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AULA 04 –
AS CORRENTES
CONTEMPORÂNEAS
E A EDUCAÇÃO
Bons estudos!
Listar os principais pensadores das correntes filosóficas contemporâneas
e suas respectivas teorias;
Definir o que é fenomenologia;
Definir filosofia analítica.
Pode parecer estranho que ainda se precise colocar essa questão meio
século depois dos primeiros trabalhos de Husserl. Todavia, ela está longe de
estar resolvida. A fenomenologia é o estudo das essências, e todos os
problemas, segundo ela, resumem-se em definir essências: a essência da
percepção, a essência da consciência, por exemplo. Mas a fenomenologia é
também uma filosofia que repõe as essências na existência, e não pensa que
se possa compreender o homem e o mundo de outra maneira senão a partir
de sua ‘facticidade’. É uma filosofia transcendental que coloca em suspenso,
para compreendê-las, as afirmações da atitude natural, mas é também uma
filosofia para a qual o mundo já está sempre ‘ali’, antes da reflexão, como
uma presença inalienável, e cujo esforço todo consiste em reencontrar este
contato ingênuo com o mundo, para dar-lhe enfim um estatuto filosófico. É a
ambição de uma filosofia que seja uma 'ciência exata', mas é também um
relato do espaço, do tempo, do mundo ‘vividos’. É a tentativa de uma
descrição direta de nossa experiência tal como ela é, e sem nenhuma
deferência à sua gênese psicológica e às explicações causais que o cientista,
o historiador ou o sociólogo dela possam fornecer, e, todavia, Husserl, em
seus últimos trabalhos, menciona uma ‘fenomenologia genética’ e mesmo
uma ‘fenomenologia construtiva’ (MERLEAU-PONTY, 1999, p. 1).
[...] em toda filosofia precedente não existe nenhum problema com sentido
nem existe problema sobre o ser em geral que não possa ser considerado no
âmbito da fenomenologia transcendental (MOURA, 2001, p. 133).
Na passagem do século XIX para o século XX, a filosofia passou por uma
nova e profunda reformulação, a chamada “virada linguística”, sob a influência
de Frege, Bertrand Russell e Wittgenstein. A atividade filosófica é vista basicamente
como um método lógico de análise do pensamento. Mais tarde, autores associados à
Escola de Viena e outros positivistas lógicos a viram como uma forma de analisar o
significado de proposições científicas; mesmo, para autores como Peter Strawson,
seria uma tentativa de descrever alguns conceitos básicos de nosso esquema
conceitual. Assim nasceu a chamada filosofia analítica.
A incursão da filosofia analítica marcou assim uma nova divisão entre modos
de fazer filosofia. Os próprios filósofos analíticos cunharam o termo
Filosofia continental para se referir às várias tradições filosóficas que surgiram da
Europa Continental, principalmente da Alemanha e da França.
Com o início da Segunda Guerra Mundial, muitos dos principais membros do
Círculo de Viena tiveram que fugir para os Estados Unidos, e da síntese de sua
filosofia — positivismo lógico — com a cultura americana, surgiu uma nova
corrente filosófica. Pragmatismo — ou “Pragmatismo Moderno”, já que, como
corrente filosófica, o pragmatismo há muito se enraizou nos Estados Unidos, e sob
este mesmo nome, em particular nas obras de William James (1842-1910),
Charles Sanders Peirce (1839 -1914) e John Dewey (1859-1952).
A filosofia analítica, através das suas sucessivas manifestações, sempre
conheceu duas correntes: o empirismo lógico e a filosofia da linguagem ordinária. Na
primeira geração, o empirismo lógico é representado por G. Frege, cujo Begriffschrift
(Halle, 1879) constitui a obra fundamental da lógica moderna.
Ele leva adiante o projeto leibniziano, que permanecera suspenso, de uma
“língua característica” O Grundgesetze der Arithmetik (Breslau, 1884) fornece a
primeira definição lógica de números cardinais. No caso da filosofia
da linguagem comum, H. Sidgwick (1838-1900), em Method of Ethics (1874),
representa a resistência da tradição empirista inglesa contra o
idealismo neohegeliano na Inglaterra. Na segunda geração temos as filosofias de
Russell, no caso do empirismo lógico, e de George Edward Moore, na filosofia
da linguagem ordinária.
Desde meados do século XX, novamente sob forte influência dos estudos
no campo da Lógica — desta vez especificamente da lógica modal — houve um
retorno dos filósofos analíticos, às questões metafísicas e epistemológicas, tal como
tradicionalmente concebidas. Assim, com base em alguns escritos seminais de
autores como Saul Kripke, Hilary Putnam e Tyler Burge, aborda questões
como a relação entre o sujeito e o mundo — ou mais especificamente, entre o
sujeito e seu ambiente físico e social — condições de identidade de objetos através
de mundos possíveis, etc. Nascia assim o externalismo.
Atualmente, a filosofia analítica é a filosofia dominante nos departamentos de
filosofia das universidades em países de língua inglesa, bem como em países
escandinavos, alguns países do Leste Europeu como a Polônia e até mesmo Israel.
Além da referência original à lógica contemporânea, não há ideia unificadora ou
dogma característico da filosofia analítica: a epistemologia e a lógica de Frege se
opõem principalmente ao empirismo.
No entanto, muitos filósofos analíticos posteriores, especialmente os
positivistas lógicos e Quine, defenderam posições empiristas e rejeitaram o
racionalismo de Frege. Filósofos analíticos mais recentes, como Tyler Burge, rejeitam
o empirismo e defendem o racionalismo.
O Círculo de Viena e a filosofia da linguagem comum eram contra
toda metafísica. Hoje, a metafísica está florescendo na filosofia analítica. Até o
início dos anos 1950, o positivismo lógico foi o principal movimento na filosofia
analítica. No entanto, o movimento recebeu um golpe fatal em 1951, quando Quine
publicou “Dois Dogmas do Empirismo”. Era o fim do positivismo lógico.
Depois disso, a filosofia analítica se desenvolveu em diferentes direções. A ciência
cognitiva e a filosofia da mente substituíram a lógica e a filosofia da linguagem.
Este conceito de filosofia trouxe consigo uma série de teorias que contradiziam
as verdades absolutas e afirmavam possuir todo o conhecimento existente, o que
é muito comum no pensamento clássico. A filosofia contemporânea chegou para
quebrar paradigmas e questionar o mundo, o homem, a sociedade e até Deus, assim
como novas formas de conflitos e reivindicações sobre a organização geopolítica e
epistêmica do sistema-mundo contemporâneo, levando a iluminar a
contemporaneidade problemas sociais, econômicos e científicos, colocando novas
questões para obter novas respostas. Dentro desse novo formato de filosofia, muitas
teorias foram desenvolvidas, com diferentes visões e abordagens, com diferentes
filósofos, que veremos a seguir.
Esse filósofo alemão foi por muitos anos discípulo de Hegel, adotando
posteriormente um pensamento contrário ao de seu mestre. Sua principal
característica é o ateísmo, principalmente em relação ao conceito de Deus, que seria
uma expressão de alienação da sociedade. Ele também acreditava que o homem era
um ser finito, ou seja, suas obras e sua história terminariam com ele quando
ele morresse, contrariando o pensamento cristão atual (BUCKINGHAM et al., 2011).
Seus escritos influenciaram um grande pensador chamado Karl Marx.
Karl Marx (1818–1883)
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEEDEEN, A.; KENNEDY, S. (ed.). O livro da História. São Paulo: Globo Livros,
2017.
DELEUZE, G.; GUATTARI, F. O que é filosofia? São Paulo: Editora 34, 1992.