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DEGRADADAS
AULA 3
A mata ciliar tem esse nome porque exerce a função de proteger os rios,
como os cílios protegem os olhos. Em algumas regiões do Brasil, ela também é
chamada de mata ripária ou ribeirinha. Quando o corpo d’água é estreito, as
copas das árvores que o margeiam se tocam, fechando a cobertura como em
um túnel. Nesses casos, a mata ciliar recebe ainda outro nome: mata de galeria.
O que nos importa aqui é saber que esse tipo de vegetação ocorre às margens
de rios, igarapés, lagos, nascentes, represas etc.
Em rios e lagos maiores, a vegetação é geralmente formada por espécies
arbóreas. Em várzeas, encontramos uma vegetação composta principalmente
por gramíneas e arbustos. Em todos os casos, temos plantas adaptadas a
inundações cíclicas. A composição biótica e as características físicas (solo, clima
etc.) variam muito entre as florestas ribeirinhas, pois elas são caracterizadas não
por um tipo de vegetação específico, mas sim pela localização que ocupam. O
Brasil é um país rico em corpos d’água e, consequentemente, em florestas que
os cercam e os protegem.
As matas ciliares sofrem grande pressão de desmatamento e o trabalho
por sua preservação e recuperação é fundamental para a manutenção de um
ambiente ecologicamente equilibrado. Entretanto, a sua extensão ideal ou
original varia muito e dificilmente pode ser plenamente restaurada. Nesses
casos, as orientações práticas acerca dos limites a serem preservados ou
recuperados das matas ciliares são dadas, principalmente, pelo Código Florestal
(Lei n. 12.651/2012).
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os rios como vias de acesso a novas áreas. Com o crescimento das cidades, os
assentamentos invadiram as áreas vegetadas. Mais tarde, muitos rios foram
canalizados e outras áreas alagáveis, como brejos e baixadas, foram drenadas
por motivos sanitários. A partir da segunda metade do século XX, o baixo valor
no mercado imobiliário e a falta de interesse do Poder Público estimularam a
ocupação desregulada, sobrando atualmente poucas áreas preservadas nas
grandes cidades.
As florestas ajudam a manter a qualidade da água de diversas maneiras.
A água das chuvas é parcialmente retida pelas plantas e, dessa forma, o volume
de água que chega ao rio diminui, evitando enchentes. As raízes mantêm a
estabilidade e a permeabilidade do solo, protegendo as margens de
deslizamentos e erosão. As matas ciliares diminuem a temperatura e, com isso,
ajudam a preservar nascentes e riachos em épocas de seca. Mesmo a poluição
do solo e do ar são filtradas pelos ciclos de gases e água nas áreas verdes.
Além das APPs, todo imóvel rural deve manter áreas com cobertura de
vegetação nativa, a título de Reserva Legal (RL). A extensão da RL depende da
área do imóvel e do bioma onde se localiza, conforme o art. 12 da Lei n. 12.651.
Excepcionalmente, as APPs podem ser admitidas no cálculo do percentual da
Reserva Legal.
A Reserva Legal tem “a função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a
reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da
biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora
nativa” (Brasil, 2012, art. 3°, III). Para isso, deve-se buscar a conservação ou
restauração da cobertura de vegetação nativa.
No entanto, com o aval do órgão ambiental, admite-se a exploração
econômica da Reserva Legal mediante manejo sustentável. Isso abre um grande
leque para o uso de Sistemas Agroflorestais (SAFs) para a recuperação dessas
áreas.
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recuperam áreas florestais e corpos d’água. Também é possível descontos no
pagamento de tributos, como o Imposto Territorial Rural (ITR) e o IPTU, em
alguns municípios.
NA PRÁTICA
Imagine que você vai apresentar um PRAD para uma APP próxima a uma
nascente. Para esse exercício, considere que existe um Programa de
Investimentos para a recuperação de áreas degradadas, mantido por um
município. Você se reuniu com outros profissionais e conhece uma área com as
características necessárias. No entanto, o patrocínio é limitado e vários projetos
serão apresentados. Com o objetivo de facilitar a aprovação do seu projeto,
seguem abaixo algumas orientações básicas:
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APP 2: Plantio total;
APP 3: Plantio total com cercamento;
APP 4: Enriquecimento com até 500 mudas/ha;
APP 5: Enriquecimento com até 500 mudas/ha com cercamento;
APP 6: Nucleação;
APP 7: Nucleação com cercamento.
FINALIZANDO
Saiba mais
EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Estratégias de
recuperação, S.d. Disponível em: <https://www.embrapa.br/codigo-
florestal/estrategias-e-tecnicas-de-recuperacao>. Acesso em: 27 jul. 2018.
_____. Espécies vegetais para recuperação, S.d. Disponível em:
<https://www.embrapa.br/codigo-florestal/especies>. Acesso em: 27 jul. 2018.
LIMA, V. B. F. IPTU "verde ou ecológico". Conteúdo Jurídico, 29 maio 2017.
Disponível em: <http://www.conteudojuridico.com.br/?artigos&ver=2.589148&se
o=1>. Acesso em: 27 jul. 2018.
MODOS de restaurar florestas. Pesquisa Fapesp, 20 jan. 2016. Disponível em:
<https://youtu.be/a2ygqm4UOkI>. Acesso em: 27 jul. 2018.
RIBEIRO, C. Como recuperar pastos degradados. Globo Rural, 7 jul. 2016.
Disponível em: <https://revistagloborural.globo.com/Integracao/noticia/2016/07/
como-recuperar-pastos-degradados.html>. Acesso em: 27 jul. 2018.
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REFERÊNCIAS