Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO
UNIASSELVI-PÓS
Maricá
2016
MARIA ELISA CARVALHO DE SOUZA
Maricá
2016
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................03
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ESTÁGIO ..................................04
1.2 APRESENTAÇÃO DO TEMA ..............................................................................08
1.3 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................11
1.4 OBJETIVOS ............................................................................................................14
2.0 INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL DA ARTE COM
ALUNOS INCLUÍDOS............................................................................................ 15
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA........................................................................... 20
2.2 COLETA DOS DADOS E INTERPRETAÇÃO......................................................22
2.3 REGISTROS DAS INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS INSTITUCIONAL
DA ARTE COM ALUNOS INCLUÍDOS .....................................................................26
2.4 APROXIMAÇÕES DIAGNÓSTICAS (análise dos resultados)..............................34
3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................37
4.0 REFERÊNCIAS..........................................................................................................39
1- INTRODUÇÃO
Este relatório tem como objetivo expor uma reflexão sobre a importância
do uso da arte como intervenções psicopedagógicas, integrando os aspectos
afetivos, emocionais, cognitivos e neurológicos, promovendo e aperfeiçoando a
atenção, percepção, memória, pensamento, capacidade de previsão, execução e
controle da ação.
Nas expressões artísticas da criança são externizados os sentimentos,
as emoções, os conflitos, as expectativas, os anseios e dificuldades, propiciando a
criança a possibilidade de conhecer suas limitações, explorar suas potencialidades,
favorecendo uma transformação.
A psicopedagogia trabalhada através da arte, permite descobertas
internas que nutrem a essência do aprender de forma prazerosa, do sentir, do tocar,
do misturar, do agregar, do colar, do juntar, do modelar, do esculpir, do traçar, do
dançar.
Neste relatório irei descrever uma experiência de estágio em uma escola
que atende desde a Educação Infantil até o segundo segmento do Ensino
Fundamental, realizado no Centro Educacional Vivendo e Aprendendo. O Estágio de
Psicopedagogia, do curso de Pós-Graduação em Psicopedagogia do Centro
Universitário Leonardo da Vinci e UNIASSELVI, tendo em vista a necessidade de
uma experiência de prática psicopedagógica o estagio oportunizou colocar em
pratica as atividades e o conhecimento adquirido no decorrer do curso adquiridos,
colocando-me em contato com o ambiente de trabalho e a tomada de consciência da
importância do trabalho do Psicopedagogo.
3
1.1 CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO DE ESTÁGIO
7
1.2 APRESENTAÇÃO DO TEMA
8
Vislumbra-se, hoje, com maior clareza o papel das artes na educação
como fator de sensibilização, veículo de prazer e de formação, potencializando
canais de expressão e de produção do conhecimento mediante suas múltiplas
linguagens, bem como do despertar das vocações identificadas com as práticas e
valores específicos. As múltiplas linguagens das artes são compreendidas hoje
como mecanismos de revelação subjetiva, de expressão da alma, conteúdo de
maior significado para a conquista da subjetividade do processo educativo.
Segundo Luzia de Maria (1998, p. 59):
O que a arte busca é justamente preservar a integridade dos homens,
prover cada “ser” do alimento necessário para que se concretize nele o
sentido de “humano”. E se a busca é pela humanização, mais do que justo
unir arte e educação para que nosso mundo seja melhor.
A criança sofre influência da arte desde cedo, seja através de imagens,
TV, computador, gibis, rótulos, estampas, obras de arte, vídeo, trabalhos artísticos
de outras crianças, etc.
A criança revela, através do seu modo de pensar, agir e interagir com os
outros, a sua capacidade imensa de buscar, de explorar, de criar e aprender. A
criança é um ser curioso e apto a explorar sempre. Neste sentido, no contexto
escolar, ela precisa vivenciar situações que estimulem e despertem ainda mais a
sua curiosidade, para que possa revelar as suas características, externar as suas
dificuldades, os seus sentimentos, os seus talentos e as expressões próprias.
A arte tem um papel importante no processo de educação da criança por
incorporar sentidos, valores, expressão, movimento, linguagem e conhecimento de
mundo em seu aprendizado, mas, para promover a arte na totalidade é necessário a
criação de um espaço físico apropriado com materiais específicos, para possibilitar
esse desenvolvimento.
