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Atividade Sobre Rastreamentos – Saúde Coletiva V


Acadêmica: Camilla Kallás Hueb
Professora: Maria Luiza Rennó
23/11/2021

Seu Felício, taxista, 32 anos, que comparece à consulta com o seguinte pedido: “Doutor!
Eu vim fazer um check-up!”

Como caracterizar essa prática médica e quais suas implicações para a saúde pública?
É uma prática médica essencial pois podemos diagnosticar e tratar doenças ainda no início
por meio de diagnósticos precoces
O que vocês entendem por check-up?
Como uma série de exames diagnósticos que tem a finalidade de avaliar a saúde do
paciente
Quais as implicações de solicitarmos exames de rastreio em pessoas assintomáticas?
Maiores custos para os serviços de saúde
Existe diferença entre o rastreamento para o Sr. Felício (que veio até nós com essa
demanda), e o rastreamento de pessoas convidadas por nós?
Sim
Temos o Diagnóstico Precoce que são ações destinadas a identificar a doença em estágio
inicial a partir de sintomas e/ou sinais clínicos. (um paciente que já apresenta sintomas)
E o Rastreamento que é a realização de testes ou exames diagnósticos em populações ou
pessoas assintomáticas com a finalidade de diagnóstico precoce ou de identificação e
controle de riscos, tendo como objetivo final reduzir a morbidade e mortalidade da doença
(caso do Sr Felício)
Por que para alguns rastreamentos existem campanhas formais, como o Outubro Rosa e
outros não?
Câncer de mama e câncer de próstata são os grandes escolhidos pois tem maior
prevalência na população brasileira
Essas campanhas formais, por ex: Outubro Rosa, existem para compartilhar informações
sobre o câncer de mama, promover a conscientização sobre a doença, proporcionar maior
acesso aos serviços de diagnóstico e de tratamento e contribuir para a redução da
mortalidade
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Por que algumas doenças são rastreadas e outras não?


Pois temos que nos basear em dados epidemiológicos, sendo assim, algumas doenças são
mais prevalentes que outras
Ex.: Vamos pedir glicemia de jejum e hemoglobina glicada para todos os pacientes, ao
passo que não vamos pedir um teste de anticorpo antinuclear para possível diagnóstico de
LES
Como podemos definir o rastreamento?
Como aplicação de um teste ou exame numa população assintomática, aparentemente
saudável, com objetivo de identificar e tratar doenças precocemente
Qual o objetivo de se rastrear?
Identificação e controle de riscos, tendo como objetivo final reduzir a morbidade e
mortalidade de doenças, agravo ou risco rastreado
Quais os critérios para implementar um programa de rastreamento?
1. A doença deve representar um importante problema de saúde publica que seja
relevante para a população, levando em consideração os conceitos de magnitude,
transcendência e vulnerabilidade
2. A história natural da doença ou do problema clínico deve ser bem conhecida

3. Deve existir estágio pré-clínico (assintomático) bem definido, durante o qual a


doença possa ser diagnosticada;
4. O benefício da detecção e do tratamento precoce com o rastreamento deve ser
maior do que se a condição fosse tratada no momento habitual de diagnóstico;
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5. Os exames que detectam a condição clínica no estágio assintomático devem estar


disponíveis, aceitáveis e confiáveis;
6. O custo do rastreamento e tratamento de uma condição clínica deve ser razoável e
compatível com o orçamento destinado ao sistema de saúde como um todo
7. O rastreamento deve ser um processo contínuo e sistemático

Como podemos classificar os rastreamentos?


Rastreamento Oportunístico: O profissional aproveita o momento da consulta para
rastrear alguma doença ou fator de risco
Programas de Rastreamento: São realizados por instituições de saúde e são
sistematizados, voltados para determinadas doenças
Quais os principais vieses do rastreamento?
Viés de seleção, viés de tempo de antecipação, viés de tempo de duração, viés do sobre
diagnóstico
Quais os danos atribuídos aos rastreamentos?
Intervir em pessoas assintomáticas, tratamento excessivo, falso positivo, falsa impressão
de proteção
Como podemos reduzir os danos relativos relacionados aos rastreamentos?
Não pedindo exames que muitas vezes não alteram no prognóstico do paciente, no
desfecho da doença. Devemos estabelecer estratégias que beneficiem o paciente levando
em conta fatores sociais, econômicos e culturais
Como podemos definir a prevenção quaternária (P4)?
Conjunto de medidas que visa evitar danos associados a intervenções médicas, por
exemplo a realização de cirurgias desnecessárias
Como a prevenção quaternária pode ser utilizada diante de demandas por check-ups?
Pode ser utilizada como parâmetro para a não realização de exames complementares
desnecessários
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Caso 1:
Sr. Joaquim, paciente de 60 anos, é sempre muito cuidadoso com sua saúde e marcou
consulta motivado pela campanha do Novembro Azul a fim de solicitar o exame de PSA
(antígeno prostático específico). Durante a anamnese, você descarta a presença de
qualquer sintoma urinário.
1) Quais as indicações do rastreio do câncer de próstata?

