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Cassamo Pascoal Augusto Saina Namuera

HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA

Universidade Rovuma
Nampula
2022
Cassamo Pascoal Augusto Saina Namuera

HISTÓRIA DA EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA

Curso de Inglês

Trabalho de pesquisa apresentado a Faculdade de


Letras e Ciências Sociais, Departamento de
Ciências de Linguagem, Comunicação e Arte.
Curso de Inglês em cumprimento parcial da
Disciplina (Psicologia Geral) lecionada pelo
formador Laurentino da Sillva Narcísio.

Universidade Rovuma

Nampula

2022
Índice

Introdução..........................................................................................................................4

EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA PSICOLÓGICA..................................................................5

Fase Filosófica...................................................................................................................5

Fasa Pré-Científica (Psicologia Empirica)........................................................................5

Fase Científica...................................................................................................................5

O PENSAMENTO PSICOLÓGICO ANTES E DEPOIS DO SÉCULO XVII...............5

Os antecedentes da Psicologia Científica..........................................................................5

A Psicologia entre os Gregos.............................................................................................6

a Psicologia no império Romano ....................................................................................7

A Psicologia no Renascimento..........................................................................................8

Consequências do Renascimento para a Psicologia..........................................................9

A PSICOLOGIA CIENTÍFICA......................................................................................10

As primeitras abordagens Teóricas da Psicologia...........................................................10

O Funcionalismo..............................................................................................................10

O Estruturalismo..............................................................................................................10

O Associacismo...............................................................................................................11

As principais teorias da Psicologia do século XX...........................................................11

Conclusão........................................................................................................................12

Bibliografia......................................................................................................................13
Introdução

A Psicologia é uma ciência que acompanha a existência e evolução humana, isto é,


existe desde a humanidade. Porém, o pensamento psicológico foi evoluindo às
exigências da inteligência humana. A par das problemáticas comportamentais e
psicológicas, o Homem foi buscando respostas e explicações pela necessidade de Ele
compreender o mundo e a si mesmo. Este trabalho busca a descrição da evolução da
Psicologia até a sua cientificidade incluindo os aspectos que a caracterizaram nos
diferentes estágios da sua evolução, pois, apesar de existir desde a humanidade, a
concepção da Psicologia não foi sempre a mesma entre os grandes pensadores que se
dedicaram ao seu estudo.

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Evolução da Ciência Psicológica

A evolução da psicologia pode ser descrita em três grandes fases ou períodos:

I-Fase filosófica

Esta fase caracteriza-se por um conhecimento psicológico fundamentalmente filosófico


e de caráter racional. Os filósofos explicavam a natureza de forma mitológica. Assim, a
Psicologia emerge com o pensamento filosófico, quando os
gregos se propunham indagar, investigar, organizar e compreender o
mundo, como bem exolica Chaui:

[...] a filosofia surgiu quando se descobriu que a verdade


do mundo e dos humanos não era algo secreto e misterioso,
que precisava ser revelado por divindades a alguns
escolhidos, mas que, ao contrário, podia ser conhecida
por todos, através da razão que é a mesma em todos;
quando se descobriu que tal conhecimento dependia
do uso correto da razão ou do pensamento e que, além
da verdade poder ser conhecida por todos, podia pelo
mesmo motivo, ser ensinada ou transmitida a todos
(CHAUÍ, 1995, p.23).

II-Fase pré-científica (psicologia empírica)

Nesta faze observa-se um marco significativo para a cientificidade da Psicologia. A


interpretação dos fenômenos psíquicos não só se fundamentam no saber filosófico,
como também das experiências do quotidiano.

III-Fase científica

A psicologia torna-se ciência autônoma, define seu objecto de estudo, métodos próprios,
suas leis e objetivos. A cientificação da Psicologia foi marcada pela institucionalização,
pelo psicofisiologista alemão Wilhelm Wundt, em 1879, de um laboratório de
Psicologia, na cidade alemã de Leipzig.

O PENSAMENTO PSICOLÓGICO ANTES E DEPOIS DO SÉCULO XVIII

Os antecedentes da Psicologia Científica

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 Por de trás de qualquer produção humana material ou espiritual (cadeira,
religião), existe sempre uma história
 Cada um tem uma história pessoal, longa ou curta. A psicologia tem cerca de
dois mil anos de história.

A Psicologia entre os Gregos

Na Grécia, a Psicologia manifestou-se como estudo da alma, Psiché=alma e


logos=logos (razão). Homens como, Sócrates, Platão, Hipócrates e Aristóteles
ocupavam-se em estudar o espírito, como a filosofia e a arte. A Filosofia começou a
especular o Homem e a sua interioridade.

