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PROTEÇÃO AMBIENTAL DO SOLO BRASILEIRO

– BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESCARTE


ADEQUADO DE MEDICAMENTOS VENCIDOS:
INFORMAÇÃO E EXERCÍCIO DA CIDADANIA

ENVIRONMENTAL PROTECTION OF THE


BRAZILIAN SOIL – BRIEF CONSIDERATIONS
ABOUT THE PROPER DISPOSAL OF MEDICINES:
INFORMATION AND CITIZENSHIP

Maria Fernanda Soares Macedo1

Resumo: A Constituição Federal Brasileira de 1988 (a Lei Maior Nacional, que


apresenta todas as diretrizes para a legislação brasileira infraconstitucional) es-
tabelece, em seu art. 225, caput, que “todos têm direito ao meio ambiente ecolo-
gicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualida-
de de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo

1
Advogada. Professora Convidada no Curso de Especialização em Direito e Processo Penal, na
Universidade Presbiteriana Mackenzie. Professora tutora no Complexo Jurídico Damásio de
Jesus, para os cursos de 2ª fase do Exame da Ordem dos Advogados do Brasil, na área de
Direito Penal (2012-2014). Professora orientadora dos cursos de pós-graduação em Direito
Constitucional e Direito e Processo Penal, no Complexo Jurídico Damásio de Jesus (orientações
on-line). Trabalha com o ensino à distância, elaborando aulas para o ambiente virtual de
aprendizagem dos cursos de MBA das Faculdades Metropolitanas Unidas, com ênfase nos
seguintes temas: Sistema Financeiro Nacional, Direito Penal Imobiliário, Mercado de Capitais
e Planejamento Tributário. É Professora da Disciplina de Metodologia e Didática para os cursos
de Pós-graduação das Faculdades Metropolitanas Unidas. Possui graduação em Direito pela
Universidade Presbiteriana Mackenzie, em 2008. Mestre em Direito Político e Econômico, na
Universidade Presbiteriana Mackenzie (dissertação aprovada com distinção). Especialista em
Direito Empresarial (2010), pela mesma Universidade. Foi bolsista CAPES, no programa de
Mestrado em Direito Político e Econômico, bem como estagiária-docente nas disciplinas de
Estado de Direito Democrático e Crime Organizado; Sistemas Jurídicos Contemporâneos;
Direito Penal e Direito Processual Penal, na Universidade. Realiza pesquisas nos grupos
“Políticas Públicas como instrumento de efetivação da Cidadania” e “Novos Direitos e proteção
da cidadania: evolução normativa, doutrinária e jurisprudencial”, que são vinculados ao
Programa de Pós-Graduação Strictu Sensu da Faculdade de Direito da Universidade Mackenzie.

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sobre o Descarte Adequado de Medicamentos Vencidos: Informação e Exercício da Cidadania

e preservá-lo para as presentes e futuras gerações”. É possível concluir, desta


forma, que existe a obrigação de proteção do meio ambiente tanto na esfera
pública quanto na esfera privada. A exigência da preservação ambiental, entre-
tanto, esbarra em diversos percalços. Um dos grandes desafios para a referida
preservação é justamente a falta de informações para as pessoas, para a precau-
ção e para que os danos sejam evitados. O adequado descarte de medicamentos
é um dos exemplos. As informações corretamente prestadas para a população
estão diretamente vinculadas com a garantia do exercício de cidadania, bem
como permitem a participação de todos em medidas que protegem a tutela co-
letiva. O objetivo do presente artigo científico é trazer à baila a discussão sobre
a importância do descarte correto de medicamentos, buscando, com o levanta-
mento de aspectos teóricos, apresentar importantes informações para que seja
evitada a contaminação do solo, além da contaminação cruzada.
Palavras-chave: Descarte correto de medicamentos. Contaminação do solo. Prote-
ção ambiental do solo brasileiro.

Abstract: The Brazilian Constitution of 1988 (The National Higher Law, which
presents guidelines for infra Brazilian law) establishes in its article 225, that
“everyone has the right to an ecologically balanced environment and the com-
mon use and essential to a healthy quality of life, and both the Government and
the community shall have the duty to defend and preserve it for present and
future generations”. The requirement of environmental protection, however,
comes up against various mishaps. One of the major challenges to environmen-
tal preservation is precisely the lack of information for precaution and that da-
mage is avoided. The disposal of medicines is one example of the damage that
the lack of information leads to both people and for the environment. The infor-
mation correctly provided to the population are directly linked with the guaran-
tee of the exercise of citizenship and allow popular participation in measures
that protect the collective protection. The objective of this research paper is to
highlight the discussion on the importance of proper disposal of medications,
seeking the lifting of theoretical aspects , present important information so that
soil contamination is avoided , apart from cross-contamination.
Keywords: Proper disposal of medications. Soil contamination. Environmental
protection of the Brazilian soil.

