Husserl apresenta a fenomenologia como ferramenta de investigação
que possibilita aprender o fenômeno, ou seja, a aparição das coisas a consciência. Como método de investigação, fenomenologia é uma forma radical de pensar. Husserl pretende com esse método captar a essência na percepção do sentido, estudando seu significado. Com isso, Husserl traz um novo método de investigação que causa grandes influencias no mundo acadêmico até os dias de hoje.
O rigor que Husserl enfatiza para seu método fenomenológico, vem do
propósito de dispensar da filosofia, todo o propósito de rigor metodológico dispensado as ciências. Husserl inclusive, criticava métodos psicológicos, como os empregados pela psicologia experimental, por exemplo. Para ele, o empirismo não fornecia o rigor necessário para a investigação filosófica, enquanto a filosofia fenomenológica abre espaço para áreas ocultas dessa região. Nesse sentido, Husserl estabelece a analise compreensiva da consciência, porque todas as vivencias do mundo acontece através da consciência. Essa consciência, por fim, está vinculada a noção de intencionalidade.
Segundo Husserl, a palavra intencionalidade significa a característica
geral da consciência, partindo do pressuposto que toda consciência é consciência de algo.
O princípio de intencionalidade é que a consciência é
sempre ‘consciência de alguma coisa’, que ela só é consciência estando dirigida a um objeto (sentido de intentio). Por sua vez, o objeto só pode ser definido em sua relação à consciência, ele é sempre objeto-para-um-sujeito. (DARTIGUES, 2005). O conceito de intencionalidade de Husserl compreende o significado de das noções de intenção, intuição e evidencia apoditica, sendo intenção o conteúdo significativo de alguma coisa.
Ao estabelecer a analise da consciência, Husserl propõe seu método para
investigar o fenômeno; a Redução Fenomenológica, que consiste numa suspensão momentânea, colocando em parênteses a atitude natural, com os quais nós nos relacionamos com as coisas do mundo. Isso se define por deixar de lado todos os preconceitos, teorias definições, etc. Tal método pretende captar a as coisas como são, em si mesmas de maneira direta, sem nenhuma intervenção, mantendo o fenômeno em sua pureza.
Segundo Husserl, os objetos do mundo devem ser submetidos por meio de
diversas perspectivas possíveis, com o objetivo de aprender a essência desse mesmo objeto. O que se mantem inalterado no objeto, dentre todas as variações observáveis, é sua essência.
O processo pelo qual podemos chegar a essa consciência
consiste em imaginar, a propósito de um objeto tomado por modelo, todas as variações que ele é suscetível de sofrer... este ‘invariante’ identificado através das diferenças define precisamente a essência dos objetos dessa espécie... Foi esse processo que Husserl chamou de variação eidética (DARTIGUES, 2005, p. 25).
A Fenomenologia de Husserl é um marco referencial no pensamento filosófico. O
Rigor metodológico que ele imprime em sua filosofia, demonstra a seriedade na qual o filosofo pautou suas investigações. A título de conclusão dessa resenha, queremos citar sobretudo, o método com que Husserl mergulha no fenômeno em si mesmo para extrair, perdendo a aderência do mundo real, a essência do fenômeno, o que caracteriza sua fenomenologia. No entanto, reduzir a propriedade dos fenômenos ao nível do consciente, parece não tornar a analise menos problemática. Uma vez que a matéria subjetiva não é a consciência, mas sim seu suporte, sem o qual a própria subjetividade não teria significado.