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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS – UEG

UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE GOIÂNIA – ESEFFEGO


EDUCAÇÃO FÍSICA – LICENCIATURA E BACHARELADO INTEGRADOS
DISCIPLINA: EPISTEMÓLOGIA DA E.F
DOSCENTE: PAULO VENTURA
DISCENTE: CAUÊ INÁCIO GOMES RIBEIRO

Fichamento 01

TRIVIÑOS. Augusto N.S. Introdução à pesquisa em ciências sociais. São Paulo: Editora
ATLAS S.A. 1987

Palavras - chaves: Fenomenologia; Consciência; Intencionalidade; Historicidade.


Introdução: A fenomenologia é uma abordagem filosófica que se concentra na experiência
subjetiva e na consciência humana. Essa abordagem tem sido cada vez mais utilizada em
estudos qualitativos em ciências sociais, incluindo a Educação Física. A fenomenologia busca
entender como as pessoas vivenciam o mundo ao seu redor, como interpretam as experiências
que têm e como essas experiências influenciam suas vidas e ações.Na Educação Física, a
fenomenologia pode ser usada para explorar as experiências corporais dos indivíduos, como
eles percebem seus corpos e como essas percepções influenciam sua relação com a atividade
física e a saúde. Além disso, a fenomenologia pode ajudar a entender como as pessoas
experimentam a cultura e a sociedade através do corpo e da atividade física.
No capítulo sobre fenomenologia, Augusto Triviños explora os principais conceitos e ideias
dessa abordagem filosófica, bem como sua aplicação em estudos qualitativos em ciências
sociais. Ele discute os diferentes métodos fenomenológicos e como eles podem ser utilizados
na pesquisa em Educação Física, fornecendo exemplos práticos e orientações para
pesquisadores interessados nessa abordagem. Em resumo, este capítulo sobre fenomenologia
é uma contribuição importante para a pesquisa em Educação Física, oferecendo uma
abordagem alternativa para compreender as experiências corporais e a relação dos indivíduos
com a atividade física.
Sistematização:
“Em nosso quadro geral de referência, que gira em torno do problema fundamental da filosofia, a
fenomenologia representa uma tendência dentro do idealismo filosófico e, dentro deste, ao
denominado idealismo subjetivo.” (p. 41). Quando Triviños afirma que a fenomenologia
representa uma tendência dentro do idealismo filosófico e dentro deste ao denominado
idealismo subjetivo, ele está dizendo que a fenomenologia está inserida dentro de uma
corrente filosófica que enfatiza a importância da mente ou do espírito na construção da
realidade, mas que também reconhece a importância da subjetividade na construção da
realidade. A fenomenologia busca entender como a subjetividade influencia a
construção da realidade e como as pessoas vivenciam o mundo ao seu redor.
“O que importa é o homem como "existência ", como um ser intimidamente pessoal Kierkedaard
introduziu na linguagem filosófica alguns termos, segundo ele, próprios do mundo íntimo do ser
humano, como angústia, temor, desesperação etc., que tiveram notável desenvolvimento entre os
existencialistas que cultivaram a literatura, como Sartre, Mareei, Camus etc.”(p.42) a frase citada
de Triviños destaca a importância da visão existencialista na compreensão do ser
humano, enfatizando a importância da subjetividade e da experiência individual na
compreensão da existência humana. Isso sugere que a pesquisa em ciências sociais deve
levar em conta não apenas os aspectos objetivos, mas também os aspectos subjetivos da
experiência humana, para uma compreensão mais completa do fenômeno estudado.
“Husserl pretendeu inicialmente fazer da filosofia uma ciência rigorosa. Mais tarde, o que
significou uma renúncia às suas declarações primeiras, voltou-se para a investigação do
"mundo vivido" pelos sujeitos considerados isoladamente” (p. 42) a frase citada de Triviños
sugere que Husserl inicialmente pretendia fazer da filosofia uma ciência rigorosa, mas
posteriormente percebeu a importância da investigação do mundo vivido pelos sujeitos
considerados isoladamente. Essa mudança de perspectiva foi uma renúncia às suas
declarações primeiras, mas permitiu a Husserl concentrar-se na análise da experiência
subjetiva individual, em vez de tentar transformá-la em uma ciência objetiva.
“O que é a fenomenologia?".(p. 43) a frase "O que é a fenomenologia" se refere à corrente
filosófica que se concentra na análise da experiência subjetiva do mundo, buscando
compreender como as coisas aparecem para nós e como são percebidas e interpretadas
pelos indivíduos.
“Para Hussèl não existem conteúdos da consciência, mas exclusivamente fenômenos. O dado
é a consciência intencional perante o objeto”. (p. 44) Dessa forma, a abordagem
fenomenológica de Husserl é relevante para a epistemologia da educação física, pois
coloca em questão a forma como entendemos a experiência humana do corpo, do
movimento e da atividade física. Em vez de ver essas experiências como conteúdos pré-
determinados da consciência, a fenomenologia de Husserl nos convida a compreendê-las
como fenômenos dinâmicos que emergem da nossa interação com o mundo.
“O idealismo filosófico subjetivo, especialmente, tem tido que enfrentar o problema do
conhecimento quando este se considera válido exclusivamente para o sujeito. Nenhum
sistema filosófico pretende que suas fomulacões venham valor só "para o sujeito que faz as
afirmações sobre os objetos, fenomenos e etc. toda filosofia procura elaborar verdades de
carater objetivo isto é validado para todos. Mas quando as analises partem do sujeito isso se
torna difícil ”.(p. 45) Essa frase refere-se à dificuldade encontrada pelo idealismo
filosófico subjetivo em estabelecer um conhecimento que seja válido para todos e não
apenas para o sujeito que está fazendo as afirmações sobre objetos e fenômenos.
Segundo o autor, todas as filosofias procuram elaborar verdades de caráter objetivo, ou
seja, verdades que sejam válidas para todos. No entanto, quando a análise parte do
sujeito, isso se torna difícil, pois o sujeito está limitado à sua própria experiência e
percepção do mundo. O problema do conhecimento se torna ainda mais complexo
quando consideramos que cada indivíduo tem sua própria interpretação do mundo,
influenciada por suas experiências, valores e crenças, o que torna difícil estabelecer um
conhecimento objetivo e universal.
“Na busca de soluções para este problema, da extrema subjetividade e da extrema
objetividade do conhecimento, têm-se levantado algumas possibilidades tendentes a
estabelecer uma relação entre esses dois pólos. O que se tem desejado é transformar as
formulações subjetivas em enunciados verdadeiros para todos os sujeitos”(p. 46) Essa frase
se refere ao desafio de encontrar soluções para o problema da extrema subjetividade e
extrema objetividade do conhecimento. Como mencionado anteriormente, o idealismo
filosófico subjetivo tem dificuldade em estabelecer verdades objetivas que sejam válidas
para todos os sujeitos, enquanto o objetivismo muitas vezes ignora a perspectiva
subjetiva do indivíduo.

