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FACULDADE VIDAL

Credenciada pela Portaria do MEC nº 1100 de 27 de novembro de 2015

NP1-AV1 HUMANISMO
Resumos dos textos da disciplina

Fernanda Moreira Holanda


Janine M. Freitas

Limoeiro do Norte- Ce, 30 de Março de 2023


TEXTO 01: O que é fenômeno e fenomenologia?

O texto se inicia com um questionamento acerca de quando a fenomenologia começou e


por que ela ganhou esse nome. Segundo Ales, 2006 o termo “Fenômeno” tem origem grega e
quer dizer “aquilo que se mostra; não somente aquilo que aparece ou parece”. Essa escola
filosófica cujo pai Edmund Husserl teve início na Alemanha no final do século 19 e em
meados do século 20.
Entendemos que a fenomenologia busca compreender os fenômenos por meio da
capacidade de refletir sobre eles e a forma como se mostram conscientemente. O texto se
utiliza bastante da origem das palavras para exprimir os seus significados. Assim, o termo
“Logia” também do grego deriva de logos que significa palavra, pensamento, neste sentindo a
fenomenologia se dá pela reflexão daquilo que se mostra.
O ser humano sempre ganhou muito destaque na filosofia, pois sua capacidade de
observar o meio a ele mostrado é o que garante aos indivíduos a sua capacidade de postular
significado a essas coisas, ou seja, não basta as coisas serem expostas a nós, elas só têm
sentido por que o ser humano as dos significados.
Importante salientar que segundo o texto as coisas não se mostram a nós
simplesmente, nós é que a percebemos, ou seja, em nossa relação com o mundo físico será o
olhar do sujeito que irá definir quais significados lhe são objetos de reflexão. Isso tanto a nível
individual como a nível coletivo. As questões dos significados vão além das coisas
meramente físicas, elas são também abstratas e dizem respeito a cultura, as crenças e aos fatos
sociais.
Essa questão da percepção do mundo que está a nossa volta, e a construção de
significados, assim como todos os fenômenos sócias, estão sujeitos à mudanças e
transformações, e para ilustrar isso podemos citar por exemplo, que há fenômenos sociais
atuais que só podem passar por essa observação nos dias de hoje e não há cem anos atrás, a
citar, os fenômenos de uma sociedade hiper conectada na internet e em redes sociais.
Por fim, o texto aponta que o mais importante não é o que se mostra a nós, mas a
compreensão do seu sentido, para a filosofia a busca de sentido é a sua base e isso pode ser
problemático, visto que nem sempre compreendemos tudo de imediato e a forma como aquilo
se manifesta em nós. Assim deixando lacunas dada a sua impossibilidade de abarcar todos os
sentidos, sendo estes de ordem cultural, política, econômica, física, religiosa.
TEXTO 02: Revisitando as noções básicas de fenomenologia

