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Universidade Federal do Maranhão

Centro de Ciências Humanas

Curso de Psicologia

Felipe Gustavo Costa Cruz

Turma 2

Resumo

São Luís – MA

29-09-2020
Fundamentos Epistemológicos da Psicologia.

Resumo.

O livro propõe uma análise baseada na linha temporal dos eventos ocorridos.
Logo, inicialmente, é abordado o Período Medieval e, por ser marcado pelo
Teocentrismo, sua influência negativa quanto ao desenvolvimento da subjetividade
dos indivíduos, haja vista que Deus era o princípio, meio e fim dos saberes
existentes, não havendo – e muitas vezes sendo proibido, qualquer questionamento
ao seu poderio. Desse modo, apenas com Humanismo Renascentista, há a
exaltação da figura do homem. Essa nova corrente de pensamento, por sua vez,
propunha ao homem o uso da razão, autonomia e liberdade das tradições religiosas
como meio para desenvolver novos conhecimentos. Em suma, o homem passa a ter
controle sobre seu raciocínio e, com isso, transforma sua realidade.

Além disso, urge salientar a contribuição da Reforma Protestante – evento


ocorrido no mesmo período, para a consolidação do Humanismo. Outrossim, os dois
movimentos almejavam uma maior autonomia do homem. Nesse sentido, Martin
Lutero, ao traduzir a Bíblia Sagrada do latim para o Alemão, possibilita não apenas a
leitura do livro pelos fieis, como também a democratização do ensino da filosofia, da
teologia e a alfabetização, conhecimentos básicos que impulsionaram o criticismo
dos indivíduos.

Não obstante, a Revolução Científica teve um papel crucial para o advento do


Mundo Moderno. Esse panorama se evidência, por exemplo; no modelo de universo
infinito proposto por Giordano Bruno; o surgimento da hipótese do heliocentrismo, na
qual o Sol seria o centro do universo e uma nova fórmula de análise cientifica, na
qual o objeto analisado deveria passar por uma série de experimentos teóricos,
técnicos e físicos para ser considerado verídico. Essas inovações, atreladas a
Reforma Protestante e o Humanismo Renascentista, colocam o homem como centro
do Mundo Moderno, possibilitando que o mesmo tome consciência de suas
ocorrências mentais (pensamentos, emoções, desejos, etc.) e desenvolva uma
subjetividade mais complexa. Esses eventos, em resumo, são de fundamental
importância para o surgimento da Psicologia.
Nesse viés, o termo “consciência” surge e com ele a dúvida sobre seu
significado. Contudo, é imperioso destacar que o termo, ao longo dos séculos,
sofreu alterações, em sua origem, no latim original, a palavra se referia
“conhecimento partilhado”, logo, a consciência era algo coletivo. Porém, o termo, em
alguns momentos históricos, se referia ao mesmo conhecimento partilhado, mas de
forma restrita ou até mesmo individual. E, atualmente, o termo passou a estar
relacionado a ter conhecimento individual e reflexivo dos pensamentos e
sentimentos individuais.

Ademais, para Descarte, a consciência está relacionada ao pensamento


reflexivo. Essa tese é exemplificada em seus pensamentos sobre o dualismo mente-
corpo. Nesse âmbito, as reflexões presentes na primeira de suas Meditações,
esclarece o quão nossos sentidos podem ser enganosos, e por isso, elabora um
método que levaria o pesquisador a uma certeza indubitável, dividindo a análise em
3 níveis. Todavia, no terceiro nível, é descrito a possível existência de um gênio
maligno, que poderia ter forjado tudo o que existe, todas as verdades. Logo, para
Descarte, a única certeza que o indivíduo poderia ter, era a de sua existência como
indivíduo pensante, já que a própria matéria de seu corpo, no que tangência a
existência do Gênio, poderia ser irreal. Desse modo, há um dualismo entre mente-
corpo, já que o indivíduo pode ter certeza da veracidade de sua mente, mas não de
seu corpo. Portanto, o corpo deixa de ser parte do homem – mente, e passa a ser
externo ao ser.

Contudo, as Meditações foram fortemente questionadas por outros autores.


