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UNIVERSIDADE ANHANGUERA

LETRAS – LICENCIATURA EM LÍNGUA PORTUGUESA E LÍNGUA


INGLESA

GILSON DA SILVA MARÇAL

RELATÓRIO DO
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III: LÍNGUA
INGLESA NO ENSINO FUNDAMENTAL II

ANÁPOLIS – GO
2021
GILSON DA SILVA MARÇAL

RELATÓRIO DO
ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO III: LÍNGUA
INGLESA NO ENSINO FUNDAMENTAL II

Relatório apresentado à Universidade


Anhanguera, como requisito parcial para o
aproveitamento da disciplina de Estágio
Curricular Obrigatório III: Língua Inglesa no
Ensino Fundamental II do LETRAS –
Licenciatura em Língua Portuguesa e Língua
Inglesa.

Cidade
2021
SUMÁRIO

1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS......................................................... 5


2 RELATO DA ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP) ............ 8
3 RELATO DA ANÁLISE DO PLANO DE TRABALHO DOCENTE ....................... 10
4 RELATO DA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS DA ESCOLA ................... 12
5 RELATO DA ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS UTILIZADOS
PELO PROFESSOR ........................................................................................... 15
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 18
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 19
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INTRODUÇÃO

Estágio realizado no período de 01/03/2021 a 31/03/2021 com aulas


de Inglês do Ensino Fundamental online, do Professor Rafael Ignácio Gomes, da
Escola Estadual Comendador Cristóvão de Oliveira localizada no Centro no
município de Pirenípolis – GO. O estágio atende as exigências necessárias para
aprovação da disciplina de Estágio Obrigatório: Ensino de Língua Inglesa no Ensino
Fundamental II do curso superior de licenciatura plena em Letras (português/inglês)
da Universidade Anhanguera e encontra base legal nos documentos: Lei 9394/96
que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional; Lei 11.788/08 de 25 de
setembro de 2008, que dispõe sobre a concretização do estágio no ensino superior;
Resolução CNE/CES 1/2006 que dispõe dos cursos superiores de licenciatura;
Resolução CNE/CES 2/2007 que dispõe sobre a carga horária mínima dos cursos de
graduação.

Este estágio contemplou as modalidades, observação, participação


e regência na disciplina, Língua Inglesa (língua estrangeira moderna) ministradas a
distância pelo Professor Rafael Ignácio Gomes, abarcando as séries do Ensino
Fundamental. Segundo MACHADO apud BASTOS (2008) o espaço escolar deverá
ser o laboratório, não se restringindo às salas de aula, dessa forma o período de
estágio configurou este laboratório, em que, teorias estudadas durante o curso de
Letras puderam ser experimentadas diante da realidade das aulas virtuais que estão
sendo ministradas em quase todo o sistema Educacional do país, por causa da
Pandemia do Covid-19.

Evidenciou-se assim, que a prática carece da teoria, não há como


deixar de notar conceitos teóricos ao se ministrar aulas de Língua Inglesa e mesmo
em assuntos transversais como, meio ambiente, saúde, sexualidade, tecnologia e
outros. Inegável, porém, é o fato que o modelo das aulas com base no material
apresentado pelo Estado deixa a desejar, não por seu conteúdo, mas esse material
parece enfadonho e monótono, fica nítida a diferença de atitude das salas de aula
entre o uso do caderno do aluno e assuntos diferenciados com práticas mais
dinâmicas, principalmente em aulas expositivas dialogadas, conforme preceitos de
MARCUSCHI (1997) “A fala é uma atividade muito mais central do que a escrita no
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dia a dia da maioria das pessoas”, e a recíproca do alunado ratifica a máxima.

Sendo assim, ser criativo ao ensinar, utilizar as TICs. – Tecnologias


da Informação e Comunicação – e valorizar o conhecimento do aluno são
imprescindíveis ao professor da contemporaneidade, conforme fora debatido por
diversas vezes durante as aulas de Pesquisa e Prática Pedagógica.