O presente texto aborda as contribuições de Franz Brentano, percursor da


fenomenologia, assim como de Edmund Husserl e também de Merleau- Ponty. Ambos os
autores, trouxeram importantes contribuições para os estudos da área, trazendo conceitos
centrais que orientam a psicologia e a fenomenologia clínica.
Franz Brentano (1838-1917), foi padre, renunciando o sacerdócio por não concordar
com as condutas que lhes eram impostas pelo poder Papal. O mesmo estudou e doutorou-se
em Filosofia, embora essa ruptura com a igreja, não tenha dissolvido suas crenças religiosas.
Seus estudos sofreram forte influências de Descartes, Leibniz, São Tomás de Aquino, e
sobretudo Aristóteles.
Considerado o pioneiro, Brentano influenciou a psicologia da Gestalt, o
Funcionalismo, o Estruturalismo, a Psicanálise e mais fortemente a fenomenologia. Em sua
época a psicologia buscava, por meio da experimentação, aproximar-se das ciências
experimentais, haja vista que o modelo de ciência vigente, tinha como base as ciências
naturais. Deste modo, ele propõe algo novo e inovador, e sua psicologia segundo ele era
chamada de método empírico.
O empirismo proposto por Brentano diferenciava-se do clássico, ele propunha a
observação de um fenômeno tomando-o como único para ver o que nele é essencial, isso
antecedeu as condições teóricas para o surgimento da fenomenologia. Segundo ele é a
experiência que é o fundamento da sua tese. Outro aspecto importante é a noção de
intencionalidade e a dinâmica entre estrutura e consciência.
Ele diferenciou-se também ao afirmar que o objeto de estudo da psicologia era os atos
das pessoas e seus estados conscientes e não o método estruturalista proposto por Wundt e
Titchener que utilizavam a introspecção. Vale ressaltar que Brentano acreditava que somente
no presente ocorriam os fenômenos e que essa era a única experiência possível. Não
desconsiderando nem o passado nem o futuro.
Quando vemos algo ocorre duas experiências 1-o ato de ver, 2- o objeto ou o
conteúdo visto, é nessa relação do objeto que está envolvida a intenção. Portando para ela
consciência é intencional.
Dada a importância da observação e da consciência o objetivo do método
fenomenológico é realizar este exame na busca de atingir o conhecimento das próprias coisas.
Brentano classificou os fenômenos psíquicos em três tipos de atos: representações, juízos e
emoções.
Edmund Husserl (1859-1938) nasceu no antigo império austro-húngaro, hoje república
Checa. Matemático, Husserl foi influenciado por Brentano de quem foi discípulo voltando-se
a filosofia.
Hursserl acreditava que a única forma de alcançar o conhecimento das coisas é a
“exploração da consciência humana”. Hurssel vai além da psicologia descritiva de Brentano e
propõe um novo caminho: a fenomenologia. Ele rejeitou o naturalismo das ciências naturais e
da psicologia da sua época, o mesmo a chamava de psicologismo, pois reduzia a atividade
humana aos fenômenos naturais. Acreditava que a psicologia contemporânea deveria descreve
de forma firme os fenômenos, com um método de trabalho rigoroso.
Husserl uniu os dados da experiência em sua totalidade e o pensamento racional,
compondo a fenomenologia. Ele propôs uma terceira via que era a do retorno as coisas
mesmas, ou intuição originaria, antes de todo raciocínio nos colocamos no mesmo plano da
realidade, ou seja, das coisas mesmas. Desse modo, ele afirmava que os fenômenos são
percebidos a partir dos sentidos, mas são dotados de uma intuição da essência.
A descrição era o meio pela qual ele clarificava o fenômeno, as perguntas eram
importantes nessa busca por respostas.
O princípio da intencionalidade está diretamente relacionado com a consciência, ou
seja, o objeto está sempre ligado a um sujeito, e o seu sentido está para consciência. Segundo
Souza & Boris, 1994, “Se um objeto é sempre objeto para uma consciência no sentido
fenomenológico, ele jamais será objeto em si, mas objeto percebido, imaginado, pensado, etc”
A análise intencional leva a redução ou abstenção fenomenológica, que do grego
significa suspensão do juízo. A redução fenomenológica coloca entre parênteses o fenômeno,
ou seja, olhar para situação como ela é disposta, entregue, sem planejamento e sem se anular.
Maurice Merleau-Ponty (1908-1961), filosofo francês, nascido em Rocheford-Sur-
Mer, E foi um dos grandes representantes do pensamento fenomenológico. Ele fez grandes
contribuições para a filosofia, psicologia e psicopatologia, ao estudar a mutua constituição da
relação homem/mundo e a relação entre consciência e natureza, para ela há uma dualidade
dialética na relação entre alma e corpo, afirmando que a primeira age sobre a segunda
colocando assim uma totalidade e existência de uma força responsável pelo significado
espiritual de alguns de seus comportamentos. Isso significa que ele reconhece que a alma
exerce sempre uma força sore o corpo.
Recusou a concepção mecanicista do corpo, afirmando sua concepção de homem
como ser-no-mundo. Ele acreditava que o corpo realiza uma inserção da consciência no
mundo, como ponte para subjetivação humana. Reafirma a importância da linguagem como
instrumento de projeção de um mundo cultural. Os processos para ele são sempre abertos, ou
seja, inacabado isto é característica da fenomenologia.
O corpo para ele era o meio de comunicação com o mundo, o corpo assim, significa
um campo de presença e permite a comunicação com o objeto. Ele acrescenta que este corpo
também é revelador de sentidos e expressa cada momento. Merlau-Ponty atribuiu ao corpo o
papel de fundação da subjetividade, o corpo como criador de sentido.
A fenomenologia da ênfase no presente, valorizando como o processo acontece e não a
causa. Promovendo uma nova visão do fenômeno como totalidade abandonando a cisão entre
mente e corpo, interior e exterior, sujeito e objeto, e esta é uma ciência que influencia e
influencia diversas áreas.
TEXTO 03: Psicologia fenomenológica: Uma aproximação teórica humanista

