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PSICOLOGIA APLICADA À

ENFERMAGEM
DEFINIÇÃO DE PSICOLOGIA
O termo “Psicologia” tem origem grega, sendo
derivado da junção de duas palavras
Psiqué e logos - significando o “estudo da
mente ou da alma”.
Mas, vejamos: como se define Psicologia? Em
meio a uma gama variada de definições, hoje,
define-se Psicologia como a ciência que estuda
o comportamento e os processos mentais do
ser humano.
INFLUÊNCIAS FILOSÓFICAS SOBRE A PSICOLOGIA
Os antecedentes da Psicologia moderna apontam para uma forte tradição
filosófica em sua origem. Desde a Antigüidade, os filósofos se ocuparam com os
mesmos questionamentos, as mesmas reflexões acerca da natureza do ser
humano, os quais permanecem sendo investigados pelos psicólogos até hoje.
Contudo, a distinção significativa entre a Psicologia moderna e seus
antecedentes filosóficos aponta para a abordagem metodológica e as técnicas
empregadas, por uma e por outra, no estudo da natureza humana.

Desde a Antigüidade Clássica até o último quarto do século XIX, os filósofos


preocupavam - se em estudar a natureza humana e para isso empregavam como
método a especulação, a intuição e a generalização baseadas em sua limitada
experiência sensorial.
FILÓSOFOS NA ANTIGUIDADE

Aristóteles (séc. IV a.C.), importante filósofo, foi


considerado por muitos o autor do primeiro
estudo de psicologia intitulado "Acerca da Alma".
O rumo na nova ciência foi influenciado pelo
Psicólogo Alemão Wilhelm Wundt, que tinha idéias
precisas em relação à forma da nova ciência,
estabelecendo as metas, objetos de estudo, os
métodos e os tópicos de pesquisa. Porém, vários
outros psicólogos surgiram e formaram grupos de
estudos, gerando assim, as correntes de
pensamentos, as quais nem sempre concordavam
entre si.
Wilhelm M. Wundt
(1832-1926)

● Alemão, Professor da Universidade de Leipzig,


Médico, Filósofo e Psicólogo.
● Paralelismo psicofísico, segundo a qual aos
fenômenos mentais correspondem fenômenos
orgânicos.
● Cria o método chamado introspeccionismo.
● Define a psicologia como uma ciência da
experiência imediata. Com isto surge a
primeira ideia de Psicologia Moderna.
● Criou o primeiro laboratório de Psicologia
experimental no ano 1875 5 na Universidade
de Leipzig, Alemanha.
Para que uma teoria ou evento seja
considerado científico, é necessária sua
reprodução em ambiente controlado, e que
seus resultados sejam previsíveis. Após várias
reproduções, um evento ou teoria que seja
“previsível”, torna-se um fato científico. Assim,
não basta um simples acontecimento isolado,
para que seja feita uma avaliação psicológica.
CORRENTES DE PENSAMENTOS
MECANICISMO: (SÉC. XVII) - doutrina para qual
os processos naturais são determinados
mecanicamente e passíveis de explicação pelas
leis da física e da química, tendo como metáfora,
o relógio, que representa o funcionamento do
universo. Por essa teoria, surge a idéia do
DETERMINISMO, que é a crença de que qualquer
ação é determinada pelos eventos do passado.
CORRENTES DE PENSAMENTOS
Surge também, a noção de REDUCIONISMO, que é a idéia
de que, para entender uma idéia ou fato complexo,
bastaria reduzi-los a idéias ou fatos mais simples, como
desmontar um relógio, para entender seu funcionamento.
Essa corrente de pensamento tinha seguidores ilustres
como o filósofo inglês Thomas Hobbes ( 1588- 1679), o
filósofo francês René Descartes (1596-1650) e o filósofo
italiano Giovanni Borelli ( 1608-1679).
CORRENTES DE PENSAMENTOS
EMPIRISMO: (séc. XVII) - Busca do
conhecimento mediante a observação
da natureza e a atribuição de todo
conhecimento à experiência, ou seja,
só se obtém conhecimento, através da
vivência daquilo que se estuda.
Thomas Hobbes
(1588-1679)
Thomas Hobbes foi um filósofo,
teórico político e matemático inglês,
considerado um dos principais
expoentes do pensamento
contratualista na Filosofia Política.
Hobbes foi muito próximo da família
real e defendeu, até o fim de sua vida,
a monarquia. O principal livro escrito
por Hobbes foi Leviatã.
RENÉ DESCARTES
(1596-1650)
René Descartes (1596 - 1650) foi um filósofo, físico e
matemático francês.

Autor da frase: "Penso, logo existo".

É considerado o criador do pensamento cartesiano,


sistema filosófico que deu origem à Filosofia Moderna.

Sua preocupação era com a ordem e a clareza. Propôs


fazer uma filosofia que nunca acreditasse no falso, que
fosse fundamentada única e exclusivamente na
verdade.
GIOVANNI BORELLI
( 1608-1679)

Borelli, Giovanni Alfonso. Italia, 28.XI.1608 –


Roma (Italia), 31.XII.1679. Matemático,
epidemiólogo, astrónomo, fisiólogo, físico,
vulcanólogo.
Giovanni Alfonso Borelli foi um fisiologista e físico
italiano italiano que foi o primeiro a explicar o
movimento muscular e outras funções do corpo de
acordo com as leis da estática e da dinâmica.
Junto com seu trabalho em biomecânica , Borelli
também tinha interesses em física , especificamente
nas órbitas dos planetas.
A Psicologia por se tratar de uma ciência
que lida justamente com as questões
afetivas do ser humano e suas relações
sociais, está diretamente ligada a área de
enfermagem e também intimamente
relacionada a seus profissionais.
A PSICOLOGIA ESTÁ LIGADA A ENFERMAGEM?

Há duas correntes na área da saúde que se deve conhecer para


responder esta questão: a primeira que trata o doente como um paciente
passivo e vê a doença como um fator único que pode ser retirada com
medicamentos e procedimentos e a segunda corrente que percebe que
além de apresentar sintomas da doença, o paciente possui problemas
sociais, econômicos, pessoais, psicológicos que se influenciam e que
contribui para o surgimento de novas doenças. Para melhor
compreender a forma de agir, pensar e sentir humano o aparelho
psíquico foi dividido por Freud em sistemas e o conteúdo mental em
níveis de consciência, assim como procurou entender o papel dos sonhos
em nossas vidas.
A PSICOLOGIA ESTÁ LIGADA A ENFERMAGEM?

É necessário aplicar a Psicologia na área de


enfermagem para que os futuros profissionais
possam aprender e compreender um novo olhar ao
estabelecer seu relacionamento com o paciente e
também com seus familiares, e não deixar essas
práticas somente com o profissional da área de
assistência social.
O cuidado com o ser humano através da enfermagem se mostra necessário
ao se associar à outra área, neste caso a área de psicologia, pois esse
conhecimento que vai ajudar na forma de tratar esse paciente, não apenas
nos cuidados básicos como dar banho, realizar troca de roupa, mas sim no
contato que o profissional passa a ter com outro indivíduo, como por
exemplo, dar um conselho, orientar, ou simplesmente lhe proporcionar um
sorriso.
Quando o profissional de enfermagem estabelece essa comunicação com o
paciente, usando todo o conhecimento de psicologia que foi introduzido em
seu curso, é então criado um vínculo de confiança com esse paciente. E
muitas vezes através desse relacionamento o tratamento pode apresentar
melhores resultados e uma recuperação mais satisfatória.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO
Esta área de conhecimento da psicologia estuda o
desenvolvimento do ser humano em todos os seus aspectos:
físicos, motor, intelectual, afetivo-emocional e social, desde o
nascimento até a morte. O desenvolvimento humano refere-se
ao desenvolvimento mental e ao crescimento orgânico.
O desenvolvimento mental é uma construção contínua. Estas são
as formas de organização da atividade mental que se vão
aperfeiçoando e se solidificando até o momento em que todos
elas se estruturam.
PSICOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO

