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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO SUDOESTE DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE


COLEGIADO DE MEDICINA

ARYANNY ANACLETO LIMA DOS SANTOS


ÍCARO GIOVANNI BARROS CARREGOSA
LUCAS SILVA SANTOS
LUCCA VIEIRA SOUZA
MIGUEL ALVES CARACAS NETO
REBECA LIMA DE ALMEIDA SANTOS
SÉRGIO MIGUEL FARIAS DE MATOS

RELATO DE EXPERIÊNCIA: Ação de prevenção e conscientização acerca do


câncer de mama

VITÓRIA DA CONQUISTA
2023
ARYANNY ANACLETO LIMA DOS SANTOS
ÍCARO GIOVANNI BARROS CARREGOSA
LUCAS SILVA SANTOS
LUCCA VIEIRA SOUZA
MIGUEL ALVES CARACAS NETO
REBECA LIMA DE ALMEIDA SANTOS
SÉRGIO MIGUEL FARIAS DE MATOS

RELATO DE EXPERIÊNCIA: Ação de prevenção e conscientização acerca do


câncer de mama

Relato de experiência: ação de prevenção e


conscientização acerca do câncer de mama,
entregue a coordenação da disciplina, como
requisito parcial para obtenção de grau de bacharel
em Medicina pela Universidade Estadual do
Sudoeste da Bahia campus de Vitória da
Conquista.
Orientador (a): Dr. Antônio Xavier.

VITÓRIA DA CONQUISTA
2023
1 INTRODUÇÃO

A medicina, como profissão e como instituição acadêmica, vai além das


paredes das salas de aula e dos corredores dos hospitais. Ela se estende às
comunidades, onde a prevenção e a promoção da saúde desempenham um papel
crucial na melhoria da qualidade de vida das pessoas. No âmbito dessa abordagem
holística, os alunos de medicina frequentemente se envolvem em ações comunitárias
que buscam conscientizar, educar e empoderar a população em relação à saúde. Um
exemplo notável e importante é a ação dedicada à prevenção do câncer de mama.
O câncer de mama é uma das doenças mais prevalentes e impactantes da
saúde global, representando um desafio significativo para a saúde pública em todo o
mundo. Sua incidência continua a aumentar, afetando milhões de mulheres a cada
ano, e as estatísticas refletem a importância crítica da prevenção (INCA, 2019). O
presente relato de experiência tem como objetivo abordar a prevenção do câncer de
mama, baseando-se em evidências científicas, informações clínicas e experiências
pessoais de estudantes de medicina durante suas práticas na atenção primária à
saúde (APS).
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de mama
é o tipo mais comum de câncer entre as mulheres em todo o mundo. Anualmente, são
diagnosticados aproximadamente 2,3 milhões de novos casos e estima-se que esse
número continue a aumentar (OMS, 2021). Portanto, é essencial que abordemos a
prevenção do câncer de mama com a seriedade e a atenção que merece, visando à
redução da morbidade e da mortalidade associadas a essa doença.
Para embasar o relato, recorreu-se a diversas fontes, incluindo artigos
científicos, relatórios da OMS, dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), além de
relatos de experiências de profissionais de saúde e sobreviventes de câncer de mama.
Tal abordagem busca oferecer uma visão abrangente sobre as estratégias eficazes
de prevenção, que vão desde a conscientização, rastreamento, detecção precoce,
como também da promoção de estilos de vida saudáveis. É importante lembrar que o
câncer de mama não afeta apenas estatísticas, mas também vidas individuais e suas
famílias. Portanto, este relato de experiência não apenas se baseia em dados e
estatísticas, mas também busca humanizar a questão, destacando as histórias
pessoais que ilustram a importância da prevenção e da detecção precoce.
Ao longo deste relato, através da descrição da nossa ação, serão exploradas
as diferentes dimensões da prevenção do câncer de mama, destacando a relevância
de campanhas de conscientização, os métodos de detecção precoce, o conhecimento
dos fatores de risco modificáveis e a importância de um sistema de saúde acessível e
equitativo.
2 JUSTIFICATIVA