Sócrates (496-399 a.C.)

Nesta fase, a Psicologia ganha consistência com Sócrates, que aponta que a RAZÃO é a
essência e peculiaridade do Homem, o que distingue o Homem do animal, porque
permite ao Homem de sobrepor-se aos instintos, que seriam a base da irracionalidade.
Sócrates abre um caminho que será explorado pela Psicologia: fruto desta reflexão são
por exemplo, as Teorias da consciência.

Platão (427-347 a.C.)

Discípulo de Sócrates, procura o «lugar» para a razão no nosso corpo (cabeça), onde se
encontra a ALMA do Homem. A medula será o elemento de ligação da alma com o
corpo – este elemento era necessário porque Platão concebia a alma separada do corpo
(dualismo). Quando alguém morria a matéria (corpo) desaparecia, mas a alma ficava
livre para ocupar outro corpo (reincarnação).

Hipócrates e a Teoria dos Humores (496-361 a.C.)

Hipócrates defende que existem 4 humores no corpo humano: o sangue, a fleuma, a bílis
amarela e a bílis preta. Segundo a prevalência de cada um destes elementos sobre o
outro a pessoa desenvolverá um certo temperamento que poderá ser respectivamente:
sanguíneo, fleumático, colérico e melancólico e também vários tipos de predisposições
à doença. O Homem é «são» quando estes humores estão «reciprocamente bem
temperados por propriedade e quantidade» e a mistura é completa. Contrariamente a isto
o Homem é doente quando existe excesso ou defeito destes elementos.

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Mais importantes ainda são os seus estudos neurológicos. Numa das suas obras afirma
que o cérebro é o órgão mais potente do corpo e que os órgãos de sentido actuam em
base à sua capacidade de discernimento. Ainda nesta obra Hipócrates descreve os
delírios e alucinações e afirma a dependência de anomalias das faculdades intelectuais
dos traumas cranianos.

Com estas afirmações, Hipócrates põe em relevo uma concepção que se está afirmando
no pensamento grego, isto é, que o Homem é parte da natureza e pode ser estudado com
os métodos da ciência natural. Esta concepção encontrou a sua expressão mais forte em
Aristóteles.

Aristóteles (384-322 a.C.)

Discípulo de Platão, superou o dualismo da dissociação entre a alma e o corpo


(inovação). Para ele a psyché era o princípio activo da vida, isto é, tudo aquilo que
cresce, se reproduz e se alimenta possui a sua psyché ou alma (vegetação, animais,
Homem, possuem alma:

 alma vegetativa – vegetais: função reprodutiva e alimentar


 alma sensitiva – animais: função de percepção e movimento
 vegetativa, sensitiva + racional – função pensante

Aristóteles estuda as diferenças entre a RAZÃO, PERCEPÇÃO E SENSAÇÕES,


estudo sistematizado no “Da Anima” o qual pode ser considerado o primeiro tratado de
Psicologia.

Portanto, 2300 anos antes do advento da Psicologia Científica, os gregos já haviam


formulado duas “Teorias”: Platónica – que postulava a imortalidade da alma e a
concebia separada do corpo, e a Aristotélica – que afirmava a mortalidade da alma e a
sua relação de pertencimento ao corpo.

A Psicologia no Império Romano

Característica deste período é o advento do cristianismo, que sobrevive e até se


fortalece, tornando-se a religião principal da Idade Média.

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Falar da psicologia neste período é relacionada ao conhecimento religioso, o qual
dominando o poder económico e político monopolizava também o saber e,
consequentemente o estudo do psiquismo.

Santo Agostinho (354-430 d.C.)

Inspirado em Platão faz cisão entre corpo e alma, a diferença para ele é que a alma, não
é somente a sede da razão, mas também a prova de uma manifestação divina no
Homem. A alma era imortal por ser o elemento que liga o Homem à Deus e sendo a
alma também a sede do pensamento a Igreja passa a se preocupar também com a sua
compreensão.

São Tomás de Aquino (1225-1274)

São Tomás de. Aquino afirma que só Deus seria capaz de reunir a essência e a
existência, em termos de igualdade. Portanto, a busca da perfeição do Homem seria a
busca de Deus.