Algumas dessas estruturas mentais permanecem ao longo de toda


a vida. Esse estudo nos faz compreender a importância do estudo
do desenvolvimento humano.
Estudar o desenvolvimento humano significa conhecer as
características comuns de uma faixa etária. Planejar o que é, como
ensinar, implica saber quem é o educando. Existem formas de
perceber, compreender e se comportar diante do mundo, próprios
de cada faixa etária.
FATORES QUE INFLUENCIAM O
DESENVOLVIMENTO HUMANO :
Hereditariedade - A carga genética estabelece o potencial do indivíduo,
que pode ou não se desenvolver. A inteligência pode desenvolver-se de
acordo com as condições do meio em que se encontra.
Crescimento Orgânico - Refere-se ao aspecto físico.
Maturação Neurológica - é o que torna possível determinado padrão de
comportamento.
Meio - Conjunto de influências e estimulação ambientais que altera os
padrões de comportamento do indivíduo.
ASPECTOS DO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Aspecto-físico-motor - Refere-se ao crescimento orgânico, à maturação
neurofisiológica, ex: A criança que leva a chupeta à boca.
Aspecto intelectual - É a capacidade de pensamento, raciocínio, ex: A criança
de 2 anos que usa um cabo de vassoura para puxar um brinquedo que está
embaixo de um móvel.
Aspecto afetivo-emocional - É o modo particular de o indivíduo integrar as
suas experiências. A sexualidade faz parte desse aspecto, ex: A vergonha que
sentimos em algumas situações.
Aspecto Social - É a maneira como o indivíduo reage diante das situações que
envolvem outras pessoas, ex: Quando em um grupo há uma criança que
permanece sozinha.
TEORIA DE FREUD
Sigmund Freud (1856-1939) foi um
médico neurologista e importante
psicanalista austríaco. Foi considerado
o pai da psicanálise, que influiu
consideravelmente sobre a Psicologia
Social contemporânea. Trabalhou com
autoanálise, tratou de pessoas normais
e psicologicamente perturbadas.
TEORIA DE FREUD
SIGMUND FREUD ( a psicologia ganha aspecto de ciência)
desenvolveu a Psicanálise, uma teoria psicológica que se ocupa dos
processos mentais inconscientes. Suas descobertas sobre a
sexualidade infantil provocaram grande espanto na comunidade
conservadora do final do século XIX, visto que a criança era vista
como um símbolo de pureza, um ser assexuado.
Não é possível encontrar um exemplo “puro”, porque todos esses
aspectos relacionam-se permanentemente.
Mãe-filho-pai=amor
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LIBIDO
SEGUNDO FREUD

A Libido encontra, segundo Freud, diferentes formas


de se manifestar, e essas formas se caracterizam pela
zona erógena, determinada pelos pontos do corpo
que ervem de objeto de consumação do prazer
sexual: Fase oral, fase anal, fase fálica ou fase genital
COMPONENTES DA PERSONALIDADE
A personalidade é moldada pelas experiência das crianças em seus
primeiros anos de vida, época quem passa por uma sequência de
fases psicossociais.
FREUD (1974) - Acreditava que a medida que se processa o
desenvolvimento psicológico do indivíduo, a energia sexual (libido)
transfere-se para regiões diferentes do corpo.
A partir dessa convicção determinou três zonas hêrogenas,
extremamente sensível à estimulação prazerosa, como ponto de
partida para sua teoria de desenvolvimento da personalidade:
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LIBIDO
SEGUNDO FREUD

FASE ORAL -As relações objetais- Três ensaios sobre a


Teoria da Sexualidade- zona erógena- lábios, boca e
garganta.
A boca - Intuição - ( fixação da fase oral: mamar no seio,
choro, comer). Diz respeito ao primeiro ano de vida.
A sucção- a princípio se satisfaz por “apoio” numa função
vital, adquirindo autonomia e se satisfaz de forma auto-
erótica. O bebê que suga, come ou morde.
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LIBIDO SEGUNDO
FREUD

FASE ANAL - Segunda fase da evolução libidinal.


É caracterizado por uma organização da libido sob o primado da
zona erógena anal.
A relação de objeto está impregnada de significações ligadas à
função de defecação( expulsão –retenção) e ao valor simbólico
das fezes. Prazer na evacuação, inicialmente é sentido ao expelir
ou retê- las, necessidade fisiológica. Vai do segundo ao terceiro
ano de vida
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LIBIDO SEGUNDO FREUD

FASE GENITAL - Fase do desenvolvimento psicossexual caracterizada


pela organização das pulsões parciais sob o primado das zonas genitais.
Seria a organização genital propriamente dita,que se constitui na
puberdade e continua na idade adulta (desenvolvimento da sexualidade).
A criança descobre que os órgãos genitais proporcionam prazer,
chegando muitas delas a se masturbar.
Vemos que a evolução das idéias de Freud sobre o desenvolvimento
psicossexual o levou a aproximar cada vez mais a sexualidade infantil da
sexualidade adulta.
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LIBIDO SEGUNDO
FREUD

OU FASE FÁLICA - A fase fálica tem um papel essencial em relação ao


Complexo de Édipo,o declínio do édipo o menino é condicionado pela ameaça de
castração-complexo de castração.
Este deve sua eficácia ao interesse narcísico do menino pelo seu próprio pênis e à
descoberta da diferença sexual em relação à menina. A fantasia principal: a
menina foi castrada, perdeu o pênis e eu posso perder o meu também.
Criança descobre as genitais e se percebe diferente, Complexo de Édipo e Complexo
de Electra. Entre três a cinco anos.
Quando completamente estruturada aparece o libido( autoconhecimento)
afetividade, egocentrismo( pai e mãe) não quer dividir o amor da mãe.
AS FASES DO DESENVOLVIMENTO DA LIBIDO SEGUNDO FREUD

Nesta fase é comum o menino apaixonar-se pela mãe (segundo


Freud) e percebe o pai como rival. Mais tarde o menino se identifica-
se com o pai porque é uma forma mais fácil de chegar a mãe, pois a
mãe gosta do pai. Com a menina ocorre o mesmo, só que é com o pai,
porém, de forma mais amena. Apesar de poder apresentar uma
variação infinita no seu mundo interno, cada indivíduo tem uma
tendência de ser de algum modo, isto é, a estrutura do seu mundo
interno e as suas tendências configuram a sua individualidade na sua
forma. A isto chamamos de Personalidade.
PERSONALIDADE
Personalidade significa caráter a qualidade do que
é pessoa, segundo Corve (2002), personalidade é
aquilo que caracteriza a pessoa. É, para o
indivíduo, o que semelhante é para o corpo.
É sua marca pessoal, o que identifica. A partir das
explicações podemos descrever assim os elos
escondidos que ligam um evento ao outro.
NÍVEL DE CONSCIÊNCIA
Para Freud um conteúdo mental pode estar em um dos três níveis de
consciência: consciente, pré-consciente e inconsciente.
CONSCIENTE – inclui tudo aquilo que estamos conscientes em um
determinado tempo.
PRÉ-CONSCIENTE (ou subconsciente) – Faz parte do inconsciente, podendo
se tornar consciente ou não. Se constitui nas memórias que podem se tornar
acessíveis a qualquer momento para o perfeito funcionamento da mente.
INCONSCIENTE– são elementos instintivos e material reprimido,
inacessíveis á consciência e que podem vir à tona num sonho, num ato falho.
O tempo não altera tudo o que está guardado no inconsciente.
TEMPERAMENTO, CARÁTER E PERSONALIDADE
Temperamento, personalidade e caráter, são palavras utilizadas com freqüência desde
a antiguidade. Porém, seus significados quase sempre são confusos e/ou utilizados de
forma errônea.
TEMPERAMENTO
Há cerca de 2500 anos, Hipócrates, considerado o pai da Medicina, classificou o
temperamento da espécie humana em quatro tipos básicos:
- Sangüíneo, típico de pessoas de humor variado;
- Melancólico, característico de pessoas tristes e sonhadoras;
- Colérico, peculiar de pessoas cujo humor se caracteriza por um desejo forte e
sentimentos impulsivos, com predominância da bile;
- Fleumático, encontrado em pessoas lentas e apáticas, de sangue frio.
TEMPERAMENTO, CARÁTER E PERSONALIDADE
A palavra temperamento tem sua origem do latim. Representa a peculiaridade e intensidade
individual dos afetos psíquicos e da estrutura dominante de humor e motivação.
O temperamento pode ser transmitido de pais para filhos, porém, não é aprendido, nem
pode ser educado; apenas pode ser abrandado em sua maneira de ser, o que é feito pelo
caráter.
CARÁTER
De acordo com Reich (1995), o caráter é o conjunto de reações e hábitos de comportamento
que vão sendo adquiridos ao longo da vida e que especificam o modo individual de cada
pessoa. Portanto, o caráter é composto das atitudes habituais de uma pessoa e de seu padrão
consistente de respostas para várias situações. Incluem aqui as atitudes e valores
conscientes, o estilo de comportamento (timidez, agressividade e assim por diante) e as
atitudes físicas (postura, hábitos de manutenção e movimentação do corpo). É a forma com
que a pessoa se mostra ao mundo, com seu temperamento e sua personalidade.
É por meio do caráter que a personalidade do indivíduo se manifesta. Portanto, conhecer o
caráter de uma pessoa significa conhecer os traços essenciais que determinam o conjunto de
seus atos.
TEMPERAMENTO, CARÁTER E PERSONALIDADE
PERSONALIDADE
A personalidade é formada durante as etapas do desenvolvimento psico-afetivo pelas quais passa a
criança desde a gestação. Para a sua formação incluem tanto os elementos geneticamente herdados
(temperamento) como também o adquirido do meio ambiente no qual a criança está inserido.

