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Resum o: O pr esent e t r abal ho, pr obl emat i zando a quest ão da acessi bil i dade da
pessoa com def i ci ênci a, com base na pesqui sa bi bl i ogr áf i ca e document al ,
pr et ende anal i sar as di f i cul dades enf r entadas pel a pessoa com def i ci ênci a na
soci edade ur bana e no mei o ambi ent e ar t i fi ci al pel a ur be p r opor ci onado,
baseando -se no de ver de gar ant i r i gual dade, l i vr e f r ui ção do mei o ambi ent e e m
qual quer espéci e e condi ções para que isso ocor r a, bem como en t ender a at uaçã o
do Poder Públ i co no q ue t ange ao pl anej ame nt o e à acessi bi l i dade ur bana, e m u ma
abor d age m i ndi cat i va de i nt er di sci pl i nari dade ent r e o Di r ei t o Const i t uci onal , o
Ur baní st i co e o Ambi ent al .
Resum en: El pr esent e t r abaj o, pr obl emat i za ndo l a cuest i ón de l a accesi bil i dad de
l a per sona con di scapaci dad, con base en l a i nvest i gaci ón bi bl i ogr áf i ca y
document al , pr et ende anal i zar l as di f icul tades enf r entad as por l a per sona con
di scapaci dad en la soci edad ur bana y en el medi o a mbi ent e ar t ifi ci al por l a ur be
pr opor ci onado, basándose en el deber de gar ant i zar l a i gual dad, l i br e di sf r ute del
medi o a mbi ent e en cu al qui er especi e y condi ci ones para que est o ocur r a , así como
ent ender l a act uaci ón del Poder Públ i co en lo que se r ef ier e a l a pl ani fi caci ón y l a
accesi bil i dad ur bana, en un abor daj e i ndicat i vo de i nt er disci pli nar i dad ent r e el
Der echo Const i t uci onal , el Ur baní st i co y el a mbi ent al .
P al abras- cl ave: Persona con discapaci dad. Medi o ambi ent e art i fi ci al .
Accesi bi li dad. La i gual dad.
1
Graduando em Direito – aluno do 9° semestre do curso de Direito pelo Centro Universitário Salesiano de
Lorena / UNISAL – E-mail: cruz_pedro97@yahoo.com.br
2
Mestre em Direito pelo Centro UNISAL. Professor no Curso de Direito do UNISAL/Lorena. Professor na
Faculdade Canção Nova Cachoeira Paulista. Advogado – E-mail: rodolfoabueno@gmail.com
1 INTRODUÇÃO
3
SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. 6ª ed. São Paulo. Malheiros Editores, 2010.
potencial poluidor, bem como a densi dade de ocupação permitida em t ais
loteam entos 4, esses que, também, por si só, são consi derados fontes de
poluição. Com isso, mister se faz considerar corret a a utilização de
institutos e norm atização que guarde rel ação com o Direito Ambiental.
4
MUKAI, Toshio. Direito e Legislação Urbanística no Brasil. São Paulo: Saraiva, p. 57.
5
BRASIL. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituição.htm>
patrimôni o histórico, arqueológico, artís tico e turí stico -ci entífico é o meio
ambient e cultural; aquel e que diz respeito às condi ções de hi gidez,
salubri dade e segurança do am bient e no qual se desenvolve o labor e as
atividades que se englobem nele é o m eio ambi ent e do t rabalho, e; aquel e
que engloba os espaços urbanos e const ruídos pelo homem, que é foco deste
estudo, é o meio am biente artifici al.
6
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 6ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.
Claro est á a relação entre as funções da urbe e o m eio ambiente, um a
vez que a harm onia entre el as resultará em um ambi ente urbano sadio e que
contribui para um a vida em ní vel adequado, remontando a direitos soci ais e
metaindivi duais que baseiam a Constit uição Federal, sendo objeti vo das
políticas públicas da urbe – enquadrando -se no ramo do Direito Urbanístico
– seu at endimento e garantia enquanto instrum ento l egal de ordenação do
meio ambi ent e artifi cial.
P e s s o a s c o m d e fi c i ê n c i a s ã o a q u e l a s q u e t ê m i mp e d i m e n t o s d e
l o n g o p r a z o d e n a t u r e z a fí s i c a , m e n t a l , i n t e l e c t u a l o u s e n s o r i a l , o s
quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua
p a r t i c i p a ç ã o p l e n a e e fe t i v a n a s o c i e d a d e em igualdades de
condições com as demais pessoas. 7
7
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: Protocolo Facultativo à Convenção sobre os
Direitos das Pessoas com Deficiência: Decreto Legislativo nº 186, de 09 de julho de 2008: Decreto nº 6.949, de
25 de agosto de 2009. 4ª Ed., rev. e atual. Brasília : Secretaria de Direitos Humanos, 2010.
