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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

ESCOLA DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS


CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
DISCIPLINA: FORRAGICULTURA

Brunna Michelle Fagundes Ribeiro


Rafael Costa de Sousa
Marco Aurélio Ferreira da Silva Fonseca

ÁREAS DE PRESERVAÇÕES LEGAIS

Goiânia - Goiás
2021
Áreas de Preservações Legais

No Brasil Áreas de Preservação são garantidas por Lei, onde quem não
cumpre o determinado está cometendo crime. Essas áreas de preservações
legais podem ser classificadas em Área de Preservação Permanentes, Área de
Preservação Ambiental, Reserva Legal, Matas Ciliares e Corredores Biológicos.

ÁREAS DE PRESERVAÇÕES PERMANENTES

De acordo com o 3° artigo da Lei nº12.651/12, do código florestal, a Área de


Preservação Permanente (APP) é uma área protegida, coberta ou não por
vegetação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a
paisagem, a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de
fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas.

Em outras palavras, as APPs são áreas naturais intocáveis, consideradas de


utilidade pública, em que a lei limita de forma rígida a exploração da propriedade
rural, ou seja, a exploração econômica direta não é permitida. O intuito é a
preservação dos recursos naturais que cobrem a região e também controlar a
erosão do solo, assim como proporcionar a infiltração e a drenagem pluvial.

O Art. 2º da Lei nº 4.771/1965 estabelece as áreas de preservação permanente


como as florestas e formas de vegetação natural situadas:

"a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto
em faixa marginal cuja largura mínima seja:

1. de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez) metros de


largura;

2. de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50


(cinqüenta) metros de largura;

3. de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50 (cinqüenta) a


200 (duzentos) metros de largura;

4. de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenham de 200


(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

5. de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenham largura


superior a 600 (seiscentos) metros;

b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais;


c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados olhos d'água,
qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de 50 (cinqüenta)
metros de largura;

d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;

e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a 45°, equivalente a


100% na linha de maior declive;

f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues;

g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo,


em faixa nunca inferior a 100 (cem) metros em projeções horizontais;

h) em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos) metros, qualquer que seja a


vegetação."

A eliminação total ou parcial das florestas de preservação permanente só é


permitida com autorização prévia do Poder Executivo Federal, quando for
necessária à execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade
pública ou interesse social. Assim como a eliminação de vegetações só é
permitida mediante autorização do órgão ambiental, em caso de utilidade pública
e interesse social. No artigo 4 da Lei 4.771/1965 é descrito quais são as
utilidades públicas.

O não cumprimento dos limites impostos pela Constituição Federal e pelas


leis, tem como consequência penas descritas no artigo 38 da Lei n° 9.605 de
1998, onde diz:

"Art. 38. Destruir ou danificar floresta considerada de preservação permanente,


mesmo que em formação, ou utilizá-la com infringência das normas de proteção:

Pena - detenção, de um a três anos, ou multa, ou ambas as penas


cumulativamente.

Parágrafo único. Se o crime for culposo, a pena será reduzida à metade."

ÁREA DE PRESERVAÇÃO AMBIENTAL

Área de Preservação ambiental é uma área natural que tem como objetivo
proteger e conservar a fauna e a flora e conservar aspectos estéticos e culturais
da área, visando a qualidade de vida das populações. Essa área de preservação
permite que o humano ocupe ela, mas com limites de suas atividades, fazedo o
uso da sustentabilidade.

No ano de 2000, a Lei Nacional N 9.985 foi criada para que a união, os
estados e municípios criem áreas e unidades de conservações. No Brasil, essas
unidades são definidas como áreas que possuem características naturais
relevantes e cujo ecossistema necessita de proteção e conservação.

Atualmente o Brasil possui 728 unidades de conservação, sendo que existem


diferentes tipos de unidades, cada uma recebendo classificação de acordo com
suas características e objetivos a serem atingidos. Essas unidades podem ser
destinadas à exploração sustentável de recursos de recursos naturais,
preservação total do ecossistema.

RESERVA LEGAL

Reservas legais são áreas destinadas legalmente dentro de uma propriedade


a serem mantidas intactas, com vegetação nativa. E representam uma área
variável de 20% a 80% dependendo do bioma onde se encontra a propriedade.
Na região de bioma Amazonas por exemplo, o percentual de vegetação nativa a
ser preservado corresponde a 80% das áreas florestais. Já em regiões fora da
Amazônia legal as áreas de reservas podem corresponder a 20% do tamanho
da propriedade.

De acordo com a lei 12.651/2012, todo imóvel rural deve manter uma área
coberta de vegetação nativa, a título de reserva legal. Ou seja, reservas legais
trata-se de área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, com
função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos
naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação da biodiversidade, bem como
abrigo e a proteção de fauna silvestre e flora nativa.

MATA CILIAR

Matas ciliares faz referência aos cílios, pois a mesma função de proteção que
os cílios tem para com os olhos, as matas ciliares tem para com as margens de
rios, nascentes, córregos, lagos, represas. Essa mata protege por meio das
raízes das plantas do assoreamento, onde as águas desgastam as bordas
fluviais. Além de que ajuda na filtragem do ambiente filtrando sedimentos
trazidos pelo curso d’agua e da poluição. É comum em diversos biomas como
cerrado e mata atlântica, por isso apresenta uma grande diversidade de flora que
compõem essa mata ciliar.

Essa mata é garantida por lei, já que é uma Área de Preservação Permanente
(APP), o artigo 225° da Constituição da República Federativa do Brasil assegura
o direito fundamental do brasileiro a um “meio ambiente ecologicamente
equilibrado” além de que o Novo Código Florestal protege as APP. Deve-se
assegurar que a Lei seja cumprida pois em a principal causa de desmatamento
é a agropecuária já que são áreas úmidas por estarem perto de cursos d’agua e
são propícias a pastagem no período de seca.

CORREDORES BIOLÓGICOS

Os chamados Corredores Ecológicos ou corredores de biodiversidade são


áreas que unem unidades de conservação ou fragmentos florestais separados
por alguma interferência do homem, como áreas agrícolas, estradas, atividade
madeireira. Esse conceito de corredor de biodiversidade surgiu nos anos 90,
onde já se discutia o desmatamento exacerbado em debates da comunidade
científica. Esses corredores ecológicos são desenvolvidos por estudos sobre o
deslocamento de espécies, sua área de vida e a distribuição da população.
Quando o Ministério do Meio Ambiente reconhece esses corredores os mesmos
se tornam oficiais.

Houve a implementação no Brasil pela legislação em 1993 pelo Decreto n°


750, já revogado, que dispunha sobre “o corte, a exploração e a supressão de
vegetação primária ou nos estágios avançados e médio de regeneração da Mata
Atlântica”. Tendo a proibição de “exploração de vegetação que tenha a função
de (...) formar corredores entre remanescentes de vegetação primária ou em
estágios avançados e médio de regeneração”.

O corredor ecológico tem como objetivo reduzir a fragmentação causada pela


ação humana, tenta-se conectar duas áreas novamente por esse “corredor” com
o propósito de ocorrer o fluxo gênico das espécies vegetais e animais. Busca-se
permitir o aumento da cobertura vegetal, a dispersão de sementes e o livre
deslocamento dos animais
Atualmente a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação da
Natureza (SNUC), através do art. 25 determina que “as unidades de conservação
exceto Áreas de Preservação Ambiental e Reserva Particular do Patrimônio
Natural, devem possuir uma zona de amortecimento e, quando conveniente,
corredores ecológicos”.

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