A Psicologia no Renascimento

Essa época ficou caracterizada por transformações radicais no mundo europeu. Foi no
período do Renascimento ou Renascença, aproximadamente entre os séculos XV e XVI
(anos 1400 e 1500) que, segundo alguns historiadores, os seres humanos retomaram o
prazer de pensar e produzir o conhecimento através das ideias. Neste período as artes,
de uma forma geral, tomaram um impulso significativo.

Já no fim do período do Renascimento, René Descartes (1596-1659), um dos filósofos


que mais contribuiu para o avanço da ciência postula a separação entre a mente (alma,
espírito) e corpo, afirmando que o Homem possui uma substância material e uma
substância pensante e que o corpo, desprovido do espírito era somente uma máquina –
dualismo corpo e mente que torna possível o estudo do corpo humano morto, o que era
impensável nos séculos anteriores (o corpo era considerado sagrado pela Igreja, por ser
a sede da alma) e dessa forma possibilita o avanço da anatomia e da fisiologia que inicia
a contribuir muito para o progresso da Psicologia.

A ciência passou a assumir uma posição quase que religiosa diante das explicações dos
fenómenos sociais, biológicos, antropológicos, físicos e naturais.

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]Consequências do Renascimento para a Psicologia

Na metade do século XIX temas e problemas até então estudados pelos filósofos passam
a ser estudados pela fisiologia, neurofisiologia em particular – formulação de teorias
sobre o SNC, demonstrando que o pensamento, as percepções e os sentimentos
humanos eram produtos deste sistema.

O capitalismo trouxe uma “maquina” – criação fantástica que determinou a forma de


ver o mundo (o mundo visto como uma máquina), que podemos conhecer o seu
funcionamento, a sua regularidade, as suas leis, uma forma de pensar que atingiu as
ciências humanas, facto que, para se conhecer o psiquismo humano passa a ser
necessário compreender o mecanismo e o funcionamento da máquina de pensar do
Homem: o CÉREBRO!

Assim a psicologia começa a trilhar os caminhos da fisiologia, da neuroanatomia e da


neurofisiologia.

Em 1860 é formulada uma lei no campo da psicofísica, a lei de Fechner–Weber que


estabelece a relação ESTÍMULO – SENSAÇÃO, permitindo a sua mensuração –
aumento da intensidade de uma luz e o seu efeito – com esta lei os fenómenos
psicológicos vão adquirindo status científicos, porque, para a concepção da ciência da
época o que não era mensurável, não era possível de estudo científico.

Wilhelm Wundt (1832-1926), da Universidade de Leipzig, na Alemanha, cria um


laboratório para realizar experimentações na área da psicofísiologia – por este facto e da
extensa produção teórica na área é considerado o Pai da Psicologia Moderna,
Psicologia científica.

Em resultados de seus estudos, Wundt desenvolve a concepção de:

 Paralelismo psicofísico: aos fenómenos mentais correspondem fenómenos


orgânicos, por exemplo, estimulação física: picada de agulha na pele teria uma
correspondência na mente deste indivíduo.
 Método: para explorar a mente ou a consciência do indivíduo, Wundt, cria um
método que denomina introspeccionismo – o experimentador pergunta ao

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sujeito, especialmente treinado para a auto-observação, os caminhos percorridos
no seu interior por uma sensorial (a picada de agulha por exemplo).

A PSICOLOGIA CIENTÍFICA

O berço da Psicologia moderna foi na Alemanha de final do século XIX. Wundt, Weber
e Fechner trabalharam juntos na Universidade de Leipzig – seguiram para aquele País
muitos estudiosos dessa nova ciência; como o inglês Edward B. Titchner e o americano
William James.

Seu status de ciência é obtido a medida que se “liberta” da filosofia, que marcou a sua
história até aqui e atrai novos estudiosos e pesquisadores, que sob novos padrões de
produção de conhecimento, passam a:

 Definir seu objecto de estudo (comportamento, a vida psíquica, a consciência)


 Delimitar seu campo de estudo, diferenciando-o de outras áreas de
conhecimento como a Filosofia, Fisiologia
 Formular métodos de estudo deste objecto
 Formular teorias enquanto um corpo consistente de conhecimento na área

A Psicologia científica nasce na Alemanha mas se desenvolve e cresce rapidamente


nos Estados Unidos como resultado de grande avanço económico colocado na
vanguarda do sistema capitalista. É ali que surgem as primeiras abordagens ou escolas
em psicologia, as quais deram origem inúmeras teorias que existem actualmente.

Essas abordagens são O Funcionalismo (por William James, 1842-1910); O


Estruturalismo (por Edward Titchner, 1867-1927), O Associacionismo (por Edward
Thorndike, 1874-1949).