Excluindo o câncer de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais


prevalente entre as mulheres, segundo o INCA, foram estimados 73.610 casos novos
de câncer de mama em 2023, com um risco estimado de 66,54 casos a cada 100 mil
mulheres. Além disso, é o câncer que mais mata mulheres em todo o mundo, com
taxa de mortalidade ajustada por idade, pela população mundial, no Brasil em 2021,
de 11,71/100 mil (18.139 óbitos) (INCA, 2023).
Além disso, é uma condição com um impacto significativo não apenas na saúde
das pacientes, mas também na qualidade de vida de suas famílias e na carga
econômica sobre os sistemas de saúde. Nesse contexto, diante de uma patologia com
tamanha relevância, é imperativo que sejam adotadas medidas eficazes de prevenção
e conscientização, a fim de reduzir a incidência e minimizar o impacto dessa doença
(SILVA; RIUL, 2011).
A prevenção do câncer de mama pode ser dividida em três abordagens
principais: prevenção primária, prevenção secundária e prevenção terciária. A
prevenção primária envolve a promoção de medidas de estilo de vida saudáveis, tais
como a prática regular de exercícios físicos, uma dieta balanceada, a limitação do
consumo de álcool e a não utilização de tabaco. Além disso, a conscientização sobre
a importância do autoexame das mamas e do exame clínico periódico são estratégias
cruciais nessa fase de prevenção (BRASIL, 2013).
A prevenção secundária do câncer de mama é centrada na detecção precoce
da doença, geralmente por meio da mamografia e de outros métodos de imagem.
Ressalta-se a importância de programas de rastreamento, que visam identificar lesões
suspeitas em estágios iniciais, quando o tratamento é mais eficaz e as chances de
cura são mais altas. Além disso, é crucial que as mulheres estejam cientes dos sinais
de alerta e participem ativamente dos programas de rastreamento (BRASIL, 2013).
A prevenção terciária se concentra no tratamento oportuno e eficaz do câncer
de mama, com o objetivo de minimizar suas complicações e sequelas (BRASIL, 2013).
Diante disso, fica claro a importância de ações de conscientização acerca da
prevenção do câncer de mama nos diversos âmbitos da sociedade, incluindo a
atenção primária, para que as mulheres tenham cada vez mais conhecimento acerca
dessa patologia, o que possibilita desfechos melhores para as pacientes.
3 METODOLOGIA

A concepção da ação do “Outubro Rosa” iniciou em meados de setembro como


uma proposta, da unidade de saúde em conjunto com os internos de medicina, para
conscientizar a população, principalmente o público feminino, acerca do câncer de
mama, desde o autoexame até o diagnóstico clínico propriamente dito e seu
seguimento. Trata-se, então, de um relato de experiência vinculado ao internato de
Atenção Básica I, realizado por estudantes do quinto ano do Curso de Medicina da
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, campus Vitória da Conquista, sob a
supervisão dos docentes. Conforme a matriz curricular do curso, este projeto está
inserido no quinto ano, que possui como ponto relevante o desenvolvimento das
competências esperadas para o profissional que atua na Atenção Primária em Saúde,
visando principalmente a efetivação da integralidade do cuidado em saúde.
Visto isso, o projeto foi realizado no dia 11 de outubro, quando foram
confeccionados e distribuídos folders informativos para os pacientes na sala de
espera. Associado a atendimentos em conjunto com os médicos da unidade para a
realização da anamnese, exame físico das mamas e solicitação de USG de mamas e
mamografia conforme a necessidade em cada caso. Ainda, houve apresentação
expositiva acerca do câncer de mama para os presentes. Ao final, as dúvidas foram
sanadas conforme a demanda e as devidas orientações foram explicadas.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Evidenciou-se, através da ação do Outubro Rosa, uma ampliação do


conhecimento acerca do CA de mama e os ditames envolvidos no seu diagnóstico e
a importância da prevenção e de se atentar as sinais e sintomas para diagnóstico e
tratamento precoces, refletindo em um melhor prognóstico. O projeto envolveu a
participação de cerca de 30 pacientes, as quais avaliaram a proposta de forma
positiva.
A maioria das pacientes tinham indicação para rastreamento, seja por histórico
familiar positivo, seja pela idade ou pelo autorrelato de sintomas sugestivos
inicialmente identificados no autoexame que as levaram a buscar atendimento
médico.
Entende-se, dessa forma, que o Outubro Rosa desempenha um papel
fundamental na conscientização e prevenção do câncer de mama. Promover a
mamografia regular e o autoexame dos seios é fundamental para aumentar as
chances de identificar a doença em estágios iniciais, quando o tratamento é mais
eficaz e as taxas de sobrevivência são mais altas. Além disso, o movimento une a
sociedade, organizações de saúde e indivíduos na conscientização sobre a
necessidade de desestigmatizar o câncer de mama, encorajando as mulheres a falar
abertamente sobre a doença, seus sintomas e tratamentos. Ao eliminar tabus e
medos, o movimento cria um ambiente em que as mulheres se sentem mais à vontade
para procurar ajuda médica, compartilhar suas histórias e se unir em busca de
soluções.
Nesse contexto, as Unidades Básicas de Saúde desempenham um papel
fundamental no contexto da prevenção do câncer de mama, complementando os
esforços do Outubro Rosa. Elas são pontos de acesso primário aos serviços de saúde
e desempenham um papel crucial na educação, através da promoção da
conscientização, oferecendo informações sobre a prevenção, detecção precoce e
hábitos de vida saudáveis que contribuem para a redução do risco de câncer de
mama, triagem e encaminhamento de pacientes. Ao fornecer cuidados de saúde
acessíveis e direcionados, as UBS desempenham um papel vital na identificação
precoce de casos, melhorando as taxas de sobrevivência e contribuindo para a saúde
das comunidades em geral.
5 CONCLUSÃO

