Você está na página 1de 62

DESCRIÇÃO

As teorias psicológicas, da educação e das ciências que permeiam o desenvolvimento humano


como contribuições para o conhecimento do processo de ensino e aprendizagem.

PROPÓSITO
Conhecer as diferentes teorias psicológicas, a importância da construção do conhecimento e
as diferentes áreas que lidam com o desenvolvimento humano a fim de que o profissional que
lida com os processos de ensino e aprendizagem possa construir um aporte teórico.

OBJETIVOS
MÓDULO 1

Reconhecer as principais características das teorias psicológicas e sua interface com a


educação

MÓDULO 2

Descrever conceitos gerais da construção do conhecimento e sua relação com os processos


de aprendizagem

MÓDULO 3

Identificar o que diferentes áreas do desenvolvimento humano podem oferecer para sua
atuação profissional

INTRODUÇÃO

NESTE CONTEÚDO, VAMOS APRENDER COMO


DIFERENTES ÁREAS PODEM CONTRIBUIR PARA A
COMPREENSÃO DOS PROCESSOS DE
APRENDIZAGEM.

1
Para tanto, no primeiro módulo, estudaremos a constituição histórica da Psicologia como
ciência e as principais características das teorias psicológicas, bem como seus grandes
pensadores.

2
Em seguida, conheceremos os conceitos que fundamentam a construção do conhecimento
quanto aos aspectos físicos, afetivos e sociais. Também trataremos a importância do estudo
dos processos de aprendizagem a fim de construir um aporte teórico que possa subsidiar sua
prática profissional.

3
Por último, estudaremos como diferentes áreas que lidam com o desenvolvimento humano
fornecem ferramentas teórico-conceituais que otimizam a compreensão dos processos de
aprendizagem.

MÓDULO 1

 Reconhecer as principais características das teorias psicológicas e sua interface


com a educação

CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA
A partir deste momento, estudaremos as características principais das teorias psicológicas,
desde os primeiros estudos da Psicologia, sua consagração enquanto ciência, até as correntes
mais difundidas na atualidade. A intenção aqui é proporcionar um panorama geral dessas
teorias para que você possa ser capaz de discernir qual (ou quais) delas poderá (ou poderão)
contribuir para sua atuação enquanto profissional.

PARA INÍCIO DE CONVERSA, É IMPORTANTE


RESGATAR, EM LINHAS GERAIS,
A CONSTITUIÇÃO HISTÓRICA DA PSICOLOGIA
ENQUANTO CIÊNCIA.

Imagem: Shutterstock.com

GRÉCIA: O BERÇO DA PSICOLOGIA

Os primórdios da Psicologia encontram-se na Grécia antiga (por volta de 700 a.C. até a
dominação romana). Foi entre os filósofos gregos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, que
surgiu a primeira tentativa de sistematizar o conhecimento entre o homem e sua interioridade.
Não é à toa que o termo “Psicologia” vem do grego psyque (alma) e de logos (razão), ou seja,
psicologia significa “estudo da alma”.

Sócrates foi quem deu consistência aos estudos da Psicologia na Antiguidade. Suas
indagações eram a respeito do que diferenciava o homem de outros animais. Ele postulou que
a característica essencialmente humana era a “razão” que se opunha ao “instinto” do restante
dos animais.

Imagem: Shutterstock.com

Em seguida, Aristóteles o contraria, dizendo que alma e corpo são indissociáveis, ou seja, tudo
que cresce, se reproduz e se alimenta possui psyque ou “alma”. Assim, os vegetais e todos os
animais, incluindo o ser humano, teriam “alma”.

Como podemos observar, há mais de 2 mil anos antes de a Psicologia ser considerada ciência,
já havia duas teorias sobre os estudos do homem e sua interioridade:

A PLATÔNICA
Imortalidade da “alma” e separação entre “corpo” e “alma”

A ARISTOTÉLICA
Mortalidade da “alma” e sua relação de pertencimento ao “corpo”

A RELAÇÃO ENTRE PSICOLOGIA E RELIGIÃO


O surgimento do Império Romano, que dominou a Grécia e parte da Europa até o início do
período da Idade Média (século V ao XV), foi marcado pelo desenvolvimento do Cristianismo.
Por esse motivo, houve muita influência do conhecimento religioso na Psicologia, já que nessa
época a Igreja Católica monopolizava o saber. Os grandes estudiosos desse período são Santo
Agostinho e São Tomás de Aquino.

Santo Agostinho, discípulo de Platão, também considerava a separação entre “alma” e


“corpo”. Além disso, acrescentava a ideia de que a “alma” era o elemento que ligava o homem
a Deus, motivo pelo qual a Igreja teria o direito de se preocupar com sua compreensão.

São Tomás de Aquino reforça o monopólio da Igreja quanto aos estudos do psiquismo quando
afirma que o homem, na sua essência, busca a perfeição por meio da existência. Se Deus é o
único capaz de reunir essência e existência, logo, a busca de perfeição pelo homem seria a
busca de Deus.

O DUALISMO MENTE-CORPO

O Renascimento, que marca a transição da Idade Média para a Idade Moderna (séculos XV e
XVI), foi um período de grandes transformações no mundo europeu em diferentes áreas, como
na literatura, na arte, na política e no desenvolvimento da ciência, com as descobertas de
Copérnico (Terra não é o centro do universo) e de Galileu (estudos sobre a queda dos corpos -
gravidade).

 ATENÇÃO

Esse avanço na produção de conhecimento permitiu a sistematização da ciência a partir da


formulação de métodos e regras básicas para sua fundamentação. É nesse período que surge
René Descartes, resgatando as discussões a respeito de “alma” e “corpo”.

Descartes postulou a separação entre mente (alma, espírito) e corpo, afirmando que o ser
humano possui uma substância material e outra pensante, o que foi chamado de dualismo
mente-corpo.
DUALISMO MENTE-CORPO
O dualismo mente-corpo torna possível o estudo do corpo humano depois da morte, o que não
era feito antes, já que o corpo era sagrado para a Igreja por ser a “casa da alma”. Isso
possibilitou o avanço da Anatomia, da Fisiologia e da própria Psicologia.

A PSICOLOGIA TORNA-SE CIÊNCIA


Remontemos, então, ao início do séc. XIX, momento em que surge uma nova ciência, a
Psicologia! Apesar de os estudos psicológicos já existirem, é somente nesse século, na
Alemanha, que a Psicologia surge como ciência. Dentre os seus representantes, encontram-se:

ERNST HEINRICH WEBER

GUSTAV THEODOR FECHNER

HERMANN VON HELMHOLTZ

WILHELM WUNDT

SE OS ESTUDOS DE PSICOLOGIA JÁ EXISTIAM, POR


QUE SOMENTE NO SÉCULO XIX ELA FOI
CONSIDERADA CIÊNCIA?
Antigamente, os estudos das ciências humanas não eram legitimados enquanto ciência, pois
enfrentavam dificuldades para estabelecer um método de investigação, segundo os parâmetros
impostos naquela época pelas ciências naturais.

AS CIÊNCIAS NATURAIS TINHAM SEU OBJETO DE ESTUDO


FORA DO INDIVÍDUO


ENQUANTO AS CIÊNCIAS HUMANAS ESTUDAVAM O PRÓPRIO
INDIVÍDUO
Você já pode imaginar tamanha dificuldade que as ciências humanas enfrentaram, já que seu
objeto de estudo era o próprio ser humano, seu comportamento e toda a sua subjetividade.

 SAIBA MAIS

Os fenômenos humanos são complexos, resultam de muitas influências como hereditariedade,


meio ambiente, impulsos, desejos e vontade, que, muitas vezes, não são passíveis de controle
ou aferição. Além disso, as ciências humanas nem sempre podem fazer uso da
experimentação, tanto pela questão do controle de variáveis externas quanto pela questão
ética e moral do estudo a ser conduzido. No entanto, é importante dizer que todas essas
dificuldades existiam devido aos parâmetros colocados naquela época a partir dos estudos das
ciências naturais. Tais dificuldades foram superadas ao longo do tempo, e diferentes métodos
de pesquisa foram elaborados, o que viabilizou os estudos dos fenômenos humanos e conferiu
o status de ciências humanas que temos atualmente.

Conhecendo esse contexto, você compreenderá por que a Psicologia somente foi considerada
ciência após dois milênios de estudos e investigações de grandes filósofos. O argumento
anteriormente era de que se tratava de estudos que não podiam ser mensuráveis, replicáveis
e, portanto, não eram passíveis de comprovação científica ou até mesmo de generalizações.

A partir de meados do século XIX, a Psicologia deixou de ser estudada exclusivamente por
filósofos e passou a ser investigada também pela fisiologia, neurofisiologia e neuroanatomia,
graças aos possíveis estudos da parte de nosso corpo humano chamada cérebro. Com isso, o
rumo da psicologia foi determinado pelos fisiologistas a partir dos estudos da psicofísica.
Imagem: Shutterstock.com

 EXEMPLO

Para melhor compreensão, imagine o seguinte exemplo:

Se em um laboratório você misturar determinada quantidade da substância X à determinada


quantidade da substância Y, sob pressão P e temperatura T, você obterá a substância W.
Sabendo disso, é possível afirmar que qualquer pessoa que siga essas instruções, controlando
tais variáveis (quantidades específicas de cada substância, pressão e temperatura) conseguirá,
sem sombra de dúvidas, obter a substância W.

Pode-se dizer que a experiência possui um método, além de ser replicável, mensurável e poder
ser generalizada. Portanto, essas experiências presentes em estudos de química ou física
detêm o status de ciência.

Pelo fato de as ciências humanas não controlarem totalmente as variáveis e disporem de


outros métodos de investigação, foram desconsideradas e desvalorizadas do campo das
ciências durante muito tempo.
POR QUE SOMENTE NO SÉCULO XIX A PSICOLOGIA
FOI CONSIDERADA CIÊNCIA?