8
Dados disponíveis em: <https://nacoesunidas.org/acao/pessoas-com-deficiencia/>
9
PLATÃO, A República (Da Justiça). Edipro. São Paulo. 2006.
Apesar disso tudo, a soci edade se desenvolve e o Di reito tende a
acompanhar tal desenvolvim ento e é dessa form a que as pessoas com
defi ciência chegaram à obtenção de Direitos hoj e consagrados. Não sabemos
ao cert o se em virt ude da indust rial ização e do Estado Moderno, cuj as novas
estratégi as e a busca pel a produção e riqueza acel eradas levavam à
exposição do laborioso e a um a consequente mutilação em di versos casos, ou
em vi rtude das duas Guerras Mundi ais pelas quais o mundo passou, fazendo
aument ar si gni ficat ivament e o número de pessoas com defici ência de
locomoção, vi são e audição, em razão principal das explosões no campo de
guerra. Sem esquecer, por último, da atual dem anda de veículos em trânsito
e todos os acident es que têm havido, sendo essa a m aior causa geradora de
defi ciências no Brasil (campeã absolut a de causa de cegueira infantil),
seguida pela carênci a alim entar e a falta de condições bási cas de hi gi ene. 10
Vejam os:
Ar t . 1 º É o b r i g a t ó r i a a c o l o c a ç ã o , d e f o r ma v i s í v e l , d o " S í mb o l o
Internacional de Acesso", em todos os locais que possibilitem
10
RIBAS, João Baptista Cintra. As Pessoas Portadoras de Deficiência na Sociedade Brasileira. Brasília, DF:
CORDE, 1997
acesso, circulação e utilização por pessoas portadoras de
deficiência, e em todos os serviços que forem postos à sua
disposição ou que po ssibilitem o seu uso.
Ar t . 2 º S ó é p e r mi t i d a a c o l o c a ç ã o d o s í m b o l o e m e d i f i c a ç õ e s :
I - q u e o fe r e ç a m c o n d i ç õ e s d e a c e s s o n a t u r a l o u p o r me i o d e
r a mp a s c o n s t r u í d a s c o m a s e s p e c i fi c a ç õ e s c o n t i d a s n e s t a L e i ;
I I - c u j a s f o r ma s d e a c e s s o e c i r c u l a ç ã o n ã o e s t e j a m
i mp e d i d a s a o s d e f i c i e n t e s e m c a d e i r a d e r o d a s o u a p a r e l h o s
ortopédicos e m virtude da existência de degraus, soleiras e
d e ma i s o b s t á c u l o s q u e d i f i c u l t e m s u a l o c o mo ç ã o ;
I I I - q u e t e n h a m p o r t a d e e n t r a d a c o m l a r g u r a mí n i ma d e
90cm (noventa centímetros);
IV - que tenham corredores ou passagens co m largura
mí n i ma d e 1 2 0 c m ( c e n t o e v i n t e c e n t í m e t r o s ) ;
V - que tenha m elevador cuja largura da porta seja, no
mí n i mo , d e 1 0 0 c m ( c e m c e n t í m e t r o s ) ; e
VI - que tenham sanitários apropriados ao uso do deficiente .
( G r i f o n o s s o ) 11
Dessa form a, adequa -se o ambi ent e cri ado às necessidades da pessoa
com defi ciênci a, possibilitando seu l ivre acesso sem que haja maior
problem ática ou constrangim ento, desde que cumpri das as exigênci as d a Lei.
11
BRASIL. Lei 7.405/85. Brasília, 1985. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1980-
1987/lei-7405-12-novembro-1985-367964-publicacaooriginal-1-pl.html>
normativos, como no Códi go de Trânsit o Brasil eiro , concedendo habilitação
especial:
Ar t . 1 4 . C o mp e t e a o s C o n s e l h o s E s t a d u a i s d e T r â n s i t o ( C e t r a n ) e
a o C o n s e l h o d e T r â n s i t o d o D i s t r i t o F e d e r a l ( C o n t r a d i fe ) :
[...]
