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Discente: Raiane França Cardoso

Data: 29/09/2020 6 A Direito Ecologia e Meio Ambiente

Questões de revisão

1. Qual o conceito jurídico de meio ambiente? Qual a classificação de meio ambiente?

O Direito Ambiental é o conjunto de normas, a doutrina que, além de estudar os instrumentos


legais vigentes, busca soluções e interpretações que para as lacunas legais. Sua intenção é a
proteção e a conservação ambiental através da análise da lei frente ao comportamento
humano.

E quanto à classificação, os bens ambientais podem ser de ordem física ou natural (solo, ar,
água, flora, fauna, etc.). Artificiais, que são os elementos criados pelo homem na interação com
a natureza (prédios, casas, etc). Cultural, que são os elementos criados ou utilizados pelo
homem, mas que possuem valores fundamentais para a sociedade (científico, arqueológico,
etc) e do trabalho onde o homem exerce as suas atividades laborais que podem ser espaços
abertos ou fechados.

2. O que são elementos bióticos e abióticos?

O meio ambiente natural é composto por bens ambientais, os bens da natureza que
existem independentemente da ação humana. São divididos em seres vivos ( bióticos)
e bens sem vida (abióticos). Como exemplo de elementos abióticos temos o subsolo,
as águas, dentre outros. Já a fauna e a flora são elementos bióticos.

3. O que significa o meio ambiente como bem de uso comum do povo?

O Meio Ambiente, bem de uso comum do povo, consistente no equilíbrio ecológico e na higidez
do meio e dos recursos naturais, é bem comum, geral, difuso, indivisível, indisponível e
impenhorável.

De acordo com o art. 225 da CP, todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, com isso concluímos que o acesso ao meio ambiente não só é um direito, mas
também um dever de todos, assim a obrigação de defender e proteger o meio ambiente é de
todos e não somente do Estado.

4. Quais as concepções éticas sobre a proteção ao meio ambiente?

Elas se baseiam na existência de valores ecológicos, apresentando à natureza como um todo,


englobando toda a biótica. A ética do meio ambiente reconhece nos seres vivos um valor de
dignidade, de respeito aos valores da natureza enquanto bens em si mesmo.
5. Dê exemplos de passagens biocêntricas no ordenamento jurídico brasileiro.

A contrario sensu, a corrente biocêntrica retira o homem da centralidade valorativa, gerando


um equilíbrio deste em relação à fauna e à flora. O biocentrismo coloca o próprio ecossistema
como centro e reconhece o valor da vida dos animais não-humanos e da flora, todos em
interdependência com a raça humana. A ética, outrora centrada no ser humano, verte-se para
uma consideração profunda sobre o equilíbrio da teia da vida e da sustentabilidade ecológica.
Nesse contexto, o artigo 225 da Constituição Federal defere aos animais a titularidade de
direitos e de dignidade, de maneira que quaisquer atos humanos que atentem contra a sua ida,
integridade física ou psicológica, não importando o motivo, devem ser alvo de reproche e
sansão penal.

6. Qual a concepção ética que norteia o art. 225 da Constituição? Como conceituar
preservação e conservação?

Esse artigo consagra os princípios de ética ambiental ao determinar o direito ao meio ambiente
universal. Quanto a preservação pode ser definida como a proteção integral de uma região,
sem que haja qualquer interferência humana, já a conservação é o ato de manejar os recursos
naturais de maneira a obter alta qualidade de vida humana causando o menor impacto possível
ao ambiente.

7. Quais os mecanismos de participação popular na defesa do meio ambiente previstos


no ordenamento jurídico nacional?

A participação popular na defesa do meio ambiente pode acontecer por meio dos mecanismos
legislativos, o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular de lei.

8. Disserte sobre as obrigações do Estado para a efetivação do meio ambiente


ecologicamente equilibrado.

Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e
essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de
defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.

