Você está na página 1de 20

UNIVERSIDADE ANHANGUERA - UNIDERP

CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA


POLO TUCURUÍ - PA
CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM

SIMÃO LOPES CORRÊA

ENFERMAGEM NOS CUIDADOS


AS PACIENTES COM CANCER DE MAMA

Tucuruí-PA
2022-1
SIMÃO LOPES CORRÊA

ENFERMAGEM NOS CUIDADOS


AS PACIENTES COM CANCER DE MAMA

Trabalho de Conclusão de Curso II


apresentado como exigência parcial para
obtenção do grau de Bacharel em
Enfermagem da Instituição Anhanguera –
UNIDERP.
Orientador (a): Aline Chagas

Tucuruí-PA
2022-1
Dedico este trabalho primeiramente a Deus, segundo ao
meu pai, mãe e minha esposa que estiveram ao meu lado
e me acompanharam todo este tempo de graduação.
AGRADECIMENTO
Agradeço por primeiro lugar a Deus por ter me sustentado do começo ao fim
deste curso, por ele sempre me reerguer quando eu precisava e por ainda o fazer.

Ao meus amados pais agradeço pelo tempo em que esteve presente em vida,
que pela sua presença permanente, amor e dedicação me mostrou com exemplos
no dia a dia, e em especial durante os cinco anos do meu curso, seus ensinamentos
me mantiveram forte e me deram forças para continuar.

Aos meus amigos, que me ajudaram e escutaram minhas reclamações,


amenizaram meu choro e me aconselharam nos momentos em que mais precisei.

Agradeço aos meus orientadores pela paciência e pela colaboração em cada


orientação e correção do meu Trabalho de Conclusão de Curso. Que sorte a minha
tê-los na construção deste trabalho, me orientando e impondo desafios com
determinação e confiança no meu potencial.

A todos os meus professores pois sem o conhecimento passado por cada um


de vocês eu jamais saberia ao menos aferir uma pressão ou escutar o relato de
queixas de um paciente ou até mesmo atender com carinho, com destreza e
atenção pela qual aprendi, e nunca vou me esquecer do olhar holístico que um
enfermeiro precisa ter.

Enfim, agradeço a todo incentivo que recebi da parte de cada pessoa que
colaboraram para minha formação, minha gratidão será eterna.
SUMÁRIO

RESUMO.......................................................................................................................6

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................7

2. OBJETIVOS.........................................................................................................10

3. DEFINIÇÃO DE CANCÊR DE MAMA.................................................................11

4. DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA........................................15

5. PAPEL DO ENFERMEIRO...................................................................................17

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................18

REFERÊNCIAS...........................................................................................................19
6

RESUMO

O câncer de mama é um problema de âmbito mundial, e no Brasil, é uma enfermidade de


alta incidência de mortalidade às mulheres acometidas, observa-se também o aspecto
mutilador que a doença traz consigo gerando desconforto e instabilidades emocionais
nestas mulheres. O índice de mulheres vítimas fatais do câncer de mama é alarmante, visto
ser o mais comum, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano, porém se
diagnosticado e tratado oportunamente, o prognóstico é relativamente bom. O objetivo deste
trabalho é demonstrar a importância do papel do enfermeiro no conhecimento sobre o
câncer de mama e o acolhimento do paciente que sofre dessa patologia e destacar a função
essencial da enfermagem desde a prevenção, do diagnostico inicial do câncer de mama até
as diversas fases do tratamento do câncer de mama. Esta pesquisa é relacionada sobre a
importância do papel do enfermeiro no cuidado do paciente portador do câncer de mama.
Sendo assim essa monografia será pesquisado em livros, artigos e textos de fontes e
plataformas de pesquisa referenciada na área da saúde. Existem diversos fatores de risco
relacionados ao câncer de mama, tendo a presença de um ou mais desses fatores de risco
não significa que a mulher terá a doença. Dentre esses fatores os principais estão pertinente
a 2 tipos de fatores, sendo ambientais e comportamentais.