De acordo com Bessa (1972, p. 13):
Quando a criança pinta, desenha, modela ou constrói regularmente, a
evolução se acelera. Ela pode atingir um grau de maturidade de expressão
que ultrapassa a medida comum. Por outro lado, a criação artística traz a
marca de uma individualidade, provoca libertação de tensões e energias,
instaura uma disciplina formativa, interna de pensamento e de ação que
favorece a manutenção do equilíbrio tão necessário para que a aprendizagem
se processe sem entraves, e a integração social sem dificuldades.
Nas escolas não há um espaço físico apropriado, estruturado, com
materiais específicos, que tenha bancadas, pias, armários, suportes. Um
espaço para ser
9
produtivo, dinâmico, para trabalhar com a arte na educação, possibilitando a
criatividade, estimulando as potencialidades, trabalhando as dificuldades,
desenvolvendo as estruturas mentais, propiciando as relações humanas,
favorecendo a integração das diversidades e da cultura existente.
A utilização dos materiais artísticos em psicopedagogia, entendendo as
criações do inconsciente, pincéis, cores, papéis, telas, argila, cola, figuras,
desenhos, recortes, que têm como finalidade a mais pura expressão do verdadeiro
self, não se preocupando com a estética, e sim com o conteúdo pessoal implícito em
cada criação e explícito como resultado final. São necessárias várias técnicas
utilizadas não para profissionalização ou comercialização, mas somente manuseio
dos mesmos, no tratamento.
É fundamental a adaptação através das linguagens plásticas, poéticas ou
musicais dos diversos materiais o que antes era apenas vislumbrado, ou seja, ter
compreensão necessária para entender psicopedagogicamente, a complexidade que
está subentendida nas diversas manifestações artísticas do aprendente. Como
também perceber este mundo psíquico do sujeito aprendente em suas
subjetividades e individualidades, como seus mais ardentes sonhos, fantasias,
desejos e visões., propondo, então, em uma abordagem psicopedagógica, a
ordenação lógica através do tratamento psicopedagógico, dos fatos mostrados
inconscientemente em seus desenhos e pinturas.
Como afirma Barbosa (2005, p. 40):
Através das artes é possível desenvolver a percepção e a imaginação,
aprender a realidade do meio ambiente, desenvolver a capacidade crítica,
permitindo analisar a realidade percebida e desenvolver a criatividade de
maneira a mudar a realidade.
Uma oficina de artes para intervenções psicopedagógicas, tornará
possível oferecer as crianças melhores materiais artísticos, explorando o potencial
das artes e suas contribuições de desenvolvimento, sensibilidade, criatividade,
transformação, restaurando o equilíbrio emocional, auto-estima e a socialização.
Tomando como problema de investigação para este estudo em questão :
Qual a importância das artes como contribuição nas intervenções psicopedagógicas,
promover a socialização da educação, trabalhando os sentimentos, as emoções, os
conflitos, as expectativas, os anseios e dificuldades, propiciando a criança a
possibilidade de conhecer suas limitações, explorar suas potencialidades,
favorecendo uma transformação?
10
1.3 - JUSTIFICATIVA
Objetivos Geral: Promover o uso das artes como contribuição nas intervenções
psicopedagógicas com alunos incluídos.
Objetivos Específicos:
- Utilizar as artes para promover a socialização da educação;
- Identificar e analisar as contribuições emocionais, trabalhando os conflitos,
as expectativas, os anseios e dificuldades;
- Propiciar a criança a possibilidade de conhecer suas limitações;
- Explorar suas potencialidades, favorecendo uma transformação.
14
2 .0 - INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA INSTITUCIONAL DA COM DA ARTE
COM ALUNOS INCLUÍDOS
Trabalho com madeira e colagem, dia das Trabalho com fios de lã e madeira e pregos, Arte
mães Linear.
16
Trabalho com canudos de jornal, cestas Trabalho com colagem, tinta e jornal, Primavera
Trabalho com canudos de jornal, porta copos Trabalho com canudo de jornal, porta lápis
17
Trabalho para primavera, confecção da árvore.
19
2.1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
quantificação.