Assim contextualizado, o estágio configurou significativa contribuição


à minha formação, por sanar dúvidas e somar experiências para o mercado de
trabalho, possibilitando ainda, o exercício da avaliação própria. Resumindo,
juntamente com as aulas o desenvolvimento dessa atividade foi adicionado aos
saberes adquiridos para construir a real visão da atividade docente alcançando-se
um resultado que mescla prática e teorias, objetivando numa formação com
qualidade.
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1 RELATO DAS LEITURAS OBRIGATÓRIAS

Educar na era da tecnologia da informação, também conhecida


como sociedade do conhecimento, requer do professor uma nova postura, um papel
novo: de detentor do conhecimento a facilitador do processo ensino-aprendizagem,
pois estamos diante de um novo aluno, de um público filho de uma geração
considerada “geração.com”, pois, de acordo com March (1998) a internet permeia
seu dia a dia e dita as suas referências. A internet tornou-se item primordial na
educação, principalmente agora com a atual situação pandêmica mundial,
impossibilitando assim as aulas presenciais. Quase todas as escolas do mundo
estão dependendo única e exclusivamente deste canal de comunicação para
ministrar as aulas virtuais, e ainda assim conseguir alcançar os objetivos propostos
na legislação educacional do país.

Diante da nova realidade vivida por todo o sistema mundial, tanto


professores quanto alunos se veem obrigados a mergulhar de cabeça no mundo
virtual na busca do conhecimento resultando no crescimento intelectual de todos os
envolvidos com o ensino/aprendizagem. Nesse novo momento, o educador, com o
intuito de agregar ao currículo escolar o poder motivador dos recursos da internet e
de criar estratégias capazes de atrair a atenção de seu aluno, busca conhecer de
perto outras formas de ensinar, outros métodos que agreguem à sua prática o
espaço de autonomia do aluno na construção do conhecimento e que enriqueça
cada vez mais o processo de ensino/aprendizagem.

Assim, surge a proposta de trabalho com a metodologia WebQuest,


baseada na pesquisa orientada com a proposição de atividades e de desafios
motivadores que vão muito além da simples absorção da informação. Como
metodologia bem estruturada, a WebQuest busca fomentar a aprendizagem
colaborativa através do trabalho em grupos, desenvolver o espírito crítico e integrar
a tecnologia, em especial o potencial educativo da Web, numa perspectiva
construtivista da aprendizagem.

Com a intenção de incentivar a cultura de práticas pedagógicas


inovadoras capazes de dar sentido ao uso efetivo das diversas mídias disponíveis
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na escola e em especial às que compõem o laboratório de Informática, propomos


aos professores o trabalho de elaboração e aplicação de Webquest objetivando
investigar que contribuição esta metodologia é capaz de provocar na aprendizagem
de alunos do Ensino Fundamental e que significância esta estratégia de trabalho
surte no planejamento didático do professor. A relevância do tema proposto
encontra-se justamente na constante busca no meio pedagógico, por ações ou
estratégias capazes de contribuir de forma positiva com um ensino de qualidade
gerador de uma aprendizagem significativa.

Na prática das aulas online há espaço para várias práticas e entre


elas surge a metodologia Webquest, pensada com o intuito de propor desafios ou
tarefas desafiadoras aos alunos que os levem a criarem estratégias de solução para
tais desafios. Por esta razão classificamos esta metodologia como um novo fazer
pedagógico, uma proposta inovadora capaz de tornar as aulas mais dinâmicas, com
ações mais ousadas e assim atraentes aos alunos.