Palavras-Chave: Enfermagem, Saúde da mulher, Câncer de mama,


7

1. INTRODUÇÃO

O câncer de mama é a neoplasia mais comumente diagnosticada em


mulheres, configurando-se em importante problema de saúde pública mundial
devido à sua elevada incidência e morbimortalidade. Segundo o Observatório Global
de Câncer, foram estimados 2,2 milhões de novos casos e 655 mil óbitos pela
doença para 2020.
A mama feminina é constituída por um corpo glandular que está sobre a
parede do tórax. Envolvido pela fáscia e recoberto por pele, se estende até a região
da axila. A pele se diferencia em sua porção central, formando a aréola de onde
emerge a papila, constituindo o complexo areolopapilar. O corpo glandular é
formado por dois sistemas: o sistema ducal formado por ductos que iniciam na
papila e possuem várias ramificações ductais, e o sistema lobular, composto por
lóbulos, localizados nas extremidades ductais, são responsáveis pela formação de
leite que é transportados pelos ductos. Os dois sistemas são sustentados por tecido
conjuntivo e gordura, por onde passam os nervos, vasos sanguíneos e linfáticos. Os
vasos linfáticos drenam a linfa para ao linfonodos das cadeias axilar e mamaria. O
assoalho muscular é composto por músculo peitoral maior, peitoral menor e serrátil
anterior, que se relaciona com a face profunda da mama separando-se do gradil
costal (CHAGAS C.R. et al, 2011).
As mamas geralmente não são do mesmo tamanho. A forma da mama pode
variar em função da idade, lactação, gestação, obesidade e período menstrual. São
divididas em quadrante superior, inferior e região central. A divisão em quadrante é
importante para a localização e correlação dos achados nos exames clínicos e de
imagem (CHAGAS C.R. et al, 2011).
O câncer de mama ocorre quando as células da mama passam a se dividir e
se reproduzir muito rápido e de forma desordenada. A maioria dos cânceres de
mama acomete as células dos ductos das mamas. Por isso, o câncer de mama mais
comum se chama Carcinoma Ductal. Ele pode ser in situ, quando não passa das
primeiras camadas de célula destes ductos, ou invasor, quando invade os tecidos
em volta. Os cânceres que começam nos lóbulos da mama são chamados de
Carcinoma Lobular e são menos comuns que o primeiro. Este tipo de câncer muito
8

frequentemente acomete as duas mamas. O Carcinoma Inflamatório de mama é um


câncer mais raro e normalmente se apresenta de forma agressiva, comprometendo
toda a mama, deixando-a vermelha, inchada e quente(CHAGAS C.R. et al, 2011).
O espectro de anormalidades proliferativas nos lóbulos e ductos da mama
inclui hiperplasia, hiperplasia atípica, carcinoma in situ e carcinoma invasivo. Dentre
esses últimos, o carcinoma ductal infiltrante é o tipo histológico mais comum e
compreende entre 80 e 90% do total de casos(WHO, 2008). O câncer de mama,
como muitos dos cânceres, tem fatores de risco conhecidos. Alguns destes fatores
são modificáveis, ou seja, pode-se alterar a exposição que uma pessoa tem a este
determinado fator, diminuindo a sua chance de desenvolver este câncer. Existem
também os fatores de proteção. Estes são fatores que, se a pessoa está exposta, a
sua chance de desenvolver este câncer é menor. São esses fatores: Idade;
Exposição excessiva a hormônios; Radiação; Dieta; Exercício Física; História
Ginecológica; História Familiar; Alterações nas mamas. Relativamente raro antes
dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e
progressivamente (CANCER RESEARCHA UK, 2011).
O sintoma mais comum de câncer de mama é o aparecimento de nódulo,
geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência
branda, globosos e bem definidos. Outros sinais de câncer de mama são edema
cutâneo semelhante à casca de laranja; retração cutânea; dor, inversão do mamilo,
hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo; e secreção papilar, especialmente
quando é unilateral e espontânea. A secreção associada ao câncer geralmente é
transparente, podendo ser rosada ou avermelhada devido à presença de glóbulos
vermelhos. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila
(KOSTERS;GOTZSCHE,2008).
O câncer de mama quando identificado em estágios iniciais apresentam
prognóstico favorável. Para isso é necessário implantar ações para a detecção
precoce desses casos. As manifestações clínicas são nódulo(s) palpável(eis),
endurecimento da mama, secreção mamilar, eritema mamário, edema mamário,
retração ou abaulamento, inversão, descamação ou ulceração do mamilo, linfonodos
axilares palpáveis. Essas manifestações clínicas podem ser identificadas pela
própria mulher através de uma boa orientação do profissional de saúde de como
9

