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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distancia

Tema: “Introdução à Psicologia”

Nome do estudante: Wanda Ongolane Sacala


Código: 708237170
Docente: Ivete Alexandre Muvile

Curso: Matemática
Disciplina: Psicologia Geral
Ano de Frequencia:1º

Tete, Setembro de 2023

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ÍNDICE

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ................................................................................................... 3


1.1 OBJECTIVOS .......................................................................................................................... 3
1.2 METODOLOGIAS DE PESQUISA ....................................................................................... 3
CAPITULO II – CONCEITO DE PSICOLOGIA ......................................................................... 4
2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA ........................................................................ 4
2.2 O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA ............................................................. 5
2.3 A PSICOLOGIA É UMA CIÊNCIA BIOPSICOSSOCIAL ................................................... 6
2.3.1A APRENDIZAGEM ............................................................................................................ 8
2.4 PRINCÍPIOS PSICOLÓGICOS MAIS ADEQUADOS A MATEMÁTICA ......................... 9
3. CONCLUSÃO ......................................................................................................................... 13
3.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 14

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
“Introdução à psicologia”, é o tema em destaque para este trabalho com o objectivo de
adquirir o poder de argumentação sobre a temática nas vertentes diversas.
O estudo da Psicologia, é sempre desafiador, pois é uma ciência que procura investigar
a subjectividade humana, tornando o estudioso também objecto de investigação. Assim
é possível que durante o desenvolvimento do conteúdo da disciplina, você compare
aspectos das teorias estudadas com questões do seu dia-a-dia, do seu comportamento ou
da sua personalidade.
O trabalho apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão, e, finalmente, a
bibliografia.

1.1 OBJECTIVOS
Geral:
✓ Adquirir poder de argumentação sobre a Introdução da Psicologia nas varias
vertentes.

Específicos:
✓ Conceituar a “Psicologiaˮ;
✓ Explicar a origem e evolução da Psicologia;
✓ Conceber a psicologia como ciência biopsicossocial;
✓ Indicar os princípios psicológicos adequados ao ensino de matemática.

1.2 METODOLOGIAS DE PESQUISA


Com vista a materializar o trabalho em causa, recorreu-se a consulta de manuais,
internet e bibliografia das obras já publicadas. Com base da revisão bibliográfica, leitura
dos manuais sobre o tema e um pouco da internet, levou a elaboração deste trabalho.

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CAPITULO II – CONCEITO DE PSICOLOGIA
De acordo com MYERS (2000), “Psicologia é a ciência dos fenómenos psíquicos e do
comportamentoˮ, (p.12).
Esta disciplina na actualidade é considerada como uma ciência da área social ou
humana que tem como objecto de estudo a mente humana, através dos processos
mentais, sentimentos, pensamentos, razão, inconsciente e o comportamento humano e
animal. Essa diversidade de objectos exige, também, abordagens e métodos de pesquisa
específicos, tanto quantitativos quanto qualitativos.

2.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO DA PSICOLOGIA


A palavra Psicologia tem sua origem em duas palavras gregas: psyché (alma) e logos
(estudo, razão, discurso), significando originalmente o estudo da alma. Assim:
psyché + logos = Psicologia
Segundo Platão, filósofo grego, a psique é a vida mental, interna do ser humano.
Antes da palavra “psicologia” existir, foi usado o termo “pneumanton”, do grego
pneumato-logia (vapor, respiração, espírito), para designar a parte da Filosofia que
tratava da essência da alma.
A origem da Psicologia, ainda ligada aos estudos da Filosofia, pode ser localizada no
quinto e quarto séculos A.C., principalmente com as ideias de filósofos gregos como
Sócrates, Platão e Aristóteles, que levantaram hipóteses (e ideias) sobre o
funcionamento da alma ou mente humana.
Essas e outras reflexões sobre a mente humana foram reformuladas e complementadas
por uma nova ciência, surgida muitos séculos depois, no século XIX, a Psicologia.
A Psicologia Científica segundo AGUIAR (2005), foi construída a partir de métodos e
princípios teóricos que podiam ser aplicáveis ao estudo e tratamento de diversos
aspectos da vida humana.
Nessa altura, a Psicologia apareceu atrelada, principalmente, à Biologia.
Embora tendo nascido dentro da Filosofia, desenvolveu-se para se constituir em uma
ciência, com objecto de conhecimento e métodos próprios. Enquanto tal, de início
passou a se relacionar intimamente com a Biologia, sob carácter interdisciplinar que se
expandiu através de uma relação muito próxima também com as ciências sociais e
exactas.
Estatística e Matemática são disciplinas que a Psicologia teve e buscou seu apoio.