Sumário: 1 Introdução: Breves noções sobre o direito ambiental brasileiro. 2 O


direito ambiental e a proteção do solo. 2.1 Descarte de fármacos e a contamina-
ção do solo. 3 Correto descarte de medicamentos e a proteção ambiental. 3.1
Legislação aplicável ao descarte de medicamentos. 4 Considerações finais. Re-
ferências.

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1 INTRODUÇÃO: BREVES NOÇÕES SOBRE


O DIREITO AMBIENTAL BRASILEIRO

A Constituição Federal Brasileira de 1988 (CF/88) elenca, dentre os


bens que devem ser tutelados, o meio ambiente, previsão esta insculpida
em seu art. 225. Interessante observar que este bem não é classificado nem
como público e nem como particular. O direito ambiental2, ramo autôno-
mo no ordenamento jurídico, tem por tutela bens difusos3, que devem ser
preservados por todos, uma vez que pertencem à coletividade (representa-
da pelas presentes e futuras gerações). O direito ao meio ambiente ecologi-
camente equilibrado está profundamente relacionado com a proteção saú-
de e, consequentemente, com a dignidade humana4. A proteção ambiental
engloba inúmeras vertentes. Dentre os bens ambientais protegidos pela le-
gislação nacional, é pertinente citar a flora, a fauna, os recursos hídricos,
todos estes relacionados com o solo5. O solo apresenta função vital para

2
Segundo a obra “Vocabulário Jurídico”, De Plácido e Silva: “Direito ambiental. Embora haja
quem vá distinguir entre o Direito Ambiental e o Direito Ecológico, referem-se ambos, em
sentido amplo, ao conjunto de normas e princípios tendentes à preservação do meio ambiente
ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida”. SILVA, De Plácido e.
Vocabulário Jurídico. 23. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2003, p.463.
3
Neste sentido, importante a definição trazida pelo site do Ministério da Justiça, ao tratar da
cidadania: “Direitos difusos são todos aqueles direitos que não podem ser atribuídos a um
grupo específico de pessoas, pois dizem respeito a toda a sociedade. Assim, por exemplo, os
direitos ligados à área do meio ambiente têm reflexo sobre toda a população, pois se ocorrer
qualquer dano ou mesmo um benefício ao meio ambiente, este afetará, direta ou indiretamente,
a qualidade de vida de toda a população. O mesmo ocorre com os direitos do consumidor, com
os direitos ligados à preservação do patrimônio sócio cultural e com os bens e direitos de valor
artístico, estético, histórico, turístico, paisagístico, por infração à ordem econômica etc”.
Ministério da Justiça. Cidadania. Disponível em: <http://portal.mj.gov.br/
main.asp?View={2148E3F3-D6D1-4D6C-B253633229A61EC0}&Br
owserType=IE&LangID=pt-br&params=itemID%3D%7B575E5C75-D40F-4448-
AC9123499DD55104%7D%3 B&UIPartUID=%7B2868BA3C-1C72-4347-BE11-
A26F70F4CB2>. Acesso em: 03 fev. 2014.
4
De acordo com o art. 1º da CF/88: A República Federativa do Brasil, formada pela união
indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático
de Direito e tem como fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa
humana; IV - os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político.
5
Neste ponto, é interessante a definição de “solo”, trazida pela CETESB (Companhia Ambiental
do Estado de São Paulo): “Definição: O solo é um meio complexo e heterogêneo, produto de
alteração do remanejamento e da organização do material original (rocha, sedimento ou outro
solo), sob a ação da vida, da atmosfera e das trocas de energia que aí se manifestam, e constituído
por quantidades variáveis de minerais, matéria orgânica, água da zona não saturada e saturada,
ar e organismos vivos, incluindo plantas, bactérias, fungos, protozoários, invertebrados e outros
animais. São funções do solo: sustentação da vida e do “habitat” para pessoas, animais, plantas