A resposta vem dos estudos dos psicofisiologistas, como a Lei de Fechner-Weber, que
estabelece a relação entre estímulo e percepção, e a concepção do Paralelismo Psicofísico
elaborada por Wundt, que relaciona fenômenos mentais a fenômenos orgânicos. Tanto
Fechner e Weber quanto Wundt estudavam fenômenos psicofísicos que eram passíveis de
mensuração. Havia a partir desses estudos a possibilidade de medida do fenômeno
psicológico, o que até então era considerado impossível.

 VOCÊ SABIA

Wundt construiu o primeiro laboratório de psicologia experimental, que se tornou um marco


para a Psicologia científica, motivo pelo qual o teórico foi considerado o pai da Psicologia
moderna.

LEI DE FECHNER-WEBER
PARALELISMO PSICOFÍSICO

LEI DE FECHNER-WEBER

Fechner e Weber postulam que a diferença de sentimentos ao aumentarmos a intensidade de


iluminação de uma lâmpada de 100 para 110 watts será a mesma de quando aumentarmos a
intensidade de iluminação de 1000 para 1100 watts, isto é, a percepção aumenta em
progressão aritmética, enquanto o estímulo varia em progressão geométrica (BOCK;
FURTADO; TEIXEIRA, 2001).

PARALELISMO PSICOFÍSICO
Wundt dizia que uma estimulação física, como a picada de uma agulha na pele de um
indivíduo, teria uma correspondência na mente deste indivíduo. Para explorar a mente ou
consciência do indivíduo, Wundt cria um método chamado introspeccionismo, no qual o
experimentador pergunta ao sujeito os caminhos percorridos no seu interior por uma
estimulação sensorial como a picada da agulha (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2001).

TEORIAS PSICOLÓGICAS E SEUS


GRANDES PENSADORES
Agora que você já estudou o percurso histórico da constituição da Psicologia enquanto ciência,
vamos conhecer as principais características de algumas teorias psicológicas e seus
representantes. É importante ressaltar que será abordado um panorama geral de cada uma
delas, para que você estabeleça um primeiro contato e seja capaz de identificar suas
contribuições para o processo de aprendizagem dos sujeitos.

SÃO MUITAS AS CORRENTES TEÓRICAS DA


PSICOLOGIA ATUALMENTE. SEGUIREMOS NA LINHA
HISTÓRICA PARA QUE VOCÊ COMPREENDA O
SURGIMENTO DE ALGUMAS DELAS.

Retomando o método experimental da introspecção utilizado por Wundt, pode-se dizer que,
apesar de ter trazido o status de ciência para a Psicologia, sua utilização sistemática passou a
apontar limites que contribuíram para o surgimento de outros métodos de experimentação. O
principal limite que havia no método da introspecção é que dependia do relato do indivíduo que
se auto-observava, ou seja, o observador e o observado eram a mesma pessoa e isso
dificultava a fidedignidade dos dados.

Isso, dentre outras críticas ao método introspeccionista, possibilitou o surgimento de um


método que separava o observador do observado e trazia a possibilidade de coletar dados
quantificáveis e mais fidedignos, sendo conhecido como método comportamentalista ou
behaviorista.
WUNDT NÃO PAROU POR AÍ! ELE INFLUENCIOU NÃO
SÓ A PSICOLOGIA EXPERIMENTAL, COMO TAMBÉM
CONTRIBUIU PARA OUTRAS ÁREAS DA PSICOLOGIA
RELACIONADAS AOS PROCESSOS SIMBÓLICOS DA
LINGUAGEM, O QUE SERVIU COMO BASE, POR
EXEMPLO, PARA AS CONCEPÇÕES PSICANALISTAS.

Ao longo do século XX, outras formas de compreender a Psicologia foram se desenvolvendo.


Os pesquisadores foram levados a estudar fenômenos decorrentes do momento histórico-
cultural que estavam vivendo, como as guerras, por exemplo, o que propiciou o
desenvolvimento de várias correntes teóricas como:

O BEHAVIORISMO
É a ciência que estuda o comportamento humano.

A PSICOLOGIA HUMANISTA
Estuda a capacidade do próprio indivíduo como recurso de desenvolvimento.

A GESTALT
Estuda os processos psicológicos envolvidos na ilusão de ótica.

A PSICOLOGIA GENÉTICA
Estuda o processo de desenvolvimento cognitivo do sujeito.

A PSICANÁLISE
Estuda o inconsciente e a natureza sexual da conduta humana.

A seguir, serão apresentadas as principais características de cada uma delas e os grandes


pensadores que a representaram. É importante que, ao estudar essas correntes teóricas, você
relacione com o desenvolvimento de aprendizagem do ser humano, pois cada uma delas
trouxe ferramentas para que possamos compreender melhor como ocorre esse processo.

A PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL
A Psicologia Comportamental ou Behaviorista (behavior em inglês significa comportamento)
está pautada em uma concepção ambientalista de desenvolvimento. O ambientalismo defende
a ideia de que o ser humano desenvolve suas características em função das condições
presentes no meio em que se encontra. Essa concepção deriva da corrente filosófica chamada
de “empirismo”, que enfatiza a experiência sensorial como fonte de conhecimento.

OS GRANDES PENSADORES QUE REPRESENTAM A


CORRENTE TEÓRICA DO COMPORTAMENTALISMO
SÃO JOHN WATSON, IVAN PAVLOV E BURRHUS
FREDERIC SKINNER.

A teoria behaviorista se propôs a explicar o comportamento humano a partir de experimentos


com animais em laboratório. Nessa concepção, o ambiente é mais importante do que a
maturação biológica. Além disso, considera-se que os indivíduos buscam maximizar o prazer e
diminuir a dor. Desse modo, manipulando os elementos do ambiente (estímulos), é possível
controlar o comportamento.

Imagem: Shutterstock.com

As mudanças no comportamento poderiam ser provocadas a partir de:


CONSEQUÊNCIAS POSITIVAS
Reforçamento - aumenta a frequência do comportamento.


CONSEQUÊNCIAS NEGATIVAS
Punição – diminui a frequência do comportamento de forma eficaz.

O reforçamento pode ser positivo ou negativo, e ambos aumentam a frequência do


comportamento. A diferença é que, no reforço positivo, há recompensa e, no negativo, há
retirada de um estímulo aversivo. Já para a eliminação de um comportamento indesejável, usa-
se o procedimento de extinção.

Imagine os seguintes exemplos:

EXEMPLO A
A mãe deseja que a criança faça a tarefa escolar. Para tanto, dá um chocolate toda vez que a
criança termina a tarefa (criança sente prazer em comer o chocolate e isso faz com que
aumente a frequência do comportamento de fazer a tarefa escolar). → Reforço positivo

Se a mãe dissesse à criança que ela não precisaria lavar a louça caso fizesse a tarefa escolar,
estaria retirando um estímulo aversivo (lavar a louça) para aumentar a frequência do
comportamento desejado (fazer a tarefa). → Reforço negativo

EXEMPLO B
A mãe deseja que a criança pare de fazer birra no supermercado. Para tanto, deixa de comprar
o alimento preferido da criança, por exemplo, um chocolate (a criança percebe que se
continuar chorando não ganhará o chocolate, por isso, para de chorar, ou seja, diminui a
frequência do comportamento, da birra, já que traz uma consequência negativa, ficar sem o
doce). → Punição

EXEMPLO C
A mãe deseja que a criança pare de fazer bagunça para chamar sua atenção. Para tanto,
ignora o comportamento da criança, ou seja, quebra-se o elo estabelecido entre o
comportamento indesejado (bagunça) e a consequência (atenção da mãe). Isso faz com que o
comportamento indesejado seja eliminado. → Extinção
 ATENÇÃO

É importante ressaltar que a Psicologia Comportamentalista não se esgota nesses exemplos e


nem a essas terminologias, há muitos estudos que se derivaram dessa primeira concepção.

CONDICIONAMENTO OPERANTE

O condicionamento operante, ou skinneriano, traduz a técnica de aprendizagem realizada nas


“caixas de Skinner”, onde se coloca um animal privado de comida.

O animal, quando se encontra preso na caixa, ao se esbarrar ocasionalmente em uma


alavanca, recebe comida.


Assim, após esbarrar “sem querer” várias vezes e receber essa recompensa, o animal percebe,
ou seja, “aprende” que, ao acionar a alavanca (resposta), recebe um alimento (estímulo).

Skinner criou inúmeras variantes dessas caixas, como, por exemplo, a que o animal, para
evitar uma punição como um choque elétrico, salta antes de recebê-lo por ser “avisado” por um
sinal luminoso ou som.

A PSICOLOGIA HUMANISTA

A Psicologia Humanista estuda a capacidade que o próprio indivíduo tem para se desenvolver
de forma criativa e saudável.

OS GRANDES REPRESENTANTES DESSA CORRENTE


TEÓRICA SÃO ABRAHAM MASLOW E CARL ROGERS.
Maslow postulou a importância da autorrealização e afirma que as pessoas nascem boas. Diz
ainda que os transtornos mentais ou sociais resultam de um desvio da bondade natural do ser
humano.

Rogers, discípulo de Maslow, formulou a famosa “terapia centrada na pessoa”, bem como o
“ensino centrado no aluno”. Em linhas gerais, o “ensino centrado no aluno” baseia-se em uma
complexa percepção do aluno em vários aspectos de sua vida e na formação de sua
personalidade. Assim, é possível compreender de que maneira ele adquire o conhecimento e
quais são suas dificuldades, a fim de conduzi-lo a se autoconhecer e a aprender a aprender.