Homens a partir de 50 anos devem procurar um profissional especializado, para avaliação


individualizada. Aqueles da raça negra ou com parentes de 1º grau com câncer de próstata
devem começar aos 40 anos

2) Quando pedir o PSA e realizar o toque?

Em homens acima de 50 anos pode-se realizar o exame de toque retal e dosagem do PSA

3) Quais as evidências científicas para o rastreamento do câncer de próstata?

É o câncer mais comum do homem, a segunda causa de morte por câncer no homem,
aumenta com a idade, 13% de chance de ter câncer ao nascer e 6% devem morrer devido a
este câncer

4) Quais os possíveis danos ao paciente se o médico optar por rastrear toda a


população masculina para câncer de próstata?
Ter um diagnóstico que não mude o prognóstico do paciente, deixando com medo
Caso 2:
Você solicitou uma mamografia de rastreamento para a Sra. Antônia, de 53 anos,
redigida da seguinte forma: “Paciente de 53 anos, com baixo risco para câncer de mama,
e que nunca fez a mamografia”. O regulador devolveu a sua solicitação, questionando a
ausência da descrição do exame clínico das mamas.
1) Qual a população-alvo e a periodicidade do rastreamento de câncer de mama, e
com qual método?

O rastreamento é realizado através da mamografia. Secundo o INCA, a realização do


exame é recomendada na faixa etária de 50 a 69 anos a cada dois anos. Fora dessa faixa
etária e dessa periodicidade, os riscos aumentam e existe maior incerteza sobre os
benefícios

2) Qual o NNR (número necessário para rastrear) e o tempo necessário para evitar
uma morte por câncer de mama?
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Na idade de 40 a 49 anos, o NNR é de 4576 ou seja, são necessárias 4576 mulheres


durante o período de 8,8 anos para se evitar uma morte por câncer de mama

3) Quais os riscos à saúde associados ao rastreamento?

Estresse psicológico e emocional, elevando o número de intervenções desnecessárias que


não mudam o desfecho da doença

4) Qual a importância dos sobrediagnósticos no processo de rastreamento do câncer


de mama?
Diagnóstico/ detecção e tratamento precoce, reduzindo assim a morbimortalidade das
pacientes
Caso 3:
Sr. Sebastião, 54 anos, compareceu à consulta de rotina para acompanhamento de
Diabetes. Está assintomático, porém, relata preocupação, pois teve um amigo que
morreu com câncer no intestino. Viu no jornal que comer carne aumenta o risco de
câncer de cólon, o que o preocupou ainda mais, uma vez que gosta muito de churrasco.
Não apresenta mudança do hábito intestinal ou perda de peso.
1) Quais os tipos de rastreamento para câncer de cólon-reto?

Na faixa etária de 50 a 75 anos: Sangue oculto nas fezes, Colonoscopia e Sigmoidoscopia

2) Qual seu grau de recomendação?

1A

3) Embora as evidências sejam favoráveis para a realização do rastreamento do


câncer de cólon-reto, quais são as questões éticas que enfrentamos para justificar
a não realização do rastreamento?

É um câncer insidioso e de evolução muito lenta. Sendo assim, alguns diagnósticos podem
não alterar no desfecho da doença dependendo da idade do paciente

4) Considerando o diagnóstico oportuno, quais sintomas nos levam a considerar o


câncer colorretal como hipótese diagnóstica?
Perda de sangue nas fezes, obstrução intestinal, perda de peso, fezes afiladas, entre outros
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Caso 4:
Priscila tem 18 anos, assintomática, sexarca aos 13. Vem com a mãe à consulta para
repetir o “preventivo” realizado há um ano, pois a mãe ouviu que, caso contrário, o Bolsa
Família seria cortado. Ela traz o resultado da última citologia, coletada em uma clínica
popular: Atipia de significado indeterminado, possivelmente não neoplásico em células
escamosas.
1) Qual a orientação para Priscila?

Repetir a citologia oncótica em 3 anos

2) Quais as indicações de rastreio para câncer de colo de útero?

Pacientes entre 25 e 64 que já tiveram atividade sexual. Tendo dois exames anuais
consecutivos normais o rastreio se torna trianual

3) Como é feito o rastreamento?

Citopatológico de colo de útero (Papa Nicolau) ou Colpocitologia Oncótica

4) Quais as evidências científicas para o rastreamento do câncer de colo de útero?


40% da população feminina é acometida pelo vírus do HPV, pacientes maiores de 30 anos
tem prevalência de 5 a 10%, representa 3,2% de todos os tumores e 3,3% das mortes por
câncer. É o terceiro câncer mais comum em mulheres

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