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Política Ambiental

A Constituição Federal de 1988 estabelece diversos dispositivos


relacionados à política ambiental, reconhecendo a importância da
preservação e do uso sustentável dos recursos naturais. Abaixo
estão alguns dos principais pontos relacionados a esse tema na
Constituição:
Artigo 225: Este é o principal dispositivo relacionado ao meio ambiente na Constituição. Ele
estabelece que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à qualidade de vida. Além disso, determina que é dever do Estado
e da coletividade preservar e defendê-lo para as presentes e futuras gerações.

Artigo 170, VI: No contexto da ordem econômica, o artigo 170, inciso VI, destaca a defesa
do meio ambiente como princípio da atividade econômica, estabelecendo que a lei deve
disciplinar a exploração de recursos naturais, visando a preservação do meio ambiente e o
desenvolvimento sustentável.

Artigo 176: Este artigo trata da exploração dos recursos minerais no Brasil. Ele estabelece
que a pesquisa e a lavra de recursos minerais em terras indígenas só podem ser realizadas com
autorização do Congresso Nacional, ouvidas as comunidades afetadas, ficando estabelecido
que as atividades devem ser realizadas com a máxima cautela para evitar danos ao meio
ambiente e às populações locais.

Artigo 225, § 1º, VII: Este parágrafo do artigo 225 determina que são crimes
inafiançáveis e imprescritíveis a prática de racismo, a exploração de trabalho escravo e a
criação de animais em condições cruéis.

Artigo 225, § 4º: Este parágrafo estabelece a responsabilidade civil e penal por danos
causados ao meio ambiente, impondo ao poluidor e ao explorador de recursos naturais a
obrigação de reparar os danos causados, bem como de indenizar as vítimas.

Esses são alguns dos principais dispositivos da Constituição Federal de 1988 relacionados à
política ambiental. Eles refletem o compromisso do Estado brasileiro com a proteção e a
preservação do meio ambiente, reconhecendo sua importância para o bem-estar da sociedade
e para as gerações futuras.
Código florestal de 2012
O Código Florestal Brasileiro de 2012, oficialmente conhecido
como Lei nº 12.651/2012, é uma legislação que estabelece normas
gerais sobre a proteção da vegetação nativa, o uso e ocupação do
solo em áreas rurais, bem como as áreas de preservação
permanente (APPs) e as reservas legais.

Aqui estão alguns dos principais


pontos do Código Florestal de 2012:
Áreas de Preservação Permanente (APPs): O código define as
APPs como áreas protegidas ao longo de cursos d'água, encostas, topos de
morros, restingas, manguezais, entre outros, com o objetivo de preservar os
recursos hídricos, a biodiversidade e o solo. Ele estabelece as larguras mínimas
das faixas de proteção, dependendo do tamanho do curso d'água e do tipo de
vegetação.

Reserva Legal: O código determina que uma parte da propriedade rural


deve ser mantida com vegetação nativa, denominada reserva legal. A área
mínima de reserva legal varia de acordo com a região do país e o tipo de
vegetação predominante.

Cadastro Ambiental Rural (CAR): O CAR é um registro eletrônico


obrigatório para todas as propriedades rurais, no qual o proprietário deve
declarar as informações sobre a área, a localização e a situação ambiental da
propriedade. O CAR é uma ferramenta importante para o monitoramento e o
planejamento ambiental.

Programas de Regularização Ambiental (PRAs): Os PRAs são


instrumentos que permitem aos proprietários rurais regularizar sua situação
ambiental, em conformidade com as regras estabelecidas pelo código. Eles
podem incluir a recuperação de áreas degradadas, a compensação de reserva
legal, entre outras medidas.
Desmatamento e Uso do Solo: O código estabelece limites para o
desmatamento e o uso do solo em áreas rurais, visando a proteção dos
ecossistemas naturais e a conservação da biodiversidade. Ele também define
regras para a exploração florestal, a supressão de vegetação nativa e a
recomposição de áreas degradadas.

O Código Florestal de 2012 é uma legislação complexa e


abrangente que busca conciliar a produção agropecuária
com a conservação ambiental, promovendo o
desenvolvimento sustentável do meio rural brasileiro. Sua
implementação requer o envolvimento e o cumprimento de
todos os setores da sociedade, visando a proteção e a
preservação dos recursos naturais para as presentes e
futuras gerações.

