a taxa de mortalidade por câncer de mama, ajustada pela
população mundial, foi 14,23 óbitos/100.000 mulheres. As regiões Sudeste e Sul apresentam
também as taxas mais elevadas (INCA, 2021).
Na mortalidade proporcional por câncer em mulheres, em 2019, os óbitos por câncer de mama
ocupam o primeiro lugar no país, representando 16,1% do total. Esse padrão é semelhante para
as regiões brasileiras, com exceção da região Norte, onde os óbitos por câncer de mama
ocupam o segundo lugar, com 13,2%. Os maiores percentuais na mortalidade proporcional por
câncer de mama foram os do Sudeste (16,9%) e Centro-Oeste (16,5%), seguidos pelo Nordeste
(15,6%) e Sul (15,4%) (INCA, 2021).
A mortalidade por câncer de mama aumenta progressivamente conforme a faixa etária (figura
1)
Figura 1. Taxas de mortalidade por câncer de mama, específicas por faixas etárias, por 100.000
mulheres. Brasil, 1979 a 2019
AUMENTO DE RISCO
PREVENÇÃO
Cerca de 30% dos casos de câncer de mama podem ser evitados com a adoção de hábitos
saudáveis como:
● Praticar atividade física
● Manter o peso corporal adequado
● Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
● Amamentar seu bebê
● Amamentar o máximo de tempo possível é um fator de proteção contra o câncer.
● Não fumar e evitar o tabagismo passivo são medidas que podem contribuir para a prevenção
do câncer de mama.
SINAIS E SINTOMAS
O câncer de mama pode ser percebido em fases iniciais, na maioria dos casos, por meio dos
seguintes sinais e sintomas:
●Nódulo (caroço), fixo e geralmente indolor: é a principal manifestação da doença, estando
presente em cerca de 90% dos casos quando o câncer é percebido pela própria mulher
● Pele da mama avermelhada, retraída ou parecida com casca de laranja
● Alterações no bico do peito (mamilo)
● Pequenos nódulos nas axilas ou no pescoço
● Saída espontânea de líquido anormal pelos mamilos
● Esses sinais e sintomas devem sempre ser investigados por um médico para que seja avaliado
o risco de se tratar de câncer.
● É importante que as mulheres observem suas mamas sempre que se sentirem confortáveis
para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem
técnica específica, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações mamárias.
● Em caso de permanecerem as alterações, elas devem procurar logo os serviços de saúde para
avaliação diagnóstica.
● A postura atenta das mulheres em relação à saúde das mamas é fundamental para a detecção
precoce do câncer da mama.
DETECÇÃO PRECOCE
O câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos,
aumentando assim a possibilidade de tratamentos menos agressivos e com taxas de
sucesso satisfatórias.
Todas as mulheres, independentemente da idade, devem ser estimuladas a conhecer
seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos
cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres.
Na década de 1950, nos Estados Unidos, o autoexame das mamas surgiu como
estratégia para diminuir o diagnóstico de tumores de mama em fase avançada. Ao final
da década de 1990, ensaios clínicos mostraram que o autoexame não reduzia a
mortalidade pelo câncer de mama. A partir de então, diversos países passaram a adotar a
estratégia de breast awareness, que significa estar consciente para a saúde das mamas.
Essa estratégia de conscientização destaca a importância do diagnóstico precoce e busca
orientar a população feminina sobre as mudanças habituais das mamas em diferentes
momentos do ciclo de vida e os principais sinais suspeitos de câncer de mama.
A orientação é que a mulher observe e palpe suas mamas sempre que se sentir
confortável para tal (seja no banho, no momento da troca de roupa ou em outra situação
do cotidiano), sem necessidade de aprender um técnica de autoexame ou de seguir uma
periodicidade regular e fixa, valorizando a descoberta casual de pequenas alterações
mamárias suspeitas. É necessário que a mulher seja estimulada a procurar
esclarecimento médico, em qualquer idade, sempre que perceber alguma alteração
suspeita em suas mamas. O sistema de saúde precisa adequar-se para acolher, informar
e realizar os exames diagnósticos em tempo oportuno. Prioridade na marcação de
exames deve ser dada às mulheres sintomáticas, que já apresentam lesão palpável na
mama ou outro sinal de alerta.
A estratégia do diagnóstico precoce é especialmente importante em contextos de
apresentação avançada do câncer de mama.
Um nódulo ou outro sintoma suspeito nas mamas deve ser investigado para confirmar
se é ou não câncer de mama. Para a investigação, além do exame clínico das mamas,
exames de imagem podem ser recomendados, como mamografia, ultrassonografia ou
ressonância magnética. A confirmação diagnóstica só é feita, porém, por meio da
biópsia, técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão
suspeita por meio de punções (extração por agulha) ou de uma pequena cirurgia. O
material retirado é analisado pelo patologista para a definição do diagnóstico.
TRATAMENTO
Estádios I e II
A conduta habitual nas fases iniciais do câncer de mama é a cirurgia, que pode ser
conservadora (retirada apenas do tumor) ou mastectomia (retirada da mama) parcial
ou total, seguida ou não de reconstrução mamária.
Após a cirurgia, tratamento complementar com radioterapia pode ser indicado em
algumas situações. Já a reconstrução mamária deve ser sempre considerada nos casos
de retirada da mama para minimizar os danos físicos e emocionais do tratamento.
O tratamento sistêmico, após o tratamento local, será indicado de acordo com a
avaliação de risco de a doença retornar (recorrência ou recidiva) e considera a idade
da paciente, o tamanho e o tipo do tumor e se há comprometimento dos linfonodos
axilares.