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diversas atividades humanas, dentre as quais a irrigação e o plantio, com


impacto direto na economia brasileira. Desta forma, a sua contaminação é
uma situação muito grave, pois acarreta inúmeros prejuízos para muitas
pessoas, para a natureza e para a realidade econômica. Uma das maneiras
mais recorrentes de contaminação do solo é, justamente, o descarte inade-
quado de medicamentos vencidos. Os remédios são compostos por fórmu-
las químicas que podem contaminar ou desencadear uma série de reações e
alergias. É necessário destacar que a proteção do meio ambiente brasileiro
não envolve apenas o ramo do direito ambiental. O direito administrativo,
por exemplo, traz diversas normas para a proteção ecológica. O direito cons-
titucional, por sua vez, garante extenso rol de direitos, dentre os quais, além
da proteção do meio ambiente, o direito à saúde (direito este cuja garantia
envolve diversas medidas destinadas à proteção da saúde humana, dentre
as quais é possível destacar a produção, distribuição, venda e compra de
medicamentos – o que, necessariamente – engloba os debates acerca do
descarte destes que, se feitos de maneira inadequada, contaminam o solo).
Por fim, na apresentação deste panorama sobre o tema, merece destaque a
relação entre o direito ambiental e o direito penal, ramo jurídico que prevê
as sanções correspondentes aos fatos típicos cometidos, que violam o meio
ambiente.
É necessário que a população seja corretamente informada, para o
cumprimento das referidas normas. Desta forma, será possível o exercício
ativo de cidadania da população relacionado com a proteção ambiental.

2 O DIREITO AMBIENTAL E A PROTEÇÃO DO SOLO

O avanço das atividades da humanidade apresenta impacto direto


em diversos setores regidos pelo Direito como, por exemplo, o direito eco-
nômico. No sistema capitalista, quanto mais se produz, maior será a arre-
cadação tributária, justamente pela ocorrência de diversos fatos geradores.
Com a ocorrência destes, é necessário também o pagamento dos tributos

e outros organismos; manutenção do ciclo da água e dos nutrientes; proteção da água


subterrânea; manutenção do patrimônio histórico, natural e cultural; conservação das reservas
minerais e de matérias primas; produção de alimentos; e meio para manutenção da atividade
sócio-econômica”. Disponível em: <http://www .cetesb.sp.gov.br/solo/
Informa%C3%A7%C3%B5es-B%C3%A1sicas/2-efini%C3%A7%C3%A3o/>. Acesso em: 01
fev. 2014.

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devidos, o que permite a garantia de diversas fontes de receita para o Esta-


do (receitas estas que são fundamentais para o pagamento das dívidas e dos
compromissos contratualmente assumidos pelo Estado, além de serem ba-
silares para que continuem sendo feito investimentos nas mais diversas áre-
as como, por exemplo, saúde, educação, segurança). As atividades econô-
micas e de produção também têm função social, pois geram e mantêm di-
versos empregos. Os impactos também existem nos recursos naturais, o que
afeta diretamente o direito ambiental. O uso inadequado destes bens com-
promete não apenas a preservação ambiental como também a saúde huma-
na (com a ocorrência de intoxicações, contaminações ou contaminação cru-
zada)6.
É imprescindível, neste momento, destacar que o aumento da diver-
sificação das necessidades humanas em conjunto com a aceleração da pro-
dução dos bens mais diversos apresenta um quadro de saturação de produ-
ção e de resíduos, que estão sendo eliminados de maneira incorreta, acarre-
tando inúmeras consequências negativas. Apesar de todos os aspectos posi-
tivos, é importante o registro da existência de aspectos negativos. Nesse
sentido, Ferreira7 esclarece:
A nossa civilização chega ao limiar do século XXI como a civilização dos
resíduos, marcada pelo desperdício e pelas contradições de um desenvolvi-
mento industrial e tecnológico sem precedentes na história da humanidade,
pois a tecnologia industrial é caracterizada por sistemas produtivos de natu-
reza poluente, utilizando o ar, água e solo como destino final de seus deje-
tos.