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Mais recentemente cresceu a interacção da Psicologia com outras ciências,
principalmente com a Neurociência, a Linguística e a Informática, aumentando sua
interdisciplinaridade e actuação em campos como a Psicobiologia, a
Psicofarmacologia, a Inteligência Artificial e a Psiconeurolinguística,
(DAVIDOFF, 1983).

2.2 O SURGIMENTO DA PSICOLOGIA CIENTÍFICA


Comecemos por dizer que que com a crise económica e social causada pela emergência
do modo de produção capitalista, o indivíduo também entrava em crise, questionando
vários aspectos da sua existência. Surgiu, então, a necessidade de uma ciência que
explicasse os aspectos individuais e subjectivos do ser humano.
Foi CHARLES DARWIN (1809-1882), fundador da moderna doutrina genética e da
hereditariedade, quem contribuiu com o método de observação e experiência. Com sua
obra “A Origem das Espécies” (1859), Darwin influenciou de modo revolucionário
quase todos os domínios da ciência.
As ideias de Darwin deram um novo impulso à pesquisa psicológica e permitiram a
construção do fundamento para muitos campos da moderna Psicologia, como a
Psicologia do Desenvolvimento e a Psicologia Animal, o estudo da expressão dos
movimentos afectivos, a investigação das diferenças entre os diversos indivíduos, o
problema da influência da hereditariedade em comparação com a influência do meio
ambiente, o problema do papel da consciência, entre outros. Outra contribuição veio do
filósofo e físico Gustav Fechner (1801- 1887) que mostrou como os métodos científicos
podiam ser aplicados ao estudo dos processos mentais.
Segundo FIGUEIREDO (2002), o principal trabalho de FECHNER, “Elementos de
Psicofísica”, foi publicado em 1860, mostrando como podiam ser utilizados
procedimentos experimentais e matemáticos para estudar a mente humana (p.17).

Assim, WILHELM WUNDT (1832 – 1920) é considerado o idealizador da Psicologia


como ciência, pois fundou em 1879, o primeiro laboratório experimental de Psicologia,
na universidade de Leipzig, na Alemanha, sendo este o marco histórico da Psicologia
como ciência. Dedicou-se a investigar os processos elementares da consciência
(experiência imediata), além das experiências sensoriais, através do método da
introspecção analítica.
O método propunha que o psicólogo se concentrasse em seus próprios movimentos
psíquicos internos tentando descobrir e relacionar as estruturas que revelassem a
consciência.
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Este método transformou-se num movimento conhecido como Estruturalismo, que
apresentava limitações claras, pois a introspecção é um processo obscuro e exclui
automaticamente do estudo as experiências de crianças e animais, pois estes não podem
ser treinados convenientemente.
Outra ciência que contribuiu para o desenvolvimento da Psicologia Científica foi a
Psiquiatria, surgida a partir da medicina e, com sua origem moderna, datada em 1793
com o médico Filipe Pinel.
De acordo com FIGUEIREDO (2002), a Psiquiatria trouxe uma “série de ideias e
metodologias para o campo da Psicologia, principalmente à Psicologia Clínica e
Psicopatologia, por estas tratarem e lidarem com doenças mentaisˮ, (p. 19).

2.3 A PSICOLOGIA É UMA CIÊNCIA BIOPSICOSSOCIAL

a) A pessoa compreendida em suas dimensões biopsicossocial e espiritual:


contribuições da antropologia frankliana

De acordo com FRANKL (1997):

A logoterapia em caso algum invalida as descobertas sérias e legítimas dos grandes


pioneiros como Freud, Adler, Pavlov, Watson ou Skinner. No âmbito das
respectivas dimensões, cada uma dessas escolas tem sua palavra a dizer. Mas sua
efetiva importância e real valor ficam evidentes apenas quando as colocamos no
âmbito de uma dimensão mais alta,mais compreensiva, isto é, no âmbito da
dimensão humana (p. 15).