Imagem: Shutterstock.com

A PSICOLOGIA DA GESTALT

A Gestalt, também conhecida por “Psicologia da forma”, teve seus estudos baseados na
percepção e sensação dos movimentos. Havia a preocupação em compreender os processos
psicológicos envolvidos quando o estímulo físico é percebido de maneira diferente da
apresentada na realidade, o que chamamos de ilusão de ótica.
OS GRANDES PENSADORES DESSA TEORIA SÃO
CHRISTIAN VON EHRENFELS,
WOLFGANG KÖHLER E KURT KOFFKA.

Para eles, o comportamento deveria ser estudado em seus aspectos mais globais, levando em
consideração as condições que alteram a percepção do estímulo.

A ideia geral dessa teoria era baseada no isomorfismo, no qual as partes estavam relacionadas
ao todo. A percepção é norteada pela busca do fechamento, da simetria e da regularidade dos
pontos que compõe uma figura, por exemplo. A Gestalt encontra nesses fenômenos da
percepção a chave para compreender o comportamento humano.

NA FIGURA, PODE-SE PERCEBER UMA


AMBIGUIDADE, ORA VEMOS UMA TAÇA ORA DOIS
PERFIS. ISSO CORRE PORQUE, DEPENDENDO DA
FUNÇÃO QUE DAMOS A UMA LINHA, ALTERAMOS A
RELAÇÃO ENTRE FIGURA-FUNDO.

Imagem: Shutterstock.com

Na figura, pode-se perceber uma ambiguidade, ora vemos uma taça ora dois perfis. Isso corre
porque, dependendo da função que damos a uma linha, alteramos a relação entre figura-fundo.
Imagem: Shutterstock.com

 SAIBA MAIS

A teoria da Gestalt vê a aprendizagem como a relação entre o todo e as partes, em que o todo
tem papel fundamental na compreensão da parte percebida. É o que ocorre, por exemplo,
quando uma criança de 3 anos, que ainda não sabe ler, reconhece a logomarca de um
refrigerante e o identifica corretamente. Nesse caso, a criança não reconheceu as letras e as
uniu, mas, sim, deu significado ao todo da palavra.

A PSICOLOGIA GENÉTICA

A Psicologia Genética teve como principal representante Jean Piaget, teórico que defendeu a
visão interacionista de desenvolvimento e a abordagem construtivista de conhecimento. Piaget
investigou profundamente a maneira pela qual a criança constrói as noções fundamentais do
pensamento lógico como espaço, tempo, objeto, casualidade etc.
Imagem: Shutterstock.com

 VOCÊ SABIA

Piaget não tinha intenção de estudar os processos de aprendizagem, muito menos métodos de
ensino, e sim analisava o desenvolvimento cognitivo. O que ocorre, atualmente, é a
apropriação dos conceitos formulados por Piaget sobre a gênese do conhecimento para
elaborar estratégias pedagógicas de ensino e aprendizagem.

Em linhas gerais, a teoria piagetiana considera o desenvolvimento envolvido em um processo


contínuo de trocas entre o organismo e o meio ambiente. A noção de equilíbrio é o alicerce de
sua teoria, processo em que o indivíduo procura manter um estado de equilíbrio ou de
adaptação com seu meio. Para ele, o desenvolvimento cognitivo ocorre a partir de constantes
desequilíbrios e equilibrações. Para acionar esse estado de equilíbrio, dois mecanismos são
acionados:

A ASSIMILAÇÃO
Refere-se à captação e à obtenção de novas informações que são incorporadas às ideias já
existentes no psiquismo.
A ACOMODAÇÃO
Diz respeito à adaptação das informações novas, ou seja, a acomodação ocorre quando uma
estrutura mental precisa ser alterada para se adaptar às novas informações.

AGORA QUE VOCÊ JÁ SABE QUE PIAGET DEFINIU O


DESENVOLVIMENTO COMO SENDO UM PROCESSO
DE EQUILIBRAÇÕES SUCESSIVAS, É HORA DE
CONHECER AS FASES DO DESENVOLVIMENTO
COGNITIVO SEGUNDO ESSE AUTOR.

Cada fase ou etapa define um momento de desenvolvimento pelo qual a criança constrói suas
estruturas cognitivas. São três etapas: sensório-motora, pré-operatória e operatória, sendo que
esta última é subdividida em duas - operatória concreta e operatória formal.

 ATENÇÃO

É importante ressaltar que, apesar de Piaget ter definido uma faixa etária para cada uma
dessas etapas com base em seus experimentos, é possível considerar variações de idades
devido a inúmeras evoluções de nossa realidade, como, por exemplo, a tecnologia e as
condições sociais e culturais em que a pessoa está inserida.

ETAPA SENSÓRIO-MOTORA
Essa etapa vai do nascimento aos dois anos de idade. A criança baseia-se exclusivamente
em percepções sensoriais e em esquemas motores para resolver seus problemas. Nessa fase,
considera-se que a criança ainda não possui pensamento, mas está construindo o
conhecimento enquanto se relaciona com o meio (pega, balança, joga, bate, morde etc.).
Dentre as principais aquisições desse período, estão a noção da construção de “eu”,
diferenciando o mundo externo de seu próprio corpo. Elabora sua organização psicológica
básica quanto aos aspectos motor, perceptivo, afetivo, social e intelectual.
ETAPA PRÉ-OPERATÓRIA
Essa etapa vai de aproximadamente dos dois aos sete anos de idade. A principal aquisição
desse período é o desenvolvimento da linguagem, por meio da qual a criança é capaz de
construir esquemas de ação interiorizados, chamados de esquemas representativos ou
simbólicos. É possível, a partir desse momento, que a criança pegue uma caixa de leite e a
represente como um carrinho, ou ainda, que se refira a pessoas ou objetos sem que eles
estejam em seu campo de visão.

ETAPA OPERATÓRIA: CONCRETA E FORMAL


Essa etapa vai, aproximadamente, dos sete aos 12 anos de idade. É nesse período que o
pensamento lógico se constitui. Ele é considerado operatório porque é reversível, ou seja, o
sujeito pode retomar seu pensamento ao ponto de partida. Piaget fez inúmeros experimentos
para verificar a reversibilidade do pensamento a partir dos famosos testes de conservação de
quantidades, de volume e de massa.

A etapa operatória concreta recebe esse nome porque é a fase em que a criança só consegue
pensar corretamente se os objetos e materiais estiverem ao seu alcance e servirem de apoio
para a construção de seu pensamento.


Já na etapa operatória formal, o pensamento se liberta do concreto, ou seja, a criança é capaz
de representar e pensar de forma abstrata. Nessa fase, a partir dos 13 anos de idade, o
indivíduo é capaz de raciocinar logicamente mesmo se o conteúdo do seu raciocínio é falso.

A PSICANÁLISE
Segundo Aranha (2003), o conceito de Psicanálise tem três sentidos: é um método
interpretativo, uma forma de tratamento psicológico e uma teoria, ou seja, um conhecimento
que o método produz.
O PRINCIPAL REPRESENTANTE DA PSICANÁLISE É
SIGMUND FREUD.

A principal característica dessa teoria é o estudo do inconsciente e a compreensão da natureza


sexual da conduta. Para a Psicanálise, todos os nossos atos têm uma realidade exterior
representada na nossa conduta e significados ocultos que podem ser interpretados.

 COMENTÁRIO

A metáfora do iceberg representa bem essa ideia, pois é como se a montanha de gelo que
conseguimos ver fora da água fosse nosso consciente e a parte da montanha de gelo
submersa fosse nosso inconsciente.

O principal colaborador de Freud foi Joseph Breuer, médico vienense que já realizava na
Áustria pesquisas de tratamento de histeria com a hipnose. Breuer tinha uma paciente histérica
que ficou muito famosa no caso Ana O. Esse foi o primeiro caso clínico a ser tratado dentro do
modelo que daria origem à Psicanálise. Esse método de eliminar os sintomas com a retomada
de recordações traumáticas passadas se tornou conhecido como método catártico - a cura pela
fala.

Os fracassos nos tratamentos e o fato de muitos pacientes não conseguirem ser hipnotizados
levou Freud a abandonar a hipnose. Ele, então, passou a utilizar a sugestão pós-hipnótica, que
consiste em um procedimento sugestivo de afirmar ao paciente que ele se recordaria de fatos
presentes no inconsciente. As recordações inconscientes emergiriam para a elaboração e o
domínio da consciência com a ajuda do próprio paciente.
Imagem: Shutterstock.com

Freud, ao construir sua teoria durante suas experiências com os pacientes, elaborou alguns
conceitos que dariam forma à psicanálise. Por exemplo, formulou os conceitos de resistência
e repressão, as quais agem como em um jogo de forças, sendo movidas pelo próprio paciente
no intuito de afastar a angústia diante de um trauma.

RESISTÊNCIA
REPRESSÃO

RESISTÊNCIA

É a força que se opõe à percepção consciente do fato significativo. Protege o indivíduo da dor
e do sofrimento que seriam trazidos junto com o seu conhecimento. As forças do próprio
paciente, ou seja, de sua consciência, podem passar a ser mobilizadas para vencer a
resistência.

REPRESSÃO
É a força que se mobiliza para negar o conhecimento à consciência e para que o indivíduo não
seja ferido em seus ideais éticos e estéticos. Ela tira da consciência a percepção de
acontecimentos cuja dor o indivíduo não poderia suportar. A repressão é consequência lógica
da resistência.

Outra definição importante da Psicanálise são os constructos que constituem o modelo


dinâmico da estruturação da personalidade: id, ego e superego.

Para Freud, o id é um reservatório de energia do indivíduo, é o poder instintivo do ser humano,


está no nível do desejo, independentemente de as possibilidades reais de esse desejo ser
satisfeito ou não.


O ego é o intermediário entre o desejo e a realidade. Ele apresenta as reais possibilidades de
satisfação desse desejo, agindo entre os processos internos (id-superego) e a relação destes
com a realidade.


O superego é o responsável pela estruturação interna dos valores morais, é a internalização
das normas, do que é proibido e do que é valorizado e deve ser ativamente buscado.

 EXEMPLO

Em outras palavras...