realizar o autoexame das mamas e/ou pelo profissional da saúde médico ou


enfermeiro no momento da consulta clínica.
Apesar de sua evolução temporal ascendente, o câncer de mama vem
apresentando tendência descendente de mortalidade em países desenvolvidos1.
Acredita-se que isso esteja relacionado ao maior acesso a serviços de saúde, que
possibilita o diagnóstico precoce e o tratamento oportuno da doença, aumentando
assim a sobrevida. Entretanto, a mortalidade no Brasil permanece elevada, sendo o
diagnóstico tardio o principal motivo.
Sabe-se que não há prevenção primária da doença, imperando a detecção
precoce para possibilidade de cura. Nas estratégias de rastreamento, o Ministério da
Saúde inclui: exame mamográfico (pelo menos a cada dois anos, entre 50 e 69 anos
de idade) e exame clínico (anualmente, a partir dos 40 anos de idade). Nos casos
em que há risco elevado de adoecimento (história de câncer de mama em familiares
de primeiro grau), recomenda-se a realização destes exames anualmente a partir
dos 35 anos de idade (BRASIL, 2011).
Pela relevância da doença e do impacto da descoberta desta pelas mulheres
acometidas, não apenas como causa de morte, mas também por sua morbidade,
faz-se necessário um olhar acerca das questões que envolvem desde a suspeita até
o diagnóstico, no lidar com uma doença envolta em muitos mitos. Para tanto,
propomos compreender a forma como a doença foi identificada e o impacto do
diagnóstico por câncer de mama na vida das mulheres
10

2. OBJETIVOS

O objetivo deste trabalho foi destacar a função essencial da


enfermagem desde a prevenção, do diagnóstico inicial do câncer de mama
até as diversas fases do tratamento. Nesse sentido, elencamos como itens
principais a serem debatidos ao longo da pesquisa:

 Câncer de mama:
 Fatores de risco do câncer de mama;
 Prevenção do câncer de mama;
 Diagnostico precoce do câncer de mama;
 Papel do enfermeiro;
 Tipos de Tratamentos.
11