São várias as teorias que versam sobre personalidade tanto quanto as controvérsias, temas de
discussões presentes em toda história da filosofia, psicologia, sociologia, antropologia e medicina
geral.

Uma das escolas de grande destaque no estudo da personalidade foi à psicanálise de S. Freud, que
sustenta que os processos do inconsciente dirigem grande parte do comportamento das pessoas.

Compreender os aspectos e a dinâmica da personalidade humana também não é tarefa simples, visto
à complexidade e variedade de elementos que a circunda, gerados por diversos fatores biológicos,
psicológicos e sociais
TEMPERAMENTO, CARÁTER E PERSONALIDADE
Então, podemos dizer que a personalidade é formada por dois fatores básicos:
- Hereditários: são os fatores que estão determinados desde a concepção do bebê. É
a estatura, cor dos olhos, da pele, temperamento, reflexos musculares e vários
outros. É aquilo que o bebê recebe de herança genética de seus pais.
- Ambientais: São aqueles que também exercem uma grande influência porque
dizem respeito à cultura, hábitos familiares, grupos sociais, escola,
responsabilidade, moral e ética, etc. São experiências vividas pela criança que irão
lhe dar suporte e contribuir para a formação de sua personalidade.
Mesmo que alguns traços possam ser parecidos com os de outra pessoa, a
personalidade é única. Ela se apóia em uma estrutura biopsicossocial, é dinâmica,
adaptável e mutável.
TEORIA PSICANALÍTICA

APARELHO PSÍQUICO
O aparelho psíquico foi estudado por Freud, utilizando o
comportamento normal e anormal de seus pacientes. Segundo
Freud, a personalidade é composta por três grandes sistemas: o
ID, o EGO e o SUPEREGO. Correlacionados com a energia
psíquica que é a força motriz para a operação da personalidade,
e, conseqüentemente, para a sua manifestação pelos
comportamentos.
TEORIA PSICANALÍTICA
TEORIA PSICANALÍTICA

ID – É de origem orgânica e hereditária. Apresenta a forma de instintos


inconscientes que impulsionam o organismo. Há duas formas de instintos: o da
vida, tais como fome, sede, sexo, etc.; e os da morte, que representam a forma de
agressão. O id não tolera tensão e utiliza o prazer para descarregá-la.

OU

O ID é a parte mais primitiva da personalidade, corresponde mais ou menos à


noção de inconsciente. O ID busca a satisfação imediata dos impulsos, agindo de
acordo com o princípio do prazer. É constituído por forças e impulsos, inclusive
os sexuais.
TEORIA PSICANALÍTICA
EGO – O ego opera pelo princípio da realidade, isto é pelo que a
nossa realidade considera correta. Para satisfazer o id, o ego pensa,
percebe, planeja, decidi.
OU
O EGO é a sede da consciência, considerado o “executivo da
personalidade”, na medida em que dirige a ação do sujeito,
conciliando as exigências do Id, com o mundo externo e as ordens do
superego. É regido pelo princípio da realidade.
TEORIA PSICANALÍTICA
SUPEREGO – É o representante das normas e valores sociais que foram transmitidas
pelos pais através de castigos e recompensas impostos á criança. As principais funções do
superego são: inibir os impulsos do id (principalmente os de natureza agressiva e sexual)
e lutar pela perfeição. b. o componente psicológico e o superego o componente social.

OU

O SUPEREGO , por sua vez, têm um desenvolvimento iniciado desde a primeira infância
através do convívio e submissão do sujeito a regras e limites, funciona como a referência
moral e ideal da personalidade para o sujeito, constituída pelos valores ideais e
tradicionais da sociedade, e, diga-se de passagem, do modo como foram interpretados e
internalizados pela criança, a partir do ditame de seus pais, numa relação de
condicionamento em que reforços e castigos foram empregados (na chamada educação
doméstica). Ele se coloca como um sensor cuja atuação depende do autocontrole do
indivíduo.
CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA
1- De zero a 3 meses, a criança responde favoravelmente a qualquer tipo de
estímulos do ambiente. Dos 3 aos 7 meses, manifesta a necessidade de
estímulos do ambiente e sociais, porém não discrimina esses estímulos,
respondendo bem a qualquer pessoa.
2- Até a fase de 5 a 6 meses, os objetos existem para a criança somente
quando estão presentes, quando retirados, a criança não consegue formar
sua imagem mental. (Piajet) a partir dessas informações nessa idade, a
criança não é capaz de formar uma imagem a mãe, nem de estabelecer com
ela uma relação permanente.
Aceitando assim qualquer pessoa que se aproxima dela.
CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA
3- Importante, durante a amamentação, seja através do seio ou da
mamadeira, a mãe deve conversar com a criança.
-Após os 7 meses, existe uma necessidade de estimulação constante por uma
ou mais pessoas escolhidas em seu ambiente. A criança já escolheu as
pessoas, reconhece os pais, estranhos ou outros, ( Shaffer).
-Nessa faixa, algumas crianças parecem gostar de receber mimos, beijos,
carinhos, enquanto outras reagem negativamente a isso.
Assim - Depois de 7 meses, a criança necessita de mais estímulos social e
ainda, da presença das mesmas pessoas, sentindo- se abandonada quando
elas se afastam por mais tempo. A partir dessa idade, é normal a criança
demorar a adaptar-se a novos ambientes, (hospital por ex.).
CARACTERÍSTICAS DA CRIANÇA
4- Com 2 anos, a recordação é plenamente possível, mas
mantém-se por um período muito curto de tempo. A
criança vive o presente, lembra-se pouco do passado. Essa
característica pode perdurar até 3 anos, nessa idade a
criança não consegue associar bem as coisas. Por exemplo
( se ela puser a mão no fogo, se queimar, poderá fazê-lo de
novo, pois não faz associações precisas entre causas e
efeitos).
CARACTERÍSTICA DA ADOLESCÊNCIA
- O aparecimento dos caracteres sexuais
secundários.
- O redespertar dos impulsos sexuais e da
necessidade de convivência com o sexo oposto,
como importante símbolo de status social. O
adolescente torna-se capaz de pensar de um
modo muito abstrato e sua capacidade de
aprendizado atinge o ponto mais alto.
CARACTERÍSTICA DA ADOLESCÊNCIA
- A revolta contra a autoridade dos pais e das demais pessoas,
como uma forma de manifestação da própria identidade. A
adolescência é um período de transição entre a infância e a
maturidade( adulta), mascarada por inúmeras modificações e
por uma intensa busca de adaptação social.
- As incertezas e os problemas vividos pelo adolescente decorre
de vários fatores, tais como: relacionamentos familiares,
sociais e do meio cultural em que vive.
- No entanto, à sociedade em que a passagem do indivíduo do
estágio correspondente à adolescência para o mundo adulto se
faz naturalmente, sem que ocorram os distúrbios do ‘ período
de transição’.
O PACIENTE ADOLESCÊNCIA
- A reação do paciente adolescente é variada, dependendo do tipo de doença, da
personalidade e da maturidade do paciente.
- Como o adolescente já tem consciência do próprio corpo, um dos problemas que
costuma surgir é a reação à transformações físicas que se verificam durante a
puberdade. Daí poder achar a falta de privacidade acorrentada pela
hospitalização mais incômoda que para pessoas em outras fases da vida.
- O adolescente não é adulto, mas também não quer ser tratado como
criança.Portanto, fica inibido quando seus companheiros são adultos, em sua
maioria.
- O adolescente sente enorme necessidade de desprender energia. A imobilidade
barra essas válvulas de escape de energia e pode desviar o jovem para dentro de
si, provocando ansiedade e tensão.
- O adolescente é um cooperador, encara a doença como fato passageiro e tem
muita vantagem de melhorar logo.
IDADE ADULTA

A adultícia está mais relacionada com a maturidade do que


com a idade. Alguns problemas comuns do adulto são:

● Sobrecarga de tensão, associada ao trabalho.