Os processos de produção são múltiplos, acarretando na produção


de inúmeros bens que contêm materiais radioativos (como, por exemplo,
baterias, lâmpadas, etc – produtos que também devem ter descarte adequa-
do. Ou seja, essa medida não está apenas restrita à produção de remédios –
tema que merece destaque, pois é o delimitador do presente estudo). O
descarte inadequado de materiais gera diversos resultados, dentre os quais

6
Um dos graves problemas é a contaminação cruzada: “Contaminação de determinada matéria-
prima, produto intermediário, produto a granel ou produto terminado com outra matéria-prima,
produto intermediário, produto a granel ou produto terminado, durante o processo de produção”.
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Resolução – RDC n.º 35,
de 25 de fevereiro de 2003. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br >. Acesso em: 01 fev. 2014.
7
FERREIRA, J. A. Resíduos sólidos e lixo hospitalar: Uma discussão ética. Cadernos de Saúde
Pública, Rio de Janeiro, v.11, n.2, abr./jun. 2005, p.01.

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chorume, resíduos, poluição e lixo8. Este material pode ser orgânico ou


inorgânico, nos estados: sólido, líquido e gasoso.
Dentre os mercados de produção, encontra-se a indústria dos medi-
camentos9. Este mercado de produção, em franca expansão10, traz inúme-

8
É pertinente a seguinte definição:
“CHORUME – O chorume é um líquido escuro contendo alta carga poluidora, o que pode
ocasionar diversos efeitos sobre o meio ambiente. O potencial de impacto deste efluente está
relacionado com a alta concentração de matéria orgânica, reduzida biodegradabilidade, pre-
sença de metais pesados e de substâncias recalcitrantes. A decomposição dos resíduos sóli-
dos, depositados em aterros sanitários, é um processo dinâmico comandado por organismos
decompositores de matéria orgânica, sendo em sua maioria bactérias heterotróficas, aeróbias
e facultativas. Esta decomposição pode ser descrita pelas fases aeróbia e anaeróbia. A fase
aeróbia ocorre durante o primeiro mês de deposição e recobrimento do lixo na vala. A ação de
decomposição é realizada pelas bactérias aeróbias que utilizam o oxigênio presente no interior
do aterro. É mais intensa no início e a medida que o oxigênio vai ficando escasso a decompo-
sição torna-se mais lenta. A presença de águas pluviais exerce grande influência sobre esta
fase, pois facilita a redistribuição de nutrientes e microorganismos ao longo do aterro sanitá-
rio. Quando todo o oxigênio é consumido, inicia-se a fase anaeróbia, onde a decomposição
ocorre através dos organismos anaeróbios e/ou facultativos que hidrolisam e fermentam celu-
lose e outros materiais presentes no resíduo. Esta fase é caracterizada pela redução da con-
centração de carbono orgânico, altos níveis de amônia e largo espectro de metais, representan-
do considerável potencial de risco para o meio ambiente. A fase anaeróbia pode demorar
vários anos para estar completa. Diversos fatores contribuem para que o resíduo da decompo-
sição do lixo (chorume) seja complexo e apresente significativas variações em sua composi-
ção. Dentre as mais importantes contam-se: dinâmica de decomposição ao longo do tempo,
variações na forma de operação do aterro sanitário, na composição dos resíduos depositados,
no volume de chuvas e outras alterações climáticas”. Disponível em: <http://
www.quimica.ufpr.br/tecnotrater/chorume.htm>. Acesso em: 01 fev. 2014.
9
A ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) apresenta os seguintes significados:
• Droga - substância ou matéria-prima que tenha a finalidade medicamentosa ou sanitária;
• Medicamento - produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidade
profilática, curativa, paliativa ou para fins de diagnóstico;
• Insumo Farmacêutico - droga ou matéria-prima aditiva ou complementar de qualquer
natureza, destinada a emprego em medicamentos, quando for o caso, e seus recipientes;
• Correlato - a substância, produto, aparelho ou acessório não enquadrado nos conceitos
anteriores, cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa e proteção da saúde individual ou
coletiva, à higiene pessoal ou de ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e
perfumes, e, ainda, os produtos dietéticos, óticos, de acústica médica, odontológicos e
veterinários”. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/medicamentos/conceito.htm>.
Acesso em: 01 fev. 2014.
10
Neste sentido: “Brasil é o nono maior mercado de fármacos e medicamentos do mundo e
conta com importantes indústrias do setor em seu território. A indústria nacional lidera as
vendas no mercado interno e reforça os investimentos em pesquisa, respaldada pela força dos
genéricos. Genérico é o remédio cuja patente expirou e, por isso, pode ser comercializado sem
a marca de grife, num preço mais barato. Segundo dados do Ministério da Saúde, o mercado
farmacêutico movimenta anualmente R$ 28 bilhões e a tendência é de expansão”. Portal Brasil.
Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/ciencia-e-tecnologia/2010/12/industria-
farmaceutica>. Acesso em: 08 fev. 2014.