Para que se obtenha os melhores resultados no ensino/aprendizado


dos alunos e faz necessário realizar um desdobramento da questão central e
elaborar algumas perguntas de pesquisa: a WebQuest busca promover a
aprendizagem colaborativa, desenvolve o espírito crítico dos alunos e propõe a
integração das mais variadas tecnologias ao currículo escolar? Como metodologia, a
WebQuest apresenta atividades autênticas, desafiadoras e motivadoras e, por esta
razão, facilita o processo ensino aprendizagem? Para o trabalho com WebQuest faz-
se necessário um planejamento criterioso do professor no sentido das propostas de
atividades intelectuais que se pretende que o aluno desenvolva, dentre elas, levar o
aluno a pensar, a raciocinar e a usar a informação na resolução de problemas?

Esta metodologia de pesquisa na Internet foi proposta por Bernie


Dodge em 1995 e visa “dimensionar usos educacionais da Web, com fundamento
em aprendizagem cooperativa e processos investigativos na construção do saber”.
(Fonte: http://www.webquest.futuro.usp.br/). Dodge a define assim: "Webquest é
uma atividade investigativa, em que alguma ou toda a informação com que os
alunos interagem provém da Internet." Em geral, uma webquest é elaborada pelo
professor, para ser solucionada pelos alunos, reunidos em grupos.
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Sendo assim, fica claro que empenhar-se por um novo fazer


pedagógico que aproxime os alunos, que integre de modo efetivo as novas
tecnologias dissipando de vez a exclusão digital, transformando nossas aulas
monótonas em situações de aprendizagem significativas, é o desejo de todo
professor compromissado com a qualidade do ensino. Assim, cada vez que são
apresentados a um novo método ou estratégia pensada com esta intenção, a reação
é sempre positiva, pois é desejo de todos os profissionais da educação transformar a
escola em ambiente agradável e propício a construção de conhecimentos, cenário
diferente do que se vê hoje em dia.
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2 RELATO DA ANÁLISE DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO (PPP)

Nos tempos atuais, um dos maiores objetivos da escola pública é


atentar para a pluralidade da escola. Para Miranda (2007), a proposta de uma
Escola Plural traz a preocupação em transformar a escola em um ambiente
democrático, livre de discriminações e não excludente, ou seja, uma escola capaz de
congregar toda a população escolar de diferentes culturas, tratando a todos de
formal igual, independentemente de raça, etnia e opção sexual. Para isso é preciso
pensar em um currículo que atenda a todos, que valorize todas as disciplinas, e que
proporcione aos alunos de escola pública um avanço progressivo no seu
desenvolvimento escolar.

Colocando-se assim a escola tem em seu horizonte a implantação


de uma nova concepção de educação e uma nova lógica de ordenamento escolar.
Busca um currículo mais diversificado culturalmente, que incorpore atividades
artísticas, valorize a história, a literatura, que dê abertura para que a comunidade
participe, sem descuidar das disciplinas tradicionais, evidentemente. Neste ambiente
escolar a forma de trabalhar dos professores pretende ser realizada de modo
coletivo e globalizado, promovendo uma maior interação entre disciplinas e exigindo
um professor com perfil mediador.

Com essa proposta a escola busca, não somente, novos meios, mas
busca também a valorização das atividades já inseridas no meio escolar,
promovendo o crescimento mutuo, entre professores e alunos. Para tanto, ressalta-
se a importância de um documento que é fundamental como instrumento norteador
de todas as ações pedagógicas e de gestão escolar, ou seja, é necessário pensar
em um Projeto Político Pedagógico que contemple metas e objetivos que venham a
construir uma escola mais democrática.

Nos últimos anos, o sistema educacional brasileiro vem


determinando que as esferas federal, estadual e municipal em seus
estabelecimentos de ensino, elaborem seus Projetos Políticos Pedagógicos (PPPs)
a partir dos parâmetros criados pelos próprios órgãos em que são atribuídas as
responsabilidades pelos sistemas de ensino, dentro da respectiva esfera. Com base
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na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) nº. 9.394/96 a construção do Projeto Político


Pedagógico (PPP) faz parte da pauta de atribuições do professor, sendo por isso
importante a participação de todos os professores da escola para que possam
planejar as suas ações, tanto pedagógicas como de gestão escolar conforme as
orientações do PPP de sua escola. A participação do professor na construção da
PPP aparece na LDB em seu Título II, artigo 13, parágrafos “I - participar da
elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino” e “II - elaborar e
cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino” (BRASIL, 1996).