O texto faz uma caracterização da fenomenologia como abordagem de pensamento,


articulando concepções de psicologia fenomenológica dentro de contextos que articulam a
prática profissional. É realizada também uma breve apresentação dos pontos que caracterizam
a fenomenologia a partir dos estudos de seu fundador, Edmund Husserl e Merleau Ponty.
A busca por um caminho diferente do que o trilhado pela ciência convencional da
época, superando com isso a concepção de medir as experiências humanas por meio de testes
em laboratórios que não envolviam os próprios sujeitos na construção de significados. Era
isso que Merleau Ponty se propunha a fazer.
Husserl acreditava que o sujeito poderia por meio de sua experiência, poderia alcançar
o conhecimento, afirmando sobre os atos da consciência. Ele chamou isso de “filosofia como
ciência rigorosa” e de “fenomenologia”. Considerava a experiência em si mesma,
independentemente dos juízos de realidade ou do valor que espontaneamente somos levados a
fazer. Esses valores, Husserl denomina de atitude natural.
Outro conceito importante desenvolvido por Husserl é o de redução, a redução do que
se apresenta e ele define como fenômeno. Outra expressão usada por ele é “voltar às coisas
mesmas.” Um olhar para dentro de si, procurando o que existe na consciência. Toda a
consciência esta diretamente relacionada, segundo ele, pela intencionalidade, afirmando que
não existe consciência sem intencionalidade. Isso aponta para a importância de perceber que
as ações, sentimentos de algo, não surgem e nem se apresentam do nada, elas sempre terão um
sentido.
Ele também apresenta o conceito de mundo vivido, que é o mundo que nos é dado
antes de elaborarmos conceitos sobre ele. Contudo, é por meio desse mundo que nos é dado
que teremos a possibilidade de elaborar depois o nosso pensamento, assim isso se faz
necessário para o nosso estar no mundo, sendo este, segundo aponta o texto, o pressuposto da
ciência.
No que diz respeito a psicologia fenomenológica humanista, o texto aponta que há
dois grandes pressupostos teóricos que embasam as abordagens: o determinista e o da
autonomia. No primeiro o indivíduo é pensado como algum tipo de mecanismo, onde tudo
que ele faz tem uma causa determinante, no segundo o ser humano é visto como um ser
chamado a responder criativamente, assumindo que este tem algum poder sobre as
determinações que o afetam. Diferente do pressuposto determinista que se configura no
diagnóstico, no pressuposto autônomo, compreende-se que há uma tendência inata ao
crescimento, em uma relação libertadora dessa tendência determinista e limitadora dessas
condições a qual o sujeito é exposto. Essa sem dúvida é uma compreensão mais abrangente, e
que favorece uma relação de construção entre o cliente e o terapeuta.
As pesquisas científicas dentro dessa abordagem que favorece a autonomia são de
cunho qualitativo, valorizando as descrições das vivências e da subjetividade dos sujeitos, em
uma visão ampliada da concepção de ser humano.
Por fim o texto apresenta as etapas, ou mesmo passos que devem ser tomados para que
sejam realizadas pesquisas psicológicas: delimitação de objeto a ser estudado, encontro
concreto com o fenômeno (ir a campo), analisar os dados que ele trouxe das observações em
campo, busca pelos eixos de significado do material coletado, articulação entre os eixos,
construção da interpretação mais abrangente do fenômeno, e por fim a comunicação desses
resultados para a comunidade.
TEXTO 04: A noção fenomenológica de existência e as práticas psicológicas clinicas

