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AUTORES
MARÇO/2022
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Palavra-chave: meio ambiente; desenvolvimento sustentável; biocentrismo;
titularidade de direitos.
ABSTRACT
The present scientific article intends to approach the tendency to equate the economic
development and the effective protection to the environment, in light of the dignity of
the human person - driving force of the natural right -, in search of the sustainable
development and the recognition of the title of rights by the nature , in the manner
recognized by the Constitution of the State of Ecuador, in line with international
standards of environmental protection, with the purpose of forming a critical thinking
about the need for ample environmental protection.
Introdução
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Inegavelmente, a exploração econômica dos recursos naturais acentuados pelo
neoliberalismo, somados ao ineficiente papel do Estado em regular e fiscalizar as
atividades elegidas à iniciativa privada têm gerado negativas consequências, causas
reconhecidas de acidentes e desastres ambientais, e mudanças climáticas prejudiciais à
continuação da espécie humana e de espécimes da fauna e flora. Diversas ameaças
como a acentuada degradação ambiental experimentada nos países em desenvolvimento,
em decorrência de atividades de exploração de recursos minerais, hídricos, de fontes
energéticas não renováveis, da pecuária ostensiva, e, em alguns casos, até mesmo a
degradação ambiental oriunda de conflitos armados, têm sido problemas do século XX e
XXI.
Por ser uma corrente jurídica recente, pautada em estudos naturais, tem
enfrentado certa resistência no cenário nacional, este predominantemente
antropocêntrico, inclusive com previsão na atual CFB, em seu art. 225, que reza: “todos
têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à
coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as futuras gerações”.
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Mama, donde se reproduce y realiza la vida, tiene derecho a que se respete
integralmente su existencia y el mantenimiento y regeneración de sus ciclos vitales,
estructura, funciones y procesos evolutivos.
Segundo José Afonso Da Silva (2010, p. 41 a 42): “Como todo ramo do Direito,
também o Direito Ambiental deve ser considerado sob dois aspectos: a) Direito
Ambiental objetivo, que consiste no conjunto de normas jurídicas disciplinadoras da
proteção da qualidade do meio ambiente; b) Direito Ambiental como ciência, que busca
o conhecimento sistematizado das normas e princípios ordenadores da qualidade do
meio ambiente.”
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O meio ambiente ecologicamente equilibrado é sem, poluição, com qualidade de
vida, correspondente lógico do princípio constitucional da dignidade do ser humano, o
qual precisa ter uma vida saudável.
Artigo 225 expõe: “Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e
preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” O princípio de número 1, editado na
Rio/92, afirma no sentido que o ser humano é o foco das preocupações com a
sustentabilidade do desenvolvimento, objetivando-se a afirmação do direito a uma
saudável e produtiva vivência, de maneira harmônica com a natureza.
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ampla, que sugere a necessidade de proteção de todos os seres, expressa no art. 71 pela
expressão “respeito a todos os elementos que formam um ecossistema”. Essa norma,
ao deferir direitos a todos os elementos que compõem um ecossistema, decisivamente
confronta o paradigma antropocêntrico”.
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No STJ, no ano de 2015 a Ministra Assusete Magalhães proferiu decisão
monocrática no Agravo de Instrumento em Recurso Especial, ARESP Nº. 316.7990,
tendo como agravante Serviços Autônomos de Água e Esgoto de Três Rios Saaetre,
onde mitigou o princípio do meio ambiente ecologicamente equilibrado sob a ótica do
antropocentrismo, para reconhecer a ilegalidade da ausência da prestação de serviço de
tratamento sanitário, que não pode ser tolerado pelo Poder Público, especialmente
quando submetida ao exame e análise do Poder judiciário.
O conceito foi pela primeira vez tratado na Conferência das Nações Unidas, em
Estocolmo, no ano de 1972, quando as nações se conscientizaram dos danos ao meio
ambiente e do aumento das catástrofes ambientais decorrentes da intervenção humana
na natureza. A referida Conferência foi marcada pela disputa de duas ideologias, uma
defendida pelos países desenvolvido sob a bandeira de “desenvolvimento zero”, e outra
pelos países em desenvolvimento que defendiam o “desenvolvimento a qualquer custo”.
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Como forma de equacionar essas duas correntes ideológicas divergentes, trouxe-
se para as discussões a possibilidade e necessidade de se promover um desenvolvimento
econômico temperado, que promovesse o bem-estar dos povos, com o fornecimento dos
produtos necessários ao desenvolvimento, mas sem deixar de atentar para boas práticas
de manuseio e exploração dos recursos naturais, de forma a preservar para as gerações
presentes e futuras.
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assunto sempre preservam a tendência de tratar o meio ambiente como um instrumento
de satisfação das necessidades do ser humano, tanto econômico, quanto a sua
preservação para as presentes e futuras gerações, desta forma, o desenvolvimento
sustentável, atualmente, releva base nestas premissa.
O autor João Alberto Alves Amorim, na sua obra: a ONU e o meio ambiente, em
fls.166, ao mencionar o julgado arbitral do caso Fundição Trail, onde se reconheceu a
responsabilidade do Estado Canadense por atoão seis lesivos ao meio ambiente,
praticados por esta fundação, destaca “a proteção do meio ambiente e a busca do mais
elevado padrão de equilíbrio e salubridade ambientais são normas peremptórias de
direito internacional geral, impostas a todos os Estados. O caráter de “jus congens”
decorre justamente do papel fundamental que esta obrigação representa para toda a
humanidade”.
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Desta forma, em nome de um verdadeiro desenvolvimento sustentável, deve-se
aprimorar as políticas públicas da área, com base no biocentrismo, de forma que se
promova a real e efetiva proteção do meio ambiente, com processos rígidos de
licenciamento ambiental, norteados por estudos fidedignos, bem como a busca pela
ampla reparação dos possíveis danos causados pela ação humana, de forma que a
continuidade e a preservação da natureza não se veja, em sua completude e extensão,
prejudicada pela busca do desenvolvimento econômico e social.
5– Conclusão
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Posteriormente, demonstramos como é tratado desenvolvimento sustentável no
Brasil, que se estrutura sob a visão antropocêntrica, colocando o ser humano como o
centro da importância ambiental, aplicando-se políticas públicas que consideram uma
maior atenção ao desenvolvimento econômico, a promoção da buscada equidade social
(características), elegendo a um segundo plano a real preservação do meio ambiente.
Com isto, passamos a abordar o que entendemos ser ideal para a preservação
ambiental, e, para isso, trouxemos o exemplo da Nação Equatoriana, que aprovou sua
nova Constituição em 28 de setembro de 2018, e, no seu conteúdo, adotou princípios do
biocentrismo, dispondo que o meio ambiente é titular de direitos e dignidade, e que sua
proteção deve ser realizada por qualquer cidadão, pelos povos, pela comunidade, ou
qualquer nacionalidade, dando, assim, uma ampla proteção à “pacha mama”.
REFERÊNCIAS:
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