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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE COLO DO


ÚTERO: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA
MULHERES NA IDADE REPRODUTIVA.

DINÁ FERREIRA SAMPAIO – UP19129781

MANAUS-AM
2023
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DINÁ FERREIRA SAMPAIO – UP19129781

PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE COLO DO


ÚTERO: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA
MULHERES NA IDADE REPRODUTIVA.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso


de Bacharelado em Enfermagem, da Universidade
Paulista – UNIP, como requisito parcial para a obtenção
do título de Enfermeiro.

Orientador (a): Enfª. Msc. Pabloena da Silva Pereira.

MANAUS-AM
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DINÁ FERREIRA SAMPAIO – UP19129781

PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE COLO DO


ÚTERO: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE PARA
MULHERES NA IDADE REPRODUTIVA.

Aprovado em: 02/12/2022

_______________________________________________
Profª. Orientadora

_______________________________________________
Membros da Banca Examinadora

_______________________________________________
Membros da Banca Examinadora

_______________________________________________
Profº. Suplente

MANAUS – AM

2023

AGRADECIMENTO
4

Em primeiro lugar, а Deus, qυе fez até aqui me acompanhou, e me ajudou a


concluir todos os meus objetivos.

Aos meus familiares, que me incentivaram nos momentos difíceis e


compreenderam a minha busca por conhecimento durante estes anos de faculdade.

Aos professores, pelas correções e ensinamentos que me permitiram


apresentar um melhor desempenho no meu processo de formação profissional ao
longo do curso.

À instituição de ensino UNIP AQUI VOCÊ PODE, essencial no meu processo


de formação profissional, pela dedicação, e por tudo o que aprendi ao longo dos
anos do curso.
5

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todas as pessoas que me apoiaram e incentivaram


durante toda a jornada acadêmica.

À minha família, por ser meu porto seguro e me dar todo o suporte necessário
para seguir em frente.

Aos meus amigos, por estarem ao meu lado nos momentos difíceis e
compartilharem comigo as alegrias dessa trajetória. Aos professores e orientadores,
por transmitirem conhecimentos valiosos e contribuírem significativamente para a
minha formação profissional.

E, especialmente, às pessoas que inspiraram este trabalho, que lutam


diariamente contra o câncer de colo do útero e que me sentiram a importância de
dedicar minha carreira a ajudar o próximo.

A minha orientadora Enfª. Msc. Pabloena da Silva Pereira, que conduziu o


meu trabalho com paciência e dedicação, sempre disponível a compartilhar todo o
seu vasto conhecimento e de forma direta me incentivou a não desistir em nem uma
circunstância.
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EPÍGRAFE

“A Enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção
tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou
escultor; pois o que é tratar da tela morta ou do frio mármore comparado ao
tratar do corpo vivo, o templo do espírito de Deus? É uma das artes; poder-se-
ia dizer, a mais bela das artes!”
( Florence Nightingale)
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INTRODUÇÃO

O câncer de colo do útero é uma doença que afeta exclusivamente as


mulheres e é causada pelo crescimento anormal das células do colo do útero. Esse
tipo de câncer é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres em
todo o mundo, especialmente em países em desenvolvimento, onde a prevenção e o
tratamento são menos acessíveis (TAQUARY et al., 2017).
O vírus HPV, transmitido principalmente por meio de relações sexuais, é a
principal causa do câncer de colo do útero. A infecção por HPV pode levar a
alterações no colo do útero, que podem evoluir para o câncer se não forem. Outros
fatores de risco incluem tabagismo, imunodeficiência, início precoce da atividade
sexual, parceiros sexuais múltiplos e histórico familiar de câncer. A prevenção e
detecção precoce são fundamentais para combater o câncer de colo do útero. A
vacinação contra o HPV é uma das medidas mais eficazes para prevenir a doença.
Além disso, é recomendado que as mulheres realizem o exame preventivo,
conhecido como Papanicolau, periodicamente ou a cada dois anos, dependendo da
idade e das condições de saúde (GISMONDI et al., 2020).
O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e possibilita tratamentos
menos invasivos. Os sintomas do câncer de colo do útero incluem sangramento
vaginal anormal, dor durante a relação sexual e corrimento vaginal com odor
característico. É importante que as mulheres estejam atentas a esses sinais e
procurem um profissional de saúde para avaliação e tratamento adequado.
O carcinoma do colo do útero é um tipo de câncer bastante frequente em
mulheres, sendo considerado o quarto mais comum em todo o mundo. A cada ano,
cerca de 500 mil novos casos são acometidos, e infelizmente, esse tipo de câncer é
responsável por 265 mil mortes ocorridas, o que o torna a quarta principal causa de
morte por câncer entre as mulheres. No Brasil, o câncer de colo do útero ocupa a
terceira posição tanto em número de casos quanto em mortalidade. Em 2018, foram
previstos 16.370 novos casos no país, representando uma taxa de incidência de
15,43 casos para cada 100 mil mulheres e correspondendo a 8,1% dos casos de
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câncer diagnosticados no sexo feminino (AOYAMA., et al 2018).