3. DEFINIÇÃO DE CANCÊR DE MAMA

O câncer é considerado um grande problema de saúde pública tanto nos


países em desenvolvimento quanto nos países desenvolvidos. No Brasil, observa-se
um pequeno número de programas de prevenção e detecção precoce do câncer,
sendo maior a ênfase no tratamento especializado, por isso, o grande percentual de
diagnóstico de tumores avançados (FUNGHETTO; TERRA; WOLFF, 2003; TONANI;
CARVALHO, 2008).
No momento do diagnóstico, a mulher não sabe as características do câncer,
como tamanho, localização, profundidade ou o alcance em outras áreas do corpo
(LIMA, 2002). Ao encontrar um nódulo suspeito na mama, depara-se com um dilema
diante da confirmação da doença, ou seja, salvar-se ou morrer. Envolto por mitos, o
câncer de mama é visto como sinônimo de sofrimento, dor e morte. O diagnóstico
normalmente traz o medo e a ansiedade para a mulher e seus familiares, contudo, o
enfrentamento da notícia depende das particularidades de cada um (ANDOLHE;
GUIDO; BIANCHI, 2009; LIMA, 2002). A palavra câncer vem do grego karkínos, que
quer dizer caranguejo, e foi utilizada pela primeira vez por Hipócrates, o pai da
medicina, que viveu entre 460 e 377 a.C. O câncer não é uma doença nova. O fato
de ter sido detectado em múmias egípcias comprova que ele já comprometia o
homem há mais de 3 mil anos antes de Cristo (INCA, 2011 apud MORAES, et al;
2017).
O câncer constitui um importante problema de saúde pública mundial, sendo
a principal causa de morte em países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.
O câncer engloba um grupo com mais de cem diferentes tipos de doenças e é
mundialmente responsável por um elevado índice de óbitos. Ao paciente em risco
iminente de perder a vida, bem como ao seu familiar, é indicado os cuidados
paliativos, que podem ser oferecidos por meio da assistência hospitalar, domiciliar e
ambulatorial (BARBOSA, et al; 2019).
O câncer caracteriza-se pelo crescimento desordenado de células que
possuem a capacidade de disseminar-se entre os tecidos e órgãos adjacentes. É
atualmente um grave problema de saúde pública mundial, não somente pelo
aumento de sua prevalência, mas também, pelos investimentos em ações
abrangentes nos diferentes níveis de atuação, como na promoção da saúde,
diagnóstico precoce, assistência, vigilância, formação de recursos humanos, diálogo
12

e mobilização social, na pesquisa e na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS)


(SILVA, et al; 2020).
O câncer é uma enfermidade que geralmente desencadeia sofrimento físico
e emocional no indivíduo adoecido, provocando, inclusive, a diminuição de sua
autoestima frente às mudanças que ocorrem durante o processo de adoecimento. É
uma enfermidade que geralmente inspira sentimento de tristeza, angústia e medo,
que necessitam ser enfrentados pelo indivíduo adoecido e por sua família. O
processo vivido por familiares de indivíduos com câncer geralmente os fragiliza,
tornando-os mais suscetíveis ao sentimento de medo das repercussões que poderão
advir da doença (MATTOS et al., 2016).
O câncer é um problema de saúde pública no Brasil, devido, sobretudo, a
sua abrangência, variedade, complexidade e magnitude epidemiológica, social e
econômica. Trata-se de uma doença causada pelo crescimento celular
desordenado e pela invasão de tecidos e órgãos, sendo que parte significativa dessa
enfermidade pode ser prevenida. O acometimento das pessoas por esta doença
está relacionado não somente às predisposições hereditárias, mas também a seu
estilo de vida (BRANDÃO et al; 2017).
O Brasil deverá registrar 625 mil novos casos de câncer para cada ano do
triênio 2020/2022, segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer). Se descontados
os casos de câncer de pele não melanoma, serão 450 mil novos registros da doença
para cada ano. O câncer de pele não melanoma é o mais incidente no país, com 177
mil novos casos estimados. Ele corresponderá a 27,1% do total de casos de câncer
em homens e 29,5% em mulheres. Considerando-se todos os demais tipos de
câncer, os mais frequentes na população serão mama e próstata (66 mil casos
cada), cólon e reto (41 mil), pulmão (30 mil) e estômago (21 mil). Por gênero, os
tipos de câncer mais comuns em homens são próstata (29,2%), cólon e reto (9,1%),
pulmão (7,9%), estômago (5,1%) e cavidade oral (5%). Nas mulheres, o câncer de
mama lidera (29,7%), seguido por cólon e reto (9,2%), colo do útero (7,4%), pulmão
(5,6%) e tireoide (5,4%).
De acordo com Oliveira e seus colaboradores (2017), para o paciente
oncológico, parece ser um consenso a importância da comunicação no intuito de
promover conforto, acalmar, aliviar sintomas, diminuir angústias e equilibrar. Nesse
13