● Tensão na adaptação com a vida conjugal( sexual, etc).
● Problemas com filhos.
● Novas adaptações no período da meia-idade, caracterizada
principalmente pela depressão.
PACIENTE ADULTO
O doente adulto tem medo do desconhecido,
principalmente por ignorar sua patologia e as medidas
que são tomadas em seu tratamento. Toda doença
causa um verdadeiro impacto psicológico nas pessoas,
tanto pela preocupação que acarreta, como pelo medo
do desconhecido e da morte.
PACIENTE ADULTO

O adulto é independente por natureza e um problema que


provavelmente encontrará é a necessidade de depender dos
outros, como paciente que é. Essa circunstância pode provocar
manifestações como regressão, a agressividade, a tristeza, o
egocentrismo, a angústia, enfim, uma verdadeira frustração em
face da mudança radical que há em sua vida, reagir diante do
sofrimento, por menor que ela seja é um fato muito natural.
PACIENTE ADULTO
Cada paciente, de acordo com sua condição pessoal e concreta e com a sua
doença apresenta reações diferentes.
O paciente precisa se sentir compreendido, especialmente no plano afetivo
emocional.
Quanto mais os medos e as incertezas forem aliviados por palavras
tranquilizantes e explicações, menos grave será a alteração do
comportamento do doente. Nada pode impressionar mais negativamente e
destruir sua confiança na enfermagem do que o funcionário que afirma:
“não vai doer nada”, sendo que, de fato, a intenção provocará desconforto
ou dor.
PACIENTE ADULTO
Lembre-se: A enfermagem assiste ao ser humano e não a
doença.
Cada paciente, pelo fato de ser doente não deixa de ser
uma pessoa distinta; por isso, a enfermagem deve adaptar
suas atitudes a personalidade de cada um. Para isto,
obviamente, um senso de observação muito grande e uma
sensibilidade capaz de captar os detalhes que possibilitam
o conhecimento de certas ações e comportamentos dos
pacientes sob seus cuidados.
CARACTERÍSTICA DO IDOSO
● Redução da capacidade de integrar novos princípios, de
orientação, consequente dependência progressiva dos
princípios e idéias do passado.
● Tendência a ser mais rígido na maneira de pensar e
dificuldade de aceitar novas idéias, conceitos apresentados
pelas pessoas com quem convive.
● Lentidão na apreensão de idéias e mais insegurança na
evacuação dos acontecimentos recentes; vive mais o passado.
CARACTERÍSTICA DO IDOSO

● Afrouxamento dos laços familiares, o que pode


tomar mais difícil o acesso da pessoa idosa aos
contatos familiares e aumentar ainda mais seus
sentimentos de melancolia e solidão.
● Fortalecimento da fé religiosa, o que favorece a
aceitação do envelhecimento e da morte.
O PACIENTE IDOSO
É uma pessoa vulnerável, por isso requer assistência de
enfermagem adequada.
A enfermagem deverá possibilitar ao idoso uma vida ordenada
e segura, demonstrando-lhe respeito, compreensão e afeto.
Além deve ajudá-lo a superar seus sentimentos de inutilidade e
as dificuldades inerentes a sua situação pessoal e patológica.
É importante reconhecer que a velhice não é uma doença, mas
fase normal da vida humana.
TRAUMAS E
COMPLEXOS
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
É o tipo de dano emocional que ocorre como resultado de um ou
algum acontecimento. Pressupõe uma experiência de dor e
sofrimento emocional ou físico. Como experiência dolorosa que é,
o trauma acarreta uma exacerbação do medo, o que pode conduzir
ao estresse, envolvendo mudanças físicas no cérebro e afetando o
comportamento e o pensamento da pessoa, que fará de tudo para
evitar reviver o evento que lhe traumatizou. Igualmente, pode
acarretar depressão, comportamentos obsessivos compulsivos e
outras fobias ou transtornos, como o de pânico.
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
O trauma pode ser causado por vários tipos de eventos, mas há
alguns aspectos em comum. Geralmente envolve sentimento de
completo desamparo diante de uma ameaça real ou subjetiva à
própria vida ou à vida de pessoas amadas, como à integridade do
corpo. Um trauma pode, frequentemente, violar as idéias do
indivíduo a respeito do mundo, colocando o indivíduo num estado de
extrema confusão e insegurança. O trauma também pode acontecer
em decorrência de traição de alguma pessoa ou instituição de
maneira imprevista, ou ainda, alguma desilusão ou privação sofrida
em algum(s) momento(s) da vida, que possa ter ocasionado
transtornos no indivíduo.
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
Um evento traumático que envolve uma
experiência ou uma série de experiências
diferentes afetam a maneira de o indivíduo
responder com as idéias ou reações
preestabelecidas, podendo às vezes durar
semanas ou perdurar, transferindo de pais para
filhos, durante séculos.
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
O trauma psicológico pode vir acompanhado de trauma físico
ou existir de maneira independente. Tipos de causas de traumas
psicológicos são: perdas de entes queridos, abuso sexual,
violência ou ameaças, desafeto/desilusão, especialmente se
ocorrem na infância ou adolescência. Eventos catastróficos
como terremoto ou erupções vulcânicas, guerra ou outras
formas de violência em massa também podem causar traumas
psicológicos, assim como exposição à miséria durante um longo
tempo ou mesmo abuso verbal.
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
Entretanto, pessoas diferentes reagem de
maneiras diferentes em eventos similares. Uma
pessoa pode sentir como traumático um evento
que outra pessoa pode não sentir, e nem todas as
pessoas que passam por experiências traumáticas
podem se tornar psicologicamente traumatizadas.
TRAUMAS PSICOLÓGICOS

Um trauma pode nascer quando uma perturbação a nível cognitivo


desequilibra um estado emocional frágil. O complexo é a focalização
dolorosa e obcecante, constante ou muito frequente, num conjunto
de pensamentos sobre uma característica ou uma dimensão da
personalidade, julgada como insuficiente ou inadequada, e que vai
perturbar o nosso bem-estar mental e nosso comportamento social.
Duvidar de si mesmo ocasionalmente e não estar totalmente
satisfeito com todas as suas características é normal, mas o complexo
ultrapassa bastante o estado de insatisfação ocasional.
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
Os complexos são muito frequentes e variados.
Uma sondagem levada a cabo pela revista
Psychologies mostrou que as coisas que mais
duvidamos em nós são: nossa cultura (70%), da
capacidade de nos exprimirmos corretamente
(69%), das nossas capacidades intelectuais (67%) e
dos aspectos físicos (54%).
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
A “ arte de complexar” pode surgir mesmo quando
não estamos perante o olhar ou o julgamento de
outrem. Por exemplo, quando nos pomos a
contemplar as qualidades de outra pessoa e nos
comparamos desfavoravelmente com ela: “ ele
cozinha muito bem, muito melhor que eu, nunca
vou cozinhar como ele, nem me atrevo a aproximar-
me do fogão se ele estiver a cozinhar”.
TRAUMAS PSICOLÓGICOS
Simplesmente há pessoas que desempenham melhor algumas
tarefas do que outras, e a maioria das vezes isso acontece pela
experiência adquirida e pelo esforço dedicado à tarefa. Não lhe
parece que Gordon Ramsay se tornou um chefe tão famoso por
ter feito uns ovos mexidos um par de vezes pois não?
Além disso, e pegando no exemplo do Chef Ramsay, pode não
ser tão genial na cozinha como ele mas muito possivelmente
será melhor que ele em outros domínios.
Os complexos são agravados e perpetuados por
atitudes como:
● Obedecer ao complexo, ou seja, renunciar a colocando aos
olhares ou aos julgamentos, fugindo às ocasiões onde terá que
revelar o seu suposto defeito (não falar para que os outros não
notem a sua falta de cultura, não usar biquíni,...
● Não se expor a menos que o complexo esteja “compensado”
ou sob controle ( não tomar a palavra a não ser perante pessoas
conhecidas, não sair de casa sem maquiagem,...
● Sacrificar sua liberdade ou a sua dignidade para ser aceito.
Não existe “uma” solução que combata infalivelmente
os complexos, mas um conjunto de esforços,
conjugados, irão pouco a pouco minimizá-los