Conforme indicado pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) em 2017, o vírus
do papiloma humano (HPV) é o principal fator de risco para o desenvolvimento do
câncer de colo do útero (CCU), e está presente em quase todos os casos. Acredita-
se que cerca de 40% das mulheres sexualmente ativas estejam infectadas pelo
HPV, sendo que as cepas oncogênicas 16 e 18 são particularmente preocupantes,
pois estão associadas a cerca de 70% dos casos de câncer epitelial escamoso de
alto grau. No entanto, há vários outros fatores que podem contribuir para o
desenvolvimento do CCU, tais como início precoce da atividade sexual, múltiplos
parceiros sexuais, infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), histórico de
gravidez múltipla, tabagismo, uso prolongado de contraceptivos orais, má nutrição,
higiene inadequada e fatores genéticos e imunológicos.
Em maio de 2014, o Ministério da Saúde lançou a Política de Atenção à
Saúde da Mulher, que incluiu como um de seus objetivos o fortalecimento da
prevenção do câncer de colo do útero por meio de ações educativas em saúde e da
promoção da importância de realizar exames de rastreamento. Isso significa que o
papel do enfermeiro na prevenção do câncer de colo do útero é fundamental, por
meio da realização de ações que visam controlar o câncer cervical, desde a
prevenção primária até a secundária, atuando na promoção da saúde, prevenção de
doenças, rastreamento, detecção precoce, diagnóstico, tratamento, reabilitação e
cuidados paliativos (CARNEIRO et al., 2019).
A prevenção do câncer de colo do útero pode ser dividida em prevenção
primária e secundária. As medidas de prevenção primária são de baixo custo e
incluem a educação em saúde para promover o uso de preservativos, eliminar
fatores de risco e fortalecer intervenções como a vacinação contra o HPV, disponível
na saúde pública para meninos e meninas até os 14 anos. Já a prevenção
secundária envolve a redução da incidência, prevalência e mortalidade da doença,
por meio do rastreamento realizado através do exame de citopatologia oncótica, que
visa detectar precocemente as lesões precursoras do câncer de colo do útero
(TSUCHIYA CT et al., 2017).
Os países menos desenvolvidos da América Latina e as regiões mais pobres
da África apresentam as maiores taxas de incidência de câncer de colo de utero,
sendo responsáveis por cerca de 85% dos casos. Por outro lado, países como
Estados Unidos, Canadá, Austrália, Japão e países europeus apresentam as
menores taxas de incidência. A mortalidade por CCU varia até 18 vezes entre as
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diferentes regiões do mundo, sendo que na Ásia Ocidental as taxas são menores de
2 por 100.000 mulheres, enquanto na África oriental são de 27,6 (FAVARO et al.,
2019).
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a taxa de incidência de
câncer de colo de útero no Brasil é de 15,38 por cada grupo de 100 mil mulheres. No
entanto, no estado do Amazonas, esse número é significativamente mais alto, com
uma taxa de 40,18, o que representa quase três vezes a média nacional. Esses
dados são referentes ao ano de 2020.
Existem muitas formas de reduzir a incidência do câncer de colo do útero, e
um terço dos casos pode ser evitado simplesmente controlando os fatores de risco
associados à doença. O Ministério da Saúde considera a educação da população
fundamental para desmistificar o câncer e informar sobre as formas de prevenção. A
Estratégia de Saúde da Família (ESF) é vista como um local ideal para atividades
educativas, já que é a porta de entrada das mulheres nos serviços de saúde e os
profissionais que trabalham nela possuem conhecimento da comunidade e podem
realizar a busca ativa de usuárias para a realização do exame preventivo do câncer
de colo do útero. O enfermeiro tem um papel importante na prevenção do câncer de
colo do útero, ajudando a esclarecer dúvidas, prevenindo fatores de risco, realizando
consultas ginecológicas e exames preventivos, registrando a qualidade dos serviços
e encaminhando casos para tratamento adequado (RAMOS et al., 2016).
Com isto, podemos discorrer sobre a importância do enfermeiro no contexto
da prevenção, promoção e educação no que se trata sobre o câncer de colo de
útero com o objetivo de reduzir a incidência desta patologia.
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OBJETIVOS