Sabe aquela festa de aniversário da sua amiga que você vai todos os anos e sempre é muito
divertida? Pois bem, é 2020 e ela está fazendo 20 anos! Mesmo com o panorama da pandemia
causada pela COVID-19, ela decide fazer a famosa festa de aniversário.

1) Quando você recebe o convite, imediatamente pensa: “Vou à festa! Não vai acontecer nada!
Eu realmente vou ficar muito feliz!” (ID).

2) Depois de alguns minutos, você se lembra: “Nossa, haverá aglomeração, eu posso me


contaminar e, consequentemente, contaminar meus pais e meus avós!” (SUPEREGO).
Com isso, você internamente pondera as informações, analisa seu desejo e verifica as reais
possibilidades de satisfação mediante os valores morais e as regras sociais atribuídas à
situação.

3) Assim, é capaz de chegar à seguinte conclusão: “A festa realmente será muito divertida,
gostaria muito de ir, mas preciso pensar nas consequências desse ato. Por isso, esse ano não
vou à festa, vou proteger a mim e as pessoas que eu amo” (EGO).

É claro que esse exemplo mostra como agem os constructos de forma muito simplificada
diante da complexidade de cada um dos conceitos, mas possibilita uma breve compreensão de
seus significados.

Imagem: Shutterstock.com

Há também outros conceitos elaborados a partir dos estudos da Psicanálise, como os


mecanismos de defesa. Os mecanismos de defesa são os diversos tipos de processos
psíquicos, cuja finalidade consiste em afastar um evento gerador de angústia da percepção
consciente.

 EXEMPLO

Sabe quando algo não dá certo e, depois disso, tudo fica sem graça? Quando você briga com
um irmão, reclama que o arroz está sem sal... ou não gosta de ir ao psicólogo e “sem querer”
perde o horário toda semana? Há ainda aquela situação de seminário, que você tem que expor
o trabalho oralmente e sempre acontece algo que você precisa sair mais cedo. Em todos esses
casos, está implícito um mecanismo de defesa, seja uma agressão, uma fuga ou negação,
dentre vários outros.

VISTO ESSES CONCEITOS, VAMOS À PRINCIPAL


DESCOBERTA DA PSICANÁLISE: A LIBIDO QUE, NAS
PALAVRAS DE FREUD, É A ENERGIA DOS INSTINTOS
SEXUAIS E SÓ DELES.

Segundo Rappaport, Fiori e Davis (1981), no processo de desenvolvimento psicossexual, o


indivíduo, nos primeiros tempos de vida, tem a função sexual ligada à sobrevivência, e,
portanto, o prazer é encontrado no próprio corpo. O corpo é erotizado, ou seja, as excitações
sexuais estão localizadas em partes do corpo e há um desenvolvimento progressivo que levou
Freud a postular as seguintes fases do desenvolvimento:

FASE ORAL
A zona de erotização é a boca. Desde o nascimento do bebê, a estrutura sensorial mais
desenvolvida é a boca. É pela boca que começará a provar e a conhecer o mundo. É pela boca
que o bebê fará sua primeira e mais importante descoberta: o seio.

FASE ANAL
A zona de erotização é o ânus. No início do segundo ano de vida, a libido passa da
organização oral para a anal. No segundo e terceiro anos de vida, dá-se a maturação do
controle muscular na criança. É o período que se inicia o andar, o falar e o controle de
esfíncteres.

FASE FÁLICA
A zona de erotização é o órgão sexual. Por volta dos três anos de idade, a libido inicia nova
organização. A erotização passa a ser dirigida para os genitais; desenvolve-se o interesse
infantil por esses órgãos, a masturbação torna-se frequente e normal. A preocupação com as
diferenças sexuais entre meninos e meninas torna-se frequente.

PERÍODO DE LATÊNCIA
Fase que se prolonga até a puberdade e se caracteriza por uma diminuição das atividades
sexuais, isto é, há um intervalo na evolução da sexualidade. A energia da libido é canalizada
para outras finalidades (energia mobilizadora). Ela é canalizada para o desenvolvimento
intelectual e social da criança – realizações socialmente produtivas.

FASE GENITAL
O objeto de erotização ou de desejo não está mais no próprio corpo, e sim em um objeto
externo ao indivíduo — o outro. Alcançar a fase genital para a Psicanálise significa atingir o
pleno desenvolvimento de um adulto normal. Freud define um adulto normal: “O homem normal
é aquele que é capaz de amar e trabalhar”.

 COMENTÁRIO

A teoria da Psicanálise, bem como as teorias psicológicas apresentadas anteriormente, deve, a


partir desse momento, servir de referência para construir um aporte teórico para que você as
relacione com os processos de aprendizagem.

 AS TEORIAS PSICOLÓGICAS E SUA


INTERFACE COM A EDUCAÇÃO
A especialista Andresa Aparecida Ferreira fala sobre as teorias psicológicas e as interfaces
com a Educação:
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA OS CRITÉRIOS QUE A


PSICOLOGIA DEVERIA SATISFAZER PARA ADQUIRIR O STATUS DE
CIÊNCIA:

A) Utilizar os mesmos objetos de estudo e métodos das ciências naturais.

B) Definir seu objeto de estudo, formular métodos e teorias com conhecimentos da área.

C) Abandonar o conceito de dualismo mente-corpo e definir a alma como seu objeto de estudo.

D) Definir a alma como objeto de estudo e utilizar o método da hipnose.

E) Abandonar o conceito de dualismo mente-corpo e usufruir do método das ciências naturais.

2. OBSERVE AS AFIRMAÇÕES ABAIXO E RELACIONE ÀS TEORIAS DA


PSICOLOGIA:

I – AS FASES DO DESENVOLVIMENTO NESSA TEORIA LEVAM EM CONTA


A CANALIZAÇÃO DA ENERGIA DA LIBIDO E É DIVIDIDA EM: FASE ORAL,
ANAL, FÁLICA, PERÍODO DE LATÊNCIA E GENITAL.
II – É A TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PELO QUAL A CRIANÇA
CONSTRÓI SUAS ESTRUTURAS COGNITIVAS E QUE INCLUI AS ETAPAS
SENSÓRIO-MOTORA, PRÉ-OPERATÓRIA E OPERATÓRIA (CONCRETA E
FORMAL).
III – NESSA CONCEPÇÃO O AMBIENTE É MAIS IMPORTANTE DO QUE A
MATURAÇÃO BIOLÓGICA, OU SEJA, HÁ A MANIPULAÇÃO DOS
ELEMENTOS DO AMBIENTE (ESTÍMULOS) A FIM DE CONTROLAR O
COMPORTAMENTO.

AS AFIRMATIVAS REFEREM-SE, RESPECTIVAMENTE, ÀS TEORIAS:

A) Psicanálise – Psicologia Genética – Behaviorismo

B) Psicologia Humanista – Gestalt – Behaviorismo


C) Gestalt – Behaviorismo – Psicanálise

D) Psicanálise – Gestalt – Behaviorismo

E) Psicologia Humanista – Psicologia Genética – Gestalt

GABARITO

1. Assinale a alternativa que indica os critérios que a Psicologia deveria satisfazer para
adquirir o status de ciência:

A alternativa "B " está correta.

A Psicologia deveria seguir os padrões de produção de conhecimento para adquirir o status de


ciência. Para tanto, precisava definir seu próprio objeto de estudo (o comportamento, a vida
psíquica, a consciência), delimitar seu campo de estudo com métodos precisos e
quantificáveis, e teorias enquanto corpo consistente de conhecimentos da área.

2. Observe as afirmações abaixo e relacione às teorias da Psicologia:

I – As fases do desenvolvimento nessa teoria levam em conta a canalização da energia


da libido e é dividida em: fase oral, anal, fálica, período de latência e genital.
II – É a teoria do desenvolvimento pelo qual a criança constrói suas estruturas
cognitivas e que inclui as etapas sensório-motora, pré-operatória e operatória (concreta
e formal).
III – Nessa concepção o ambiente é mais importante do que a maturação biológica, ou
seja, há a manipulação dos elementos do ambiente (estímulos) a fim de controlar o
comportamento.

As afirmativas referem-se, respectivamente, às teorias:

A alternativa "A " está correta.

Entre os inúmeros conceitos da Psicanálise, a importância da libido como fonte de energia para
o desenvolvimento foi uma das maiores descobertas de Freud (afirmativa I). A Psicologia
Genética, teoria interacionista de desenvolvimento, elaborada por Piaget, considerou que se
investigasse profundamente a maneira pela qual a criança constrói as noções fundamentais do
pensamento (afirmativa II). O Behaviorismo defende a ideia de que o ser humano desenvolve
suas características em função das condições presentes no meio em que se encontra, um de
seus principais representantes é Skinner (afirmativa III).

MÓDULO 2

 Descrever conceitos gerais da construção do conhecimento e sua relação com os


processos de aprendizagem.

CONTRIBUIÇÕES DA PEDAGOGIA: A
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E O
PROCESSO DE APRENDIZAGEM
A construção do conhecimento, bem como os processos de aprendizagem, ocorre a partir da
relação que o ser humano estabelece com o meio em que vive.

 EXEMPLO

Para compreender como se dá essa relação, tomemos o exemplo do caso indiano de Amala e
Kamala, duas crianças que foram criadas por uma família de lobos. Quando elas foram
descobertas em 1920, Amala tinha um ano e meio e Kamala oito anos de idade. As meninas
apresentavam comportamentos semelhantes aos dos animais com quem conviviam: andavam
em quatro apoios, alimentavam-se de carne crua, à noite eram mais ativas e uivavam como os
lobos. Elas foram acolhidas em uma instituição que as ensinou comportamentos tipicamente
humanos.