23
- Professor D: Através de produções artísticas coletivas, por exemplo,
podemos desenvolver a interação social, reconhecendo e aprendendo a apreciar
semelhanças e diferenças, desenvolvendo senso crítico e respeitando as
diversidades. Além disso, a Arte pode contribuir para a construção da identidade de
cada um, uma vez que pode ser trabalhada de modo a desenvolver a afetividade, o
emocional e cognitivo do indivíduo.
Conforme o respondido por todos acima, fica claro a socialização que as
artes proporciona. O educando através da arte se relaciona com o meio social de
forma mais prazerosa, facilitando a sua integração na sociedade, tendo como
experiência recriar a realidade, transformando-a, promovendo o sentimento de
mudança, e com isso, crianças e adolescentes se afastam das ruas. Por ter esta
função transformadora acaba fazendo um resgate social, sendo utilizada em vários
projetos restaurando o equilíbrio emocional, a auto-estima e a socialização. Então
acho que [se] aproximar do mundo profissional das artes vai trazer a dimensão mais
aproximada do humano nas artes, (BARBOSA, 1998)
Segundo Barbosa (1998): “A arte contribui muito para desenvolver o
sentido de cidadania, atentar para a diversidade cultural e para começar a respeitar
as diferenças entre grupos culturais”.
A terceira questão interroga dos entrevistados, qual a importância das
artes como contribuição nas intervenções psicopedagógicas ?
- Professor A: A arte é como uma mola propulsora, trazendo resultados
benéficos nas intervenções psicopedagógicas. A arte contribui no desenvolvimento,
sensibilidade, criatividade, transformação, restaurando o equilíbrio emocional, auto -
estima e a socialização.
- Professor B: Na arte, emoção e cognição se interagem. Os recursos
proporcionados pela arte podem colaborar para que os conteúdos se elaborem,
sejam significativos e prazerosos, é um espaço construcional.
- Professor C: Desenvolve a coordenação geral, elabora pensamentos e
questionamentos, estimula a criatividade, engrandece a auto estiima, propicia as
relações humanas.
- Professor D: Estímulo à criatividade e a imaginação, ampliação da visão
de mundo e pode despertar vocações que podem se desenvolver em direção às
áreas de criação e expressão.
24
Os entrevistados consideram que a arte proporciona enúmeros
benefícios. Nas expressões artísticas da criança são externizados os sentimentos,
as emoções, os conflitos, as expectativas, os anseios e dificuldades, propiciando a
criança a possibilidade de conhecer suas limitações, explorar suas potencialidades,
favorecendo uma transformação. Essa interação com o meio e ao mesmo tempo
com o outro ocasiona experiências significativas no desenvolvimento afetivo,
cognitivo, psíquico e de socialização.
De acordo com Bessa (1972, p. 13):
Quando a criança pinta, desenha, modela ou constrói regularmente, a
evolução se acelera. Ela pode atingir um grau de maturidade de expressão
que ultrapassa a medida comum. Por outro lado, a criação artística traz a
marca de uma individualidade, provoca libertação de tensões e energias,
instaura uma disciplina formativa, interna de pensamento e de ação que
favorece a manutenção do equilíbrio tão necessário para que a
aprendizagem se processe sem entraves, e a integração social sem
dificuldades.
Segundo Allessandrini (1996, p. 29-30):
“A experiência artística, expressão da alma e da percepção que o homem
tem do mundo, apresenta-se como recurso importante para ampliar a
aprendizagem daquele que se relaciona com o outro, e aprende a partir
dessa relação.[Considera também] ...a linguagem da arte importante na
expressão da atividade cognitiva do aprendiz.”
A psicopedagogia trabalhada através da arte, permite descobertas
internas que nutrem a essência do aprender de forma prazerosa, do sentir, do tocar,
do misturar, do agregar, do colar, do juntar, do modelar, do esculpir, do traçar, do
dançar. É apostar na habilidade manual em sintonia com o prazer do sentimento, do
afeto, que constrói um mundo de significados e significantes.
Sendo assim, a partir dos dados coletados, ficou evidente que todos os
entrevistados entendem a importância das artes como contribuição nas intervenções
psicopedagógicas.