sentido, a comunicação inadequada ou ruidosa com o paciente pode provocar


angústias, medos, ansiedade, entre outros sentimentos negativos, podendo provocar
interferências na assistência.
O enfermeiro atua na intervenção dos principais sintomas na doença
terminal, dentre esses sintomas estão a desidratação, constipação, fadiga, fraqueza,
náusea, vômito, caquexia, infecção, anemia, alterações metabólicas e endócrinas,
alterações musculares e outras. Podem ser utilizadas medidas não farmacológicas
para amenizar esses sintomas, utilizando diversas terapias não convencionais
destacando a aromoterapia, ludoterapia e toque terapêutico, além de recursos para
ajudar a criança no processo saúde doença, promovendo bem estar, conforto e
alegria, tais como: desenho, pintura, música, brinquedos, teatro, e contar histórias
(SILVA, et al; 2020).
Conforme visto por Alecrim e seus colaboradores (2020), o câncer é visto
como uma doença ameaçadora para a vida, sendo assim é bastante temida por
todos. Quando revelado para o paciente representa uma má notícia, devido a todo
estigma que a palavra câncer acarreta no seio familiar. O papel da família, para o
paciente, é algo precioso, já que é de dentro do campo familiar que primeiramente
virá todo o carinho, compreensão, apoio e suporte emocional e psicológico que se
fazem extremamente necessários para diferentes estágios de cuidado e para o
enfrentamento de todos os sinais e sintomas.
No Brasil, o câncer aparece nas estatísticas como o segundo maior causador
de óbitos, com projeção em torno de seiscentas mil novas ocorrências para
2018/2019 e de 17 milhões para o ano de 2030, incluindo o câncer de pele não
melanoma. Esse crescimento explica-se por diversos fatores, tais como o
crescimento da esperança de vida e o envelhecimento populacional, os quais
incidem no aumento do número de doenças crônico-degenerativas, em especial o
câncer (BARBOSA, et al; 2019).
A palavra câncer é utilizada para denominar um conjunto constituído por
mais de cem diferentes tipos de doenças correspondentes aos diferentes tipos de
células que existem no corpo; essa enfermidade se caracteriza pelo crescimento
desordenados dessas células, levando a formação de tumores que podem atacar
tecidos e órgãos, tendo como elemento causal a presença de inúmeros fatores, por
14

exemplo, herança genética, hábitos de vida nocivos, sedentarismo, dentre outros


(BARBOSA, et al; 2019).
O paciente além de desenvolver sinais e sintomas relativos ao câncer inicia
diversas mudanças de comportamento que interferem diretamente na vida dele. É
bastante comum o paciente oncológico apresentar um quadro de depressão
relacionado ao medo iminente da morte, pela incerteza no que tange ao processo de
tratamento e possibilidades de cura. A sensação de impotência, a perda do valor
social, a perda da rotina são alguns sentimentos muito comuns nos adoecidos
(RODRIGUES, POLIDORIS, 2012 apud MORAES, et al; 2017).
Segundo Nascimento-Shulze (1997), existem três estágios de enfrentamento
da doença: o primeiro está relacionado à fase de identificação do problema e busca
de soluções. O segundo refere-se à escolha da ação específica para o
enfrentamento. O terceiro baseia-se no resultado da ação e na avaliação dela como
apropriada ou não. A mulher e seus familiares podem passar por uma fase de
negação após o diagnóstico da enfermidade, o que afeta a vida pessoal e social da
mulher, tornandose um estressor. Os familiares também se sentem aflitos diante da
incerteza do futuro, tanto com relação ao tratamento quanto aos procedimentos
cirúrgicos e se a doença irá regredir ou não (ANDOLHE; GUIDO; BIANCHI, 2009).
15