Contudo, percebemos ainda que existe a necessidade de dar a


devida importância ao Projeto Político Pedagógico, ou seja, não apenas o
considerando como um mero documento formal, mas como uma ferramenta que
norteia todo o trabalho pedagógico da instituição escolar. Além disso, o projeto
político pedagógico é um documento que facilita, e serve como um registro para a
escola, permitindo rever sua história além de encaminhar ações para o futuro com
base em sua realidade atual e históricogeográfica. Sua metodologia de construção
centra em manter todos os envolvidos, na construção, em participantes
responsáveis.

Nesse sentido, o PPP não deve ser imposto mais sim, construído de
forma coletiva, com a preocupação de ser um documento que identifica a escola e
suas principais demandas sendo basilar para a construção de um ambiente
democrático. Esse processo de articulação e construção requer a contribuição da
direção, supervisão e coordenação escolar e dependendo do tamanho da escola
importante haver uma equipe articuladora para que tratem de questões urgentes a
serem trabalhadas e resolvidas na escola. Para tanto, para a elaboração de um
PPP, é necessário conhecer a realidade do aluno e sua história de vida, além do
contexto socioeconômico que envolve o ambiente escolar. Dessa forma a equipe
articuladora deve buscar alternativas que possam incluir todos os alunos da escola
considerando que este instrumento (o PPP) vai orientar todas as ações em âmbito
escolar.
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3 RELATO DA ANÁLISE DO PLANO DE TRABALHO DOCENTE

A formação inicial, para Tardif (2002), visa habituar os alunos,


futuros professores, à prática profissional dos professores de profissão, sendo assim
o estágio supervisionado torna-se um complemento imprescindível às licenciaturas.
Cabe enfatizar o quanto o professor pode aprender a partir da prática; mas,
paralelamente, constata-se que os cursos de formação de professores prescindem
do estágio objetivando tal atividade.

Segundo Freire (1996) O homem é inacabado e possui consciência


de seu inacabamento, isso é importante para que ele se torne autônomo, o professor
acima de qualquer outro pensamento precisa ter essa consciência, para que esteja
em constante aprendizagem.

Apropriar-se de tal condição posicionará o professor em nível de


igualdade diante do alunado, levando-o ao respeito à realidade cultural do discente,
para Tardif (2002) o professor é: “alguém que deve conhecer sua matéria, sua
disciplina e seu programa, além de possuir certos conhecimentos relativos às
ciências da educação e à pedagogia e desenvolver um saber prático baseado em
sua experiência cotidiana com os alunos” (p. 39), dessa forma o teórico afirma:
“saber do professor é um saber social” (2002, p. 12), portanto a realidade
sociocultural do aluno é o cerne das novas abordagens de ensino.

O estágio possibilitou a observância dessas e outras teorias diante


das aulas ministradas, nota-se que o perfil do professor contemporâneo é muito
diferente daquele que se desenhou nos séculos XIX e XX. O papel de mediador na
construção de conhecimento posiciona o professor como um agente transformador,
e no casa de língua um educador linguístico, aquele que, trabalha para inserir na
sociedade cidadãos usuários competentes da língua, com habilidades linguísticas
para comunicarem-se em diferentes situações de for adequada.