O texto retrata a visão do modo de ser do homem enquanto “existência”, tendo o


objetivo de nivelar, refletir de forma individual e analisar este conceito a partir dos
pressupostos propostos por Heidegger. Essa ideia só pode ser compreendida após um olhar
específico do indivíduo, com uma atenção especializada, fugindo do senso comum e do olhar
cotidiano, vai além de algo dado, de um sentido. Heidegger denomina “existência” como “ser-
aí” ou ser-no-mundo.
A expressão husserliana “atitude natural” faz nós reconhecermos as coisas no mundo
como dadas, uma atitude sem intenção. Dentro de uma perspectiva fenomenológica devemos
anular essa perspectiva “natural” e voltar para a experiência concreta, realizando a epoché;
essa é uma redução do que você sente, olhando para a situação sem julgamento.
Existência portando não é um fato concreto, indiferente, o concreto é o próprio
acontecimento imanente da experiência, ou seja, o acontecimento presente é o fenômeno, e
ele que importa. Dentro desta, o homem se sintoniza com o meio e com os seres que convive,
se relacionando e se comunicando de diferentes formas, mesmo a indiferença ou a angústia é
uma forma de relação. Na angústia o homem sai do papel em que tem de bem-estar, quando
ele habita nesse local desempenha um papel similar ao da epoché, despindo as coisas de seu
significado atual.
Nas práticas psicológicas essa ótica do homem e a “existência” se diferencia. Assim
podemos três aspectos importantes articulados entre si segundo Barreto: O abandono de
qualquer redução do humano a dimensões meramente orgânicas, psicológicas ou sociais,
naturalmente compreendidas, isto é, abandono de qualquer cientificismo objetivante do
sofrimento existencial; A suspensão de toda postura técnica e voluntarista, em que o terapeuta
se coloca no lugar daquele que conduz a dinâmica do processo clinico a partir de suas
representações técnico-conceituais sobre a existência do paciente ou a partir de seu desejo
pessoal de impor mudanças; O exercício da atenção e do cuidado livre de expectativas, em
que o outro é convidado a uma lembrança de si como pura “existência” para, a partir daí,
perspectivar seus limites e suas possibilidades próprias e singulares.
Considerando esses aspectos acima, para compreender a clínica psicológica por uma
visão fenomenológica, pode-se entender a clínica como um local onde o psicólogo dirige toda
sua atenção para o cliente/paciente, para que o mesmo se compreenda em seu estado e espaço,
de forma concreta e singular, se assumindo como ele é, ampliando os horizontes da clínica,
desejos, sentidos, fazendo perguntas para chegar no ponto focal dos seus contextos. Dessa
forma, se compreender dentro do seu sofrimento, da sua individualidade e subjetividade é
uma forma de ampliar sua liberdade em conjuntura com sua existência.
Desta forma podemos compreender que, a epoché é de extrema importância para a
compreensão da “existência”, pois permite que o ser humano entre em contato com seu eu de
forma autêntica, se descobrindo e descobrindo o meio a sua volta, sem expectativas, ilusões
ou conceitos prévios sobre algo.
TEXTO 05: O prefacio de Merleau-Ponty à fenomenologia da percepção