25
2.3 REGISTROS DAS INTERVENÇÕES PSICOPEDAGÓGICAS INSTITUCIONAL
DA ARTE COM ALUNOS INCLUÍDOS
2.3.1 Fantoches
Caso aluno A:
O aluno A tem o diagnóstico de Autismo Clássico, possui dificuldades na
interação social, quando ele quer consegue se expressar verbalmente, não
manifesta afeto, não gosta de carinho, é agressivo, possui uma inteligência abaixo
da média, comprometimento na função motora fina. Possui esteriotipia de balançar
os braços e as mãos como se tivesse voando. O aluno A é alto e forte, ele adora
música, gosta de ouvir histórias, não é alfabetizado e é muito disperso. Ele veio de
outras escolas as quais não tiveram a menor paciência e empenho com suas
dificuldades. Foi muito complicado me aproximar dele, ele é muito agitado, não
consegue ficar parado, eu atribuo a escola também como responsável, pois a
mesma não oferece muitos atrativos e materiais necessários.
De acordo com os critérios internacionais para o diagnóstico do autismo
após as revisões das edições, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos
Mentais (DSM - IV) - Associação Americana de Psiquiatria (APA), conceituam o
autismo como um Transtorno Invasivo do Desenvolvimento representado por danos
graves e agressivos em várias áreas do desenvolvimento:
Esses transtornos são caracterizados por severos déficits e prejuízo
invasivo em múltiplas áreas do desenvolvimento e incluem prejuízo na
interação social recíproca, prejuízo na comunicação e a presença de
comportamentos, interesses e atividades estereotipadas. (DSM IV, 2000,
p.38)
A linguagem é considerada como um instrumento social que faz uso de
signos para estabelecer a comunicação entre os sujeitos. Os déficits na área da
comunicação são uma das maiores preocupações no caso de pessoas com autismo
que afetam a compreensão e a expressão, o gestual e a linguagem falada.
Objetivos:
Trabalhar a cognição, estimular o desenvolvimento da linguagem através
de atividades lúdicas auditiva e visual.
Desenvolvimento:
Como o aluno A gosta de ouvir histórias, criei dois fantoches, dois per-
sonagens, o Abu e o Ben. Contarei brevemente a história dos personagens Abu
26
e Ben. Eles são amigos e brincam quando saem do colégio todos os dias perto do
armazén do sr. Álvaro. Um dia, Abu e Ben brincando de esconde-esconde, Abu se
escondeu embaixo das escadas do armazén do sr. Álvaro e lá no cantinho, bem es-
condido, achou uma caixinha muito reluzente, ela brilhava muito, Abu a pegou e
quando abriu a caixinha, uma luz muito forte saiu dela, muitas letrinhas coloridas se
movimentaram, como se tivessem vida, uma voz perguntou se ele gostaria de se
transformar em um super herói, “ O Super A”, sua função como herói seria ajudar as
crianças com dificuldades de aprendizagem, e teria que percorrer todas as escolas
para ajudar. Para Abu se transformar em um super herói, teria que falar as letrinhas
mágicas, as vogais. Com isso Abu apresentou paro o aluno A as vogais, os sons e
depois as consoantes e seus sons. O aluno conseguiu absorver bastante o alfabeto,
ele adorou a historinha. Começamos trabalhar com algumas palavrinhas, foi um
grande progresso, mas, infelizmente sua mãe teve que retirá-lo do colégio por mo-
tivos pessoais, e todo esse processo foi interrompido.
Recursos utilizados:
Fantoches feitos de meia, papelão, cola quente, cadarço de tênis, bola de
isopor, cartolina vermelha, eva, feltro verde, marrom e azul, missangas. Caixa de
sapato, papel dourado, letrinhas de eva, papel celofane.
O fantoche Abu, “ Super A “
27
28
2.3.2 Caixa de ovos
Caso aluno B:
A aluna B, tem o diagnóstico de autismo severo, não é agressiva, é muito
preguiçosa, praticamente não fala, possui muita dificuldade na interação social.
Quando emite algum som, é referente a comida, pois ela adora comer, rouba a
comida de qualquer aluno que tiver próximo a ela, a sua estereotipia é rotacionar
qualquer coisa com o dedo, podendo ser vidro de shampoo, escova de dentes,
possui uma inteligência abaixo da média e comprometimento na função motora fina
e grossa. A aluna B não se senti motivada a fazer nada, ela não conseguiu
identificar formas e cores, não consegue segurar no lápis, não é alfabetizada, é
muito dócil e amorosa.