●Compreender de onde vem o complexo: ambiente


educativo desvalorizante? Certos acontecimentos da vida?
Já teve a experiência de ser rejeitado(a) porque mostrou
esse defeito? E, nesse caso, essa experiência ainda faz
sentido depois de tantos anos? Faz sentido relativamente
às pessoas com quem se relaciona atualmente?
● Observar os outros, ver como “defeitos” semelhantes aos seus
não impedem as outras pessoas de viver livremente.
● Falar com os outros. Os complexos alimentam-se de vergonha e
do isolamento, ao falar com pessoas próximas sobre eles,
enfraquecemos.
● Escutar mais atentamente a opinião dos outros quando eles
dizem que não tem razão para duvidar de si, fazer o esforço de se
lembrar frequentemente das opiniões positivas exteriores e
benéficas.
●Lutar contra a “paranóia do complexo”. Quando os outros olham
para si não significa que estão a observar os seus pontos fracos!
● Confrontar-se. Ao colocar-se progressivamente em situações
embaraçosas, sem se agredir, consegue pouco a pouco, por
mecanismos de atenuação progressiva de resposta emocional,
contestar mais facilmente os pensamentos ligados ao complexo.
● Ampliar a visão sobre si, ver-se como uma pessoa global e não
se reduzir às fragilidades, aos seus limites, aos seus defeitos. Não
se concentrar nas suas falhas. Aquela parte que não gosta em si
não é mais do que uma parte.
Para lutar contra os complexos teremos que, por um lado,
aceitar essa parte de nós, supostamente inadequada e por outro
lado, ampliar a nossa visão sobre nós mesmos.
COMPLEXO DE ÉDIPO
O complexo de Édipo é o primeiro momento
conflituoso vivido pelos homens durante o
período da primeira infância e está
diretamente atrelado às relações familiares
que estabelecemos desde pequenos.
COMPLEXO DE ÉDIPO
Segundo Sigmund Freud, o Complexo de Édipo verifica-se quando a
criança atinge o período sexual fálico na segunda infância e dá-se então
conta da diferença de sexos, tendendo a fixar a sua atenção libidinosa
nas pessoas do sexo oposto no ambiente familiar. O conceito foi
descrito por Freud e recebeu a designação de complexo por Carl Jung,
que desenvolveu semelhantemente o conceito de complexo de
Electra.
Freud baseou-se na tragédia de Sófocles ( 496-406 a.C), Édipo Rei,
para formular o conceito do Complexo de Édipo, a preferência velada
do filho pela mãe, acompanhada de uma aversão clara pelo pai.
COMPLEXO DE ÉDIPO
Na peça ( e na mitologia grega), édipo matou o seu pai Laio e
desposou a própria mãe, Jocasta. Após descobrir que Jocasta era
sua mãe, Édipo fura os próprios olhos e Jocasta comete suicídio.
Sófocles utilizou este mito para suscitar uma reflexão sobre a
questão da culpa e da responsabilidade perante as normas,
éticas e tabus estabelecidos na sua sociedade ( comportamento
que, dentro dos costumes de uma comunidade, é considerado
nocivo e lesivo à normalidade, sendo por isso visto como
perigoso e proibido aos seus membros).
COMPLEXO DE ÉDIPO
O complexo de Édipo é uma referência à ameaça de
castração ocasionada pela destruição da organização genital
fálica da criança, radicada na psicodinâmica libidinal, que
tem como plano de fundo as experiências libidinais que se
iniciam na retirada do seio materno. Importante notar que o
libido é uma energia sexual, mas não se constitui apenas na
prática sexual, mas também nos investimentos que o
indivíduo faz para obtenção do prazer.
PARA A PSICANÁLISE
O complexo de Édipo é um conceito
fundamental para a psicanálise, entendido
por esta como sendo universal e, portanto,
característico de todos os seres humanos. O
complexo de Édipo caracteriza-se por
sentimentos contraditórios de amor e
hostilidade.
PARA A PSICANÁLISE
Metaforicamente, este conceito é visto como amor à mãe e ódio
ao pai ( não que o pai seja exclusivo, pode ser qualquer outra
pessoa que desvie a atenção que ela tem para com o filho), mas
essa idéia permanece, apenas, porque o mundo infantil se
resume a estas figuras parentais ou aos representantes delas.
Uma vez que o ser humano não pode ser concebido sem um pai
ou uma mãe (ainda que nunca venha a conhecer uma destas
partes ou as duas), a relação que existe nesta tríade é, segundo
a psicanálise, a essência do conflito do ser humano.
PARA A PSICANÁLISE
A idéia central do conceito do Complexo de Édipo inicia-se na ilusão que
o bebê tem de possuir proteção e amor total, reforçado pelos cuidados
intensivos que o recém nascido recebe pela sua condição frágil. Esta
proteção está relacionada, de maneira mais significativa, com a figura
materna. Em torno dos 3 anos, a criança passa a entrar em contato com
algumas situações em que sofre interdições, facilmente exemplificadas
pelas proibições que começam a acontecer nesta idade. A criança já não
pode fazer certas coisas, não pode mais passar a noite inteira na cama
dos pais, andar despida pela casa ou na praia, é incentivada a sentar-se
de forma correta e controlar os esfíncteres, além de outras exigências.
PARA A PSICANÁLISE
Neste momento, a criança começa a perceber que não é o centro do
mundo e precisa renunciar ao mundo organizado em que se encontra e
também à sua ilusão de proteção e de amor materno exclusivo.
O complexo de Édipo é muito importante porque caracteriza a
diferenciação do sujeito em relação aos pais. A criança começa a
perceber que os pais pertencem a uma realidade cultural e que não
podem dedicar-se apenas a ela porque possuem outros compromissos. A
figura do pai representa a inserção da criança na cultura, é a ordem
cultural. A criança também começa a perceber que a mãe pertence o pai
e por isso dirige sentimentos hostis em relação a este.
PARA A PSICANÁLISE
Estes sentimentos são contraditórios porque a criança também ama esta figura que
hostiliza. A diferenciação do sujeito é permeada pela identificação da criança com
um dos pais. Na identificação positiva, o menino identifica-se com o pai e a menina
com a mãe. O menino tem desejo de ser forte como o pai e ao mesmo tempo tem
“ódio” por ciúme. A menina é hostil a mãe porque ela possui o pai e ao mesmo
tempo quer parecer-se com ela para competir e tem medo de perder o amor da mãe,
que foi sempre tão acolhedora. Na identificação negativa, o medo de perder aquele a
quem hostilizamos ou de não ser amado faz com que a identificação aconteça com a
figura do sexo oposto e isto pode gerar comportamentos homossexuais.
Com a resolução do Complexo de Édipo, o reinado dos impulsos e dos instintos
eleva-se para um plano mais racional e coerente.
COMPLEXO DE ELECTRA
COMPLEXO DE ELECTRA
O Complexo de Electra define-se como sendo uma atitude emocional que,
segundo algumas doutrinas psicanalíticas, todas as meninas tem para com sua mãe;
Trata- se de uma atitude que implica uma identificação tão completa com a mãe que
a filha deseja, inconscientemente, eliminá-la e possuir o pai.

Sigmund Freud referia-se a ele como Complexo de Édipo feminino, tendo Carl
Gustav Jung dado o nome “Complexo de Electra”, baseando-se no mito grego de
Electra, filha de Agamemnon, a qual quis que o irmão se vingasse da morte do pai de
ambos mantando, por fim, sua mãe Clytemnestra. Freud rejeitava o uso de tal termo
por este enfatizar a analogia da atitude entre os dois sexos.
O complexo de Electra é, muitas vezes, incluído no Complexo de Édipo, já que os
princípios que se aplicam a ambos são muitos semelhantes
COMPLEXO DE ELECTRA
Foi proposto por Carl Gustav Jung para adaptar o tão conhecido
Complexo de Édipo ao caso das mulheres. Enquanto o Complexo de
Édipo faz referência ao amor, talvez obsessão, que os filhos têm por
suas mães.
O Complexo de Electra indica esse mesmo amor, mas das filhas por
seus pais.
Quando Jung se concentrou no Complexo de Édipo para descobrir sua
variante FILHA-PAI, teve que se transportar à mitologia grega para
procurar respostas e dar um nome que fosse fiel a sua definição.
Fazendo isso, descobriu a história de Electra.
É verdade que, embora possa parecer patológico, a
maioria das crianças costuma manifestar apego aos seus
progenitores.
Isso não significa que seja algo negativo, porém é preciso
saber lidar com isso de forma que, a medida em que
crescem, as crianças possam ganhar independência de
seus pais.
Carl Jung
(1875-1961)