Amala morreu após um ano e Kamala após nove anos. Kamala levou seis anos para aprender
a andar, adquiriu um vocabulário de 50 palavras e apresentou poucas atitudes afetivas e
emocionais ao longo desse tempo. Assim como esse, existem muitos outros casos relatados na
história que permitem entender em que medida as características humanas e o processo de
aprendizagem tipicamente humano dependem do convívio social.

Com base nesse exemplo, é possível dizer que a construção do conhecimento, bem como a
aprendizagem, é o processo pelo qual a criança se apropria ativamente do conteúdo da
experiência humana, daquilo que seu grupo social conhece. Para que a criança aprenda, é
necessário que ela interaja com as pessoas, sejam crianças sejam adultos. É na interação que
a criança vai se desenvolver integralmente. Ela vai, gradativamente, ampliando suas formas de
lidar com o mundo e construindo significados para as ações e experiências que vive, para que
assim possa adquirir o conhecimento cultural acumulado pela humanidade.

Imagem: Shutterstock.com

Para compreender o processo pelo qual as formas de pensar e os conhecimentos existentes


em uma sociedade são apropriados pela criança, é preciso reconhecer a natureza social da
aprendizagem, pois os desenvolvimentos cognitivos, afetivos e sociais serão sempre
construídos ativamente na interação com outros sujeitos.

 ATENÇÃO

A interação que se estabelece entre crianças, entre adultos e crianças e, principalmente, entre
os profissionais (professor, psicopedagogo, psicólogo) e as crianças são fundamentais para a
construção do conhecimento e para que os processos de aprendizagem sejam efetivados com
sucesso.
A aprendizagem se inicia desde o nascimento e ocorre até nossa morte! É um erro pensar que
a criança começa seu processo de aprendizagem apenas quando entra na escola. Desde o
momento em que nasce, ela interage com o mundo à sua volta e passa a construir seu
conhecimento a respeito dele. Quando ela entra na escola e é exposta ao ensino formal, já
possui em si hipóteses do conhecimento que foram construídas ao longo do tempo.

Fonte:Shutterstock

No início da alfabetização da escrita ou da matemática, por exemplo, a criança já tem uma


concepção de escrita ou de sua representação gráfica, já se deparou com números ou com a
noção de quantidade. Em outras palavras, ela já foi inserida no que chamamos de letramento.

A criança adquire conhecimento de inúmeras formas, na convivência com os seus familiares,


amigos e nas experiências que teve ao longo de sua vida. Na escola, todo esse conhecimento
adquirido de maneira espontânea passa a ser sistematizado, ou seja, há uma
intencionalidade pedagógica, uma organização prévia daquilo que a criança precisa
aprender ou das situações que ela necessita experienciar para que, assim, possa se
desenvolver integralmente e aprimorar sua própria capacidade de aprender.

A RELAÇÃO ENTRE PENSAMENTO E


LINGUAGEM E O CONCEITO DE MEDIAÇÃO
SIMBÓLICA

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA LEITURA E DA


ESCRITA TEM ESTRITA RELAÇÃO COM A AQUISIÇÃO
DA LINGUAGEM.

A linguagem é a ferramenta que permite a comunicação entre as pessoas, a interação social, e


nos diferencia dos outros animais.

A linguagem permite que as conquistas e os conhecimentos construídos pela humanidade


sejam assimilados e continuamente reconstruídos pelos seres humanos.

Também é responsável por organizar, articular e orientar o pensamento, função essa que é
imprescindível para o processo de escrita.

 RESUMINDO

O ato de escrever nada mais é do que a transposição em código do seu pensamento. Assim,
quando você tem uma linguagem bem desenvolvida, um pensamento organizado e
estruturado, ao adquirir o código, será capaz de produzir uma escrita coerente e coesa.

É importante ressaltar que, apesar de se dar muita ênfase à linguagem verbal, existem outros
tipos de linguagem que são igualmente importantes para o processo de formação do
pensamento lógico e abstrato, como, por exemplo, a linguagem a partir de estímulos visuais,
gestuais, sonoros e táteis.

NÃO EXISTE UMA LINGUAGEM ÚNICA, TODAS SÃO


UTILIZADAS PELO SER HUMANO E SÃO IGUALMENTE
IMPORTANTES, CONTRIBUINDO PARA A
ORGANIZAÇÃO, ORIENTAÇÃO E COMUNICAÇÃO DO
PENSAMENTO NAS INTERAÇÕES SOCIAIS.

Estudos sobre a linguagem e sua relação com a aprendizagem foram realizados por diversos
teóricos. Tomemos como exemplo o psicólogo Lev Semyonovich Vygotsky, defensor da teoria
histórico-cultural. De acordo com esse teórico, a linguagem possui duas funções: intercâmbio
social e pensamento generalizante.

Imagem: Shutterstock.com
O intercâmbio social é uma necessidade. Para que os seres humanos possam se comunicar
de maneira mais sofisticada, é necessário que sejam utilizados signos compreensíveis por
outras pessoas e que traduzam ideias, sentimentos, vontades, pensamentos ou objetos.

 EXEMPLO

A palavra “cachorro”, por exemplo, tem um significado preciso em nossa língua e corresponde
a um conjunto de elementos do mundo real. O conceito de cachorro pode ser traduzido por
essa palavra e todos irão compreender a que se refere, mesmo que suas experiências com
esse conceito sejam distintas.

Esse fenômeno dá origem à segunda função da linguagem – o pensamento generalizante. Ao


denominar a palavra cachorro para determinado objeto, estamos classificando-o nessa
categoria e diferenciando-o de outros objetos de outras categorias (mesa, girafa, caminhão
etc.).

 RESUMINDO

Portanto, é essa função de pensamento generalizante que torna a linguagem um instrumento


de pensamento, que fornece conceitos, formas de organização do mundo real e que
constituem a mediação entre o sujeito e o objeto de conhecimento (OLIVEIRA, 2010).

A compreensão da relação entre pensamento e linguagem é essencial para a compreensão do


processo de aprendizagem do ser humano, uma vez que é por meio dela que o sujeito
estabelece suas relações com o mundo a partir da mediação. Para Vygotsky, a criança aprende
por meio da mediação simbólica que ocorre entre dois níveis:

O NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO REAL


Refere-se àquilo que a criança é capaz de fazer sozinha, de forma independente.

O NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO POTENCIAL


É a capacidade de realizar tarefas com a ajuda de outra pessoa, pode ser outras crianças mais
experientes ou adultos como os pais, o professor ou o psicopedagogo.

A DISTÂNCIA ENTRE O NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO


REAL, QUE SE COSTUMA DETERMINAR POR MEIO DA
SOLUÇÃO INDEPENDENTE DE PROBLEMAS, E O
NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO POTENCIAL,
DETERMINADO POR MEIO DA SOLUÇÃO DE
PROBLEMAS SOB A ORIENTAÇÃO DE UM ADULTO OU
EM COLABORAÇÃO COM COMPANHEIROS MAIS
CAPAZES, É DEFINIDA COMO ZONA DE
DESENVOLVIMENTO PROXIMAL.

(VYGOTSKY, 1984, p. 97)

Esse conceito de zona de desenvolvimento proximal é muito importante para refletir sobre a
mediação simbólica que ocorre por meio da intervenção pedagógica ou psicopedagógica. É na
zona de desenvolvimento proximal que o profissional deve incidir para que a criança passe de
um nível X para um nível X+1 de aprendizagem.

 RECOMENDAÇÃO

O profissional deve atuar enquanto mediador desse processo. Para isso, deve conhecer a
criança, seus conhecimentos prévios e ter em mente os objetivos de aprendizagem que deseja
alcançar, bem como quais ferramentas pretende utilizar.
O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DA
LEITURA E DA ESCRITA
O processo de leitura e escrita pode ser compreendido a partir da relação entre
desenvolvimento e aprendizagem, pois conhecendo o processo de aquisição, mesmo antes da
entrada da criança na escola, é possível pensar alternativas de intervenção para otimizar esse
processo.

NA CONCEPÇÃO VYGOTSKYANA, A PRINCIPAL


CONDIÇÃO PARA QUE UMA CRIANÇA SEJA CAPAZ DE
COMPREENDER O FUNCIONAMENTO DA LEITURA E
DA ESCRITA É DESCOBRINDO QUE A ESCRITA É UM
SISTEMA DE SIGNOS QUE SERVE COMO
INSTRUMENTO, COMO SUPORTE PARA A MEMÓRIA,
PARA A COMUNICAÇÃO E TRANSMISSÃO DE IDEIAS E
CONCEITOS.

Na mesma direção, Luria (2006) define a aquisição da escrita como uma função que se
realiza, culturalmente, por mediação. Para o autor, escrever é uma das funções culturais típicas
do comportamento humano. Assim, a escrita tem uma característica funcional, pois, em vez de
armazenar diretamente uma ideia em sua memória, uma pessoa a escreve e a registra,
fazendo uma marca que trará de volta à mente a ideia registrada.

LURIA

Alexander Luria foi um importante pesquisador e psicólogo russo que estudou em


profundidade a Psicologia do desenvolvimento. Ele fundou, junto com outros colegas, a
Psicologia cultural-histórica e pesquisou o desenvolvimento e a avaliação das funções do
Sistema Nervoso Central com importantes contribuições para a Neurociência.

 COMENTÁRIO

A aprendizagem da escrita requer não somente que a criança perceba a correspondência da


sonoridade das palavras com os símbolos do alfabeto, das contradições entre letras e sons,
necessários para a aquisição da ortografia, mas também de fatores sociais, afetivos e
cognitivos. O processo de aquisição da língua escrita necessita automatizar-se para alcançar o
domínio em sua forma mais complexa, como, por exemplo, na composição de um texto.