Contextualizando as palavras de Bechara (1995) que alerta para o


fato de que o simples fato de ensinar a gramática pela gramática implica em
opressão, entretanto, a valorização das variantes linguísticas em função do contexto
promove a liberdade e torna o usuário um poliglota da própria língua. Vale salientar
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ainda a disputa travada entre professor e tecnologia pela atenção do aluno, de


acordo com o sociólogo professor Pedro Demo (2007, p.86): “É difícil encontrar um
aluno entusiasmado com a escola, assim como, é difícil encontrar um aluno que não
tenha paixão pela nova mídia”, tal afirmação mostra-se bastante recorrente, basta
observar as cabeças baixas nas salas de aula, e os dedos freneticamente tocando
as telas dos smartphones.

A atividade docente revela-se desafiadora, sacerdotal e gratificante,


por ser a base de uma sociedade, por estar diretamente ligada as realidades
humanas e ter como objeto de trabalho a formação de gente, construir um indivíduo,
prepará-lo para a cidadania, molda-lo para o mercado de trabalho, enfim, estruturá-lo
para conviver, conforme o mestre Paulo Freire (1996): “A educação não muda o
mundo, transforma pessoas, pessoas mudam o mundo”.
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4 RELATO DA ANÁLISE DE MATERIAIS DIDÁTICOS DA ESCOLA

Sempre existiu no nosso país a necessidade de se modificar a


metodologia do ensino da língua inglesa nas escolas públicas, percebe-se que há
muito tempo o ensino da língua inglesa não leva os alunos a aprender, de fato, o
idioma. Todo o ensino da língua estrangeira nas escolas públicas limita-se apenas
ao ensino de alguns aspectos gramaticais do idioma. Sabe-se que a parte gramatical
é apenas um aspecto de uma língua, o restante do idioma compõe um grande
universo que está em constante transformação, ao passo que a gramática é apenas
um aspecto, na sua maior parte estático.

É comum que o termo material didático seja tomado como sinônimo


de livro didático, entretanto, é importante salientar que o livro didático, geralmente
impresso e criado exclusivamente para fins pedagógicos, é apenas uma das várias
formas de materiais didáticos que o professor pode adotar (RAMOS; ROSELLI,
2008).

Estudos sobre livros didáticos de Língua Inglesa voltados para


alunos do Ensino Fundamental mostram que, nos livros analisados, a linguagem é
praticada de forma mecânica e descontextualizada, distanciando-se das discussões
mais atuais, que valorizam a interação e entendem que a linguagem é importante
para que o indivíduo possa agir no mundo (RAMOS; ROSELLI, 2008; TÍLIO;
ROCHA, 2009; LIMA, 2011).

A visão estrutural de linguagem que subjaz as atividades propostas


pelos livros didáticos chama a atenção, tendo em vista que esse material é,
frequentemente, utilizado pelos professores de línguas. De acordo com Ramos
(2009), a presença do livro didático é recorrente na sala de aula mesmo quando ele
não é adotado – situação comum nas aulas de Inglês das escolas públicas
brasileiras – uma vez que os professores costumam utilizá-lo como suporte teórico e
pedagógico para planejar suas aulas.

Além disso, estudos questionam a posição hegemônica dos livros


didáticos nas salas de aula, como se eles fossem a única fonte de conhecimentos
dos professores, que não raramente os seguem como se fosse uma bíblia
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(MACHADO, 2008; PINTO; PESSOA, 2009).

Destaca-se então a importância de ponderar as vantagens e


desvantagens da utilização desse recurso didático, observando como eles tratam
seus objetivos de ensino e as visões limitadas da linguagem e de mundo que trazem
consigo. É necessário, portanto, analisar criticamente os livros didáticos disponíveis
no mercado e complementá-los com outros materiais pedagógicos que favoreçam a
aprendizagem dos alunos, como a inclusão de análise da letra de músicas, filmes,
livros de histórias infantis, os quais apresentam uma linguagem fácil para quem está
desenvolvendo a linguagem proporcionando o enriquecimento do vocabulário de um
indivíduo capacitando-o assim na formação e expressão de novas ideais no idioma
estudado

Segundo Romanatto (2009, p. 35-37), as escolas em conjunto com o


corpo docente podem planejar os programas e conteúdo de cada disciplina e os
professores podem utilizar os materiais didáticos que considerarem necessários para
o ensino da matéria, complementando o conteúdo com materiais diversificados
(jornais, revistas, computadores, filmes). Este autor reforça que um importante
instrumento de orientação para os professores são os Parâmetros Curriculares
Nacionais – PCN, que oferecem conteúdos para cada disciplina, colaborando com o
direcionamento das suas aulas.