O texto apresenta inicialmente a concepção de Merleau Ponty acerca da


fenomenologia não ser como algo homogêneo, e que mesmo após cinquenta anos da
publicação de Husserl, não é possível responder a pergunta do que é fenomenologia sem que
seja necessário apontar para uma direção completamente diversa.
Ele aponta que a fenomenologia se interessa com a descrição de nossas experiências,
tal como elas são dadas no agora. Assim, não há uma preocupação com a origem psicológica
e biológica das experiências.
Merleau Ponty rejeita a fenomenologia de Heidegger. Ele acreditava que o nosso saber
do mundo, incluindo o saber científico, emerge da perspectiva em primeira pessoa, ou seja,
que se faz necessário articular o saber e o discurso científico com o mundo vivido,
investigando nossa experiência primária de mundo, que para ele a ciência só articula de
segunda ordem.
Essa relação com o mundo é um aspecto muito central da teoria de Merleau Ponty,
visto que para ele, só somos homem no mundo, e por esta razão ele é capaz de se conhecer. A
questão da subjetividade teria aqui não um caráter de interioridade, que não acontece apenas
ao nível interno, ou seja, comigo mesmo. Esta acontece nessa relação que para ele não é
velada, com o mundo.
Ele afirma que a aspectos da subjetividade que só são possíveis acessar por conta
dessa relação com os outros. Afirma ainda que a subjetividade precisa ser concebida e
ancorada corporalmente em um contexto social. Assim, cabia a fenomenologia, a tarefa de
pensar o mundo, em um nexo abrangente em que o sujeito tem sua intersubjetividade.
Para ela nossa relação com o mundo é tão clara e evidente, que temos a tendência a
não observar como ela acontece. E cabe então a fenomenologia, compreender a relação basal
com o mundo e que sustenta toda pesquisa empírica.
O mundo é sem dúvidas, complexo e paradoxal, assim Merleau Ponty acredita que se
faz necessário suspender nossa visão e acolhimento cego a este mundo com o intuito de
observá-lo. Por isso a importância da redução fenomenológica, pois precisamos reduzir
nossos ideias e julgamentos para que estejamos abertos a fazer essa observação.
Segundo ele, o mundo nos é dado, sem que antes disso tenhamos feito qualquer tipo de
análise, assim, estamos então sujeitos a estabelecer essa relação teórica com o mundo, esta
não construída a partir de nós mesmos. Aqui então ele aponta a questão da intencionalidade
do ato, aquilo que dirige nossas ações a um objeto.
A fenomenologia propõe uma reflexão crítica da realidade, chegando a ser
compreendida como uma problematização incansável. O texto afirma que ela seria uma
meditação sem fim, onde nunca se sabe ao certo o caminho em que se encontra. Para Merleau
Ponty, essa inconclusividade não é uma falha da fenomenologia, e que esta não é um sistema
rígido, mas um movimento ininterrupto.
TEXTO 06: Fenomenologia e Existencialismo: Articulando nexos, costurando sentidos.

O texto vai abordar aspectos importantes da história da elaboração da fenomenologia,


apontando e articulando esta com o existencialismo. A fenomenologia foi formulada
inicialmente por Edmund Husserl, que buscava fundamentar com rigor o conhecimento.
Seguindo esse percurso mais histórico mesmo, o texto irá apresentar uma série de autores e
como o Movimento Fenomenológico se amplia a partir dos círculos de alunos e
pesquisadores. Isso faz parte de como Husserl foi construindo sua carreira como professor
universitário e ampliando assim o alcance desses estudos.
Seguindo os principais pontos da teoria de Husserl, o texto apresenta o conceito e a
importância da intencionalidade, como o fenômeno se apresenta, ou seja, aquilo que aparece.
Consciência intencional e redução fenomenológica (epoché), que diz respeito aos nossos pré-
conceitos e ou pré- juízos, que são característicos da atitude “natural”. Tomando aqui como
central que não devemos observar qualquer que seja o fenômeno partindo de verdades pré-
estabelecidas.
O texto aponta que o termo epoché, era um termo que designava suspensão de toda e
qualquer afirmação. Esse termo é facilmente confundido com neutralidade. Contudo, tudo
parte de uma intencionalidade e por isso esta mesma acaba revelando objetos, podendo ser
assim vista sob uma ótica diversa a depender das vivências de cada um.
Partindo para o Existencialismo, é na figura de Kierkegaad, sua principal referência.
Ele acreditava que o homem não pode ser assimilado por um sistema de ideias. A ideia de
que, a experiência de cada indivíduo é única, ou seja, singular e individual, afirmando
também que a “existência é uma tensão entre o que o homem é e o que ele não é”.
Sobre a relação entre as duas correntes de pensamento estão na filosofia sobre “a
questão do ser” e esta relação acontece pelo que Martin Heidegger vai desenvolver na
fenomenologia. O texto apresenta como se deu o processo de formação de Heidgger e sua
carreira eclesiástica. O mesmo acabou tendo vários embates, inclusive com Husserl por sua
posição em relação à guerra e sua aproximação com o nazismo, chegando mesmo até ficar
proibido de dar aulas, acabou ministrando cursos isolados de sua fenomenologia existencial.
A divulgação do existencialismo se deu no pós-guerra na França com os escrito de
Jean Paulo Sartre, estes um intelectual singular com atuação em vários campos sendo um
grande expoente do existencialismo, fazendo com que suas ideias fossem amplamente
divulgadas em todo mundo.
TEXTO 07: O existencialismo é um humanismo