OBJETIVO GERAL
Conceituar sobre as características patológicas do câncer de colo de útero e
a importância do enfermeiro no que refere a prevenção deste.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Analisar os dados epidemiológicos sobre o câncer de colo de útero;

● Confirmar a participação do enfermeiro na prevenção do câncer de colo de

útero por meio da educação e promoção sobre a doença;

● Proporcionar informação quanto importância de promover conhecimento

sobre as formas de prevenção do colo de útero através da educação da


população.
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REFERENCIAL TEÓRICO

CAPÍTULO I – O CÂNCER DE COLO DE UTERO.

O câncer é uma doença caracterizada pelo crescimento descontrolado e


anormal das células do corpo. Essas células anormais podem se acumular e formar
tumores ou se espalhar para outras partes do corpo através do sangue ou do
sistema linfático, resultando em metástase, existem vários tipos de câncer, cada um
com suas próprias características, fatores de risco e tratamentos. Alguns dos tipos
mais comuns incluem câncer de pulmão, câncer de mama, câncer de próstata,
câncer de pele, câncer de cólon e câncer de ovário (MAHMOUD., 2019).
O câncer é um sério problema de saúde pública que acomete indivíduos nos
países desenvolvidos e em desenvolvimento. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), o câncer é a segunda principal causa de morte no
mundo, sendo que uma em cada seis mortes são relacionadas à doença.
Além disso, dados da OMS indicam que cerca de 70% das mortes por
câncer ocorrem em países de baixa e média renda. Esse fato, segundo a
Organização, relaciona-se com os desafios enfrentados pelos países em
desenvolvimento no que concerne ao acesso a serviços efetivos de
diagnóstico e de tratamento (CARVALHO et al., 2019).

Os fatores de risco para o câncer incluem genética, idade, exposição a


substâncias cancerígenas, dieta, estilo de vida e outros fatores ambientais. Os
sintomas do câncer variam dependendo do tipo e estágio da doença, mas podem
incluir fadiga, perda de peso inexplicável, dor, mudanças na pele e outras alterações
no corpo, o diagnóstico do câncer geralmente envolve exames médicos, como
biópsias, exames de imagem e testes de sangue. O tratamento do câncer pode
incluir cirurgia, quimioterapia, radioterapia, terapia hormonal e imunoterapia,
dependendo do tipo e estágio do câncer (APPLEGATE et al., 2018).
Quando nos referimos a saúde da mulher, umas das principais patologias que
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atinge esse grupo, é o câncer de colo de útero que é uma das formas mais comuns
de câncer em mulheres. Ele se desenvolve na parte inferior do útero, conhecido
como colo do útero, e é frequentemente causado pela infecção persistente do vírus
do papiloma humano (HPV), os sintomas do câncer de colo do útero podem incluir
dor durante o sexo, sangramento vaginal fora do período menstrual e dor pélvica. No
entanto, muitas mulheres não apresentam sintomas até que a doença esteja em
estágio avançado (LOPES et al., 2019).
O diagnóstico do câncer de colo de útero é feito por meio de exames como o
Papanicolau e a colposcopia. O Papanicolau é um exame simples que permite
detectar alterações nas células do colo do útero, enquanto a colposcopia é um
exame mais detalhado que permite visualizar o colo do útero com maior precisão, o
tratamento do câncer de colo de útero pode incluir cirurgia, radioterapia e
quimioterapia, dependendo do estágio da doença. Em alguns casos, pode ser
necessário remover todo o útero e os ovários (GOMES et al., 2017).