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ros benefícios para a população, com produtos que garantem a prevenção


de inúmeras doenças, bem como permitem o tratamento específico e efi-
caz, quando os quadros de enfermidades já estão instalados. Apesar dos
indiscutíveis benefícios trazidos pela indústria farmacêutica, é indispensá-
vel também a análise dos prejuízos causados por conta dos resíduos medi-
camentosos e do descarte dos remédios feito de modo inadequado.

2.1 DESCARTE DE FÁRMACOS E A CONTAMINAÇÃO DO SOLO


Uma situação recorrente no cotidiano dos brasileiros é o acesso aos
medicamentos. Além do fornecimento gratuito de remédios, realizado pelo
Poder Público, as pessoas podem adquiri-los, mediante pagamento, em far-
mácias e postos de vendas. De acordo com Alvarenga e Nicoletti11:
o Brasil está entre os maiores consumidores mundiais de medicamentos e com
a sua economia estável agregada ao maior acesso a medicamentos, estabeleci-
do pelas políticas governamentais adotadas, contribuem para o aumento do
consumo que trará como consequência, maior quantidade de embalagens e
sobras de medicamentos que terão como destino o lixo comum.

Para os debates acerca do descarte de medicamentos é fundamental a


seguinte observação: os remédios, que normalmente são vendidos em car-
telas, podem não ser utilizados até o fim (por inúmeros motivos: troca de
medicação, reação alérgica, tratamento de curtíssimo prazo, em que não
exista a necessidade do consumo da cartela completa). Abre-se espaço, en-
tão, para a seguinte indagação: o que fazer com os comprimidos ou os xa-
ropes que sobraram e já estão vencidos (ou seja, não podem ser encaminha-
dos de maneira correta para doação)?
A questão tem tamanha relevância que foi criada, pela ANVISA, uma
área (um grupo) com núcleo de profissionais pesquisadores, especificamente
voltado para os debates sobre o descarte de medicamentos. Uma das solu-
ções levantadas é justamente fazer com que as farmácias recebam os medi-
camentos do consumidor e entreguem os referidos medicamentos para que
os fabricantes12 os descartem corretamente. Um dos grandes problemas

11
ALVARENGA, L.S.V. e NICOLETTI, M.A. Descarte Doméstico de Medicamentos e algumas
considerações sobre o Impacto Ambiental. Revista Saúde, São Paulo, vol. 4, n. 3, p. 34-39,
2010, p.35.
12
Os fabricantes detêm acesso a todo o rol de informações da cadeia produtiva – conhecimento
este que envolve o processo completo de fabricação, manipulação, além dos componentes dos
remédios. O consumidor, além de não ter acesso a todas estas informações, como regra geral,

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enfrentados, entretanto, é a falta de postos de coleta de medicação. Tendo


em vista que o descarte é realizado diariamente e por inúmeras pessoas, a
coleta adequada é condição sine qua non (ou seja, absolutamente necessá-
ria) para que este seja feito de maneira adequada13.
Logicamente a população pode e deve auxiliar tanto o Poder Público
quanto os fornecedores na busca pelo adequado descarte de medicamen-
tos. Para tanto, é essencial o rol de seguintes medidas: políticas públicas
específicas, informações referentes à prevenção dos danos ambientais, edu-
cação ambiental, treinamento adequado e consciência na esfera ambienta-
lista, bem como o acesso às corretas informações sobre o modo e o local
(ou os locais) de descarte.

3 CORRETO DESCARTE DE MEDICAMENTOS


E A PROTEÇÃO AMBIENTAL

O acesso aos medicamentos é recorrente na realidade brasileira. Uma


questão a ser debatida é justamente o descarte de remédios. O rejeite inade-
quado de medicamentos contamina o solo bem como os lençóis freáticos
(tendo em vista que muitas pessoas os jogam no lixo comum, em vasos
sanitários ou aterros). Para combater esta situação, a Anvisa faz diversos
alertas para os consumidores.
Em 2012, foi introduzida no ordenamento brasileiro uma lei estadual14
que tem por objeto a determinação da obrigação das farmácias para o rece-