O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO
LÓGICO-MATEMÁTICO
O processo de aprendizagem do pensamento lógico-matemático, assim como na aquisição da
leitura e da escrita, é complexo e dinâmico. Para compreender como ele ocorre, vamos
recorrer mais uma vez a Piaget. Em seus estudos e experimentos, o teórico chegou a algumas
conclusões que nos permitem refletir sobre a construção do conceito de número e o
pensamento lógico-matemático. Para ele, há uma diferença entre:

CONHECIMENTO FÍSICO


CONHECIMENTO LÓGICO-MATEMÁTICO
PARA QUE VOCÊ ENTENDA ESSA DIFERENÇA,
CONSIDERE O SEGUINTE EXEMPLO:

 EXEMPLO

A partir da observação de um lápis, você poderá citar algumas características, como, por
exemplo, “é um lápis grafite que pesa 10g”. Você obtém informações a partir de uma
observação, um conhecimento físico. No entanto, se você observar dois lápis, um verde e um
azul, poderá notar a diferença de cores entre eles e fazer uma relação. Denominamos esse tipo
de conhecimento de lógico-matemático.

O conceito de número é a relação criada mentalmente por cada indivíduo. Kamii (1990)
reportando a Piaget, ressalta que a criança progride na construção do conhecimento lógico-
matemático pela coordenação das relações simples que anteriormente criou entre os objetos.
Dessa maneira, pode-se dizer que o conhecimento lógico-matemático consiste na coordenação
de relações como, por exemplo, relações de “igual”, “diferente” e “mais”, o que a conduzirá no
futuro a fazer operações.

O desenvolvimento do pensamento lógico-matemático para Piaget, bem como a construção do


número, é uma síntese de dois tipos de relações que a criança elabora entre os objetos:

A ORDEM


A INCLUSÃO HIERÁRQUICA

Para garantir que uma criança conte corretamente quantos lápis foram dados a ela, é preciso
que:
ELA OS COLOQUE EM UMA ORDEM (QUE PODE SER
MENTALMENTE OU DE FORMA ABSTRATA) PARA GARANTIR
QUE NENHUM LÁPIS FOI ESQUECIDO OU CONTADO DUAS
VEZES.


ELA INCLUA ESSES LÁPIS EM DADO CONJUNTO, OU SEJA,
PARA QUANTIFICAR OS OBJETOS COMO UM GRUPO, É
PRECISO QUE A CRIANÇA OS COLOQUE EM UMA RELAÇÃO
DE INCLUSÃO HIERÁRQUICA.
Isso significa que o fato de a criança contar corretamente os objetos que lhe foram dados não
quer dizer que ela tenha compreendido o conceito de número e alcançado o pensamento
lógico-matemático, já que para Piaget o conhecimento social não é suficiente para que a
criança compreenda a relação. Em outras palavras, pode-se ensinar as crianças a darem as
respostas corretas “1 + 2= 3”, mas isso não implica ensinar a relação que está implícita nessa
adição.

É importante que o profissional (professor ou psicopedagogo) saiba discernir entre quando a


criança está “contando de memória” e quando ela está “contando com significado”, atribuindo o
código à quantidade e fazendo relações. Isso só é possível quando a criança constrói em sua
mente a estrutura lógico-matemática.
Imagem: Shutterstock.com

CONHECIMENTO SOCIAL

Aquele que é transmitido socialmente para a criança, por exemplo, os nomes dos
números – um, dois, três

AS FORMAS DE ENSINAR E AS
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM
Como já sabemos, o processo de aprendizagem do ser humano ocorre desde o seu
nascimento e se prolonga por toda a vida. Estamos constantemente aprendendo coisas novas.
Porém, quando se trata de uma aprendizagem escolar, mais sistematizada, intencional,
dirigida, como diz Libâneo (2006), em um nível cognitivo, que envolve apreensão consciente,
compreensão e generalização das propriedades e relações essenciais da realidade,
precisamos nos atentar também aos recursos que vamos utilizar para facilitar a ocorrência
dessa aprendizagem.

EM OUTRAS PALAVRAS, PARA UMA APRENDIZAGEM


EFETIVA, É NECESSÁRIO REFLETIR SOBRE AS
FORMAS DE ENSINAR E QUAIS AS FERRAMENTAS
PEDAGÓGICAS QUE DISPOMOS PARA TAL, SEJA NA
ESCOLA, SEJA NA CLÍNICA PSICOPEDAGÓGICA.

Um dos grandes pesquisadores da área da Pedagogia, José Carlos Libâneo, em seu livro
Didática, traz reflexões a cerca da relação entre ensino e aprendizagem. Segundo Libâneo
(2006), a relação entre ensino e aprendizagem não é mecânica, e sim, recíproca, na qual se
destaca o papel dirigente do professor e as atividades dos alunos.

JOSÉ CARLOS LIBÂNEO

É um importante pensador, educador e escritor paulista, nascido em 1945, criador da


Pedagogia Crítico-Social dos Conteúdos

O ensino visa estimular, dirigir, incentivar, impulsionar o processo de aprendizagem, o qual é a


assimilação ativa de conhecimentos e operações mentais que devem ser compreendidos e
aplicados de maneira consciente e autônoma.


A tarefa principal do ensino é assegurar a difusão e o domínio dos conhecimentos
sistematizados acumulados pela humanidade.


A unidade entre ensino e aprendizagem não deve ser caracterizada pela memorização, mas,
sim, pelo envolvimento ativo da criança.

 ATENÇÃO

O processo de ensino envolve os elementos constitutivos da didática, ou seja, os objetivos, o


conteúdo, o ensino e a aprendizagem.

A didática faz a mediação escolar de objetivos sociopolíticos e pedagógicos, articulados com o


processo de ensino e aprendizagem, orienta o trabalho de quem ensina e visa à inserção do
sujeito nas diversas esferas da vida social. O processo didático se dá pela ação recíproca de
três componentes:

O CONTEÚDO
Refere-se ao conhecimento sistematizado, formando a base para a concretização dos
objetivos.

O ENSINO
É a atividade de organização, seleção e explicação dos conteúdos, organização das atividades,
objetivos e escolha de métodos.

A APRENDIZAGEM
É a atividade de assimilação de conhecimentos e habilidades.

Os métodos ou formas de ensinar dependem do conteúdo a ser transmitido e das


características de aprendizagem dos sujeitos, pois é preciso se atentar ao conhecimento prévio
e às experiências de vida que eles trazem, suas expectativas, o meio sociocultural em que
vivem, os materiais didáticos disponíveis e as suas condições de vida.

 RECOMENDAÇÃO
Nesse sentido, para que o processo de ensino e aprendizagem ocorra com sucesso, é
necessário que o profissional identifique as dificuldades dos sujeitos durante a assimilação
ativa dos conteúdos e busque procedimentos para que eles próprios superem tais dificuldades
e progridam em seu desenvolvimento.

As dificuldades que o sujeito pode enfrentar no processo de aprendizagem são inúmeras. Visca
(1991) denomina essas dificuldades como obstáculos de aprendizagem e os divide em três
tipos: epistêmico, epistemofílico e funcional.

O obstáculo de aprendizagem epistêmico refere-se à estrutura cognitiva defasada em relação


à idade cronológica.


O obstáculo epistemofílico refere-se à falta de amor pelo conhecimento ou ao medo de
aprender.


O obstáculo funcional corresponde a causas emocionais ou estruturais.

Segundo o autor, diante desses obstáculos, surgem os sintomas, causando as dificuldades de


aprendizagem, as quais necessitam de um diagnóstico psicopedagógico para descobrir suas
causas e propor intervenções com diferentes alternativas ou formas de ensinar.
Imagem: Shutterstock.com

 CONTRIBUIÇÕES DA PEDAGOGIA: A
CONSTRUÇÃO DO CONHECIMENTO E O
PROCESSO DE APRENDIZAGEM
A especialista Andresa Aparecida Ferreira fala sobre como o conhecimento e a
aprendizagem acontecem desde o nascimento, reconhecendo a natureza social da
aprendizagem:
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. L. S. VYGOTSKY APRESENTA EM SUA TEORIA O CONCEITO DE ZONA


DE DESENVOLVIMENTO PROXIMAL (ZDP), COMO UMA FERRAMENTA
PARA SE INSTRUMENTALIZAR O ENSINO. CONSIDERE AS SEGUINTES
AFIRMATIVAS:
I - CRIAR ZDP NO ENSINO É APRESENTAR DESAFIOS ÀS CRIANÇAS
PARA ATIVIDADES QUE SE DESENVOLVEM DE FORMA COLABORATIVA.
II - O QUE A CRIANÇA SABE FAZER SOZINHA É O MELHOR INDICADOR
DE SEU DESENVOLVIMENTO NO CONTEXTO ESCOLAR.
III – A CRIANÇA APROVEITA MELHOR A AJUDA DO COLEGA OU DO
ADULTO QUANDO TEM CLAREZA DAS FINALIDADES DA TAREFA, ASSIM
COMO DO “QUE NÃO SABE” E DO “QUE PRECISA SABER”.

PARA ORGANIZAR O ENSINO CONSIDERANDO AS CONTRIBUIÇÕES DA


ZDP, FAZ-SE NECESSÁRIO LEVAR EM CONTA O CONTEÚDO:

A) Das afirmativas II e III

B) Das afirmativas I e III

C) Da afirmativa I, apenas

D) Da afirmativa II, apenas

E) Da afirmativa III, apenas

AS CRIANÇAS TÊM CONTATO COM OS NÚMEROS MUITO ANTES DE


ENTRAR NA ESCOLA. AS MAIS RECENTES PESQUISAS SOBRE A
DIDÁTICA DA MATEMÁTICA E O DESENVOLVIMENTO DO PENSAMENTO
LÓGICO-MATEMÁTICO MOSTRAM QUE, SE ESSE CONHECIMENTO FOR
LEVADO EM CONSIDERAÇÃO DURANTE O PROCESSO DE ENSINO, A
APRENDIZAGEM TORNA-SE MAIS EFICAZ. ESSA AFIRMATIVA ESTÁ EM
COERÊNCIA COM QUAL PRÁTICA PEDAGÓGICA ABAIXO?
A) Iniciar pela escrita dos números de zero a nove.