A prevenção do câncer de colo de útero é possível através da vacinação


contra o HPV e da realização regular de exames de rotina. A vacinação é
recomendada para meninas a partir dos 9 anos de idade e para mulheres de até 45
anos. Já os exames de rotina devem ser realizados a partir dos 25 anos de idade ou
mais cedo, se houver histórico familiar de doença, o câncer de colo de útero é um
tipo de câncer grave que pode ser prevenido e tratado com sucesso se detectado
precocemente. É importante que as mulheres realizem exames de rotina com
regularidade e se vacinem contra o HPV para reduzir o risco de desenvolver essa
doença (CARVALHO et al., 2019).

1.1 Dados epidemiológicos do câncer de colo de útero.

O câncer de colo de útero é uma doença que afeta milhares de mulheres em


todo o mundo. De acordo com a OMS, é o quarto tipo de câncer mais comum entre
as mulheres, sendo responsável por mais de 300.000 mortes por ano, no Brasil, o
câncer de colo de útero é o terceiro tipo de câncer mais prevalente entre as
mulheres, com cerca de 16.000 novos casos por ano. Estima-se que, em 2020,
foram registados mais de 6.000 óbitos em ocorrência da doença no país
(BANDEIRA et al., 2018).
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Os dados epidemiológicos mostram que o câncer de colo de útero é mais


comum em mulheres entre 35 e 55 anos de idade. Além disso, é mais frequente em
mulheres com baixa escolaridade, baixa renda e que vivem em regiões com acesso
limitado aos serviços de saúde, estima-se que cerca de 80% das mulheres
sexualmente ativas serão infectadas pelo vírus em algum momento da vida. No
entanto, apenas uma pequena proporção dessas mulheres desenvolverá câncer de
colo de útero (TSUCHIYA et al., 2017).
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer, a incidência de cerca de 530
milhões de novos casos de câncer de colo do útero é estimada a cada ano ao redor
do mundo. Este tipo de câncer é o quarto mais comum em mulheres, exceto os
cânceres de pele não melanoma, com uma média de 265 mil mortes anuais. No
Brasil, é o terceiro tipo de câncer mais prevalente em mulheres, sendo excluídos os
tipos não melanoma, com 5.430 óbitos registrados em 2013. A taxa de mortalidade
global para essa doença é de 4,86 óbitos por cada 100 mil mulheres (INCA., 2017).
A faixa etária que mais é atingida por essa infecção é a população jovem
entre 20 e 24 anos, devido ao aumento na quantidade de parceiros sexuais e ao
início precoce das relações. Aproximadamente 80% das mulheres infectadas não
apresentam sintomas, o que dificulta a busca por tratamento médico. Nesses casos,
uma infecção pode ser eliminada naturalmente pelo sistema imunológico ou
progredir devido à resposta insuficiente do sistema de defesa do corpo (COSTA et
al., 2018).
No que diz respeito ao grupo de idade em que ocorrem os óbitos por câncer
do colo do útero no Brasil, as maiores taxas de mortalidade são observadas entre as
mulheres de 40 a 69 anos. Isso sugere que o câncer do colo do útero tem um
desenvolvimento gradual, e o aparecimento do carcinoma invasivo ocorre
geralmente mais de 10 anos após a primeira atividade sexual. Esses achados
corroboram com pesquisas que também destacam a evolução lenta dessa doença
(COSTA et al., 2018).
As incidências de câncer cervical podem variar de acordo com a região
geográfica, sendo que as taxas mais elevadas são observadas na África Oriental. No
sudeste asiático, o câncer cervical se tornou a condição mais prevalente entre as
mulheres, sendo também uma das principais causas de mortalidade. Na China, o
câncer cervical é responsável pela terceira maior taxa de mortalidade entre mulheres
entre 15 e 44 anos, sendo a segunda doença maligna mais comum. Na Índia, a
situação não é diferente, com o câncer cervical ocupando a segunda posição entre
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as mulheres e causando cerca de 77.100 mortes anuais. É importante destacar que