não tem o mesmo respaldo que as empresas possuem (especialmente nas seguintes áreas:
jurídica, operacional e financeira). O Código de Defesa do Consumidor busca o equilíbrio na
relação entre o fornecedor e o consumidor (que é vulnerável frente à empresa). Insta salientar,
inclusive, que alguns consumidores estão em relação de fragilidade ainda maior, frente à
empresa: são os consumidores hipossuficientes.
13
O descarte inadequado de medicamentos pode contaminar o solo, a vegetação, os lençóis
freáticos, os mares, os lagos, os rios e as represas, abarcando a fauna e a flora regionais.
14
Trata-se da Lei nº. 15192/2012 (Estado do Ceará), que determina: “O Governador do Estado
do Ceará. Faço saber que a Assembleia Legislativa decretou e eu sanciono a seguinte Lei: Art.
1º. As farmácias, drogarias e distribuidoras de medicamentos em operação no Estado do Ceará,
disponibilizarão espaços adequados em seus estabelecimentos para receberem, em devolução,
os medicamentos com data de validade vencidas ou deteriorados e inservíveis ao uso pela
população, evitando intoxicações com seu uso inadequado ou seu descarte indevido no meio
ambiente. Art. 2º. Após sua devolução aos estabelecimentos referidos nesta Lei, os
medicamentos serão acondicionados em embalagens separadas de outros tipos de lixo para o
recolhimento pela coleta de resíduos sólidos das cidades e encaminhados para a destinação
final adequada, observadas as disposições legais para o correto acondicionamento desses

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bimento de medicamentos vencidos entregues pelos consumidores, justa-


mente para que toda a cautela seja tomada na destruição destes remédios.
É fundamental também que a legislação ampare os fabricantes e que
apresente as diretrizes corretas para que a atuação destes esteja em harmo-
nia com as expectativas e diretrizes do Poder Público. Caso contrário, abre-
se uma lacuna de transferência da responsabilidade deste descarte para os
fabricantes, sem, entretanto, o respaldo necessário para que o descarte ou a
incineração sejam feitos adequadamente, o que pode agravar ainda mais a
poluição ambiental. Importante, neste ponto, destacar que, em âmbito de
direito público, as situações que não estão expressamente permitidas são
proibidas15. É necessário detalhado roteiro e planejamento sobre o adequa-
do descarte, para que não seja cometida nenhuma ilegalidade e nenhuma
infração na destruição destes medicamentos.

3.1 LEGISLAÇÃO APLICÁVEL AO DESCARTE DE MEDICAMENTOS


Neste tópico, é fundamental a apresentação de um panorama geral16
acerca da legislação que trata sobre o tema: Lei nº 5991/1973 – Dispõe
sobre o controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos
farmacêuticos e correlatos; Lei nº 6360/1976 – Dispõe sobre a vigilância
sanitária a que ficam sujeitos os medicamentos, as drogas, os insumos far-
macêuticos; Portaria nº 3.916/1998 – Política Nacional de Medicamentos;

materiais. Art. 3º. Os espaços reservados para a recepção dos medicamentos devolvidos devem
ser localizados em pontos de fácil acesso aos clientes e consumidores dos estabelecimentos e
identificados através de cartazes com os dizeres: “DEVOLVA AQUI OS MEDICAMENTOS
VENCIDOS OU DETERIORADOS. EVITE INTOXICAÇÃO OU CONTAMINAÇÃO DO
MEIO AMBIENTE.” Art. 4º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. PALÁCIO
DA ABOLIÇÃO, DO GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ, em Fortaleza, 19 de julho de
2012. José Arísio Lopes da Costa - GOVERNADOR DO ESTADO DO CEARÁ EM
EXERCÍCIO - Raimundo José Arruda Bastos - SECRETÁRIO DA SAÚDE”.
15
Neste sentido, Celso Antônio Bandeira de Mello leciona: “Com efeito, enquanto o princípio
da supremacia do interesse público sobre o interesse privado é da essência de qualquer Estado,
de qualquer sociedade juridicamente organizada com fins políticos, o princípio da legalidade
é o específico do Estado de Direito, é justamente aquele que o qualifica e que lhe dá identidade
própria. Por isso mesmo é o princípio basilar do regime jurídico-administrativo, já que o direito
administrativo (pelo menos aquilo que como tal se concebe) nasce com o Estado de Direito: é
uma conseqüência (sic) dele. É o fruto da submissão do Estado à lei. É em suma: a consagração
da idéia (sic) de que a Administração Pública só pode ser exercida na conformidade da lei e
que, de conseguinte, a atividade administrativa é atividade sublegal, infralegal, consistente na
expedição de comandos complementares à lei”. MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso
de Direito Administrativo. 8. ed. São Paulo: Malheiros Editora, 1996, p. 56.
16
Trata-se de abordagem geral, que não esgota toda a legislação que versa sobre o tema.

