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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância


Centro de Recursos de Nampula
Licenciatura em Gestão Ambiental

Território nacional considerado Biodiversidade e apresente as políticas de gestão e


conservação

Nome do estudante: Tito José Calos


Código: 708237044

Nampula, Setembro de 2023


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Ensino a Distância

Centro de Recursos de Nampula


Licenciatura em Gestão Ambiental

Território nacional considerado Biodiversidade e apresente as políticas de gestão e


conservação

Nome do estudante: Tito José Calos


Código: 708237044

Curso: Lic. Gestão Ambiental


Disciplina: Ecossistemas de Terra
Ano de frequência: 1° Ano
Turma: F
Docente: Paulo Miguel

Nampula, Setembro de 2023

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Critérios de avaliação (disciplinas teóricas)

Classificação

Categorias Indicadores Padrões Nota


Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura  Discussão 0.5
organizacionais
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
Introdução  Descrição dos
1.0
objectivos
 Metodologia adequada
2.0
ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo (expressão escrita 3.0
cuidada, coerência /
Análise e coesão textual)
discussão  Revisão bibliográfica
nacional e internacional
2.0
relevante na área de
estudo
 Exploração dos dados 2.5
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 2.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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Folha para recomendações de melhoria:A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução.................................................................................................................................. 6

1.1. Objectivos ......................................................................................................................... 7

1.2. Metodologia ...................................................................................................................... 7

2. Biodiversidade e Diversidade Biológica ............................................................................... 8

2.1. Distrito de Montepuez ..................................................................................................... 10

2.2. Protecção da Natureza ..................................................................................................... 11

2.3. Conservação .................................................................................................................... 13

2.3.1. Áreas de Conservação ................................................................................................. 13

2.4. Definição de Objectivos .................................................................................................. 15

2.5. A Lei n. 01 de 2011 da Base Ambiental........................................................................ 16

2.5.1. A Leis-Quadro das Áreas Protegidas, na versão actual do (Decreto-Lei nº5-A, 2011)16

3. Conclusão ............................................................................................................................ 18

4. Bibliografia ......................................................................................................................... 19

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1. Introdução
A biodiversidade inclui, desta forma, essas variações desde a sua origem e nos seus processos
evolutivos, nas suas dimensões espaciais e temporais. Conceitos como resiliência, dinâmica
populacional, competição interespecífica, depredação, entre outros, são sua parte integrante e
indissociável. Em consequência, a diversidade biológica é parte integrante da ecologia
quantitativa.

Etimologicamente, o termo diversidade biológica foi inicialmente usado no contexto da


conservação da natureza na década de 1960, tendo sido apenas amplamente usado duas
décadas mais tarde, já no âmbito científico da política ambiental.

A biodiversidade é um termo comummente usado na conservação 8 (motivando a sua


aplicação, definição de objectivos e avaliação do seu sucesso), sendo um denominador
comum a diversos campos tributários da preservação da natureza .

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1.1. Objectivos
Objectivo Geral

 Identifica e descreve um local do território nacional considerado Biodiversidade e


apresente as políticas de gestão e conservação

Objectivos Específicos

 Descrever objectivos (geral e específicos).


 Conhecer as leis de Protecção do ambiente.

1.2. Metodologia
Para a elaboração deste trabalho baseou-se nas seguintes linhas Metodológicas: Consultas
Bibliográficas; Leitura de páginas de internet; Análise dos conteúdos e a sua respectiva
selecção; Compilação dos dados; e o trabalho esta estruturado da seguinte maneira:
Introdução, desenvolvimento, conclusão e bibliografia

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2. Biodiversidade e Diversidade Biológica
Constituindo-se, indubitavelmente, como o cerne e própria matéria-prima da presente
dissertação, o termo biodiversidade é um neologismo de origem anglo-saxónica (embora
estruturalmente de origem latina), resultado da contracção da expressão "diversidade
biológica"3. Num contexto literal e amplo, a diversidade biológica denomina, portanto, a
variedade que existe no mundo vivo, ou seja, dos indivíduos e entre eles. Porém, a partir desta
definição geral, várias definições específicas foram surgindo, reflectindo os diversos aspectos,
processos e organização biológica.