a incidência tem aumentado em países em desenvolvimento devido à carência de
métodos eficazes de prevenção e rastreamento (Shrestha et al., 2018).
Os países da China e da Índia apresentam a maior taxa de incidência de
câncer cervical no mundo, totalizando 203.000 casos e 108.000 mortes. Nesses
países, as mortes são alarmantes, com 48.000 na China e 60.000 na Índia. Isso
demonstra que países em desenvolvimento têm maior prevalência de câncer
cervical devido à falta de métodos efetivos de prevenção e rastreamento. Em
contraste, nos Estados Unidos, as taxas de rastreamento são relativamente
elevadas, com 81% de detecção. O câncer cervical tem diminuído nos Estados
Unidos desde os anos 70. Embora a American Cancer Society tenha relatado 12.820
novos casos de câncer cervical invasivo em 2017 e 4.210 mortes, esses números
são inferiores quando comparados a países em desenvolvimento (BUSKWOFIE et
al., 2020)

1.2 Fisiopatologia do câncer de colo de útero.

O câncer de colo de útero ou câncer cervical é uma doença que afeta a parte
inferior do útero, onde ele se conecta com a vagina. É causado pela infecção do
vírus do papiloma humano (HPV) e pode ser prevenido por meio de cuidados de
saúde preventivos, como vacinação contra o HPV e exames regulares do colo do
útero. A fisiopatologia do câncer de colo de útero começa com uma infecção do HPV
que pode ser transmitida através do contato sexual. O HPV é um vírus que infecta a
pele e as membranas mucosas, incluindo a região genital. Existem mais de 100 tipos
de HPV, e a infecção por alguns tipos pode levar ao desenvolvimento de células
anormais no colo do útero (PRIMO, et al 2020).
A infecção inicial do HPV é geralmente assintomática, o que significa que a
maioria das mulheres não sabe que está infectada. O sistema imunológico do corpo
pode eliminar a infecção do HPV em alguns casos, mas em outros casos, uma
infecção persiste e pode levar ao desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas ou
cancerígenas. As lesões pré-cancerígenas são células anormais que não são
cancerosas, mas podem se transformar em células cancerosas se não forem
tratadas. Essas lesões são geralmente chamadas de displasia cervical e são
classificadas em graus I, II e III. A displasia cervical grau I é a forma mais leve de
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lesão pré-cancerígena, enquanto o grau III é a forma mais grave (TALLON, et al


2020).
O câncer de colo de útero começa quando as células pré-cancerígenas se
tornam cancerosas e se multiplicam rapidamente. O câncer de colo de útero pode
ser do tipo carcinoma de células escamosas ou adenocarcinoma. O carcinoma de
células escamosas é o tipo mais comum de câncer cervical e se origina nas células
escamosas que revestem o colo do útero. O adenocarcinoma, por outro lado, se
origina nas células produtoras de muco do canal cervical. O câncer de colo de útero
pode ser reservado para outras partes do corpo, como os gânglios linfáticos, o
fígado, os pulmões e os ossos. Isso é conhecido como metástase e torna o câncer
cervical mais difícil de tratar (ROZARIO, et al 2019).
Muitas mulheres ainda não percebem que seu estilo de vida e rotina podem
estar diretamente relacionados ao desenvolvimento do câncer de colo de útero. A
infecção pelo HPV, transmitida sexualmente, aumenta a probabilidade de contato
com diferentes subtipos do vírus, especialmente em mulheres com múltiplos
parceiros. O uso de cigarros também é um fator de risco, pois libera substâncias
químicas que podem levar ao desenvolvimento de câncer em longo prazo. Além
disso, a idade é um fator importante, já que com o passar do tempo, pois as
mulheres tendem a ter um maior número de relações sexuais, filhos e hábitos que
podem contribuir para o aumento da incidência de câncer (PIPPO, et al 2018).