VI – Indicar um representante para compor a comissão
e x a m i n a d o r a d e c a n d i d a t o s p o r t a d o r e s d e d e fi c i ê n c i a fí s i c a à
h a b i l i t a ç ã o p a r a c o n d u z i r v e í c u l o s a u t o mo t o r e s . 12
12
BRASIL. Código de Trânsito Brasileiro. 23 de setembro de 1997. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9503Compilado.htm>
5 O MEIO AMBIENTE ARTIFICIAL, O URB ANISMO E O
PL ANEJAMENTO À PESSOA CO M DEFICIÊNCIA
E, int egral, rel ativo ao al cance que se deve ter, abordando todos os
aspectos de m obilidade e dando campo de visão ao pl anejamento, sopesando
todas as possibilidades e adaptações necessári a s para proporcionar a devida
acessibilidade aos ci dadãos, pessoas com defi ciênci a.
Nesse pont o, José Antônio Juncá Ubi erna apont a a import ânci a da
cons cientização social e urbana:
13
UBIERNA, José Antônio Junca. Anais do curso básico sobre acessibilidade ao meio físico. Brasília:
CORDE, 1995.
14
UBIERNA, José Antônio Junca. Anais do VI SIAMF – Seminário sobre acessibilidade ao meio físico. Rio
de Janeiro, 1994.
Isso m ostra, m ais uma vez, a importância do trabalho com a
sociedade da urbe em função de consci entização, trabalho que nem sempre
tem a atenção devida, quando t al t rabalho existe.
6 CONCL USÃO
É cediço o ent endim ento que fruir do m eio ambi ente, seja ele natural,
cultural, do trabalho ou artifi cial, é di reito constitucional, sendo disponí vel
e res ervado a todos para que se atinja a t ão visada i gualdade , dando
tratam ento i gualit ário aos i guais e, aos desi gua is, na medida de s ua
desi gualdade ou na medida em que se desi gual am, um t rat amento desi gual.
Essa i gualdade, por quando alcançada, será o meio pelo qual determinaremos
o efeito da defici ência, assim com o os obstáculos que são por el a gerados,
ou at é mesmo da incapacidade proporcionada na vida e no dia a di a da
pessoa com defi ci ênci a. O que não podem os permitir ocorrer é o
impediment o do qual as pessoas com deficiência se tornam vítimas, caus ado
pela negativa de oportunidades que são ofert adas a sociedade vi a de regra.
Por todo o pouco present e, lembremo -nos que ser ci dadão é ser
aquel e i ndivíduo conscient e, de seus deveres e de seus direitos ,
parti cipativo, ativo em todas as pont as da sua sociedade. É ter a consci ência
de que se est á ci ent e de que não há mundo onde o que acontece no mundo
não afet a o seu m undo. Pois tu do o que acontece no mundo, acont ece
conos co, e todas as decisões e posi ções nele tomadas interferem na noss a
vida e, por esta raz ão, devemos sempre parti cipar. Um indivíduo cidadão
tem espírito e senti mento ético, ambos com força e consciência do exercí ci o
da cidadani a e dela não abrindo m ão. A ideia de cidadania at iva é ser al guém
que parti cipa em ação, que parti cipa cobrando, que parti cipa propondo, que
parti cipa exercendo pressão e que, a todo moment o, PART IC IPA,
simplesment e, por ser CONSC IENTE.
7 RE FERÊNCIAS
______. Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência: Protocolo Facultativo
à Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. Decreto Legislativo nº 186, de
09 de julho de 2008: Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. 4ª Ed., rev. e atual. Brasília :
Secretaria de Direitos Humanos, 2010.
MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. 6ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 19ª ed. São Paulo: Atlas, 2006.
MUKAI, Toshio. Direito e Legislação Urbanística no Brasil. São Paulo: Saraiva, 1997.
NALINI, José Renato. Direitos que a Cidade Esqueceu. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2011.
SCAVONE JÚNIOR, Luiz Antonio. Direito Imobiliário Teoria e Prática. 7ª ed. Rio de
Janeiro: Forense, 2014.
SILVA, José Afonso da. Direito Urbanístico Brasileiro. 6ª ed. São Paulo. Malheiros
Editores, 2010.
_____. Comentário Contextual à Constituição. 6ª ed. São Paulo. Malheiros Editores, 2011.
SIRVINSKAS, Luís Paulo. Manual de Direito Ambiental. 4ª ed. rev., atual. e ampl. São
Paulo: Saraiva, 2006.
______. Anais do curso básico sobre acessibilidade ao meio físico. Brasília: CORDE, 1995.