Ressalta-se que os PCNs estão respaldados pela Lei Federal nº


9.394, de Diretrizes e Bases da Educação e do Plano Decenal de Educação e tem
como uma das suas metas, a proposta de melhorar o ensino nas escolas brasileiras.
Segundo Oliveira (1984, p.10), os materiais didáticos podem proporcionar maior
interação entre os alunos e a disciplina, tornando as aulas mais dinâmicas. Para
tanto, os PCN recomendam que o professor utilize, além do livro didático, materiais
diversificados como fonte de informação, de forma a ampliar o tratamento dado aos
conteúdos e fazer com que os alunos se sintam inseridos no mundo à sua volta.

Assim, faz-se necessário que professores estejam preparados para


escolher adequadamente o material didático a ser utilizado em suas aulas, pois ele
será auxiliador na aprendizagem dos estudantes. Baseado na literatura, não há leis
que especifiquem, impeçam ou proíbam a utilização de qualquer tipo de material
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didático em sala de aula. Porém, existem leis que regulamentam o Sistema


Educacional Brasileiro, tais como: A LDB — Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Instituída pela lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996, supracitada e que tem
como objetivo promover a descentralização e a autonomia para as escolas e
universidades, além de estabelecer um processo regular de avaliação do ensino.

Essa Lei tem o objetivo de formar cidadãos, capacitando os alunos


com habilidades básicas e éticas de convívio social, preparando-os para o mercado
de trabalho e incentivando-os a continuidade dos estudos. 1035 Porém, Oliveira
(2009, p.45) ressalta que os professores devem seguir o programa e a ementa de
acordo com o que foi estabelecido com a direção da escola, no entanto, segundo o
autor, estas ações dependem muito do perfil do professor. Existem professores que
preferem seguir um plano de aula rígido, chamados de “professores cartesianos”,
outros preferem tornar as aulas mais práticas e interativas com um plano de aula
mais flexível. Por outro lado, Oliveira (2009, p.36) alerta que a utilização de materiais
didáticos em sala de aula é de responsabilidade do professor, portanto, deve utilizá-
los com muita prudência e ética profissional. Desta forma, considera-se tarefa dos
professores utilizarem materiais que complementem e potencializem os conteúdos
recomendados pelo MEC (NUÑEZ et al, 2009, p. 03).
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5 RELATO DA ANÁLISE DOS INSTRUMENTOS AVALIATIVOS UTILIZADOS


PELO PROFESSOR

Numa época em que quase tudo está sujeito a processos


avaliativos, discutir as dimensões da avaliação do processo de ensino e
aprendizagem de Língua Inglesa no ensino fundamental segunda fase pode até
parecer mera repetição. Afinal, muitos são os pesquisadores e professores que
debatem insistentemente quais os melhores métodos e mecanismos de avaliação da
aprendizagem (HAYDT, 1995; HOFFMAN, 1996; LOPES, 2000, 2002; LUCKESI,
2005; SCARAMUCCI, 1997, entre outros). Mas, se ainda há dúvidas e hesitações no
que tange ao aspecto avaliativo, é sinal de que é preciso explorar mais esta área a
fim de que tais lacunas possam ser preenchidas e, consequentemente, mudanças
significativas possam ser alcançadas.