1.3 Etiologia do câncer de colo de útero.


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CAPÍTULO II – DIAGNOSTICO E TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE


ÚTERO

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), é recomendado que


mulheres entre 25 e 64 anos mantenham práticas de testagem para câncer cervical,
com uma cobertura de pelo menos 80% dessa população. Diagnóstico e tratamento
podem reduzir a chance de desenvolvimento invasivo do câncer em até 90%. Essa
faixa etária é priorizada devido à maior incidência de lesões de alto grau. Após duas
coletas anuais com resultados negativos, o intervalo mínimo entre exames deve ser
de três anos (Silva, et al 2020).
A detecção de câncer cervical pode ser complicada devido à falta de sintomas
claros que podem ser interpretados de maneira diferente pelos profissionais de
saúde. Portanto, avaliar o histórico de rastreamento é crucial, incluindo frequência e
resultados de exames como colposcopia e teste de HPV. Além disso, é fundamental
que os profissionais de saúde sejam treinados periodicamente para identificar sinais
e sintomas desse tipo de câncer, o que pode melhorar o prognóstico das mulheres,
especialmente para o diagnóstico de câncer pré-canceroso ou em estágio inicial
(Paula et al., 2018).
O teste de micronúcleo como biomarcador é uma opção segura e conveniente
para pacientes que passam por quimioterapia, radioterapia ou que estão expostos a
produtos químicos tóxicos e contaminantes. Ele pode ajudar a prevenir o risco de
câncer, identificando possíveis neoplasias em espécies citológicas. A frequência de
DN é uma ferramenta útil para triagem e análise de risco cervical e/ou deformidades
malignas. Em muitos casos, esse teste pode ser feito com um teste de esforço
cervical de rotina, como apontado por Campelo et al em 2020.
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2.1 TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO.

O câncer cervical é um problema global de saúde pública que requer atenção.


Existem três tratamentos disponíveis para essa doença, incluindo cirurgia,
quimioterapia e radioterapia. É importante notar que o diagnóstico precoce pode
aumentar significativamente as chances de sucesso no tratamento. A escolha do
método terapêutico dependerá de fatores pessoais do paciente, como idade e
desejo de engravidar, bem como de características do tumor, como tamanho e
invasão linfática. (CORREIA et al, 2020)

A quimioterapia é frequentemente usada como tratamento para combater o


câncer. Ela é capaz de destruir áreas de crescimento tumoral que não são
acessíveis por meio de cirurgia ou radioterapia. Para obter os melhores resultados, a
quimioterapia é geralmente combinada com radioterapia no tratamento do câncer
cervical. No entanto, é importante observar que, devido à falta de especificidade, a
quimioterapia também pode afetar células normais, causando efeitos colaterais
indesejados (ARAÚJO et al, 2020).

A radioterapia é uma técnica terapêutica que utiliza a energia ionizante,


magnética ou corpuscular, para interagir com os tecidos afetados pelos tumores
malignos e impedir a proliferação das células cancerígenas. No entanto, assim como
a quimioterapia, a radioterapia afeta as células normais, o que pode causar efeitos
adversos. De acordo com CORREIA et al (2018), esse tratamento é considerado o
principal causador de efeitos colaterais indesejados.

Quando o diagnóstico da doença é feito precocemente, o tratamento cirúrgico


é frequentemente escolhido. Para diagnósticos tardios, a radioterapia e a
quimioterapia são mais recomendadas, embora a cirurgia possa ser utilizada
juntamente com a radioterapia em casos mais avançados da doença. É importante
destacar que os efeitos colaterais das terapias podem afetar a qualidade de vida das
mulheres, especialmente no aspecto sexual. Em geral, a radioterapia é conhecida
por causar mais disfunções sexuais nas mulheres, incluindo fibrose e secura vaginal,
dor durante a relação sexual, falta de excitação e de orgasmo (CORREIA et al.,
2020).
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CAPÍTULO III – A IMPORTANCIA DA ENFERMAGEM NA EDUCAÇÃO EM SÚDE


NO COMBATE AO CÂNCER DE COLO DE ÚTERO

REFERÊNCIAS

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20

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