 Áreas de preservação
permanente
As áreas de Preservação Permanente (APPs) são áreas protegidas estabelecidas pelo Código
Florestal brasileiro com o objetivo de conservar os recursos naturais, garantir a estabilidade
dos ecossistemas e proteger o meio ambiente. Essas áreas são consideradas essenciais para a
manutenção da qualidade da água, prevenção de erosão, proteção da biodiversidade e
conservação do solo. Aqui estão alguns exemplos comuns de áreas que são consideradas APPs:

1. Margens de rios, lagos e nascentes: As faixas de


terra ao longo das margens de rios, lagos, lagoas e nascentes
são consideradas APPs. A largura da faixa de proteção varia de
acordo com a largura do curso d'água e o tipo de vegetação
presente.

2. Encostas de morros e montanhas: As encostas


íngremes de morros e montanhas também são consideradas
APPs devido à sua importância na prevenção de deslizamentos
de terra e erosão.

3. Topos de morros e serras: Os topos de morros e


serras desempenham um papel fundamental na regulação do
fluxo de água e na manutenção dos lençóis freáticos, por isso
também são considerados áreas de preservação permanente.
4. Manguezais: As áreas de manguezal, localizadas ao longo
das regiões costeiras, são consideradas APPs devido à sua
importância na proteção da vida marinha e na estabilização da
linha costeira.

5. Restingas: As restingas são formações vegetais


características das regiões costeiras, e sua preservação é
essencial para a proteção da biodiversidade e para a
estabilização das dunas.

6. Áreas de altitude: Em algumas regiões do país, as áreas


de altitude, como os campos de altitude e os campos
rupestres, também são consideradas APPs devido à sua
importância na conservação de espécies endêmicas e na
manutenção dos recursos hídricos.

Esses são apenas alguns exemplos de áreas que são consideradas


Preservação Permanente de acordo com a legislação ambiental
brasileira. É importante ressaltar que a proteção dessas áreas é
fundamental para garantir a conservação dos ecossistemas naturais e
a qualidade de vida das pessoas.

 Reserva legal
A Reserva Legal é uma área protegida dentro de uma propriedade
rural que deve ser mantida com vegetação nativa, de acordo com o
Código Florestal brasileiro. Esta área tem a finalidade de assegurar a
conservação da biodiversidade, a proteção dos recursos hídricos, a
estabilidade do solo e o bem-estar das populações locais.

Alguns pontos importantes sobre a Reserva Legal


são:

Percentual de Área: A extensão da Reserva Legal varia de


acordo com a localização e o bioma em que a propriedade está
inserida. Nas regiões de floresta da Amazônia Legal, por exemplo, o
percentual mínimo é de 80% da área total da propriedade. Já em áreas
de cerrado, o percentual mínimo é de 35%.

Manutenção e Recuperação: É dever do proprietário rural


manter a Reserva Legal preservada, garantindo a sua integridade e
evitando sua degradação. Em caso de desmatamento ilegal ou
degradação, o proprietário deve promover a sua recuperação,
realizando o reflorestamento e a regeneração natural da vegetação.
Possibilidades de Compensação: Em algumas situações, é
possível a compensação da Reserva Legal em áreas equivalentes,
desde que previamente autorizada pelos órgãos ambientais
competentes. Isso significa que o proprietário pode regularizar a
situação de sua propriedade mantendo a área de Reserva Legal em
outra localidade, desde que obedecidos os critérios estabelecidos pela
legislação.

Cadastro Ambiental Rural (CAR): O Cadastro Ambiental


Rural (CAR) é um registro eletrônico obrigatório para todas as
propriedades rurais do país, no qual o proprietário deve declarar as
informações sobre a área, a localização e a situação ambiental da
propriedade, incluindo a delimitação da Reserva Legal.

Fiscalização e Penalidades: O descumprimento das regras


relacionadas à Reserva Legal sujeita o proprietário rural a sanções
administrativas, como multas e embargos, além de responsabilização
civil e penal por danos ambientais.