O presente texto defende o existencialismo de críticas e acusações que lhe são


dirigidas. Primeiramente lhe é acusado pelos comunistas de incentivarem as pessoas a se
permanecerem quietas após não encontrarem soluções e saídas suficientes para seus
problemas, assim como de fazer especulações suspeitas, negligenciar coisas alegres e o lado
iluminado da natureza; faltar com solidariedade. Tendo como explicação que por suas visões
nós partimos da pura subjetividade, o que em sua visão nos torna incapazes de praticar a
solidariedade. Na perspectiva cristã somos acusados de faltar com a seriedade e negar a
realidade humana.
Entende-se existencialismo como um segmento que torna a vida humana possível, por
declarar que toda ação e toda verdade vem de um meio e de uma subjetividade aplicada a este.
Este é visto como sombrio, triste e amedrontador, pois, dá uma possibilidade realista de
escolha para o ser humano. Assim conhecemos tipos de existencialistas: Cristãos (Jaspers),
Ateus (Heidegger), Franceses; esses tendo em comum em acreditarem que a existência vem
da essência, ou seja, da subjetividade e que a produção precede a existência.
O existencialismo tem alguns princípios como: o homem não é nada além do que ele
se faz, o homem é responsável por si mesmo, o homem faz a escolha por si mesmo. Assim,
somos responsáveis por nós mesmo e por todos a nossa volta que temos uma autoimagem.
Esse compreende o homem como angústia, desespero e desamparo; que todos que já tiveram
responsabilidades já sentiram angústia, pois não tem como tomar decisões sem sentirmos,
essa não sendo separada e sim fazendo parte do nosso ser. O desamparo aparece quando
refletimos de fato que temos que tomar todas as consequências de nossas ações e não entregar
nas mãos de Deus, pois não se tem certeza se esse existe, assim vem o desamparo, pois o
indivíduo não encontra nem em si, nem no outro algo que possa se agarrar. Quanto ao
desespero ele diz que nós só poderemos contar com aquilo que seja da nossa vontade, porém
nós somos indivíduos frutos do meio, então a maioria das nossas ações não depende só de
nós, assim entre ao domínio das possibilidades. Nós tomados pelo desespero não devemos nos
entregar ao quietismo e sim nos engajarmos, ou seja, não devemos esperar do outro o que
podemos fazer, e sim tomar atitudes.
No ponto de partida da subjetividade é de fato nosso foco, pois acreditamos em um
segmento de verdade e não composto por inúmeras teorias que não englobem tudo, em outra
perspectiva essa é a única teoria que atribui dignidade ao homem. Assim descobrimos a
intersubjetividade o mundo em que o homem decide o que ele e os outros são.
Nesse sentido, o existencialismo é uma doutrina de ação e de otimismo. O humanismo
pode-se entender como uma doutrina que toma o ser humano com valor supremo, busca fora
um fim que consiste nessa liberação e realização que tornará o homem, humano.
TEXTO 08: A Gestalt-terapia e a abordagem centrada na pessoa são enfoques
fenomenológicos?