Prossegue FRANKL (1997), considerando a busca pelo sentido:

como uma criatura cujo interesse fundamental é o de satisfazer as pulsões, de


gratificar os instintos, ou então dentro de certos limites, reconciliar entre o id, ego e
o superego, nem a presença humana pode ser entendida simplesmente como
resultado de condicionamentos ou de reflexões condicionada. Ao contrário, o
homem revela-se como um ser em busca de um sentido, (p. 15).

A logoterapia portanto, segundo seu criador, segue o homem na dimensão humana,


alcançando recursos que só aí poderão estar o disponíveis, como a autotranscendência e
autodistanciamento (FRANKL, 1997).
ACEVEDO (2021, on-line), chama atenção que a Logoterapia, integra e inclui o
excluído, ou seja, a dimensão espiritual e busca de sentido, apresentando portanto, um
novo paradigma antropológico existencial interactivo.

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No primeiro capítulo do livro Psicoterapia e sentido da vida: fundamentos da
Logoterapia e Análise Existencial de FRANKL (2016. p 65), na seção intitulada Imago
hominis, são ele quem questiona dada as aspirações reducionistas, a uma ciência
pluralista: “onde fica a unidade do homem?” Frente a esse questionamento ele mesmo
responde (FRANKL, 2016):

Como é sabido, definiu-se a arte como unidade na pluralidade. Pois eu gostaria de


definir agora o homem como unidade apesar da pluralidade: porque há uma
unidade antropológica apesar das diferenças ontológicas, (p. 65).

A respeito das dimensões biológicas e psíquicas, no livro Fundamentos Antropológicos


da Psicoterapia, FRANKL (1978) refere que “unidade corpo-alma não constitui ainda
nem de longe o homem integral. A totalidade do homem pertence um terceiro elemento-
essencialmente, o espiritual” (FRANKL, 1978, p. 74).

Há uma unidade na multiplicidade, sendo as dimensões biológica e psicológica


factuais, condicionadas, enquanto a dimensão espiritual, ou seja, noética, é
incondicionada, mas facultativa, não fazendo referência a religiosidade, embora a
religiosidade possa ser uma de suas expressões, tanto quanto, o amor, o humor, o
esporte e a arte (GUBERMAN, 2020).

Em sua tese, PEREIRA (2017), amplia a compreensão sobre espirito ao refletir que “a
dimensão espiritual empodera o homem com a capacidade de tornar inteligíveis as
dinâmicas de determinação e controle de que ele participa, transformando o que, a
princípio, se mostra como automatismo em autonomia, (p.102).
Encontramos, aí, a dimensão distintiva e essencial do ser do homem, fonte dos fenômenos
tipicamente humanos.”
Adensa-se o debate sobre o conceito quando PEREIRA (2017), acrescenta que:

para Frankl, o “espiritual” (o noológico ou noético) no homem designa, onto-


logicamente, aquela dimensão de lucidez e autoconsciência que pode, por meio de
um autodistanciamento, confrontar-se com toda gama de condicionamentos –
sejam estes sociológicos, biológicos ou psíquicos –, desvelando a capacidade
humana de decisão e autoconfiguração, (p.102).

A busca por um sentido é a motivação primária, sendo o sentido específico para a cada
pessoa e em cada situação. Encontramos sentidos, realizando valores, ou seja, valores
criativos (ofertar algo ao mundo ou a alguém); valores experienciais ou vivenciais (receber
algo do mundo ou de alguém); e atitudinal (posicionar-se frente a um sofrimento inevitável,
como por exemplo, a perda de uma pessoa amada) (FRANKL, 2014).