Inicialmente será abordada uma visão de literatura de avaliação


buscando abranger conceito, abordagens, funções e instrumentos avaliativos. Em
seguida, tem-se a metodologia adotada, bem como a análise e a discussão dos
dados obtidos. Finalizando com algumas considerações finais feitas acerca da
avaliação do processo de ensino e aprendizagem de Língua Inglesa no ensino
fundamental tendo em vista algumas sugestões que visam possibilitar o
desenvolvimento reflexivo a respeito do assunto abordado.

O ato de avaliar faz parte de nossas vidas indubitavelmente. Avaliar,


em quaisquer áreas, é um fator que gera grande preocupação e inquietação no ser
humano. Justamente por isso é que o sistema educacional deve se incumbir de
desmistificar o papel da avaliação. Luckesi (2005, p. 21) afirma que “a nossa prática
educativa se pauta por uma pedagogia do exame”.

Essa pode ser entendida como uma prática escolar voltada para
treinar o aluno na resolução de provas, como a de vestibular, por exemplo. Assim, a
atenção é dada ao resultado final de promoção ou não, desconsiderando-se o
processo de ensino e aprendizagem. Alguns professores têm valores educacionais,
políticos, sociais e morais baseados em suas experiências anteriores.

Esses valores podem influenciá-los em suas práticas pedagógicas e,


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consequentemente, na elaboração de atividades avaliativas de Língua Inglesa


revelando, assim, sua abordagem de ensino e aprendizagem. Professores que
queiram demonstrar sua “responsabilidade e competência” no trabalho podem
elaborar testes que, como afirma Perrenoud em entrevista concedida ao site
Educacional em janeiro de 2004, servem para eliminar as questões que todo mundo
sabe responder.

E há também, ao contrário, alguns professores que gostam de


facilitar seu próprio trabalho e, para isso, avaliam seus alunos de modo que todos
possam passar de ano. Algumas atividades extras, que demonstram ter pouca ou
nenhuma relação com o aprendizado dos alunos, valem pontos. A escola e os pais
ficam satisfeitos mesmo se o progresso do aluno não foi realmente satisfatório e/ou
comprovado, preocupando-se com as notas.

Então, nos questionamos: será que quando o aluno tem notas


(muito) altas, isso significa que houve realmente aprendizagem satisfatória? Por
outro lado, aquele aluno cujas notas foram baixas pouco ou nada
assimilou/aprendeu? Para responder a essas perguntas, é necessário primeiro
entender o real conceito de avaliação. Segundo Haydt (1995), o ato de avaliar
durante várias décadas foi entendido como sinônimo de medir, representar por meio
de números o quanto o aluno aprendeu. Entretanto, tal abordagem passou a ser
questionada quanto a sua confiabilidade, pois se concluiu que nem todos os
aspectos podem ser medidos.

A avaliação deve ser vista como um processo dinâmico e contínuo


para tomada de consciência, para mudar quando necessário, objetivando reverter,
reconsiderar, redimensionar a ação e sua direção servindo, assim, como um
diagnóstico auxiliar no planejamento das aulas. Isto significa dizer que toda atividade
discente é passível da avaliação (SCARAMUCCI, 1997). Ademais, se a nota não é
satisfatória, isso não significa que o ensino não cumpriu com sua finalidade. Deve-se
considerar que houve ponto de partida e ponto de chegada e que, durante esse
processo, houve reflexões e transformações na opinião do aluno. No final, cada um
não é como era no início. Entende-se isso então como ganho e progresso.

Sendo assim observa-se que o educador precisa centrar sua


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atenção em alguns pontos importantes para melhorar o seu processo de avaliar.


Indubitavelmente, a constante leitura e a reflexão acerca do tema avaliação são um
dos pilares para a prática docente. É preciso também conhecer o tipo de alunado,
suas características, bem como quais são as suas necessidades. Além disso, o tipo
de avaliação utilizada em Língua Inglesa deve estar de acordo com a prática de
ensino do professor, ou seja, se a língua estrangeira é trabalhada de forma
comunicativa e interativa, pressupõe-se o desenvolvimento de uma avaliação
também comunicativa.

