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Psicologia e História
Por trás de toda e qualquer produção humana existe história, compreender em profundida
algo que compõe nosso mundo significa recuperar sua história. O PASSADO E O FUTURO
ESTÃO SEMPRE NO PRESENTE, ENQUANTO BASE CONSTITUTIVA E ENQUANTO PROJETO.
No caso da Psicologia, essa história tem cerca de dois milênios, começa entre os gregos e é
fruto da insaciável necessidade do homem de compreender a si mesmo.
O início da história da Psicologia tem início entre os gregos por volta de 700 a.C até a
dominação romana. Os gregos foram o povo mais evoluído dessa época, pela construção da
polis, o que acarretou na necessidade de mais riqueza – que alimentava o poderio dos
cidadãos -, a conquista de novos territórios – que trouxeram escravos para trabalhar em forma
de tributos.
Tais riquezas geraram crescimento e permitiram que o cidadão se ocupasse das coisas do
espírito, e então, entre os filósofos gregos surge a primeira tentativa de sistematizar uma
Psicologia. O termo vem do grego psyché- alma e de logos – razão, portanto,
etimologicamente a Psicologia se traduz no estudo da alma, que até então era concebida como
parte imaterial do ser humano que abarcaria os pensamentos, sentimentos, a irracionalidade,
o desejo, a sensação e a percepção.
Mas é com Sócrates que a Psicologia toma consistência, sua principal preocupação era com o
limite que separa os homens dos animais, postulava que a principal característica humana era
a RAZÃO, que permitia o homem se sobrepor aos instintos e a irracionalidade.
O passo seguinte é dado por Platão, discípulo do supracitado, que procurou definir um lugar
para a razão no nosso corpo. Definiu esse lugar como sendo a cabeça, onde se encontra a alma
do homem. Concebia a alma separada do corpo e, logo, quando alguém morria a matéria
(corpo) desaparecia, mas a alma ficava livre para ocupar outro corpo.
Aristóteles, discípulo do supracitado, postulou que a alma e o corpo não podem ser
dissociados, uma vez que a psyché era o princípio ativo da vida e tudo aquilo que se alimenta,
cresce e reproduz só o faz porque possui uma alma. Os vegetais teriam uma alma vegetativa,
que se define pela alimentação e reprodução, já os animais teriam essa alma e além dela uma
alma sensitiva, que tem a função de percepção e movimento. E o homem teria os dois níveis
anteriores e a alma racional, que tem a função pensante. (e elas são dependentes entre si)
Portanto, 2.300 anos do advento da Psicologia Científica os gregos já haviam formulado duas
teorias, a platônica que postulava a imortalidade da alma e sua independência do corpo, e a
aristotélica que afirmava a mortalidade da alma e a sua relação de pertencimento ao corpo.
1) Santo Agostinho (354-430): inspirado em Platão, fazia uma cisão entre alma e corpo,
entretanto, para ele a alma não era somente a sede da razão, mas a prova da
manifestação divina do homem. A alma era imortal pois era o elemento que ligava o
homem a Deus.
2) São Tomás de Aquino(1225-1274): viveu num período de protestantismo, reforma e
ruptura da igreja, essa crise leva ao questionamento dos conhecimentos produzidos
pelo cristianismo e assim, São Tomás foi buscar em Aristóteles a distinção entre
essência e existência. Considera que o homem na sua essência busca e perfeição
através de sua existência, e o homem só seria capaz de reunir as duas pois a busca de
perfeição pelo homem seria a busca de Deus. São Tomás encontra argumento
racionais para justificar os dogmas da Igreja, faz o “sanduíche” da razão e da fé.
A Psicologia no Renascimento
Neste período, Rene Descartes (1596-1659) postula a separação entre mente (alma, espírito) e
corpo, afirmando que o homem possui uma substancia material e uma substancia pensante, e
que o corpo desprovido de espirito é apenas uma máquina.
Esse dualismo proposto torna possível o estudo do corpo humano morto, que antes era
proibido pelo corpo ser a sede da alma e um templo, isso possibilita o avanço da anatomia e da
fisiologia, que contribuem para a psicologia em si.
A partir daí, a noção de verdade passa necessariamente a contar com o aval da ciência, os
temas da filosofia que até então eram estudados pelos filósofos passam a ser também
investigados pela Fisiologia e pela Neurofisiologia, avanços que levaram a formulação de
teorias sobre o sistema nervoso central, demonstrando que os pensamentos, as percepções e
os sentimentos humanos eram produtos desse sistema.
O mundo capitalista também trouxe consigo a máquina, e o mundo todo passou a ser pensado
através delas, como algo que era possível de prever e conhecer seu funcionamento,
regularidade e leis. Para se conhecer o psiquismo humano passa a ser necessário compreender
os mecanismos da máquina de pensar – o cérebro.
Em 1860 foi formulada a Lei de Fechner-Weber, que estabelece relação entre estímulo e
sensação permitindo sua mensuração, daí instaurou-se a possibilidade de medida do
fenômeno psicológico.
A Psicologia Científica
A Psicologia Científica que se constituía de três escolas supracitadas no século 19, foi
substituída no século 20 por novas teorias. As três mais importantes tendências teóricas da
Psicologia neste século são consideradas por inúmeros autores como sendo o Behaviorismo ou
Teoria (S-R) (do inglês Stimuli-Respond — EstímuloResposta), a Gestalt e a Psicanálise.
1)Behaviorismo: nasce com Watson e se desenvolve nos EUA, tornou-se importante por ter
definido o fato psicológico, de modo concreto, a partir da noção de comportamento (behavior)
2)Gestalt: berço na europa, surge como uma negação da fragmentação das ações e processos
humanos, postulando a necessidade de se compreender o homem como uma totalidade.
3)Psicanálise: nasce com Freud, na Áustria, a partir da prática médica, recupera para a
Psicologia a importância da afetividade e postula o inconsciente como objeto de estudo.