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Como destaca MUCCI (2021), em aula proferida sobre o tema:
B

valores criativos compreendendo o sentido do trabalho e sentido de comunidade;


valores experienciais, considerando a relação recíproca com o mundo ou com
outras pessoas, o sentido do amor; e a atitudinal incluindo o sentido do sofrimento,
o sentido da culpa e o sentido da morte.

b) Importância da psicologia para as profissões


✓ Procurar entender as necessidades do individuo e sociedade e estratégias para
supri-las e preveni-las;
✓ Estudar o papel da inteligência emocional; orientar, seleccionar e identificar
métodos e técnicas para uma vida melhor;
✓ Identificar distúrbios, falhas e procurar meios para de sana-los ou ameniza-los;
✓ Trabalhar relacionamento intrapessoal e interpessoal;
✓ Identificar perfil, potencial, treina-los e acompanha-los.

2.3.1A APRENDIZAGEM
Segundo BOCK, FURTADO & TEIXEIRA (1999), no nosso comportamento quando o
adultos é em grande parte determinado pelo que aprendemos nos primeiros anos de vida
e que toda aprendizagem se relaciona com a adaptação a novas situações e problemas, (
Existem muitas formas de aprendizagem, dentre elas estudaremos as seguintes:

Condicionamento Clássico ou Pavloviano – Pavlov estudou os reflexos não


condicionados nos cães, principalmente o reflexo que leva a saliva a pingar dos lábios
quando se coloca carne na boca do cachorro. Ele descobriu que quando outro estimulo –
uma luz ou uma campainha – era dado juntamente com a carne, varias vezes sucessivas,
o cachorro mais cedo ou mais tarde saliva apenas com este estímulo, sem a carne. A luz
ou campainha tornou-se assim um estímulo condicionado e a salivação que se seguia
ficou conhecida como reflexo condicionado. O estímulo condicionado tinha que ser
reforçado de vez em quando, combinando-o com comida, pois do contrário o reflexo
condicionado tenderia a desaparecer. Watson, um psicólogo americano, declarou que
uma criança nasce somente com uns poucos reflexos simples e que essas respostas
reflexas se ligam a novos estímulos pelo condicionamento, tornando-se paulatinamente
mais complexas.

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Ele acreditava que, através de um condicionamento adequado, qualquer criança poderia
ser criada para ser aquilo que se quisesse, seja um médico, um craque de futebol ou um
lixeiro. Não que todo o processo de comportamento e aprendizagem do homem possa
ser explicado simplesmente com base nos reflexos condicionados.
Entretanto, o condicionamento pode dar uma explicação aceitável para uma parte deles.
A aprendizagem por ensaio e erro ou condicionamento operante ou instrumental:
Consiste em recompensar e/ou punir alguns actos e não outros, dirigindo dessa maneira
o comportamento numa certa direcção. É baseada na lei do efeito de Thorndike a qual
afirma que ‘’as acções que resultam em satisfação tornam-se mais fortes ao passo que
aquelas que não causam satisfação são enfraquecidas e, eventualmente, ignoradas’’. A
aprendizagem operante pode se basear num sistema de recompensa ou treinamento de
punição.
Qualquer mãe ou criança conhece o princípio do condicionamento operante, a
recompensa do ‘’bom’’ comportamento, a punição do ‘’mau’’ comportamento. Ele
constitui a base da criação, treinamento e educação de crianças, de como elas aprendem
a se comportar e adquirem habilidades simples. A recompensa não precisa ser
necessariamente material. A aprovação de alguém que a criança ama e respeita pode ser
algo tão bom ou até melhor do que recompensas materiais. A aprendizagem por
imitação ou por observação, uma pessoa pode até estar saciada de determinado
estímulo, mas por ver que aquilo é reforçado para a outra pessoa ela também passa a
imita-la para talvez conseguir o mesmo reforço.