Como discutido anteriormente, o câncer de mama é uma patologia multifatorial


e, por ser influenciada por fatores modificáveis e não modificáveis, as ações de
prevenção secundária - diagnóstico precoce são de extrema importância. No entanto,
há muito o que evoluir no âmbito da prevenção primária. A promoção de hábitos
saudáveis, como a adoção de uma alimentação equilibrada, a prática regular de
atividades físicas e a redução do consumo de álcool, representa um componente
crucial na prevenção do câncer de mama. É necessário adotar medidas que impactam
neste tipo de prevenção, haja vista o benefício em saúde que tais práticas geram às
mulheres.
Neste cenário, torna-se imperativo adotar estratégias eficazes que estimulem
não apenas a realização adequada do autoexame, mas também o reconhecimento
dos fatores de risco, e, sobretudo, a conscientização da sociedade acerca da
relevância do exame clínico das mamas e da mamografia, a fim de garantir a detecção
precoce do câncer de mama.
Outro ponto a ser relatado acerca da prevenção do câncer de mama é a
redução dos custos do cuidado em saúde, como o tratamento de uma doença já
instaurada e a perda da produtividade. Além da melhora na qualidade de vida,
percebida por um melhor prognóstico, terapia menos mutiladora e menores taxas de
mortalidade
Em suma, a prevenção do câncer de mama no Brasil está em constante
evolução, mas há desafios significativos a serem superados, incluindo a garantia do
acesso à mamografia, a promoção de estilos de vida saudáveis e o aprimoramento da
assistência às pacientes diagnosticadas. O compromisso contínuo do sistema de
saúde, de profissionais da área e da sociedade em geral é fundamental para a redução
do impacto desse câncer devastador e para a melhoria da qualidade de vida das
mulheres brasileiras. A prevenção é a chave, e um esforço conjunto pode tornar o
câncer de mama uma ameaça menos temida no Brasil.
REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de


Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama / Ministério da
Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 2. ed. –
Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2013. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/controle_canceres_colo_utero_2013.pd
f>. Acesso em: 14 out. 2023.

INCA. DADOS E NÚMEROS SOBRE CÂNCER DE MAMA: Relatório anual 2023.


INCA, Rio de Janeiro, 2023. Disponível em:
<https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/relatorio_dados-
e-numeros-ca-mama-2023.pdf>. Acesso em: 17 out. 2023.

INCA. A situação do câncer de mama no Brasil: Síntese de dados dos sistemas


de informação. INCA, Rio de Janeiro, 2019. Disponível em: <
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/a_situacao_ca_m
ama_brasil_2019.pdf>. Acesso em: 05 out. 2023.

INCA. Atlas da mortalidade. Rio de Janeiro: INCA, 2021. base de dados. Disponível
em: <https://www.inca.gov.br/app/mortalidade>. Acesso em: 18 out. 2023.

INTERNATIONAL AGENCY FOR RESEARCH ON CANCER. Cancer today. Lyon:


WHO, 2020. Disponível em: <https://gco.iarc.fr/today/home>. Acesso em: 03 out.
2023.

OMS. Câncer de mama agora forma mais comum de câncer: OMS tomando
medidas. OMS, 2021. Disponível em: <https://www.who.int/pt/news/item/03-02-2021-
breast-cancer-now-most-common-form-of-cancer-who-taking-action>. Acesso em: 17
out. 2023.

SILVA, P. A. DA; RIUL, S. DA S. Câncer de mama: fatores de risco e detecção


precoce. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 64, n. 6, p. 1016–1021, nov. 2011.
Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/reben/a/TMQQbvwZ75LPkQy6KyRLLHx/#ModalHowcite>.
Acesso em: 20 out. 2023.
FIGURAS

FIGURA 1 – Folder informativo sobre câncer de mama

Fonte: Dos autores. Vitória da Conquista, Bahia, 2023.

FIGURA 2 – Folder informativo sobre câncer de mama

Fonte: Dos autores. Vitória da Conquista, Bahia, 2023.


FIGURA 3 – Atendimento ao público na sala de espera

Fonte: Dos autores. Vitória da Conquista, Bahia, 2023.

FIGURA 4 – Material gráfico sobre câncer de mama

Fonte: Dos autores. Vitória da Conquista, Bahia, 2023.


FIGURA 5 – Internos de medicina e equipe da unidade de saúde

Fonte: Dos autores. Vitória da Conquista, Bahia, 2023.

FIGURA 6 – Preceptora e internos

Fonte: Dos autores. Vitória da Conquista, Bahia, 2023.

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