Objetivos:
Estimular a função motora fina e cognitiva
Desenvolvimento:
Na sala de recursos a aluna B trabalhou colagem com caixa de ovos. Fiz
umas flores de caixa de ovos e ajudei a aluna B a colar e pintar as flores, e cada
caneta que ela pegava para pintar eu apresentava a cor relacionada.
Como eu também trabalho com madeira produzi figuras geométricas
coloridas de madeira maciça e na sala de recursos apresentei as figuras, fiz a aluna
com a ponta dos dedos acompanhar a forma das figuras, e fazer com ela repetisse o
nome das cores de cada uma.
Recursos utilizados:
Caixa de ovos de isopor, cola, cartolina, canetas coloridas de hidrocor.
Madeira maciça para as formas geométricas, tintas.
29
A aluna B na sala de recursos trabalhando a função motora fina e cognição.
30
2.3.3 Canudos de jornal
Caso aluno C:
O aluno C possui o diagnóstico de autismo clássico, está no 3 ano do
Ensino Fundamental, consegue ler e escrever com dificuldade, acompanhar a turma
e o professor, em alguns momentos necessita de um professor auxiliar, suas crises
são raras, possue ecolalia, sua estereotipia quando alegre faz movimentos com os
braços como se estivesse batendo asas, interage com os outros da instituição
principalmente com os seus colegas, tinha dificuldades com as mãos, não suportava
vê-las sujas, tem comprometimento leve com a função motora fina, é muito meigo.
Objetivo:
Trabalhar a função motora fina e função sensorial tátil
Desenvolvimento:
Na sala de artes o aluno C executou vários trabalhos de artes
trabalhando a função motora fina, como pintura, trabalhos com canudos de jornal e
outros.
Ele não suportava molhar ou sujar as mãos, não tinha muito afinidade
com trabalhos manuais. Auxiliei o aluno com as propostas, no início foi complicado,
pois ele ficava irritado, mas aos poucos ele começou a gostar e principalmente
porque ele ao interagir com os outros alunos da escola se sentia confiante e igual
aos outros. Neste trabalho com jornal ele conseguiu superar a dificuldade que tinha
com a sensibilidade tátil.
Em outo momento a professora da turma pediu que eu a ajudasse, tive a
oportunidade de preparar algumas provas mais difíceis adaptando-as.
Recursos utilizados:
Canudos feitos de jornais, tinta guache, cola, pincél
31
O aluno C trabalhando com canudinhos de jornal.
32
Provas adaptadas de matemática para o aluno C.
33
2.4 APROXIMAÇÕES DIAGNÓSTICAS (análise dos resultados)
34
CAIXA DE OVOS – Caso Aluno B
A Aluna B se sentiu motivada ao trabalho proposto, demonstrando
interesse nos materiais apresentados, possui muita dificuldade na função motora
fina, porém conseguiu com a minha ajuda segurar na caneta e colar as flores de
isopor, conseguiu repetir as cores as quais eram selecionadas e depois conseguiu
identifica-las. Teve dificuldade em identificar as formas.
De acordo com o CID-10 (1993,p.245), problema no desenvolvimento
motor é um
Sério comprometimento no desenvolvimento de coordenação motora, que
não é explicável unicamente em termos de retardo intelectual ou qualquer
transtorno neurológico congênito ou adquirido específico. É usual que a
inabilidade motora esteja associada a algum grau de desempenho
comprometido em tarefas cognitivas visuoespaciais.
Neste sentido, Fonseca (1995) nos explica que os problemas motores
não atingem diretamente a capacidade intelectual, mas interferem no desempenho
escolar, pela dificuldade em escrever, em pintar, em manusear objetos e em
participar das atividades próprias da escola.
O desenvolvimento das habilidades motoras tem um forte impacto sobre
a aprendizagem e por consequencia no seu desenvolvimento, implicando
diretamente no sucesso escolar. A coordenação motora fina é imprescindível para a
escrita e para a letra legível.
36
3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estágio teve por finalidade abordar a importância das artes como
contribuição nas intervenções psiciopedagógicas.