A mensuração (medição) dos receptores hormonais (receptor de estrogênio e
progesterona) do tumor, por meio do exame de imunohistoquímica, é fundamental
para saber se a hormonioterapia pode ser indicada (tratamento de uso prolongado em
forma de comprimidos para diminuir a produção dos hormônios femininos do
organismo). A informação sobre a presença do HER-2 (fator de crescimento
epidérmico 2) também é obtida por meio desse exame e poderá indicar a necessidade
de terapia biológica anti-HER-2.
Para algumas pacientes com tumores medindo entre 2,1cm e 5cm com
comprometimento dos linfonodos axilares, embora sejam entendidas como
estadiamento II, pode ser considerado iniciar o tratamento por terapias sistêmicas
(quimioterapia) dependendo da imunohistoquímica (o chamado down stage [redução
de estágio]. Essa decisão individualizada permite que pacientes que seriam submetidas
à retirada da mama e dos linfonodos axilares possam, eventualmente, ter essas áreas
preservadas.
Estádio III
Pacientes com tumores maiores que 5cm, porém ainda localizados, enquadram-se no
estádio III. Nessa situação, o tratamento sistêmico (na maioria das vezes, com
quimioterapia) é a opção inicial. Após a redução do tumor promovida pela
quimioterapia, segue-se com o tratamento local (cirurgia e radioterapia).
Estádio IV
Nessa fase, em que já há metástase (o câncer se espalhou para outros órgãos) é
fundamental buscar o equilíbrio entre o controle da doença e o possível aumento da
sobrevida, levando-se em consideração os potenciais efeitos colaterais do tratamento.
A atenção à qualidade de vida da paciente com câncer de mama deve ser preocupação
dos profissionais de saúde ao longo de todo o processo terapêutico.
OUTUBRO ROSA
● Fornecer alívio para dor e outros sintomas estressantes como astenia, anorexia,
dispneia e outras emergências oncológicas.
● Reafirmar vida e a morte como processos naturais.
● Integrar os aspectos psicológicos, sociais e espirituais ao aspecto clínico de
cuidado do paciente.
● Não apressar ou adiar a morte.
● Oferecer um sistema de apoio para ajudar a família a lidar com a doença do
paciente, em seu próprio ambiente.
● Oferecer um sistema de suporte para ajudar os pacientes a viverem o mais
ativamente possível até sua morte.
● Usar uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e
psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte
ao luto.
O INCA oferece Cuidados Paliativos aos pacientes oncológicos atendidos em suas
Unidades Hospitalares no Rio de Janeiro.
O SUS E O CÂNCER DE MAMA
Não obstante, setores educacionais e programas de saúde pública não são enfáticos
quanto a capacidade de captura da população feminina para adesão e prevenção à
prática de autoconhecimento de seu corpo, uma vez que as informações educativas
ainda encontram dificuldade em penetrar nas camadas sociais menos favorecidas.
Mostram que as mulheres de maior nível educacional, renda e apoio social são as que
mais aderem e que detêm maiores conhecimentos sobre a realização do autoexame
das mamas, relatando de modo linear e consistente, frequência mais elevada na
realização desse exame. Essa consistência e linearidade dos resultados corroboram a
hipótese sobre a contribuição positiva do apoio social para a prática regular de auto-
cuidados de saúde, já observada previamente em outras populações. Em contrapartida
a este fato, as camadas mais carentes de informação e conscientização sobre a
importância da técnica do autoexame na detecção precoce do câncer de mama
apresentam alta taxa de desconhecimento quanto à prática e momento de realização
e que por muitas vezes não o praticam.
O autoexame é uma atividade a ser realizada pela mulher durante toda a vida, para
manter e promover seu bem-estar e, quando efetivamente realizado, ajuda na
manutenção de sua integridade e contribui para o bom funcionamento do organismo.
Mesmo assim, algumas mulheres só procuram consulta médica quando apresentam
sintomas ginecológicos que as preocupem e quando consideram que devam
comentá-los com especialistas. Outras acreditam que o exame de mamas deva ser
feito somente durante o climatério, com o agravante de que comparecem ao exame
clínico desconhecendo sua importância e pertinência, e dizem, não saber para que
serve nem como se realiza. Nesse mesmo sentido, discorrem um estudo:
Em razão disso, o câncer de mama é hoje uma doença de extrema importância para
saúde pública em nível mundial, motivando ampla discussão em torno de medidas que
promovam o seu diagnóstico precoce e, consequentemente, a redução em sua
morbidade e mortalidade. Assim, a educação em saúde, mediante campanhas
educativas e orientações ambulatoriais que envolvem o autoexame de mama, a
necessidade de prevenção ginecológica anual e o desenvolvimento de ações
preventivas, como a não exposição aos fatores de risco, são indispensáveis para o
controle dessa patologia. De 2019 e atualmente estamos vendo mudanças notórias
para a Saúde da Mulher e isso é um marco, sendo que a população feminina de baixa
renda precisa ser acolhida.
CONCLUSÃO
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DERMIRKIRAN, F., et al. How do nurses and teachers perform breast self-
examination: are they reliable sources of information? BMC Public Health. v. 07, p.
96, 2007.
SILVA, B., et al. Autoexame das mamas. Arquivos Catarinenses de Medicina. v. 37, n.3,
s.p. 2008.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Instituto Nacional de
Câncer. Coordenação de Prevenção e Vigilância de Câncer. Controle do Câncer de
Mama - Documento de Consenso. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em:
https://www.inca.gov.br/en/node/2558. Acesso em 12 de outubro de 2021.