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Os artigos científicos deverão ser fruto de pesquisa acadêmica e conter Resumo, palavras-chave, Introdução,
Discussão, Conclusão, Referências Bibliográficas. O texto deverá ser apresentado com o mínimo de 05
laudas.
RESUMO: A filosofia trabalha com métodos. Os filósofos por sua vez ao desenvolverem suas filosofias
as fazem através de métodos e cada um julga que seu método é o ideal. Hannah Arendt na condição de
cientista política e filósofa apresenta em suas obras traços de método fenomenológico. Entretanto, ela
desenvolve fenomenologia própria, afastando de Husserl o pai da fenomenologia e aproximando-se de
Heidegger, mas não como herdeira de seu método. A pensadora não parte da consciência husseliana e
também não se limita ao dasein de seu mestre visto que o ser aí é um ser para a morte. Arendt parte da
política na qual o sujeito está no mundo e nele agi. Parte do fato que o passado e o presente precisam ser
analisados, estudados como fenômenos que aparecem e precisam ser pensados. Logo, o objetivo desse
artigo é demonstrar o método fenomenológico de Arendt tendo como base a dissertação de Lucas Barreto
Dias que vai apresentar as vias fenomenológicas da escritora de A condição Humana.
Palavras-chave: Fenomenologia. Filosofia. Método.
INTRODUÇÃO
A cientista política Hannah Arendt não foge a essa regra. E usa em seus escritos
o método fenomenológico. Porém, isso não ocorre tal como a fenomenologia de Husserl
e nem a de Heidegger, no qual fora a aluna. Isso porque o Dasein do escritor de Ser e
tempo apresenta o homem como um ser para a morte e não um ser de ação mudando e
político como Hannah Arendt pensava e apresentava.
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Esse fato fez com que ela desenvolvesse uma fenomenologia peculiar, pois a
mesma vai ligar a fenomenologia à política e ao homem de ação, animal laborans, o
sujeito político que age no mundo. O que já contrapõe Husserl que faz a defesa de que o
mundo é relação da consciência do sujeito com o objeto, sendo que este já está presente
na consciência do sujeito e que essa consciência possui uma intencionalidade.
O método fenomenológico
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matemático. A lógica para ele é imprescindível. Com primeiro problema solucionado
que venha a ser a intencionalidade da consciência o filósofo parte para o segundo que é
transformar em atitude filosófica a teoria por ele desenvolvida.
O método está ancorado no sujeito e no seu está no mundo. No que vê, ouve,
faz, na sua experiência no mundo de forma introspectiva e subjetiva. Parafraseando
Schopenhauer o mundo é minha representação².
Há uma imersão no mundo. Pois não há uma separação entre mundo, realidade e
consciência. O eu dá significado ao mundo, logo, a consciência tem sempre uma
intencionalidade.
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Se todo o sentido e valor a dar ao Ser se baseiam em funções
intencionais, com essa redução, o eu se manifesta como condição de
possibilidade de ter em vista o mundo (fenômeno). Sob esse aspecto, a
redução conduz o ao eu como subjetividade. Assim, pela redução
fenomenológica chega-se de maneira reflexiva, ao conhecimento do
eu como fonte original de toda a certeza de todo saber e ter do mundo.
(URBANO, 2007).
Logo, trata-se de uma filosofia transcendental que está pautada no sujeito que
descreve por sua experiência consciente a realidade que por sua vez é constituída de
subjetividade. E esse não é o caminho arientiano, isso porque o sujeito nela é político e
age no mundo. Não apenas tem relação de descrevê-lo, como se apresenta para si.
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A crítica de Arendt é sobre a pouca reflexão dedicada aos assuntos de problemas
humanos e a falta do pensar prático desses assuntos. A mesma não abre mão do senso
comum. Ela o considera relevante.
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Ou seja, em Hannah Arendt não há uma realidade que venha a estar fora do
mundo. Isso é cegueira para a cientista política. Sua fenomenologia acontece no mundo
que para ela é aparência e não transcendência. Lucas Barreto apresenta ainda 4
elementos que são imprescindíveis a fenomenologia arendtiana:
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Considerações finais
Não é uma tarefa simples falar sobre o método que Hannah Arendt faz uso.
Alguns autores vão identificar elementos existencialistas e hermeneutas em suas obras.
É preciso partir do primeiro pressuposto que ela é cientista política, para chegar a sua
via filosófica. Em a condição humana, por exemplo, ela faz uma abordagem acerca do
trabalho, do animal laborans, vida activa questões que são humanas propriamente ditas.
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Artigos de periódicos
Livros
ARENDT, Hannah. A condição Humana. Tradução de Roberto Raposo. Rio de Janeiro: Editora Forense
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Universitária, 2022.