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Resolução CNS nº 338/2004 – Política Nacional de Assistência Farmacêu-


tica; Resolução CONAMA nº. 358, de 29 de abril de 2005 – Dispõe sobre o
tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá
outras providências; Lei nº. 11.445, de 05 de janeiro de 2007 – Estabelece
as Diretrizes Nacionais para o Saneamento Básico; Lei nº. 12.305, de 2 de
agosto de 2010 – Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos; Decreto
nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010 – Regulamenta a Lei nº 12.305/2010.
Para a compreensão e a visão global sobre o descarte de medicamen-
tos, é fundamental a leitura da legislação supracitada. É essencial o seguinte
destaque sobre as diretrizes aplicáveis aos resíduos sólidos (Lei 12.305/2010):
Art. 8o São instrumentos da Política Nacional de Resíduos Sólidos, entre
outros: I - os planos de resíduos sólidos; II - os inventários e o sistema decla-
ratório anual de resíduos sólidos; III - a coleta seletiva, os sistemas de logís-
tica reversa e outras ferramentas relacionadas à implementação da respon-
sabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos; IV - o incentivo à
criação e ao desenvolvimento de cooperativas ou de outras formas de asso-
ciação de catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis; V - o monitora-
mento e a fiscalização ambiental, sanitária e agropecuária; VI - a coopera-
ção técnica e financeira entre os setores público e privado para o desenvolvi-
mento de pesquisas de novos produtos, métodos, processos e tecnologias de
gestão, reciclagem, reutilização, tratamento de resíduos e disposição final
ambientalmente adequada de rejeitos; VII - a pesquisa científica e
tecnológica; VIII - a educação ambiental; IX - os incentivos fiscais, financei-
ros e creditícios; X - o Fundo Nacional do Meio Ambiente e o Fundo Naci-
onal de Desenvolvimento Científico e Tecnológico; XI - o Sistema Nacional
de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir); XII - o Sistema
Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa); XIII - os conse-
lhos de meio ambiente e, no que couber, os de saúde; XIV - os órgãos colegi-
ados municipais destinados ao controle social dos serviços de resíduos sóli-
dos urbanos; XV - o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos
Perigosos; XVI - os acordos setoriais; XVII - no que couber, os instrumentos
da Política Nacional de Meio Ambiente, entre eles: a) os padrões de quali-
dade ambiental; b) o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente
Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais; c) o Cadastro Técnico
Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental; d) a avaliação
de impactos ambientais; e) o Sistema Nacional de Informação sobre Meio
Ambiente (Sinima); f) o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou
potencialmente poluidoras; XVIII - os termos de compromisso e os termos
de ajustamento de conduta; XIX - o incentivo à adoção de consórcios ou de
outras formas de cooperação entre os entes federados, com vistas à elevação
das escalas de aproveitamento e à redução dos custos envolvidos.
Todos os instrumentos previstos são fundamentais e devem ser apli-
cados à realidade brasileira, como medida preventiva para a preservação
ambiental.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Constituição Federal Brasileira de 1988 elenca o meio ambiente


saudável como um dos direitos que pertence à coletividade. Para tanto, é
necessária a participação tanto do Poder Público quanto da população. Uma
das situações recorrentes, na realidade brasileira, é o descarte de medica-
mentos de forma incorreta, o que traz imensuráveis prejuízos tanto para o
meio ambiente quanto para as pessoas.
Para o correto descarte de remédios já vencidos é fundamental a con-
jugação de ações integradas do Poder Público com os fabricantes e com a
população. A ANVISA, na busca por soluções a este recorrente problema,
possui núcleo específico de pesquisadores, especificamente voltado para os
referidos debates. A participação das farmácias e dos fabricantes é vital
para o sucesso destas ações de recolhimento e destruição dos remédios já
vencidos. Desta forma, é garantida tanto a preservação ecológica quanto a
tutela da vida humana.

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Recebido em: 12 de fevereiro de 2014.


Aceito em: 1º de março de 2014.

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