As artes na vida de um indivíduo, favorece a percepção e a condição de
buscar uma harmonia da relação entre ele e a vida com o mundo em que é iserido,
propiciando resoluções de conflitos pessoais da personalidade e de relacionamento,
promovendo uma sociedade mais sadia, contribuindo na construção da identidade
do ser humano, tornando assim indispensável à formação humana.
Através da arte o educando se relaciona com o meio social de forma
mais prazerosa, facilitando a sua integração na sociedade, tendo como experiência
recriar a realidade, transformando-a, promovendo o sentimento de mundança, com
isso.
A arte está presente em todas as formas de comunicação e expressão, a
imagem é um dos meios mais utilizados e mais acessíveis que o homem encontrou
para expressar seus pensamentos, seja, razão ou emoção. Numa sociedade onde
as diferenças socio-economicas, a arte é um modo altamente eficaz na na inclusão
social. O indivíduo que exerce a atividade artística desenvolve em conjunto a
sensibilidade indispensável ao bem estar interior e exterior do homem.
Não existe uma única forma de aprender. Não há uma única capacidade
intelectual. A criança aprende e soluciona um problema de formas variadas, sob
diferentes pontos de vistas, levantando muitas hipóteses. Não se deve enxergar o
produto, mas sim, a estratégia que a criança utilizou no seu processo.
Barbosa (2006), afirma que:
Na construção da Arte utilizamos todos os processos mentais envolvidos na
cognição. Existem pesquisas que apontam que a Arte desenvolve a
capacidade cognitiva da criança e do adolescente de maneira que ele possa
ser melhor aluno em outras disciplinas.
O psicopedagogo é o mediador que abre espaço para essas
explorações, essas diferentes formas de entender e aprender a matemática, a
linguagem, a leitura, a escrita.
É necessário trabalhar essas diferenças, investigando como processa o
pensamento, como a criança constrói seu conhecimento. trabalhando com todas as
possibilidades.
37
Bossa (2000) afirma que é de suma importância o papel da
psicopedagogia nas instituições escolares, ao dar suporte, diagnosticar, e investigar
as causas que impedem a aprendizagem institucional, a circulação do
conhecimento, o papel das lideranças e dos liderados, como os motivos que levam
ao insucesso organizacional interferindo na aprendizagem das crianças.
A Psicopedagogia investiga os processos cognitivos, emocionais, sociais,
culturais, orgânicos e pedagógicos que intervêm na aprendizagem, com o propósito
de criar circunstâncias que promovam a mesma.
Portanto e necessário valorizar a arte como um recurso nas contribuições
psicopedagógicas, possibilitando a criatividade, desenvolvendo as estruturas
mentais, propiciando as relações humanas, favorecendo a integração das
diversidades .
Este estágio proporcionou conhecer, vivenciar e contribuir, junto a
instituição, foi uma grande oportunidade para que eu pudesse observar, adquirir e
trocar experiências e conhecimentos e sem dúvidas refletir sobre o papel do
psicopedagogo.
Perceber o quanto é valioso o trabalho desse profissional intervir na vida
do educando com dificuldades de aprendizagem, estimulando-o a superar suas
limitações e trazendo de volta sua auto-estima.
38
4.0 REFERÊNCIAS
BARBOSA, Ana Mae Tavares Barros. A imagem no ensino da arte: anos oitenta e
novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 1991.
Ana Mae Tavares. Memória Roda Viva: Entrevista com Ana Mae
Tavares Barbosa. Disponível em: <http://www.rodaviva.fapesp.br/materia/370/
entrevistados/anamaebarbosa1998.htm>.
Acessado em :09 nov. 2016 às 14:00.
Ana Mae Tavares. Carta Maior: Entrevista com Ana Mae Tavares
Barbosa. Disponível em: <http://www.cartamaior.com.br/?/editoria/midia/entrevista-
%96-anamae barbosa/12/10517 >.
Acessado em: 17 jun. 2016 às 21:00.
39
BESSA, Mahylda. Artes plásticas entre as crianças. 3 ed. Rio de Janeiro: José
Olimpio, 1972.
40
L. S. Obras escogidas: fundamentos de defectología. BEIN E. S. et al.
(Comp.). Madrid: Visor, 1997. v. 5.
41