Assim, ao estabelecer um elo entre teoria e prática, o professor


poderá adequar a sua avaliação aos objetivos propostos. A avaliação deve ser
compreendida como um conjunto de atuações que tem a função de sustentar e
orientar a intervenção pedagógica, tornando-se assim, uma ferramenta de grande
auxílio ao professor e ao próprio aluno, um meio para se chegar a um fim maior que
é a aprendizagem discente.

Enfim, a avaliação, assim como o processo de ensino e


aprendizagem, deve ser constantemente revista e ajustada às necessidades do
momento, podendo ser metaforicamente compreendida como um “barco [que] chega
à praia, mas a trajetória continua sempre... Novas viagens, os marujos são outros, a
tripulação é por vezes alterada... Permanece o mar incógnito, sempre inusitado,
como um dia após o outro... É a vida... Navegar é preciso...” (SOUSA, 2003, p. 205).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conclui o estágio supervisionado, muito feliz por ter conhecido


pessoas boas e outras nem tanto, ver teorias funcionando na prática, outras que vão
exigir bastante tempo para galgarem do plano do ideal para o plano do real.

Acima de tudo, porém, nítido fica que a educação é antes de mais


nada uma ação de sociabilização, e o professor é o agente transformador, mediador,
educador que conduzirá essa sociabilização.

Paradigmas tradicionalistas e autoritários não podem mais fazer


parte da escola, assim como, não terá mais lugar o professor que acredita ser o
único dono do conhecimento, a informação está presente na sala de aula
concomitantemente à tecnologia, e o aluno avalia o docente constantemente, desta
forma, o respeito à cultura e ao conhecimento de cada um torna-se imprescindível à
carreira docente.
Em suma, ser professor contemporâneo é formar o indivíduo para o
exercício da cidadania e no caso específico da língua, torná-lo efetivamente usuário
competente dela. Neste viés os ensinamentos advindos do curso de Letras serão de
vital importância, visto que, eles elencam muitas das circunstancias vividas na sala
de aula. O estágio supervisionado, por sua vez, complementa os estudos teóricos
com a prática, enriquecendo o conhecimento do acadêmico e garantindo-lhe uma
formação de qualidade.
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REFERÊNCIAS

ALMEIDA FILHO, J. C. P. de. A abordagem comunicativa do ensino de línguas:


promessa ou renovação na década de 80? Universidade do Chile, 1990.

BARCELOS, A. M. F. Crenças sobre aprendizagem de línguas, linguística aplicada e


ensino de línguas. Linguagem & Ensino. Pelotas, v. 7, n. 1, p. 101-121. jan/jul. 2004.

BECHARA, Evanildo. Ensino de Gramática. Opressão? Liberdade? São Paulo: Ática.


1995

BASTOS, Neusa Barbosa (org). Língua Portuguesa: Lusofonia – Memória e


Diversidade Cultural. São Paulo: EDUC – IP-PUC-SP – FAPESP. 2008.

BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Diretrizes curriculares nacionais para o


ensino médio. Brasília: CNE, 1998.

DEMO, Pedro. O porvir: desafios da linguagem do século XXI. Curitiba, PR: Ibpex.
2007;

FIGUEIREDO, F. J. Q de; ASSIS, N. A. L. de. A auto-estima e a atitude quanto à


escrita na revisão colaborativa. In: FIGUEIREDO, F. J. Q (Org.). A aprendizagem
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FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São


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XAVIER, Antônio Carlos (orgs.). Hipertexto e gêneros digitais. Rio de Janeiro:


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SAMPAIO, Maria das Mercês Ferreira. Um gosto amargo de Escola: relações entre
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SCARAMUCCI, M. V. R. Avaliação de rendimento no ensino-aprendizagem de


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para o ensino de português língua estrangeira. Campinas, SP: Pontes, 1997.

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