O denominador comum à maioria é a inclusão dos quatro níveis que a diversidade biológica
tradicionalmente comporta: diversidade molecular, genética, específica e ecos sistémica
(RAVEN, 1994).

Por seu turno, a Convenção da Diversidade Biológica (CDB, 20104) define diversidade
biológica como a variabilidade entre os organismos vivos de todas as origens, incluindo, inter
alia, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos
ecológicos dos quais fazem parte; compreende a diversidade em de cada espécie, entre as
espécies e os ecossistemas.

É uma definição em tudo semelhante à adoptada em 2007 pelo Programa das Nações Unidas
para o Meio Ambiente (PNUMA), em que a biodiversidade é definida como a totalidade da
diversidade e variabilidade dos seres vivos e dos sistemas dos quais estes fazem parte, em
níveis que vão desde as biorregiões aos habitats particulares, em qualquer nível de
organização, incluindo os níveis infra-específicos, abarcando também o conjunto de relações
estruturais e funcionais dentro desses níveis de organização e entre eles, incluindo a acção
antrópica.

A biodiversidade inclui, desta forma, essas variações desde a sua origem e nos seus processos
evolutivos, nas suas dimensões espaciais e temporais. Conceitos como resiliência, dinâmica
populacional, competição interespecífica, depredação, entre outros, são sua parte integrante e
indissociável. Em consequência, a diversidade biológica é parte integrante da ecologia
quantitativa.

Não obstante as diferenças no conceito, a biodiversidade e a diversidade biológica6 fazem


parte de um todo (MARGALEF, 1991; WILSON, 1992).

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Numa outra perspectiva, segundo Schulze & Mooney (1993) e Heywood & Baste (1995), a
biodiversidade pode ser considerada a partir de três pontos de vista:

i) Composição;
ii) Estrutura; e
iii) Função.

Do ponto de vista da composição reconhecem-se ainda três níveis conexos de integração:

i) Diversidade de organismos;
ii) Genética e
iii) Ecológica - cujo elemento comum é a população.

Estes níveis correspondem, respectivamente, à genética, sistemática e ecologia. O Homem


fornece a este modelo a sua diversidade cultural que é, por sua vez, um factor modificador dos
demais níveis de biodiversidade.

Etimologicamente, o termo diversidade biológica foi inicialmente usado no contexto da


conservação da natureza na década de 1960 (Dasmann, 1968), tendo sido apenas amplamente
usado duas décadas mais tarde, já no âmbito científico da política ambiental (Soulé & Wilcox,
1980).

A biodiversidade é um termo comumente usado na conservação 8 (motivando a sua aplicação,


definição de objetivos e avaliação do seu sucesso), sendo um denominador comum a diversos
campos tributários da preservação da natureza (cf. ARONSON et al., 1998; YOUNG, 2000;
KANGAS, 2004).

Porém, o seu emprego nestes diversos contextos está longe de ser consensual (HEYWOOD &
BASTE, 1995; NOSS, 1990; GASTON, 1996; GHILAROV, 1996; TAKACS, 1996;
STEINBERG, 1998), o que acarreta erros conceptuais nos modelos, más interpretações de
objetivos ao nível dos planos de intervenção, entropia na análise de resultados e perceções
públicas erróneas. Os principais pontos de crítica focam-se na própria epistemologia do
termo, argumentando que é de carácter genérico, vago, dificilmente quantificável e que, por
isso, se predispõe estritamente na dependência de contextos e grupos de interesse (e.g. VAN
DER MAAREL, 1997; DOBBERTIN, 1998; SWINGLAND, 2001; SARKAR &
MARGULES, 2002). Segundo WEESIE & VAN ANDEL (2003), de entre as ambiguidades
mais impactastes sobressaem:
9
i) O termo é usado tanto para descrever a variedade entre todos os níveis
organizacionais, como para os níveis singulares (e.g. da variedade de vida num
continente até à riqueza botânica de um habitat;
ii) É usado em diferentes escalas espaciais (e.g. desde uma porção milimétrica, até à
"vida na Terra");
iii) Não só é usado para descrever a variedade de um conjunto de objectos biológicos,
mas também para os objectos em si; e
iv) Não inclui apenas a componente biótica, abarcando, frequentemente, a diversidade
ecossistémica (com a componente abiótica obviamente associada).