2.4 PRINCÍPIOS PSICOLÓGICOS MAIS ADEQUADOS A MATEMÁTICA


Quanto ao subtítulo acima exposto, importa-nos referir que temos oito princípios para
esta abordagem:
1º princípio: As crenças ou percepções dos alunos sobre inteligência e competência
afectam o seu funcionamento cognitivo e a sua aprendizagem.
DWECK (2006), clarifica que os alunos que acreditam que a inteligência é maleável e
não fixa são mais propensos a aderir a uma mentalidade “incremental” ou de
“crescimento” sobre inteligência, (p. 23).
Aqueles que têm a visão oposta, que a inteligência é um traço fixo, tendem a aderir à
teoria da inteligência como uma “entidade”. Os alunos com esta última visão focam-se
nos objectivos de desempenho e acreditam que precisam de, continuamente, demonstrar
e provar a sua inteligência, tornando-os mais hesitantes em assumir tarefas altamente

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desafiantes e mais vulneráveis a feedback negativo do que os alunos que têm uma visão
incremental.
Os alunos com uma mentalidade incremental geralmente concentram-se em objectivos
de aprendizagem e estão mais dispostos a assumir tarefas desafiadoras num esforço para
testar e expandir (em oposição a provar defensivamente) a sua inteligência ou
competência, (JUAREZ, 2012).
Deste modo, recuperam mais facilmente do feedback negativo e do insucesso. Da
mesma forma, os alunos que acreditam que a inteligência e a capacidade podem ser
melhoradas tendem a ter um melhor desempenho numa variedade de tarefas cognitivas e
em situações de resolução de problemas.

2º princípio: O que os alunos já sabem afecta a sua aprendizagem.


Os alunos chegam às salas de aula com conhecimento baseado nas suas experiências
quotidianas, interacções sociais, intuições e aquilo que lhes foi ensinado noutros
ambientes no passado. Este conhecimento prévio afecta a forma como irão incorporar
novas aprendizagens, porque o que os alunos já sabem interage com o material que está
a ser aprendido.
Na perspectiva de ERYILMAZ (2002), a aprendizagem consiste ou em acrescentar ao
conhecimento existente do aluno, conhe-cido como crescimento conceptual, ou
transformar ou rever o conhecimento do aluno, conhecido como como mudança
conceptual.

3º Princípio: O desenvolvimento cognitivo dos alunos e a aprendizagem não são


limitados por fases gerais de desenvolvimento.
De acordo com MILLER (2011), o raciocínio do aluno não é limitado ou determinado
por um estádio cognitivo subjacente de desenvolvimento ligado a uma idade ou nível de
escolaridade.
Pelo contrário, as investigações mais recentes sobre o desenvolvimento cognitivo
suplantaram as explicações da teoria dos estádios. Verificou-se que os bebés têm
competências precoces, possivelmente nativas (com base biológica) em determinados
domínios. Por exemplo, as crianças podem demonstrar conhecimento de princípios
relacionados ao mundo físico (por exemplo, que objectos estacionários são deslocados
quando entram em contacto com objectos em movimento ou que objectos inanimados
precisam de ser lançados em movimento), causalidade biológica (por exemplo,

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entidades animadas e inanimadas diferem) e numeracia (por exemplo, uma
compreensão de valores numéricos de até três itens).

4º princípio: A aprendizagem baseia-se no contexto, pelo que a generalização da


aprendizagem para novos contextos não é espontânea, mas precisa de ser facilitada.
A aprendizagem ocorre em contexto. Os contextos podem consistir em domínios
temáticos (ex. ciência), tarefas/ problemas específicos (ex. um problema para resolver),
interacções sociais (ex. rotinas de cuidados entre pais e filhos) e contextos
situacionais/físicos (ex. casa, salas de aula, museus, laboratórios). Portanto, para que a
aprendizagem seja mais eficaz ou poderosa, é preciso que ela se generalize a novos
contextos e situações.
A transferência ou generalização dos conhecimentos e capacidades dos alunos não é
espontânea ou automática; torna-se progressivamente mais difícil quanto mais diferente
for o novo contexto do contexto de aprendizagem original, (SOUSA, 2011).
A transferência do conhecimento do aluno pode ser facilitada e apoiada e além disso, a
capacidade dos alunos para transferir a aprendizagem é um indicador importante da
qualidade da sua aprendizagem – da sua profundidade, adaptabilidade e flexibilidade.