Para solucionar esse problema, alguns pesquisadores têm buscado estabelecer uma
relação entre esses dois polos, de modo a transformar formulações subjetivas em
enunciados verdadeiros para todos os sujeitos. Nesse sentido, é importante destacar que
a fenomenologia, corrente filosófica que foi mencionada anteriormente, busca
compreender a experiência subjetiva do indivíduo, mas sem negligenciar a dimensão
objetiva do mundo. A fenomenologia defende que a compreensão do mundo se dá a
partir da experiência do sujeito, mas que essa experiência pode ser compartilhada e
comunicada a outros sujeitos, de modo a estabelecer uma compreensão objetiva do
mundo.
“Percebe-se queda análise dos conceitos fenomenológicos em nenhum momento esta corrente
do pensamento está interessada em colocar em
relevo da historicidade dos fenômenos. A busca da essência isto que é , oque é
o fenômeno verdadeiramente é, depois de sofrer um isolamento total uma
redução, eliminando o eu que vivência e o mundo com seus valores, cultura etc., carece de
toda referência que não seja a de sua pureza do fenômeno , de modo que o componente
histórico, que tão pouco interessava ao positivismo, não é tarefa que preocupe o pesquisador
que movimenta orientado pelos princípios da fenomenologia” (p.47). Essa frase destaca a
abordagem da fenomenologia, que se preocupa principalmente em analisar e
compreender os fenômenos em si mesmos, em sua pureza e essência, sem considerar sua
historicidade ou contexto cultural. A fenomenologia busca a compreensão dos
fenômenos a partir da experiência vivida pelos sujeitos, e não a partir de conceitos pré-
concebidos ou teorias preestabelecidas. Dessa forma, a análise fenomenológica é
caracterizada por uma redução que elimina as influências culturais e subjetivas do
observador, a fim de compreender a essência do fenômeno em questão. O componente
histórico, portanto, não é uma preocupação central para a fenomenologia, que busca
compreender o fenômeno em sua pureza e essência, tal como ele se apresenta na
experiência vivida pelos sujeitos.
Considerações finais: Ao final deste capítulo sobre a fenomenologia, é possível perceber que
esta corrente filosófica busca compreender a experiência humana de forma profunda e
detalhada, levando em consideração a subjetividade do sujeito, a intencionalidade da
consciência e a importância dos fenômenos em si mesmos. No entanto, a fenomenologia
também enfrenta desafios em relação à objetividade do conhecimento e à historicidade dos
fenômenos.

É importante destacar que a fenomenologia pode ser aplicada em diversas áreas do


conhecimento, incluindo a educação física. Através da análise fenomenológica é possível
compreender melhor a experiência corporal e as sensações físicas vivenciadas pelos
indivíduos durante a prática esportiva ou de atividades físicas.
Por fim, é fundamental reconhecer que a fenomenologia, assim como outras correntes
filosóficas, pode contribuir para o aprimoramento das pesquisas em ciências sociais e
humanas, trazendo uma perspectiva mais abrangente e aprofundada sobre a experiência
humana e seus significados.

Destaques: Destaque 1: "Para Husserl, a fenomenologia é uma abordagem que busca


investigar os fenômenos tal como se apresentam à consciência, sem pré-julgamentos ou
pressupostos teóricos. Assim, a análise fenomenológica procura revelar a essência do
fenômeno, ou seja, aquilo que lhe é intrínseco e o caracteriza enquanto fenômeno. Para isso, é
necessário realizar uma redução fenomenológica, que consiste em suspender os juízos de
valor e as interpretações prévias acerca do fenômeno, a fim de se chegar a uma compreensão
mais autêntica do mesmo."

Destaque 2: "A fenomenologia também apresenta desafios, como o de lidar com a


subjetividade do conhecimento e a possibilidade de se estabelecer uma relação entre os
aspectos subjetivos e objetivos do fenômeno. Para isso, têm-se levantado algumas
possibilidades tendentes a estabelecer uma relação entre esses dois polos, visando transformar
as formulações subjetivas em enunciados verdadeiros para todos os sujeitos. Entretanto, a
análise fenomenológica não se preocupa com a historicidade dos fenômenos, o que pode ser
visto como uma limitação da abordagem."

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