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FACULDADE DE DIREITO
No contexto dos séculos XIX e XX, principalmente após o advento da Revolução Industrial, as
discussões em torno do Meio Ambiente possuíam uma visão utilitarista e economicista, onde não
havia preocupação com proteção ou desenvolvimento sustentável. A partir da década de 50,
diversas organizações internacionais incluíram como pauta da discussão mundial a evolução
humana e a necessidade de proteger o meio ambiente. Porém, é de amplo conhecimento que,
mesmo com diversos mecanismos de proteção, a degradação ambiental alcançou níveis severos no
mundo todo, o que trouxe diversas consequências negativas em todo o globo. Nesse contexto, o
presente trabalho busca refletir sobre o meio ambiente, mudanças climáticas e o direito à
alimentação, em uma abordagem preliminar sobre o contexto amazônico.
1. INTRODUÇÃO
A Lei de Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81), em seu artigo 3º, inciso
I, conceitua o que é meio ambiente:
Art 3º - Para os fins previstos nesta Lei, entende-se por:
É importante destacar que a visão exposta pela norma supracitada é uma visão
biocêntrica, ou seja, a finalidade social é voltada para a preservação do bem comum. Conforme
explicita Evgeni Pachukanis (1924), a evolução histórica do direito traz consigo não apenas uma
mudança de conteúdo das normas, porém uma mudança dos institutos do direito e um
desenvolvimento da norma jurídica. Destaca-se que, mais tarde, em 1988, a Constituição Federal
tratará o direito ao meio ambiente equilibrado como direito fundamental dos indivíduos, seja de
cunho individual ou coletivo, conforme destacado abaixo:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações.
No entanto, mesmo com o avanço jurídico-normativo, que instituiu leis de proteção ao
meio ambiente, estudos mostram diversos impactos negativos consequentes do uso desenfreado
dos bens naturais. Mudanças climáticas drásticas, catástrofes naturais e outros tornaram-se cada
vez mais comuns. Nessa visão, destaca-se o pensamento de Ronald Dworkin, que critica o
positivismo jurídico, trazendo à tona a discussão sobre o que o direito deveria ser, ao invés de
analisar o que o direito realmente é.
Em 2023, o Alto Comissário da Organização das Nações Unidas, Volken Tunk, declarou
que as mudanças climáticas colocam quase 80 milhões de pessoas sob o risco de fome. Na visão
de Tunk, as mudanças climáticas ameaçam diretamente o direito à alimentação. Em um contexto
amazônico mais próximo, essa estatística se faz presente.
Em 2023, a crise climática causou uma das maiores secas já vistas no Rio Negro, um dos
rios mais importantes da Região Amazônica. O Painel Intergovernamental sobre mudanças
climáticas apontou que a região amazônica sofreria imensamente com as alterações climáticas: ou
seriam cheias muito intensas ou secas igualmente avassaladoras.
Nesse viés, é importante lembrar que a região amazônica do Brasil é composta por
diversas comunidades ribeirinhas, que vivem ao entorno dos rios e lagos e que dependem desses
meios naturais para garantir sua sobrevivência. O direito à alimentação é garantido em esfera
nacional e internacional, garantindo às pessoas o direito de se alimentar de maneira adequada e
digna. O artigo 25 da Declaração Universal dos Direitos Humanos determina que:
Art. 25 Toda pessoa tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a
sua família saúde e bem-estar, inclusive alimentação (...)”.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
RONALD, Dworkin. O que é o direito?: In. O império do direito. Trad. Jefferson Luiz Camargo.
São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 03-54.
CASTRO, de Fábio. Crise climática: seca severa na Amazônia é agravada por desmatamento e
fogo. Disponível em: https://www.wwf.org.br/?87003/Crise-climatica-seca-severa-na-Amazonia-e-
agravada-por-desmatamento-e-fogo. Acesso em 27 de novembro de 2023.