B) Estimular que o aluno tenha memorizada a tabuada.

C) Evitar proposta de operações envolvendo números com dois algarismos.

D) Apresentar a escrita do número dez depois da introdução da noção de dezena.

E) Encorajar o pensamento sobre as características dos objetos, comparando-os.

GABARITO

1. L. S. Vygotsky apresenta em sua teoria o conceito de Zona de Desenvolvimento


Proximal (ZDP), como uma ferramenta para se instrumentalizar o ensino. Considere as
seguintes afirmativas:
I - Criar ZDP no ensino é apresentar desafios às crianças para atividades que se
desenvolvem de forma colaborativa.
II - O que a criança sabe fazer sozinha é o melhor indicador de seu desenvolvimento no
contexto escolar.
III – A criança aproveita melhor a ajuda do colega ou do adulto quando tem clareza das
finalidades da tarefa, assim como do “que não sabe” e do “que precisa saber”.

Para organizar o ensino considerando as contribuições da ZDP, faz-se necessário levar


em conta o conteúdo:

A alternativa "B " está correta.

Segundo o conceito de ZDP na teoria vygotskyana, a criança para passar de um nível de


conhecimento real, que é aquilo que ela já sabe, para um nível de conhecimento potencial, que
é aquilo que ela é capaz de fazer, deve ser desafiada e contar com o auxílio e a mediação de
pessoas mais experientes.

As crianças têm contato com os números muito antes de entrar na escola. As mais
recentes pesquisas sobre a didática da Matemática e o desenvolvimento do pensamento
lógico-matemático mostram que, se esse conhecimento for levado em consideração
durante o processo de ensino, a aprendizagem torna-se mais eficaz. Essa afirmativa está
em coerência com qual prática pedagógica abaixo?

A alternativa "E " está correta.


O profissional deve encorajar o pensamento espontâneo e autônomo da criança para que ela
possa construir relações entre os objetos e desenvolver seu pensamento lógico-matemático.

MÓDULO 3

 Identificar o que diferentes áreas do desenvolvimento humano podem oferecer para


sua atuação profissional.

CONTRIBUIÇÕES DE OUTRAS ÁREAS


O processo de aprendizagem, seja o da leitura e escrita, seja o da matemática e outras áreas,
é complexo e dinâmico. Para que ele ocorra, lançamos mão das contribuições de várias áreas:

Imagem: Shutterstock.com
Como a da Psicologia, que nos oferece diferentes correntes teóricas que nos ajudam a pensar
o desenvolvimento humano e a construção do conhecimento.

Imagem: Shutterstock.com

A área da Pedagogia, com suas ferramentas didáticas e a relação que existe entre conteúdo,
ensino e aprendizagem.

No entanto, para compreender o processo de aprendizagem, outras áreas também contribuem


para que possamos ter uma visão mais holística.

 ATENÇÃO

Nenhuma área é mais importante que a outra, todas se complementam, trazendo conceitos e
estudos que juntos, de maneira entrelaçada, fornecem apoio para interpretar esse dinâmico
processo que ocorre para a aprendizagem do ser humano.

Os estudos da Sociologia, Linguística, Fonoaudiologia, Psicomotricidade, Medicina e das


Neurociências trazem em si aspectos conceituais que podem ajudar o profissional a refletir
sobre o processo de aprendizagem e, consequentemente, sobre as dificuldades de
aprendizagem das crianças.
A SOCIOLOGIA E A LINGUÍSTICA
A Sociologia, que surgiu no século XIX, é denominada como a ciência dos fatos sociais, das
instituições, dos costumes e das crenças coletivas (ARANHA, 2003). A Sociologia, por se deter
nas questões sociopolíticas e culturais, serviu de apoio para grandes teóricos pensarem a
educação, como, por exemplo, o grande educador brasileiro Paulo Freire, que tinha como
preocupação principal a cultura popular. Tal preocupação consistia em possibilitar uma real
participação do povo enquanto sujeito de um processo cultural por meio da educação.

PAULO FREIRE

Paulo Reglus Neves Freire (1921 – 1997) nasceu em Recife e é reconhecido como
Patrono da Educação Brasileira. Esse autor foi um grande educador e pensador que
influenciou de maneira significativa a pedagogia a nível mundial, contribuindo no
movimento de Pedagogia Crítica.

Imagem: Shutterstock.com

Para Freire, o processo de aprendizagem só será efetivado quando a ação educativa for
permeada de uma reflexão sobre o ser humano e seu meio de vida, seu contexto social. Na
abordagem freiriana, o ser humano é sujeito da educação. Segundo Freire (1974), é
preciso que a educação esteja comprometida a permitir ao homem chegar a ser sujeito,
construir-se como pessoa, transformar o mundo e estabelecer com os outros homens relações
de reciprocidade, fazendo a cultura e a história.
ESSA RELAÇÃO ENTRE HOMEM E SOCIEDADE
TAMBÉM É ESTUDADA PELA LINGUÍSTICA, POIS A
INTEGRAÇÃO ENTRE POVOS E CULTURAS TROUXE
UMA NECESSIDADE DE ESTRUTURAR UM PROCESSO
LINGUÍSTICO EM UMA SOCIEDADE CADA VEZ MAIS
HETEROGÊNEA.

OS ESTUDOS ACERCA DA LINGUAGEM NOS


INTERESSAM DEVIDO À RELAÇÃO ENTRE
DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM E PROCESSO
DE APRENDIZAGEM.

Os estudos da área de Linguística são divididos em:

Fonética: diferentes sons empregados na linguagem

Fonologia: padrões dos sons básicos da língua

Morfologia: estrutura interna das palavras


Sintaxe: formação de frases

Semântica: sentido das palavras e frases

Lexicologia: estudo do uso ou sentido do léxico das palavras

Terminologia: conhecimento e análise dos léxicos

Estilística: estilo da linguagem

Pragmática: uso da oralização


Filologia: estudo dos textos e linguagens antigos

Essas áreas de estudo da Linguística nos fornecem ferramentas para compreender o


desenvolvimento da linguagem e da aquisição da leitura e da escrita, principalmente, no que se
refere às áreas da fonética, fonologia e semântica.

A LINGUAGEM É OBJETO DE ESTUDO NÃO APENAS


DA LINGUÍSTICA, MAS TAMBÉM DE OUTRAS ÁREAS,
COMO A FILOSOFIA, A PSICOLOGIA, A BIOLOGIA OU A
FONOAUDIOLOGIA, QUE SERÁ ESTUDADA A SEGUIR.

A FONOAUDIOLOGIA E A
PSICOMOTRICIDADE
A Fonoaudiologia é uma área da saúde que trabalha com os diferentes aspectos da
comunicação humana. Ela traz inúmeras contribuições para compreender o processo de
aprendizagem, como os estudos que envolvem a linguagem e o desenvolvimento e aquisição
da leitura e da escrita.

 ATENÇÃO

O trabalho fonoaudiológico, principalmente, da criança em fase escolar, é muito importante


quando se trata, por exemplo, de “trocas de letras”, que podem ocorrer tanto na fala quanto na
escrita, pela falta de compreensão e decodificação dos sons.

A área fonoaudiológica é capaz de promover, aprimorar e prevenir alterações de linguagem oral


e escrita, audição, motricidade orofacial e voz, favorecendo e otimizando o processo de ensino
e aprendizagem.

Foto: Shutterstock.com

Por isso, a Fonoaudiologia contribui no sentido de trazer conhecimento a respeito do


desenvolvimento da fala e da linguagem. Distúrbios nessas áreas podem ocasionar:

FALA ININTELIGÍVEL (TROCA DE SONS NA FALA).


DIFICULDADES NA ELABORAÇÃO DE FRASES PARA FALAR
OU CONTAR HISTÓRIAS.
REPERTÓRIO PEQUENO DE PALAVRAS PARA SUA FAIXA
ETÁRIA.
DÉFICIT DE MEMÓRIA.
Podem ainda prejudicar o desenvolvimento das habilidades de leitura e escrita, caracterizadas
pelo processamento mais lento das informações, dificuldades na alfabetização, como na
correspondência som-grafia, e dificuldades de acesso ao léxico, ou seja, não reconhecer o
significado da palavra. Desse modo, os estudos da área da Fonoaudiologia podem nos ajudar
a compreender essas dificuldades e auxiliar na prevenção delas.

OUTRA ÁREA QUE TAMBÉM TRAZ CONTRIBUIÇÕES


AO PROCESSO DE APRENDIZAGEM É A
PSICOMOTRICIDADE.

A Psicomotricidade tem como objeto de estudo o homem por meio do seu corpo em movimento
e em relação ao seu mundo interno e externo, bem como suas possibilidades de perceber,
atuar, agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. A Psicomotricidade está relacionada
ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e
orgânicas. Ela tem como objetivo ajudar no desenvolvimento e nos distúrbios da integração
entre corpo e mente.

Para que isso seja possível, segundo Almeida (2008), o trabalho com a Psicomotricidade
precisa de vários fatores como:

CONCEPÇÃO
Refere-se ao planejamento do trabalho da Psicomotricidade, o qual precisa de objetivos claros
para ser realizado.

COMPORTAMENTO
Diz respeito à observação, através da qual o profissional deve estar atento às atividades e às
relações das crianças para introduzir as práticas com objetivos psicomotores.

COMPROMISSO
Refere-se ao aproveitamento do tempo de trabalho.

MATERIAIS
São necessários para ampliar as ações, possibilitar que a criança possa intervir e se relacionar
com objetos concretos, tornando o processo educativo mais próximo e mais pertinente.

ESPAÇOS
Devem ser ambientes psicomotores educativos que buscam explorar toda ação que ali
acontece.