Thomas Hobbes, afirmava que toda substância é uma substância corpórea, uma
perspectiva materialista na qual a mente não existiria. Ainda mais, teórico Baruch
Espinoza foi bem mais extremista ao propor a existência de apenas uma substância,
e que as derivações de sua forma eram apenas atributos. É apenas no século XIX,
que Theodor Fechner demonstra a mutabilidade do corpo e da mente, provando que
a mente não depende do corpo, ou vice-versa, mas sim que os dois interagem
juntos, formando o que o autor nomeou de pampsiquismo. Esse paralelismo
psicofísico é sustentando por Wilhelm Wundt, que aponta como única diferença
entre experimentos mentais e físicos, o ponto de. Sendo assim, há a necessidade do
surgimento da Psicologia, e posteriormente, suas divisões, para entender os
processos cerebrais (mente) de forma cientificista.
1. A psicologia é uma ciência que nasce na Era Moderna. Cite os principais
fenômenos que caracterizam a Modernidade e como a Psicologia justifica sua
existência como ciência.
O Humanismo Renascentista, a Reforma Protestante e a Revolução
Cientificista, foram os principais eventos da era Moderna, modificaram os
sistemas metodológicos de análises científicas e, através da exaltação da
figura do homem como ser livre e autônomo, não só questionaram a
autoridade divina da Igreja Católica, como também possibilitaram o
surgimento das Ciências Humanas. Nesse âmbito, ao estabelecer objeto de
estudos – o homem, e apresentar metodologias científicas de análise
semelhante as aplicadas pelas Ciências Naturais, a Psicologia se consolida
como uma Ciência Humana, por cumprir os requisitos para alcançar um saber
científico.

2. Explique o conceito de consciência.


Hodiernamente, o termo “consciência” se refere ao conhecimento reflexivo
individual privado de cada homem. Porém, durante a história, o termo sofreu
mudanças bruscas em seu significado, em sua origem, no Latim Original, a
palavra se referia ao “conhecimento partilhado”, mas, ao longo dos anos,
passou a ser “conhecimento partilhado entre algumas pessoas” e, por
conseguinte, “conhecimento privado de cada indivíduo”. Essas modificações,
durante a Idade Média, sofreram ainda mais mudanças, passando a ser bem
mais restrito, “ter conhecimento privado ao qual era desejado que ninguém
mais tivesse acesso”. Em suma, é notório que o conceito de “consciência”
tenha mudado durante os períodos históricos, e que, mesmo na atualidade,
expressões como “consciência de classe” e “consciência nacional”, que estão
intimamente relacionadas a um saber mútuo, logo, primitivo quanto o
significado atual do termo, ainda são usadas.

3. Descreva a passagem do período filosófico para o paralelismo psicofísico.


A Filosofia foi importantíssima para o desenvolvimento das Ciências
Humanas e da Psicologia, desde os pensamentos retóricos de Sócrates, no
qual o indivíduo questiona a si mesmo sobre sua identidade. Porém, durante
a Modernidade, Descartes, ao desenvolver o dualismo entre mente-corpo,
proporciona o surgimento de teorias que, no século XIX, tornarão a Psicologia
uma ciência autônoma. Ademais, o dualismo de Descartes foi o “ponta pé”
para o desenvolvimento do paralelismo psicofísico, no qual mente e corpo,
apesar de coisas diferentes, atuam de forma harmoniosa, não havendo
sobressalto de uma sobre a outra. Em suma, os processos mentais influência
os motores e visse versa.

4. Descreva as contribuições de: Descartes, W. Wundt, William James.


René Descartes foi importantíssimo para o desenvolvimento da ciência
moderna, pois incentivou ao questionamento de tudo o que era proposto nas
crenças tradicionais propondo um método qualificado através do raciocínio
matemático para obter o verdadeiro conhecimento sobre as coisas, tal
método se chama método dedutivo cartesiano que é utilizado até os dias
atuais para a descoberta de várias coisas. Além disso, foi responsável pelo
dualismo entre mente e corpo, que posteriormente ocasiona o Paralelismo
Psicofísico.

Referências Bibliográficas:
Tourinho, C. D. (2009). Fundamentos epistemológicos da psicologia. Estudos em psicologia:
uma introdução.

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