4. DIAGNÓSTICO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA

O câncer de mama pode ser descoberto em fases iniciais, em grande parte dos
casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura. Todas as mulheres,
independente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não
é normal em suas mamas. É respeitável que as mulheres olhem suas mamas
sempre que se sentirem confortáveis para tal (seja no banho, no momento da troca
de roupa ou em outra situação do cotidiano), sem técnica específica, valorizando a
descoberta eventual de pequenas mudanças mamárias. A maior parte dos cânceres
de mama é manifestação pelas próprias mulheres. Os benefícios da mamografia de
rastreamento incluem a possibilidade de encontrar o câncer no início e ter um
tratamento menos agressivo, assim como menor chance de morrer da doença, em
função do tratamento oportuno. Além de estar atenta ao próprio corpo, também é
indicado que mulheres de 50 a 69 anos façam uma mamografia de rastreamento
(quando não há sinais nem sintomas) a cada dois anos. Esse exame pode ajudar a
distinguir o câncer antes do surgimento dos sintomas. (INSTITUTO NACIONAL DE
CANCER INCA 2018)
Os sinais e sintomas mamários formam muita ansiedade e despertam nas
mulheres o vontade de esclarecimento médico urgente para remover a possibilidade
de acometimento neoplásico da mama. Neste âmbito, os meios para detecção
precoce do câncer de mama incluem o diagnóstico precoce que consiste em
identificar lesões em fases iniciais em mulheres com alguns sinais de câncer de
mama (nódulo, retração do mamilo entre outros) o rastreamento que é a aplicação
sistemática de um exame, em populações assintomáticas, para identificar mulheres
com anormalidades sugestivas de câncer (SPENSE, R. A. J.; JOHNSTON, P. G,
2003).
No intuito de reconhecer as lesões iniciais do câncer de mama, o exame clínico
é a parte principal da propedêutica diagnóstica. Deve ser efetuado como parte do
exame físico e ginecológico, e constitui a base para a solicitação dos exames
complementares. Como tal, deve considerar os seguintes passos para sua própria
realização: inspeção estática e dinâmica, palpação das axilas e palpação da mama
com a paciente em 9 decúbito dorsal. Nesta situação, os principais sinais e
sintomas são: tumoração não dolorosa de limites irregulares, descarga papilar
sanguinolenta, edema na pele da mama “casca de laranja”, retração da papila
16

mamária, prurido na papila mamária, erosão da papila mamária e linfonodos axilares


aumentados de tamanho (BYERS, T.; NESTLE, M.; MCTIERNAN, A, 2005).
Vale frisar que a identificação de massa palpável nas mamas, na grande
maioria das vezes, não se relaciona com câncer. Cerca de 10% dos casos há
neoplasia associada, o diagnóstico diferenciativo deve ser feito, além disso, a dor
mamária sem outros sinais associados pouco sugere neoplasia, sendo esta relação
estimada em 1,8%. O auto-exame da mama tem gerado muita controvérsia quanto a
sua validade. Nas populações em que as mulheres fazem consultas médicas
constantes e mamografia de screening "triagem" com a periodicidade recomendada
já foi evidenciado que esta prática não agrega vantagens (CIBEIRA, G. H.;
GUARAGNA, R. M, 2006).
Porém as populações menos favorecidas, o auto-exame deve seguir sendo
sugerido e ensinado a fim de perceber certas alterações provocadas pelo câncer ou
como método de autoconhecimento do corpo. A mamografia, entre os métodos de
diagnóstico por imagem, é o mais utilizado para o screening "triagem" e diagnóstico
do câncer de mama. É considerado, hoje em dia, o exame “Padrão Ouro” entre os
realizados em mastologia, principalmente, por seu baixo custo e pela relativa
acessibilidade. Diversos estudos comprovam a eficácia da mamografia em detectar
lesões pequenas e impalpáveis ou em estágios iniciais. Porém, sua sensibilidade
diminui consideravelmente (estimada em 81 a 94%, decai para 54 a 58% em
algumas séries) entre as mulheres com menos de 40 anos (PRICHARD, R. S. et al,
2003).
Particularmente tais como a alta densidade das mamas jovens, gravidez
amamentação, processos inflamatórios, uso de próteses e mamas operadas ou
irradiadas não invalidam o método, mas exigem conhecimentos na hora de solicitar
o exame. A mamografia digital, apesar do alto custo, aumenta a taxa de detecção de
câncer em mamas. DE VITA, V. T.; HELLMAN, S.; ROSENBERG, S. A, 1997)
17