No presente texto Luís Cláudio Figueiredo, que escreveu o livro Matrizes do


Pensamento Psicológico (1991), traz críticas ao humano romântico e reflexões acerca da crise
para psicologia se tornar uma ciência independente e se as abordagens humanistas ACP-GT
são abordagens fenomenológicas.
Figueiredo divide o seu pensamento em duas grandes matrizes que se subdividem em
outras grandes matrizes. Primeiras a matriz do pensamento psicológico traz o pensamento
cientificista que desconhece a especificidade do objeto da psicologia, e os movimentos
“românticos” e “pós-românticos” que reconhecem a especificidade do objeto da psicologia
como ciência independente, mas que por outro lado são inseguros cientificamente.
A partir das matrizes “romântica” e “pós-romântica” nasce mais duas matrizes, a
vitalista naturalista e a compreensiva. A primeira recolhe o que foi excluído das matrizes
cientificistas (espiritual, qualitativo, criativo, anímico), sustenta a divisão razão e vida e
prioriza a vida e permanecendo contra a razão, desta forma priorizam o espiritual, a intuição.
Figueiredo critica o humanismo “romântico” pois acredita que esse promete a cura,
soluciona problemas, levando a imagem de psicólogo como um guru que vai resolver todos os
problemas do cliente/paciente com prontidão, e no momento esperado. Assim como também,
supõe uma realização do indivíduo e uma felicidade coletiva.
Agora caminhando para as matrizes compreensivas, se é definido três grandes linhas:
o historicismo ideográfico, estruturalismo e a fenomenologia, essas se inserem em uma
problemática da expressão, por visarem a experiência do indivíduo no seu meio. Para essa
matriz a fenomenologia é uma superação, em busca de conhecimento, direcionando sempre
para aa fenomenologia de Husserl, que busca os fenômenos, intencionalidade, a consciência,
o sujeito como responsável pelas suas atitudes.
Voltando nosso olhar para Gestalt-terapia e a fenomenologia vemos Fritz Perls,
médico, nascido em Berlim de uma família judaica e criador da Gestalt. Sofreu influência do
Zen-Budismo, psicanalise, caráter de Reich, Psicologia da Gestalt, entre outras. Ao longo de
sua jornada este se permaneceu preso a psicanalise, por um ressentimento e admiração á
Freud, assim inferindo críticas ao mesmo e publicando o trabalho Resistências Orais. Obteve
contato direto com a teoria organísmica de Goldstein, assim ampliando a concepção de
organismo não só mais como função psicológica e sim como um todo em seu funcionamento.
Além disso a proposta organismo-ambiente se torna fundamental para GT, constituindo uma
situação psicológica e derivando a noção de contato.
Dentro desse contexto Perls sofreu inúmeras influencia para gerir vários conceitos
como, o conceito de subjetividade por influência de Kiekeggard e Nietzsche, intencionalidade
de Husserl, responsabilidade por Sprtree, filosofia dialógica de Buber, perspectiva
organísmica Merleau-Ponty, entre outros. Assim tendo seu ápice com a Gestalt como primeira
filosofia existencial apoiada em si própria.
A abordagem centrada na pessoa foi criada por Carl Rogers, psicólogo norte-
americano. Tinha-se como base o impulso individual, com ênfase nos aspectos emocionais,
situação imediata, e a relação psicoterapêutica como grande experiência geradora de
crescimento. Vemos desta forma diversas fases pelas quais o pensamento Rogeriano passou
como; Psicologia Não-Diretiva, Terapia Centrada no Cliente, Terapia Experiencial, Fase
Coletiva e Pós-Rogeriana. Trazendo a pessoa como centro, com a proposta de
aconselhamento e psicoterapia.
Para Rogers todo indivíduo tinha um crescimento natural de forma potencial, esses
que se desenvolvem sob as condições facilitadoras, assim como as atitudes facilitadoras que
são construídas, essas acrescentando a tendência atualizante de forma inerente a pessoa.
Podemos refletir de forma direta como esse diálogo da Gestalt-Terapia de Perls, da
Abordagem Centrada na Pessoa de Rogers, com a fenomenologia e Luís Claudio Figueiredo
trazem reflexões interessantes, essas que trazem crescimentos para os indivíduos dentro do
seu meio e contribuição para outros campos da sociedade. Cada uma de sua maneira da
margem a discussões construtivas, interpretações proveitosas e inovações para o campo da
Psicologia.

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