Em resumo, a Reserva Legal é uma importante ferramenta de


proteção ambiental, garantindo a conservação dos recursos naturais
e a promoção do desenvolvimento sustentável no meio rural. Sua
manutenção e regularização são essenciais para o equilíbrio
ambiental e a qualidade de vida das comunidades que dependem dos
serviços ecossistêmicos fornecidos por essas áreas.

 Áreas de uso restrito


As áreas de uso restrito são espaços definidos pela legislação
ambiental onde há limitações específicas para atividades
humanas, visando a proteção de ecossistemas sensíveis e a
preservação de recursos naturais importantes. Essas áreas
geralmente estão sujeitas a restrições mais severas do que as áreas
de preservação permanente (APPs) e as reservas legais. Alguns
exemplos comuns de áreas de uso restrito incluem:
Parques Nacionais e Estaduais: São áreas de conservação
de grande importância ecológica, onde são proibidas atividades como
exploração mineral, desmatamento, caça e pesca predatória.
Reservas Biológicas: São áreas destinadas à preservação
integral da biodiversidade, onde são proibidas quaisquer atividades
que possam alterar o ecossistema, como agricultura, pecuária e
extração de recursos naturais.

Estações Ecológicas: Similar às reservas biológicas, são áreas


de proteção integral onde são proibidas atividades humanas que
possam interferir nos processos naturais do ecossistema.

Áreas de Proteção Ambiental (APAs): Apesar de


permitirem atividades humanas, as APAs possuem restrições
específicas para garantir a conservação dos recursos naturais, como
limitações para uso do solo, controle de poluição e regulamentação de
atividades de lazer.

Reservas de Desenvolvimento Sustentável: São áreas


destinadas à preservação ambiental e ao desenvolvimento
socioeconômico sustentável das populações locais, com restrições
para atividades que possam comprometer os recursos naturais.

Em geral, as áreas de uso restrito são fundamentais para a


conservação da biodiversidade, a proteção de ecossistemas frágeis e
a manutenção dos serviços ecossistêmicos essenciais para o bem-
estar humano. O seu estabelecimento e gestão adequados são
essenciais para garantir a sustentabilidade ambiental e o equilíbrio
dos ecossistemas naturais.

 Unidade de conservação
As unidades de conservação são áreas definidas e protegidas por
lei com o objetivo de preservar a natureza, garantir a diversidade
biológica e promover o uso sustentável dos recursos naturais.
Estas áreas são estabelecidas e gerenciadas pelo poder público,
podendo ser de proteção integral ou de uso sustentável,
dependendo de seus objetivos de conservação. Aqui estão alguns
tipos comuns de unidades de conservação:

Parques Nacionais: São áreas de proteção integral destinadas à preservação da


natureza e à realização de pesquisas científicas, educação ambiental e turismo ecológico. São
proibidas atividades extrativistas e agropecuárias, sendo permitidas apenas atividades de
turismo e visitação controlada.
Reservas Biológicas: Também são áreas de proteção integral, onde o objetivo principal
é preservar ecossistemas naturais pouco alterados pela atividade humana, servindo como
laboratórios naturais para pesquisas científicas e conservação da biodiversidade.

Estações Ecológicas: Semelhantes às reservas biológicas, são áreas de proteção


integral onde são realizadas pesquisas científicas e conservação da biodiversidade, com
restrição total ou parcial de acesso humano.

Áreas de Proteção Ambiental (APAs): São unidades de conservação de uso


sustentável, onde são permitidas atividades humanas compatíveis com a conservação
ambiental, como agricultura familiar, turismo ecológico e manejo florestal sustentável.

Reservas de Desenvolvimento Sustentável: Também são unidades de


conservação de uso sustentável, onde são promovidas atividades econômicas de baixo
impacto ambiental, visando conciliar a conservação da natureza com o desenvolvimento
socioeconômico das comunidades locais.

Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs): São áreas de proteção de


pequeno porte, geralmente inseridas em áreas urbanas ou periurbanas, com o objetivo de
preservar remanescentes de ecossistemas naturais, áreas de recarga de aquíferos, entre
outros.

Essas são apenas algumas das principais categorias de unidades de


conservação, cada uma com seus objetivos específicos de
conservação e manejo. O estabelecimento e a gestão adequada
dessas áreas são fundamentais para garantir a proteção da
biodiversidade e a sustentabilidade ambiental.

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