● Psiquiatra Suíço.
● Foi do Movimento Psicanalítico.
● Rompe com Freud.
● Achava que a descrição freudiana da
personalidade era exageradamente sexual.
COMPLEXO DE INFERIORIDADE
COMPLEXO DE INFERIORIDADE
Um complexo de inferioridade, nos campos da psicologia e da
psicanálise, é um sentimento de que se é inferior a outra pessoa, de
alguma forma. Tal sentimento pode emergir de uma inferioridade
imaginada por parte da pessoa afligida. É frequentemente inconsciente,
e pensa-se que leva os indivíduos atingidos à supercompensação, o que
resulta em realizações espetaculares, comportamento anti-social, ou
ambos. Diferentemente de um sentimento normal de inferioridade, que
pode atuar como um incentivo para o progresso pessoal, um complexo
de inferioridade é um estágio avançado de desalento, frequentemente
resultando numa fuga das dificuldades.
COMPLEXO DE INFERIORIDADE
A psicologia adleriana clássica faz uma distinção entre os
sentimentos de inferioridade primário e secundário. Diz-se que um
sentimento de inferioridade primário está enraizado na experiência
original de fraqueza, desamparo e dependência experimentadas por
uma criança pequena. Ela pode ser intensificada por comparações
com outros irmãos e adultos. Um sentimento de inferioridade
secundário relaciona-se às experiências de um adulto em atingir
um objetivo final inconsciente, fictício, de segurança e sucesso
subjetivos para compensar-se por sentimentos de inferioridade.
COMPLEXO DE INFERIORIDADE

A distância percebida daquele objetivo levará a um


sentimento “negativo” que pode ou não instigar o sentimento
de inferioridade original; este composto de sentimentos de
inferioridade pode ser experimentado como
acabrunhante( falta de ânimo, perda da alegria). O objetivo
inventado para remediar o sentimento de inferioridade
primário original, que realmente provoca o sentimento de
inferioridade secundário.
COMPLEXO DE INFERIORIDADE

CAUSAS:
1.Por nascimento - Todo ser humano nasce com sentimento de
inferioridade porque quando de seu nascimento, é dependente do
que para ele são super-humanos ao seu redor;
2. Atitude dos pais - 1ºcomentários negativos e avaliações de
comportamento que enfatizem erros e lapsos determinam a atitudes de
crianças até os seis anos de idade; 2º comparação que os pais fazem dos
seus filhos com outras pessoas, geralmente, enfatizando que seus filhos
são errados, enquanto que os outros são certos e determina coisas;
COMPLEXO DE INFERIORIDADE
3. Defeitos físicos - tais como ser manco, características faciais
desproporcionais, defeitos de fala e visão defeituosa causam
reações emocionais e se conectam a experiências desagradáveis
anteriores;
4. Limitações mentais - provoca sentimentos de inferioridade quando
comparações desfavoráveis são feitas com as realizações superiores de outra
pessoa, e quando performance satisfatória é esperada, mesmo quando as
instruções não possam ser compreendidas;
5. Preconceitos e desvantagens sociais - família, raça alegada, sexo,
orientação sexual, status econômico e religião.
COMPLEXO DE SUPERIORIDADE
COMPLEXO DE SUPERIORIDADE
Complexo de Superioridade refere-se a um mecanismo
subconsciente de compensação neurótica desenvolvido por um
indivíduo como resultado de sentimentos de inferioridade. Os
sentimentos de inferioridade deste complexo específico são
frequentemente despertados por rejeição social, possivelmente
como resultado da desatenção do indivíduo para com a higiene
pessoal, má aparência ou baixa inteligência quando
comparadas a de outra pessoa. A expressão foi criada por
Alfred Adler, como parte de sua escola de psicologia individual.
Alfred Adler
1870-1937)
(

● Psiquiatra austríaco.
● Rompeu com o Movimento
● Psicanalítico, pelas mesmas
razões que Jung.
● Criador da Psicologia
Individual.
COMPLEXO DE SUPERIORIDADE

Aqueles que manifestam o complexo de superioridade


geralmente projetam seus sentimentos de inferioridade nos
outros que percebem como seus inferiores, possivelmente pelas
mesmas razões pelas quais podem ter sido colocados em
ostracismo(julgamento), isto é, encarando os outros como
“feios” ou “estúpidos”, e inferiores. Acusações de arrogância e
insolência são frequentemente feitas por outras pessoas
quando se referem ao indivíduo que manifesta o complexo de
superioridade.
COMPLEXO DE SUPERIORIDADE

Comportamentos relacionados a este mecanismo podem incluir


uma opinião exageradamente positiva do valor e capacidades
próprias, expectativas exageradamente altas em objetivos e
realizações pessoais e para outra pessoa, vaidade, vestuário
extravagante (com o intuito de atrair atenções), orgulho,
sentimentalismo e exaltação afetada, convencimento, tendência
para desacreditar opiniões alheias, esforços direcionados à
dominação daqueles considerado mais fracos ou menos
importantes, credulidade e outros.
COMPLEXO DE SUPERIORIDADE
Afastamento social, divagações e isolamento podem também
estar associada ao complexo de superioridade, como forma de
fugir ao medo ou falha relacionados aos sentimentos de
inadequação face ao mundo real.
Os complexos de superioridade e inferioridade são
frequentemente encontrados juntos como expressões diferentes
da mesmo patologia, e podem coexistir num mesmo indivíduo.
Este complexo também pode ser causado pelo transtorno de
estresse pós-traumático.
MECANISMO DE DEFESA
Mecanismo de defesa é uma denominação dada por Freud para
as manifestações do Ego diante das exigências das outras
instâncias psíquicas (Id e Superego), mas na psicanálise
freudiana não é a única teoria a se utilizar desse conceito. Outras
vertentes da psicologia também se utilizam dessa denominação.
Todos os mecanismos de defesa podem ser encontrados em
pessoas saudáveis, e sua presença excessiva é, via de regra,
indicação de possíveis problemas neuróticos.
MECANISMO DE DEFESA
Os mecanismos de defesa são determinados pela forma como se
dá a organização do ego: quando bem organizado, tende a ter
reações mais consciente e racionais. Todavia, as diversas situações
vivenciadas podem desencadear sentimentos inconscientes,
provocando reações menos racionais e objetivas e ativando então
os diferentes mecanismos de defesa, com a finalidade de proteger
o Ego de um possível desprazer psíquico, anunciada por esses
sentimentos de ansiedade, medo, culpa, entre outros. Resumindo,
os mecanismos de defesa são ações psicológicas que buscam
reduzir as manifestações eminentemente perigosas ao Ego.
MECANISMO DE DEFESA
Todos os mecanismos de defesa exigem certo investimento de
energia e podem ser satisfatórios ou não em cessar a
ansiedade, o que permite que sejam divididos em dois grupos:
Mecanismo de defesa bem-sucedidos e aqueles ineficazes
O bem-sucedidos são aqueles que conseguem diminuir a
ansiedade e acabam por constituir um ciclo de repetições.
Nesse último grupo, encontra-se, por exemplo, as neuroses e
outras defesas patogênicas.
QUAIS OS MECANISMOS DE DEFESA?

Existem pelo menos quinze tipos de


mecanismo de defesa conhecidos e explicados
pelas teorias da psicologia. Entre eles, podemos
citar: compensação, deslocamento, expiração,
fantasia, formação reativa, identificação,
isolamento, negação, projeção e regressão.
COMO FUNCIONA CADA MECANISMO DE DEFESA?