Com isso o Estado tem por obrigação preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais
e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; preservar a diversidade e a
integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as entidades dedicadas à pesquisa e
manipulação de material genético; definir, em todas as unidades da Federação, espaços
territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a
supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a
integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; exigir, na forma da lei, para instalação
de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente,
estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade; controlar a produção, a
comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias que comportem risco para a
vida, a qualidade de vida e o meio ambiente; promover a educação ambiental em todos os
níveis de ensino e a conscientização pública para a preservação do meio ambiente e proteger
a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função
ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade.
9. Tipos de responsabilidade pelo dano ambiental e seus sujeitos passivos, com menção
ao regime da responsabilidade civil (conforme legislação infraconstitucional);

A responsabilidade pelo dano ambiental se divide em duas, a responsabilidade subjetiva e a


objetiva. Essa para ser caracterizada necessita apenas do nexo causal entre o ato degradante
ao meio ambiente e o resultado - poluição. Aquela para que seja caracteriza necessita da
demonstração da culpa do agente poluidor. O sujeito passivo pelo dano ambiental é a
coletividade. O meio ambiente é um bem público, nos termos do art. 225, caput da CRFB,
portanto a sua degradação impede a sobrevivência das pessoas.

10. Responsabilidade imposta constitucionalmente aos mineradores pela degradação


que sua atividade econômica causar, em face do princípio do poluidor pagador.

A mineração é uma atividade que polui o meio ambiente, sendo assim se faz necessário haver
uma licença ambiental para tal atividade. Desse modo, em face do princípio do poluidor-
pagador a atividade de mineração será exercida de um modo que o poluidor repare ou
compense os danos causados ao meio ambiente. Ele não está pagando para poluir, mas
ressarcindo ou mitigando a degradação ambiental previamente admitida e tolerada pela
legislação ambiental.

10. Quais os deveres do Poder Público na proteção ambiental?

Incumbe ao poder público o seguinte:

I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das


espécies e ecossistemas;

II - preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do País e fiscalizar as


entidades dedicadas à pesquisa e manipulação de material genético;

III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a


serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através
de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem
sua proteção;

IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de


significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará
publicidade;

V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e substâncias


que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;

VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública


para a preservação do meio ambiente;

VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco
sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a
crueldade.
11. Qual a previsão constitucional para o cumprimento da função social da propriedade
rural?

A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo


critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos:

I – aproveitamento racional e adequado;


II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente;
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho;
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Para a propriedade ter função social, é necessário preencher simultaneamente os quatro


requisitos. Na ausência de um deles, é descaracterizada a função social da propriedade.

12. O que significa prevenção no direito ambiental?

O principio da prevenção no direito ambiental tem origem a partir da Declaração da


Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, de 1972. É uma soft norm,
resultado da primeira Conferência Internacional Ambiental, realizada na cidade de Estocolmo
(Suécia).

O princípio possui como característica impedir a ocorrência da poluição. Para isso, o poder
público necessita criar uma série de medidas a fim de prevenir a ocorrência do dano ambiental.
No cenário brasileiro, temos como exemplo o Estudo de Impacto Ambiental, uma exigência do
inciso IV do art. 225 da CF/1988.

O Princípio da Prevenção se antecipa em relação ao dano ambiental. Através de medidas


preventivas o referido princípio visa impedir que o dano ao meio ambiente ocorra.

13. Aborde o princípio da precaução. O que justifica a aplicação do princípio da


precaução?

Esse princípio pode ser considerado complementar ao da prevenção, que intervém na criação
de medidas a fim de prevenir eventos que possam ocorrer.

No princípio da precaução, o foco está para casos em que há ausência de evidências


científicas que apontem com certeza a ocorrência de dano ambiental. Nesse caso, é
necessário ter a prudência de criar mecanismos para precaver um eventual dano ambiental por
conta de alguma interferência humana sobre o meio ambiente que é desconhecido.

O Princípio da Precaução é a garantia contra os riscos potenciais que, de acordo com o estado
atual do conhecimento, não podem ser ainda identificados. Este Princípio afirma que a
ausência da certeza científica formal, a existência de um risco de um dano sério ou irreversível
requer a implementação de medidas que possam prever este dano.
14. Qual a diferença entre o princípio da prevenção e o da precaução?

A principal diferença é que o princípio da prevenção é aplicado ao risco conhecido, descrito


como aquele identificado pelas pesquisas e informações ambientais ou populares porque já
ocorreu anteriormente, já o princípio da precaução só é aplicável em casos de risco ou perigo
in abstracto, perigo desconhecido, decorrente da ausência de informações objetivas ou
pesquisas cientificas conclusivas sobre a potencialidade e os efeitos.

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