As Primeiras Abordagens Teóricas da Psicologia

As primeiras abordagens ou escolas em psicologia, as quais deram origem às enumeras


teorias que existem actualmente são consideradas como tendo sido as seguintes:

O Funcionalismo (Escola funcionalista)

Para escola funcionalista de William James (1842-1910), importa responder “o que


fazem os homens e “por que o fazem”. Para responder a isto, James elege a consciência

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como o centro de suas preocupações e busca a compreensão do seu funcionamento, na
medida em que o Homem usa para adaptar-se à realidade.

O Estruturalismo (Escola estruturalista)

O estruturalismo, por Edward Titchner (1867-1927), define como objecto de estudo da


psicologia “os estados elementares da consciência, mas vistos como estruturas do SNC.
O método de observação de Titchner, assim como o de Wundt, é o introspeccionismo, e
os conhecimentos psicológicos produzidos são eminentemente experimentais, isto é,
produzidos a partir do laboratório.

O Associacionismo

Edward Thorndike (1874-1949), é considerado o primeiro fundador de uma teoria de


aprendizagem na Psicologia de aprendizagem, na preocupação da aplicação práctica da
psicologia e não só especulação filosófica.

O Associacionismo origina-se da concepção de que a aprendizagem se dá por processo


de associação das ideias mais simples às mais complexas. Assim para aprender algo
complexo precisamos de aprender as ideias simples associadas aquele conteúdo.
Thorndike formula a “lei de efeito” que seria de grande importância na psicologia
comportamentalista. De acordo com essa lei “todo o comportamento de um organismo
vivente tende a se repetir, se nós o recompensarmos (efeito) o organismo assim que
repetir/emitir o comportamento. Por outro lado o comportamento tenderá a não
acontecer, se o organismo for castigado (efeito) após a sua ocorrência.

As Principais Teorias da Psicologia do Século XX

A psicologia enquanto ramo da Filosofia estuda a alma, a psicologia científica que


Wundt preconiza, a “psicologia sem alma”, o conhecimento científico produzido no
laboratório com uso de instrumentos de medição/mensuração. Da subordinação à
Filosofia a Psicologia se liga à medicina, usando o método de investigação das ciências
naturais como critério rigoroso da construção dos conhecimentos.

A psicologia científica, que se constituiu de 3 escolas (Associacionismo, Estruturalismo


e Funcionalismo) foi substituída neste século XX, por três mais importantes tendências
teóricas da psicologia neste séc. consideradas por inúmeros autores:

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O Behaviorismo- o estudo do comportamento, Gestaltismo e a Psicanálise-o estudo do
inconsciente, a nossa “caixa preta”, onde estão guardados nossos pensamentos e
desejos mais reprimidos, como traumas, desejos proibidos.

Conclusão

A Psicologia, hoje também definida como a ciência que se ocupa do estudo do


comportamento e os processos fisiológicos e cognitivos subjacentes ao comportamento,
como fundamenta WETTEIN (2002), é uma ciência que tem assumido um papel
indispensável na compreensão e resolução de problemáticas de variadas dimensões na
vida do homem desde as primeiras sociedades. Apesar de inicialmente ter sido
contemplada na Filosofia, graças a inúmeros pensadores e cientistas pelos séculos, a
Psicologia evoluiu potencialmente chegando a institucionalização de um laboratório de
Psicologia, na cidade alemã de Leipzig, pelo psicofisiologista alemão Wilhelm Wundt,
em 1879, levando assim a Psicologia a sua cientificidade. Hoje, a Psicologia assume um
papel preponderante em problemáticas sociais e institucionais para além de ser um
recurso indispensável para muitas outras ciências. No entanto, a história da evolução da
Psicologia deve ser aprofundada para melhor compreensão e descrição cronológica dos
seus avanços.

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Bibliografia

CHAUÍ, M. (1995) Convite à filosofia 3.ed. São Paulo: Ática

Chicote, Mª L. L.; Abacar, M.; Huó S. S.(2007) Psicologia Geral. Módulos para Cursos
de Bacharelato Semi-Presencial. Nampula, Universidade Pedagógica

OLIVEIRA, Andréa. Psicologia-uma introdução

Disponivel em

https://memoria.lfrn.edu.br/bitstream/handle/1044/876/Material.pdf?
sequence=1&isAllowed=y

Acesso em 22de Maio de 2022

WEITEN, W. (2002) Introdução à psicologia. São Paulo: Pioneira-Thomsom


Learning,.

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