Atividade de Fundamentos histórico-filosóficos da Educação
Nome: Larissa Lorrany Alves dos Santos
Matrícula:20230023934
De acordo com a filósofa brasileira Maria Lúcia de Arruda Aranha “ A questão
antropológica é a primeira que se coloca em qualquer situação vivida pelo homem”, para ela a nossa visão de mundo e as nossas ações partem da percepção que temos do que é o homem. Como exemplo, podemos perceber que a observação desse caráter antropológico confere ao educador a possibilidade de atuar de maneira mais intencional, evitando que suas ações sejam baseadas apenas em conhecimentos empíricos. É importante ressaltar que o conceito de homem varia entre as teorias pedagógicas, e que essa variação influencia nas diretrizes que estas terão. A autora do livro Filosofia e Educação, exemplifica essa variação na diferença de aspectos relevantes na formação do homem na escola tradicional e na escola nova, em que esta última preza também pelo aspecto existencial, enquanto a primeira limita seu foco ao aspecto intelectual da formação. Na concepção metafísica o conceito de homem era compreendido como uma essência humana, uma natureza imutável, como diz a autora em seu livro, “uma unidade na multiplicidade dos seres”. Tal conceito influenciou a escola tradicional, de forma que essa proposta considerava a educação como um processo de aperfeiçoar-se, evidenciando assim o enfoque no caráter intelectual do modelo tradicional. Com o desenvolvimento do método científico, a ciência pôde, de forma rigorosa, perceber as regularidades da natureza, o que facilitou a previsão de fenômenos a partir das leis formuladas. A filosofia foi influenciada pelo método, uma vez que, perceber as regularidades a respeito do homem e seu comportamento tornou-se uma preocupação a ser averiguada. Diante disso, podemos compreender que a concepção naturalista tem como objetivo tentar adaptar a metodologia utilizada nas ciências humanas ao método científico, usado nas ciências da natureza, que consiste na experimentação, controle e generalização. A concepção naturalista afetou de forma significativa o behaviorismo, pois conferiu a metodologia o caráter rigoroso de sua percepção, apresentando o conhecimento a ser adquirido a partir de uma sequência de passos, técnicas e procedimentos pedagógicos. Já na concepção histórico-social, surge a crítica ao mecanicismo e ao empirismo, em favor da prevalência do sentimento sobre a razão. O idealismo alemão contou com a contribuição de Hegel, que a partir da filosofia do Devir, enfatizou o ser como um processo e a história também como um processo longo e dramático. Tal filosofia estabelece que a história não consiste apenas em fatos que se sucedem.Com isso a realidade passaria a ser resultado de um desenvolvimento do Espírito, porém tal percepção é confrontada por Marx que apresenta o materialismo histórico, colocando em pauta a forma de produção e a atividade do homem como atributos para estudá-lo. Para ele, não há uma essência universal e a definição do homem está imbuída nos modelos sociais estabelecidos pelas condições econômicas, de forma que a compreensão do homem está sempre associada ao contexto histórico-social deste.Além disso, Sartre corrobora com o pensamento de Marx, no sentido de que para ele o homem não é mais do que aquilo que faz. A partir disso podemos dizer que a concepção histórico-social preocupa-se com o processo, com a contradição e com o caráter social da formação humana. Por fim, cabe enfatizar que a antropologia é capaz de orientar o trabalho pedagógico e que as concepções de homem podem sofrer alterações ao longo da história, uma vez que, questões referentes ao tempo, lugar, e estrutura social sempre devem ser consideradas.