5. PAPEL DO ENFERMEIRO

O profissional de enfermagem exerce o papel importante na prevenção da


doença, desenvolvendo ações relacionadas ao rastreamento e detecção precoce do
câncer de mama e assistência de enfermagem às mulheres. As ações de prevenção
devem ser executadas por profissionais qualificados capazes de gerenciar e atuar
no tratamento pela saúde do paciente com responsabilidades legais e inerentes,
executando sua função no mesmo. (PEREIRA, 2015)
Compete, também ao enfermeiro as orientações dos cuidados como
identificar efeitos colaterais e minimizar o rastreamento do câncer, deve ser
realizado pelo profissional da saúde (enfermeiro) através das consultas de
enfermagem, onde deve ser, realizado primeiramente uma anamnese e um exame
físico aprofundado e sempre orientando o paciente sobre a importância do
autoexame que pode ser feito na própria residência e pela própria paciente.
(CAVALCANTE, et al.;2017)
É possível entender a importância da atuação do profissional de enfermagem
na orientação a essas mulheres. A grande parte traz consigo mesmo muitas crenças
sobre o câncer, o tratamento quimioterápico e os cuidados a serem realizados. É
imensamente importante respeitar a cultura de cada vitima e ao mesmo tempo
realizar orientações adequadas sobre a patologia, os tratamentos, os efeitos
colaterais, alimentação e as condutas em emergências adequada (Junior WJA. TRH,
2004).
É indispensável determinar um contato harmônico com essas pacientes, a
fim de tornar esse processo de tratamento o mais humanizado possível, para que o
paciente possa se sentir seguros e acolhidos pelo profissional da saúde (Skaba
MMVF, 2003).
18

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decorrer da pesquisa percebemos a importância de tratar a prevenção do


câncer de mama devido ao auto índice de incidência, pois essa doença acomete
muitas mulheres, podendo também acometer os homens em uma incidência um
pouco menor.
O papel do enfermeiro é fundamental para esses pacientes com o diagnóstico
de câncer, para desenvolvimento das ações relacionadas ao rastreamento, entre a
detecção precoce do câncer de mama e os vários de tipos de fatores de riscos, para
um diagnóstico precoce.
Também é de total importância que o enfermeiro esteja presente no
acompanhamento do paciente portador do câncer, para possíveis orientações sobre
efeitos colaterais, cuidados e orientações sobre a doença.
Temos como considerações finais a afirmação que o acompanhamento do
enfermeiro é extremamente importante durante as varias fazes do tratamento do
câncer com o paciente portador da doença, para os possíveis esclarecimento sobre
o mesmo.
19

REFERÊNCIAS
ABREU E; KOIFMAN S. Fatores prognósticos no câncer de mama feminino. Rev
Bras de Cancerol. 2002; v. 48, nº 1

American Cancer Society. Fatos e Cifras do Câncer de Mama 2015-2016. Atlanta,


Ga: American Cancer Society; 2015

ARAÚJO, L.Z.S.; ARAÚJO, C.Z.S.; SOUTO, A.K.B.Z.; OLIVEIRA, M.S. Cuidador


principal de paciente oncológico fora de possibilidade de cura, repercussões deste
encargo. Revista Brasileira de Enfermagem. Brasília: v. 62, n. 1, jan/fev, 2009.

BRASIL, Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Falando sobre câncer de


mama. Rio de Janeiro: INCA; 2002.

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Ações de enfermagem


para o controle do câncer. 3ª ed. Rio de Janeiro: INCA; 2008.

BRITO, N. M. B. et al. Características clínicas de mulheres com carcinoma ductal


invasivo submedidas à quimioterapia neoadjuvante. Rev Para Med. v.21, n.4, p.1-10,
2007.

BYERS, T.; NESTLE, M.; MCTIERNAN, A. Guidelines on Nutrition and Physical


Activity for Cancer Prevention: recommendations for individuals. Atlanta: American
Cancer Society, 2005

CAVALCANTE, M. A. S; SILVA, B. F; MARQUES, V. A. C; FIQUEREIDO, N. E;


GUITIERREZ, R. G. M. Ações do enfermeiro no rastreamento e diagnóstico do
câncer

CHAGAS C.R. et al. Tratado de mastologia da SBM. Rio de Janeiro: Revinter, 2011.