Cada mecanismo de defesa tem uma forma


específica de funcionamento, vamos
conhecer alguns deles brevemente:
COMPENSAÇÃO

Esse mecanismo de defesa tem por característica a


tentativa do indivíduo de equilibrar suas qualidades
e deficiências, por exemplo, uma pessoa que não
tem boas notas e se consola por ser bonita.
DESLOCAMENTO
O mecanismo de deslocamento está sempre ligado a uma
troca, no sentido de que a representação muda de lugar, e é
representada por outra. Esse mecanismo também
compreende situações em que o todo é tomado pela parte.
Por exemplo: Alguém teve um problema com um advogado e
passa, então, a rejeitar todos esses profissionais, ou ainda,
num sonho, quando uma pessoa aparece, mas na verdade
está representando outra pessoa. É um mecanismo
psicológico de defesa onde a pessoa atribui sua intenção para
outra mais aceita socialmente.
EXPIRAÇÃO

É o mecanismo psíquico de cobrança. O sujeito se


vê cobrado a pagar pelos seus erros no exato
momento em que os comete, com esperança na
crença de que o erro será imediatamente ou
magicamente anulado.
FANTASIA
Nesse mecanismo de defesa, o indivíduo cria uma situação em sua
mente que é capaz de eliminar o desprazer eminente, mas que, na
realidade, é impossível de se concretizar. É uma espécie de teatro
mental onde o indivíduo protagoniza uma história diferente
daquela que vive na realidade, onde seus desejos não podem ser
satisfeitos. Nessa realidade criada, o desejo é satisfeito e a
realidade diminuída. Os exemplos de fantasia são: os sonhos
diurnos, ou fantasias conscientes, as fantasias inconscientes, que
são decorrentes de algum recalque e as chamadas fantasias
originárias.
FORMAÇÃO REATIVA
É um mecanismo caracterizado pela aderência a um pensamento
contrário àquele que foi, de alguma forma, recalcado. Na
formação reativa, o pensamento recalcado se mantém como
conteúdo inconsciente. As formações reativas têm a peculiaridade
de se tornar uma alteração na estrutura da personalidade,
colocando o indivíduo em alerta, como se o perigo estivesse
sempre presente e prestes a destruí-lo. Um exemplo, uma pessoa
com comportamento homofóbicos, que na verdade, sente-se
atraído por pessoas do mesmo sexo.
IDENTIFICAÇÃO
É o mecanismo baseado na assimilação de características de
outros, que se transformam em modelos para o indivíduo.
Esse mecanismo é a base da constituição da personalidade
humana. Como exemplo podemos citar o momento em que
as crianças assimilam características parentais, para
posteriormente poderem se diferenciar. Esse momento é
importante e tem valor cognitivo à medida que permite a
construção de uma base onde a diferenciação pode ou não
ocorrer.
ISOLAMENTO
É o mecanismo em que um pensamento ou
comportamento é isolado dos demais, de forma que fica
desconectado de outros pensamentos. É uma defesa
bastante comum em casos de neurose obsessiva. Os
exemplos desse mecanismo são diversos, como rituais,
fórmulas e outras ideias que buscam a cisão temporal
com os demais pensamentos, na tentativa de defesa
contra a pulsão de se relacionar com outro.
NEGAÇÃO
É a tentativa de não aceitar na consciência algum fato que perturba o
ego. Os adultos têm a tendência de fantasiar que certos
acontecimentos não são, de fato, do jeito que são, ou que na verdade
nunca aconteceram. A notável capacidade de lembrar-se
incorretamente de fatos é a forma de negação encontrada com maior
freqüência. Baseia em negar a dor, ou outras sensações de desprazer.
É considerado um dos mecanismos de defesa menos eficazes.
Podemos citar como exemplo o comportamento de criança de
“mentir”, negando ações que realizam e que gerariam castigos.
PROJEÇÃO
Resumidamente, podemos dizer que é o deslocamento de um
impulso interno para o exterior, ou do indivíduo para outro. Os
conteúdos projetados são sempre desconhecidos da pessoa que
projeta, justamente porque tiveram de ser expulsos, para evitar o
desprazer de tomar contato com esses conteúdos. Um exemplo é uma
mulher que se sente atraída por outra mulher, mas projeta esse
sentimento no marido, gerando a desconfiança de que será traída, ou
seja, de que a atração é sentida pelo marido. Além desse, outros
exemplos de projeção podem estar na causa de preconceitos e
violência. É o ato de atribuir a uma pessoa, animal ou objeto, as
qualidades, sentimentos ou intenções que se originam em si próprio.
REGRESSÃO
É o processo de retorno a uma fase anterior do
desenvolvimento, onde as satisfações eram mais imediatas, ou
o desprazer era menor. É um retorno a um nível do
desenvolvimento anterior ou a um modo de expressão mais
simples ou mais infantil. Um exemplo é o comportamento de
crianças que, na dificuldade em seus relacionamentos com
outras crianças, retornam, por exemplo, a fase oral e retomam
o uso de chupetas, ou ainda, comem excessivamente.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Atualmente tem-se observado uma
crescente procura dos profissionais de
Psicologia pela atuação em instituições de
saúde. Surge, então, uma necessidade de
entender o campo da Psicologia aplicada à
saúde. Considerando que a Psicologia da
Saúde é uma área recente, desenvolvida a
partir da década de 70, e reconhecendo que
sua denominação é polêmica e sua atuação
abrangente, o presente artigo buscou definir
a Psicologia da Saúde e delimitar o seu
campo de atuação.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
PSICOLOGIA DA SAÚDE
Nas últimas décadas, pesquisas realizadas têm demonstrado que o
comportamento e o estilo de vida dos indivíduos podem ter um impacto
significativo sobre o desenvolvimento ou a exacerbação das doenças. Muitos
comportamentos que auxiliam na promoção e na manutenção da saúde são
geralmente desenvolvidos durante a infância e a adolescência, como hábitos
alimentares saudáveis e prática de atividades físicas. Como especialistas em
comportamento e saúde, os psicólogos têm desenvolvido e implantado
programas que visam o aumento da frequência de comportamentos
saudáveis (Miyazaki, Domingos & Caballo, 2001).
PSICOLOGIA HOSPITALAR
No Brasil, as instituições de saúde constituem um novo campo de
atuação para os psicólogos. O crescente interesse pela atuação nessa
área específica surge da necessidade de entender e pensar o processo
saúde/doença numa dimensão psicossocial e de compreender e
intervir sobre os contextos do indivíduo ou grupos, expostos a
diferentes doenças e condições de saúde impróprias.
A Psicologia da Saúde é uma área recente, desenvolvida
principalmente a partir da década de 70, cujas pesquisas e aplicações,
respectivamente, visam a compreender e atuar sobre a inter-relação
entre comportamento e saúde e comportamento e doenças. (Miyazaki,
Domingos & Caballo, 2001; Barros, 2002).
PSICOLOGIA HOSPITALAR
A Psicologia Hospitalar "é o campo de entendimento e tratamento
dos aspectos psicológicos em torno do adoecimento" (Simonetti, 2004,
p. 15). Para lidar com essa dimensão afetiva/emocional, a Psicologia
Hospitalar é a especialidade da Psicologia que disponibiliza para
doentes, familiares e profissional da equipe de saúde, o saber
psicológico, que vem a resgatar a singularidade do paciente, suas
emoções, crenças e valores (Bruscato, 2004). O objetivo da Psicologia
Hospitalar é a elaboração simbólica do adoecimento, ou seja, ajudar o
paciente a atravessar a experiência do adoecimento através de sua
subjetividade (Simonetti, 2004).
PSICOLOGIA HOSPITALAR
o psicólogo especialista em Psicologia Hospitalar atua em
instituições de saúde, participando da prestação de serviços de
nível secundário e terciário da atenção à saúde, realizando
atividades como: atendimento psicoterapêutico; grupos
psicoterapêuticos; grupos de psicoprofilaxia; atendimentos em
ambulatório e unidade de terapia intensiva; pronto
atendimento; enfermarias em geral; psicomotricidade no
contexto hospitalar; avaliação diagnóstica; psicodiagnóstico;
consultoria e interconsultoria.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
A intervenção em Centros de Saúde e Hospitais deve levar em
consideração uma tripla dimensão de intervenção: os pacientes,
seus familiares e os profissionais de saúde. (Romano, 1999;
Ismael, 2005). Os campos de atuação clínica podem ser: prestação
de cuidados de saúde na atenção básica e de média complexidade,
unidades de internação hospitalar (alta complexidade), serviços de
saúde mental, unidades de dor, oncologia, serviços de saúde
pública, serviços de saúde ocupacional, consultas de supressão do
tabagismo, serviços de reabilitação, entre outros (Teixeira, 2004).
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Como já mencionado anteriormente, o termo Psicologia Hospitalar
tem sido usado no Brasil para designar o trabalho de psicólogos da
saúde em hospitais. Algumas pesquisas têm identificado o Brasil
como um dos pioneiros mundiais na construção de uma nova
especialidade em Psicologia, a Psicologia Hospitalar, que agrega os
conhecimentos da Ciência Psicologia para aplicá-los às situações
especiais que envolvem os processos doença-internação-tratamento
permeados por uma delicada e complexa relação determinada pela
tríade enfermo-família-equipe de saúde.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
De acordo com Simonetti (2004, p. 15) "A Psicologia hospitalar é o
campo de entendimento e tratamento dos aspectos psicológicos em
torno do adoecimento". Segundo o autor, o objeto da psicologia
hospitalar se refere aos aspectos psicológicos e não às causas
psicológicas. Para o autor, psicologia hospitalar não trata apenas das
doenças com causas psíquicas, mas sim dos aspectos psicológicos de
toda e qualquer doença. Desta forma, toda doença apresenta aspectos
psicológicos; toda doença encontra-se repleta de subjetividade, e por
isso, pode-se beneficiar do trabalho da psicologia hospitalar.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Simonetti (2004) afirma que, diante da doença, o ser humano
manifesta subjetividades: sentimentos, desejos, pensamentos e
comportamentos, fantasias e lembranças, crenças, sonhos, conflitos e
o estilo de adoecer. Esses aspectos podem aparecer como causa da
doença, como desencadeador do processo patogênico, como
agravante do quadro clínico, como fator de manutenção do
adoecimento, ou ainda como consequência desse adoecimento. Nesse
sentido, o objetivo da psicologia hospitalar é a elaboração simbólica
do adoecimento, ou seja, ajudar o paciente a atravessar a experiência
do adoecimento através de sua subjetividade.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Acompanhar a evolução do paciente quanto aos aspectos emocionais que a doença traz é
o objetivo principal do trabalho. Mas o psicólogo pode ainda utilizar de grupos
educativos, que facilitam a conscientização do paciente e família no contexto da doença e
das formas de tratamento, e trabalhos em equipe no sentido de facilitar a relação
equipe/paciente/família.
No ambulatório clínico é realizada uma investigação especializada e elucidativa,
tratamento e, caso necessário, indicação para internação.Dessa forma, a investigação
pode revelar um resultado definitivo e esclarecedor a uma das duas hipóteses
diagnósticas (positiva ou negativa), fazendo com que o paciente tenha respostas diversas
quanto à ansiedade que envolve o momento. Geralmente o paciente de ambulatório vem
ao psicólogo depois que é orientado pelo médico a se submeter a um acompanhamento
psicológico, uma vez observado algum problema emocional a ser cuidado. O grande
desafio do psicólogo é fazer o paciente aceitar a doença e não lutar contra ela, ajudando-o
a conviver com ela sem sofrimento adicional (Romano, 1999; Ismael, 2005).
PSICOLOGIA HOSPITALAR
As unidades de emergência ou pronto-socorro exigem prontidão de
conhecimentos porque sempre se está esperando o desconhecido. Por
outro lado, faltam condições para o atendimento adequado, não há
vagas que possibilitem a continuidade do atendimento, e muitos dos
pacientes que recorrem às emergências o fazem para driblar uma
longa fila de espera por uma consulta e pela possibilidade de fazer
exames. Nessa situação é até possível que o médico perceba os
aspectos emocionais da queixa do paciente, mas não pode mantê-lo
na unidade.
PSICOLOGIA HOSPITALAR
O tratamento do psicólogo deve ser pontual – ter início,
meio e fim, uma vez que o paciente nem sempre ficará
internado. O psicólogo precisa ter habilidades que envolvem
rapidez de raciocínio, perícia em ações e contar com o apoio
de recursos da comunidade para encaminhamentos não só
pertinentes e com eficiência real, mas que também estejam
disponíveis para acolher prontamente esse paciente
(Romano, 1999; Ismael, 2005)
PSICOLOGIA HOSPITALAR
Conclusões:
A Psicologia da Saúde é a área da Psicologia que estuda o
comportamento humano no contexto da saúde e da doença, buscando
compreender o papel das variáveis psicológicas sobre a manutenção da
saúde, o desenvolvimento de doenças e comportamentos associados à
doença. A atuação do psicólogo da saúde pode ser centrada na promoção
da saúde e prevenção de doença, nos serviços clínicos a indivíduos
saudáveis ou doentes e em pesquisa e ensino. A maioria dos
profissionais atua em hospitais, clínicas e departamentos acadêmicos de
faculdades e universidades.
SOBRE A MORTE E O MORRER
AS FASES DO LUTO
MORTE
Está localizado no latim sobre
as formas mors, mortis,
associado ao verbo mori, que
significa morrer.
Na área da psicanálise Freud falou
sobre o impulso da morte em
oposição ao ímpeto da vida.
LUTO
O luto é uma reação emocional a uma perda significativa. É um processo
natural e um modo de recuperação emocional face à perda.
- Morte de alguém ;
- Fim de um relacionamento;
- Alguém próximo com doença crônica ou emocional;
- Perda de um emprego, segurança econômica ou curso que gostava;
- Morte de um animal de estimação;
- Mudança negativa em relação à saúde física ou mental.
A psiquiatra Elisabeth Kubler-Ross conseguiu
identificar a reação psíquica de cada paciente em
estado terminal e elaborou as cinco fases do luto.

