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Hoje: 28-09-2022
Página escrita por Rubem Queiroz Cobra
Site original: www.cobra.pages.nom.br
Fenomenololgia (do grego phainesthai, aquilo que se apresenta ou que se mostra, e logos,
explicação, estudo) afirma a importância dos fenômenos da consciência os quais devem ser
estudados em si mesmos – tudo que podemos saber do mundo resume-se a esses fenômenos, a
esses objetos ideais que existem na mente, cada um designado por uma palavra que representa a
sua essência, sua “significação”. Os objetos da Fenomenologia são dados absolutos apreendidos em
intuição pura, com o propósito de descobrir estruturas essenciais dos atos (noesis) e as entidades
objetivas que correspondem a elas (noema). A Fenomenologia representou uma reação à pretensão
dos cientistas de eliminar a metafísica.
O empirismo. Desde Aristóteles até o final da Idade Média, o caminho para o conhecimento
foi o da análise dialética, ou seja, o raciocínio por dedução lógica, na busca de novos
conhecimentos. As respostas dadas por esse método pareciam tão satisfatórias e convincentes que
não havia muita preocupação em testá-las no mundo real, mediante a observação. Ciência era o
mesmo que Filosofia, e o método dedutivo lógico dominou o ensino e o estudo da natureza a partir
de conceitos teológicos sobre Deus e o universo. Por exemplo: se Deus existe, Ele é um Ser
perfeito e se é um Ser perfeito, sua criação das coisas haveria de refletir a Sua perfeição.
Consequentemente, a órbita dos planetas não podia ser qualquer uma mas devia ser a mais perfeita
possível, que é a forma circular e não a elíptica, porque esta última contem desigualdades. Logo, as
estrelas e os planetas situavam-se em esferas perfeitas ao redor da Terra.
Galileu (1564-1642), com sua luneta, descobre que as esferas celestes não existiam e porque
contrariou essa ideia, tão certa para todos, por pouco não foi condenado a morrer na fogueira,
acusado de heresia.
A nova atitude naturalista de Galileu, de dúvida e observação, inspirou Francis Bacon (1561-
1626) a criar tábuas para o controle da experimentação e o estabelecimento de leis científicas, o
que levou rapidamente o homem a novos conhecimentos na astronomia, na química e na física. A
mesma atitude de observação e interpretação natural levada ao estudo da mente e do conhecimento,
deu origem à Corrente Empirista, que haveria de afetar profundamente a filosofia e criar o
Positivismo, ou seja, o tratamento científico de todos os fatos e fenômenos, inclusive em Política.
John Locke (1632-1704), tido como o maior dos filósofos empiristas, procurou, no seu Essay
Concerning Human Understanding (1690), demonstrar que todas as ideias são registros de
impressões sensíveis (ou são derivadas de combinações, de associações entre essas ideias de
origem sensível), e criticou o pensamento de Descartes (1596-1650) de que existiriam algumas
ideias que seriam inatas – que o homem teria no espírito ao nascer –, como, por exemplo, a ideia de
perfeição. Segundo Locke, alguma coisa é enviada pelos objetos e é captada por nossos sentidos e
dão causa à formação das ideias. Este pensamento é a base da teoria corpuscular da luz.
Outro filósofo dessa corrente foi David Hume (1711-1776). Ainda mais contundente que seu
predecessor Locke, negou o valor do raciocínio lógico, denunciando que a relação de causa e efeito
não é suficiente como verdade, pois nada encontramos entre causa e efeito senão que um acidente
costumeiramente se segue a outro. Estamos habituados a chamar o primeiro acidente de causa
apenas porque ele sempre acontece antes do segundo que chamamos de efeito.
Psicologismo e Historicismo. À influência da psicologia associativa de Locke sobre a
filosofia (ou teoria) do conhecimento se chamou Psicologismo. É a teoria de que os problemas da
epistemologia (a validade do conhecimento humano) e inclusive a questão da consciência, podem
ser solucionados por meio do estudo científico dos processos psicológicos. A Psicologia deve ser
tomada como base para a Lógica. Os psicologistas entendiam a lógica – domínio da filosofia –
como ciência. Seria apenas uma disciplina definidora, normativa, dos atos psíquicos, dos modos
associativos do pensamento, e suas matérias apenas regras para pensar bem, e não fonte de
verdade. A filosofia ficou fora de moda, “reduzida” a uma psicologia científica vinculada ao
Positivismo.
O historicismo representava a mesma tendência empirista para uma interpretação científica da
História. Os fatos históricos somente poderiam ser compreendidos e julgados se confrontados com
a cultura estética, religiosa, intelectual e moral do período histórico em que aconteciam, e não em
relação a valores morais permanentes.