CIBEIRA, G. H.; GUARAGNA, R. M. Lipídio: fator de risco e prevenção do câncer de


mama. Revista de Nutrição, v. 19, n. 1, p. 65-75, 2006.

de mama no Brasil Revisão literatura o enfermeiro no controle do câncer. Disponível


em: http://www.inca.gov.br/rbc/n_59/v03/pdf/17-evisao_literatura- acoes-enfermeiro-
rastreamento-diagnostico-cancer-mama-brasil.pdf.

DE VITA, V. T.; HELLMAN, S.; ROSENBERG, S. A. Cancer: principles and practice


of oncology. 5. ed. Philadelphia: Lippincott-Raven Publishers, 1997.

DEL GIGLIO, A. et al. Aconselhamento de mulheres com riscos hereditários de


câncer de mama: um guia para o mastologista. Rev Bras Mastologia. v.10, n.3, p.
138-47,2000.

Ferreira AL. A difícil convivência com o câncer: um estudo das emoções na


enfermagem oncológica. Rev Esc Enferm USP.
20

Hospital de Amor [Internet]. Barretos; 29 de Novembro de 2012. Disponível em :


https://www.hcancerbarretos.com.br/cancer-de-rim/92-paciente/tipos-de-cancer/
cancer-de-mama/164-tratamento-do-cancer-de-mama.

INCA - Instituto Nacional do Câncer 2018 Fatores de Risco Documento online


Disponível em: www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama/
fatores_de_risco_1>[Acesso em: 03/2018]

INCA a - Instituto Nacional do Câncer. 2018. O que é o câncer? Documento online


Disponível em: <http://www1.inca.gov.br/conteudo_view.asp?id=322>.[Acesso em:
03/2018].

Junior WJA. TRH e câncer de mama. Revista Brasileira de Mastologia 2004; 14(2):
49-50.

KOSTERS,J,P.; GOTZSCHE,P.C. Regular self-examination or clinical examination


for early detection of breast cancer. The Cochrane Library,[s.l.],Issue 4, 2008.

LISBOA, L. F. Tendências da incidência e da mortalidade do CA de mama no


município de São Paulo. Tese de doutorado. Universidade de São Paulo, 2009.

MARTINS, E. et al. Evolução temporal dos estádios do câncer de mama ao


diagnóstico em um registro de base populacional no Brasil central. Revista Brasileira
de Ginecologia e Obstetrícia, Rio de Janeiro, v. 31, n. 5, maio. 2009.

PEREIRA, S. S. Ações do enfermeiro do Programa de Saúde da Família (PSF) na


detecção precoce e prevenção do câncer de mama no município de Resende. BVS-
Pesquisa em base de dados. Rio de Janeiro - RJ Brasil. s.n; 2005. 80 p. ilus.
Disponível em < http://fis.edu.br/revistaenfermagem/artigos/vol02/artigo07.pdf>

PRICHARD, R. S. et al. The chemoprevention of breast cancer. British Journal of


Surgery,v. 90, p. 772-83, 2003.

RAMIREZ, A. G. et al. Breast cancer screening in regional Hispanic populations.


Health Educ. Res, v.15, n.5, p.559-568, 2000.

SILVA, P. A. ; RIUL, S. S. Câncer de mama: fatores de risco e detecção precoce.


Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 64, n. 6, dez, 2011.

Skaba MMVF. Compreendendo a trajetória de mulheres em busca do diagnóstico e


tratamento do câncer de mama: uma perspectiva sócio-antotropológica [tese]. Rio de
Janeiro (RJ): Pós-graduação em Saúde da Mulher, Fundação Oswaldo Cruz, 2003.

SPENSE, R. A. J.; JOHNSTON, P. G. Oncologia. Rio de Janeiro: Guanabara


Koogan, 2003. p 45-58.

Você também pode gostar