O luto é um processo necessário e fundamental para


preencher o vazio deixado por qualquer perda
significativa não apenas de alguém, mas também de algo
importante, tais como: objeto, viagem, emprego, ideia,
etc.
AS FASES DO LUTO
FASE I- NEGAÇÃO
Seria uma defesa psíquica que faz com que o
indivíduo acaba negando o problema, tenta
encontrar algum jeito de não entrar em contato
com a realidade seja da morte de um ente querido
ou da perda de emprego. É comum a pessoa
também não querer falar sobre o assunto.
FASE I- NEGAÇÃO
● Negação do que está acontecendo.
● Defesa contra a dor da perda.
● Necessidade de se isolar Intensidade e duração
depende a importância da perda, de como a
pessoa e os outros ao redor sofrem.
● Essa fase não persiste por muito tempo.
Fase 2 - Raiva

Nessa fase o indivíduo se revolta com


o mundo, se sente injustiçada e não se
conforma por estar passando por isso.
● Não é mais possível negar e se isolar.
Sentimento de raiva pelo que está
acontecendo.
● Os relacionamentos se tornam difíceis e o
ambiente passa a ser hostilizado.
● Surgem também sentimentos de revolta,
inveja e ressentimento.
Fase 3 BARGANHA
Essa é fase que o indivíduo começa a negociar,
começando com si mesmo, acaba querendo dizer
que será uma pessoa melhor se sair daquela
situação, faz promessas a Deus. É como o discurso
“Vou ser uma pessoa melhor, serei mais gentil e
simpático com as pessoas, irei ter uma vida
saudável. ”
Fase 3 BARGANHA

● Percepção de que a raiva não resolve a situação.


● Tentativa de negociação com o que se julga ser
o responsável pela situação.
● Promessas e pactos, muitas vezes em segredo,
são muito comuns nessa fase.
Fase 4 DEPRESSÃO

Já nessa fase a pessoa se retira para


seu mundo interno, se isolando,
melancólica e se sentindo impotente
diante da situação.
Fase 4 DEPRESSÃO
● Tristeza, desolamento, culpa, desesperança e
medo são sentimentos comuns.
● Percepção de que a revolta e a barganha não
resolveram.
● Consciência da debilidade física.
● Sentimento de que há muitas coisas a serem
resolvidas.
Fase 5 ACEITAÇÃO

É o estágio em que o indivíduo não


tem desespero e consegue enxergar a
realidade como realmente é, ficando
pronto para enfrentar a perda ou a
morte.
Fase 5 ACEITAÇÃO
● A pessoa não nega a realidade e não se
desespera.
● Enfrentamento da situação com dignidade e
consciência das possibilidades e limitações.
● Sentimento de paz, mas não de felicidade.
● Sensação de dever cumprido.
CONCLUSÃO
É importante esclarecer que não existe uma sequência dos estágios
de luto, mas é comum que as pessoas que passam por esse processo
apresentem pelo menos dois desses estágios. E não necessariamente
as pessoas conseguem passar por esse processo completo algumas
ficam estagnadas em uma das fases que citei. O papel do psicólogo é
identificar e ajudar a pensar junto com o paciente o estágio em que se
encontra. A resolução do estágio exige a vivência de sentimentos e
pensamentos que o indivíduo evitava. A tarefa do psicólogo é
permitir que o paciente vivencie o luto.
"As pessoas são como vitrais
coloridos: cintilam e brilham
quando o sol está do lado de fora,
mas quando a escuridão chega,
sua verdadeira beleza é revelada
apenas se existir luz no interior."
- Elizabeth Kubler-Ross

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