5º princípio: A aquisição de conhecimentos e competências a longo prazo depende, em


grande medida, da prática.
A maior parte da informação, especialmente quando relacionada com conteúdos
académicos e actividades altamente qualificadas (por exemplo, desporto; actividades
artísticas, como tocar um instrumento musical), deve ser processada antes de ser
armazenado na memória a longo prazo.
CAMPITELLI e GOBET (2011), afirmam que:

em qualquer momento, os alunos experimentam uma grande quantidade de


estímulos no ambiente, mas apenas uma pequena parte é processada sob a forma de
atenção e codificação, acabando por se transformar numa área de armazenamento
da memória de capacidade limitada e limitada no tempo, conhecida como memória
de curto prazo ou memória de trabalho, (CAMPITELLI & GOBET, 2011).

Segundo VAN MERRIENBOER, KIRSCHNER, e KESTER (2003), a transferência de


informações da memória de curto prazo para a de longo prazo é realizada através de
diferentes estratégias, e a prática é fundamental para esse processo de transferência.

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6º princípio: O feedback claro, explicativo e oportuno aos alunos é importante para a
aprendizagem.
A aprendizagem dos alunos pode ser aumentada quando os alunos recebem feedback
regular, específico, explicativo e atempado sobre o seu trabalho, (BROOKHART,
2008).
O feedback que é ocasional e superficial (por exemplo, dizer “bom trabalho”) não é
claro nem explicativo e não aumenta a motivação ou a compreensão dos alunos.
Objectivos claros de aprendizagem ajudam a aumentar a eficácia do feedback aos
alunos, porque os comentários podem estar directamente ligados aos objectivos, e o
feedback regular impede que os alunos saiam do caminho certo na sua aprendizagem.

7º princípio: A auto-regulação dos alunos auxilia na aprendizagem e as capacidades de


auto-regulação podem ser ensinadas.
As competências de auto-regulação, que incluem atenção, organização, autocontrolo,
planeamento e estratégias de memória, podem facilitar o domínio do material a
aprender.
Embora estas capacidades possam aumentar com o tempo, elas não estão sujeitas apenas
à maturação.
DIAMOND, BARNETT, THOMAS, e MUNRO (2007), clarificam que estas
capacidades também podem ser ensinadas ou melhoradas, especificamente, através do
ensino directo, modelagem, apoio e organização e estrutura da sala de aula.

8º princípio: A criatividade dos alunos pode ser fomentada.


A criatividade - definida como a geração de ideias novas e úteis numa determinada
situação - é uma competência crítica para os alunos na economia da informação do
século XXI. Ser capaz de identificar problemas, gerar soluções potenciais, avaliar a
eficácia dessas estratégias e, em seguida, comunicar com os outros sobre o valor dessas
soluções, são factores altamente relevantes para o sucesso educacional, eficácia da força
de trabalho e qualidade de vida.
Abordagens criativas ao ensino podem inspirar entusiasmo e alegria no processo de
aprendizagem aumentando o envolvimento dos alunos e a modelagem da aplicação do
conhecimento no mundo real, em todos os domínios, (BEGHETTO, 2013).

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3. CONCLUSÃO
Esta é a parte em que balanceamos quanto ao que foi feito ao longo do trabalho se que
os objectivos foram almejados ou não.
De referir que ao longo da pesquisa, conseguimos perceber a definição da psicologia em
que dissemos que trata de uma ciência dos fenómenos psíquicos e do comportamento.
Conseguimos ainda situar no tempo e modo que a psicologia tornou-se ciência desde a
sua eclosão, de igual forma descrevemos a psicologia como uma ciência biopsicossocial
citando para o efeito vários exemplos baseados no filósofo russo Ivan Pavlov.
No concernente aos objectivos, o trabalho foi efectivado visto que alcançamos uma
parte dos materiais que nos deram visão à elaboração deste trabalho.
Para terminar, sugeria para que nós como estudantes, nos empenhemos à Psicologia
visto que é com base dela que solucionamos os problemas do nosso dia-a-dia por ser a
própria psicologia um instrumento permanente dentro das nossas vidas.

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3.1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Logoterapia y Análisis Existencial. Disertante Dr. Gerónimo Acevedo -
Coordinador Dr. Mucci Roberto Juan. 19 de marzo Disponível em:
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