Em síntese, o trabalho com a Psicomotricidade está relacionado ao processo de aprendizagem


por auxiliar no desenvolvimento, por exemplo, da coordenação motora ampla e fina, da
lateralidade, da percepção (olfativa, gustativa, espacial, temporal, corporal e musical), da
seriação, além de inúmeras brincadeiras que envolvem o movimento do corpo, trabalhando o
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e social.
A MEDICINA, AS NEUROCIÊNCIAS E A
NEUROPSICOLOGIA

A PARTIR DOS ANOS NOVENTA, UM PASSO


IMPORTANTE FOI DADO NOS ESTUDOS DA
APRENDIZAGEM, PROPORCIONADO PELAS
INVESTIGAÇÕES DA ÁREA DA MEDICINA SOBRE O
SISTEMA NERVOSO E DOS PROCESSOS CEREBRAIS.

Por meio da evolução tecnológica e da criação de diversos aparelhos e exames não invasivos,
tem sido possível aos pesquisadores analisar e interpretar as conexões cerebrais dos seres
humanos, durante a execução de diferentes atividades. Essas possibilidades abriram caminho
para outras áreas de pesquisa com foco na observação do funcionamento do encéfalo, o que
tem contribuído de modo significativo com as práticas educacionais.

Imagem: Shutterstock.com

Uma dessas áreas é a Neuropsicologia, que é um campo da Psicologia e da Neurologia que


estuda as relações entre o cérebro e o comportamento humano. Ela investiga como diferentes
lesões causam déficits em diversas áreas da cognição humana.
As Neurociências, sobretudo a Neuropsicologia, trouxeram não só novos conhecimentos para
compreender o processo de aprendizagem, mas também novas formas de pensar a avaliação
dos transtornos e distúrbios de aprendizagem, pois buscam correlações entre as unidades
funcionais do cérebro e o comportamento humano.

AS NEUROCIÊNCIAS
São tradicionalmente consideradas como um ramo da Biologia, mas podem estar associadas a
outras áreas de conhecimento. Esse campo científico estuda o sistema nervoso, com o objetivo
de conhecer:

• O seu desenvolvimento
• O seu funcionamento
• A sua estrutura
• As suas alterações

A partir desse conhecimento neuropsicológico, é possível melhorar o funcionamento cognitivo e


auxiliar na orientação da família e da escola, buscando estratégias que otimizem diferentes
áreas da cognição, bem como a memória, atenção, linguagem, capacidade de planejamento,
de cálculo, de raciocínio-lógico, de julgamento, percepção visual, coordenação viso-motora e o
processo de aprendizagem da criança como um todo.

 CONTRIBUIÇÕES DE OUTRAS ÁREAS


A especialista Andresa Aparecida Ferreira fala sobre as principais contribuições das áreas
apresentadas no módulo no desenvolvimento da Psicopedagogia:
VERIFICANDO O APRENDIZADO

1. “OS ESTUDOS SOBRE A LINGUAGEM ESTÃO RELACIONADOS AO


PROCESSO DE APRENDIZAGEM, AO PASSO QUE NA FASE ESCOLAR, A
CRIANÇA NECESSITA DE BOA ORALIDADE E COMPREENSÃO DOS
FONEMAS PARA EVITAR, POR EXEMPLO, AS ‘TROCAS DE LETRAS’ QUE
PODEM OCORRER TANTO NA FALA QUANTO NA ESCRITA DURANTE O
PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO”.

ESSA AFIRMATIVA ESTÁ RELACIONADA ÀS CONTRIBUIÇÕES DAS


ÁREAS DE:

A) Sociologia e Psicomotricidade

B) Linguística e Psicomotricidade

C) Linguística e Fonoaudiologia

D) Sociologia e Psicomotricidade

E) Sociologia e Fonoaudiologia

2. A MEDICINA, AS NEUROCIÊNCIAS E A NEUROPSICOLOGIA


TROUXERAM INÚMERAS CONTRIBUIÇÕES AO LONGO DO TEMPO PARA
A ÁREA DA EDUCAÇÃO, COMO A OBSERVAÇÃO E COMPREENSÃO DO
FUNCIONAMENTO DO CÉREBRO E SUA RELAÇÃO COM O
COMPORTAMENTO E COGNIÇÃO HUMANOS. ESSAS DESCOBERTAS
PROPORCIONARAM AOS PROFISSIONAIS QUE LIDAM COM ENSINO E
APRENDIZAGEM:

A) Novos diagnósticos dos distúrbios de aprendizagem que visam priorizar a


medicamentalização.

B) Novas formas de avaliar os distúrbios de aprendizagem a partir das correlações entre as


unidades funcionais do cérebro e o comportamento humano.
C) Novas intervenções baseadas, exclusivamente, em exames de neuroimagem.

D) Novas formas de avaliar e intervir a partir da observação do comportamento em sala de


aula.

E) Novos diagnósticos baseados, exclusivamente, em exames de neuroimagem.

GABARITO

1. “Os estudos sobre a linguagem estão relacionados ao processo de aprendizagem, ao


passo que na fase escolar, a criança necessita de boa oralidade e compreensão dos
fonemas para evitar, por exemplo, as ‘trocas de letras’ que podem ocorrer tanto na fala
quanto na escrita durante o processo de alfabetização”.

Essa afirmativa está relacionada às contribuições das áreas de:

A alternativa "C " está correta.

As áreas de estudo que fornecem ferramentas para compreender o desenvolvimento da


linguagem e da aquisição da leitura e da escrita compartilham seu objeto de estudo e os
analisam sob diferentes olhares, é o caso da linguística e da fonoaudiologia.

2. A Medicina, as Neurociências e a Neuropsicologia trouxeram inúmeras contribuições


ao longo do tempo para a área da educação, como a observação e compreensão do
funcionamento do cérebro e sua relação com o comportamento e cognição humanos.
Essas descobertas proporcionaram aos profissionais que lidam com ensino e
aprendizagem:

A alternativa "B " está correta.

Os avanços da área da Medicina, das Neurociências e da Neuropsicologia possibilitaram novas


formas de pensar a avaliação dos transtornos ou distúrbios de aprendizagem, tornando
possível melhorar o funcionamento cognitivo e auxiliar na orientação da família e da escola,
buscando estratégias que otimizem diferentes áreas da cognição.
CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo dos módulos estudados, você aprendeu a importância das ciências humanas e
naturais para a compreensão do processo de aprendizagem.

Em um primeiro momento, vimos a constituição da psicologia enquanto ciência, bem como as


principais características de algumas abordagens psicológicas no estudo do pensamento
humano.


Em seguida, foram apresentadas informações a respeito da construção do conhecimento e do
desenvolvimento da aprendizagem da leitura, da escrita e da matemática. Além disso, vimos as
ferramentas didáticas que nos são úteis para pensar formas de ensinar com o intuito de facilitar
o processo de aprendizagem do sujeito.


Por último, vimos algumas contribuições de outras áreas, como: Sociologia, Linguística,
Fonoaudiologia, Psicomotricidade, Medicina, Neurociência e Neuropsicologia.

Em síntese, as diferentes áreas contribuem para o entendimento do processo de


aprendizagem, bem como das dificuldades de aprendizagem, pois estas envolvem
conhecimentos sobre aspectos sociais, culturais, pedagógicos, psicológicos e médicos. Por
isso, é importante que seja realizado um trabalho interdisciplinar para compreender a
aprendizagem como um todo.

A PARTICIPAÇÃO DAS ÁREAS DA PEDAGOGIA,


PSICOLOGIA, FONOAUDIOLOGIA, NEUROPSICOLOGIA
E MEDICINA NÃO PODE SER ENTENDIDA COMO UM
SOMATÓRIO DE AÇÕES ISOLADAS, E SIM, COMO UM
ESTUDO INTEGRADO E INTERDEPENDENTE DE SUAS
CONTRIBUIÇÕES, A FIM DE OTIMIZAR O PROCESSO
DE APRENDIZAGEM.

AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ALMEIDA, G. P. Teoria e prática em psicomotricidade: jogos, atividades lúdicas, expressão
corporal e brincadeiras infantis. Rio de Janeiro: Wak Ed., 2008.

ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando: uma introdução à filosofia. São Paulo:


Moderna, 2003.

BOCK, A. M.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias. 13. ed. São Paulo: Saraiva,
2001.

FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.

KAMII, C. A criança e o número: implicações educacionais da teoria de Piaget para a atuação


com escolares de 4 a 6 anos. Regina A. de Assis (trad.). 11. ed. Campinas, SP: Papirus, 1990.

LEONTIEV, A. N. O Desenvolvimento da Escrita na Criança. 10. ed. São Paulo: Ícone, 2006.
LIBÂNEO, J. C. Didática. São Paulo: Cortês, 2006.

LURIA, A. R. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. In: VYGOTSKY, L.S.; LURIA,


A.R.; LEONTIEV, A.N. O Desenvolvimento da Escrita na Criança. 10ª ed. São Paulo: Ícone,
2006.

OLIVEIRA, M. K.Vygotsky. Aprendizado e desenvolvimento. Um processo sócio-histórico. São


Paulo: Scipione, 2010.

RAPPAPORT, C. R.; FIORI, W. R.; DAVIS, C. Teorias do desenvolvimento. Conceitos


fundamentais. vol. 1. São Paulo: EPU, 1981.

VISCA, J. Psicopedagogia: novas contribuições. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1991.

VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.

EXPLORE+
Para aprofundar os seus conhecimentos a respeito do estudado:

Assista aos vídeos da coleção Grandes Educadores e aprenda mais sobre as


abordagens psicológicas e seus teóricos, que trouxeram inúmeras contribuições para o
campo da educação.

Assista ao filme norte-americano Freud além da alma, de 1962, dirigido por John Huston.

Assista ao filme enigma de Kaspar Hauser, de 1974, de Werner Herzog. Trata-se de uma
história bem interessante que retrata a importância da linguagem.

CONTEUDISTA
Andresa Aparecida Ferreira

 CURRÍCULO LATTES

Você também pode gostar