2.1. Distrito de Montepuez


Montepuez é o maior distrito da Província de Cabo Delgado, com uma área de 15 871 km². A
localização deste Distrito é estratégica ao nível da Província, devido, não só, à sua facilidade
de ligação à cidade de Pemba, a capital provincial, através da Estrada Nacional nº 242, mas
também aos distritos de Namuno e Balama e ainda à Província do Niassa, tornando-se este
distrito num corredor para a circulação de pessoas e bens entre as províncias de Cabo Delgado
e Niassa, o que poderá contribuir para o desenvolvimento local.

Com sede na cidade de Montepuez, este distrito tem limite, a Norte com o Distrito de Mueda,
a Oeste com os distritos de Marrupa e Mecula da Província de Niassa, a Sul com os distritos
de Balama, Chiúre e Namuno, e a Leste com os distritos de Ancuabe e Meluco (Figura 1).

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Figura 1 - Mapa de Localização do Distrito de Montepuez (Adaptado pelo Autor)

Há neste distrito cinco postos administrativos, nomeadamente: Posto Administrativo de


Montepuez, Posto Administrativo de Mapupulo, Posto Administrativo de Mirate, Posto
Administrativo de Nairoto e Posto Administrativo de Namanhumbir. Estes postos são
subdivididos em dez localidades, designadamente Mirate-Sede, Chipembe, Mararanje,
Unidade, Nairoto, Nairoto-Sede, Nacololo, Namanhumbir e M´pupene.

2.2. Protecção da Natureza


Embora sob diferentes conceitos, concessões, interpretações e sinonímias, a percepção e
intenção de salvaguardar o património natural estão profundamente enraizadas nas sociedades
modernas, ainda que os princípios se tenham alterado substancialmente ao longo do tempo.
Em termos tipológicos, termo "protecção" (ou salvaguarda) da natureza pode ser
compreendido de duas formas (embora ambas imbuídas da mesma ideia base): a preservação
ou manutenção de todos os componentes da diversidade biológica, dos seus habitats e dos
processos de interacção entre esses componentes, além daquelas que ocorrem entre eles e o
meio ambiente em que se desenvolvem; ou, em sentido mais amplo, abrangendo também o
uso sustentável desses componentes, da sua recuperação ou restauração. A presente
dissertação é toldada por esta última definição

11
Do ponto de vista biológico, a justificação de preservar é multifocal mas, em última análise,
todas as razões podem ser reduzidas a duas: a diversidade é única e irrepetível e é o pilar do
equilíbrio ecológico, onde cada indivíduo é o resultado único do processo evolutivo; e que a
diversidade actual representa um equilíbrio entre as partes, sendo um sistema em que cada
componente desempenha o seu papel e a perda de um deles afeta o conjunto, ainda que possa
ser de forma praticamente incipiente.

Sob o ponto de vista histórico, embora os esforços para proteger a biodiversidade global
sejam um fenómeno recente (VAN DYKE, 2008), a conservação dos recursos naturais é
indissociável da própria consciência finita desses mesmos recursos, prévia ao conceito
moderno de serviços ecossistémicos (surgido nos finais do século XIX). De facto, esta ética24
dos recursos cresceu pela necessidade humana da sua relação com o elemento natural25. É
precisamente este princípio que está subjacente à conservação, no sentido de salvaguarda do
bem comum, por forma a não hipotecar a própria sobrevivência. Existem inúmeros exemplos
na história em que as culturas seguiram as regras, rituais e práticas organizadas em matéria de
gestão comum de recursos naturais (cf. Wilcox et al., 1980; Wilson, 2002; Primack, 2006).
Como se terá oportunidade de desenvolver na Parte III, em Moçambique este facto é de grane
importância para a elaboração de um PLGB.

Exemplos de ética de conservação remontam aos antigos escritos religiosos e filosóficos


(PRIMACK, 2004). Porém, grande parte da cultura europeia até ao século XVIII considerou
pagã a contemplação da natureza, ao ponto de denegri-la em detrimento do desenvolvimento
agrícola, bastante elogiado (Evans, 1997). Efectivamente e em oposição, a história natural foi
um dos focos principais no século XIX, onde o sentido preservacionista ou conservacionista
foram em crescendo até ao início do século XX (cf. Farber, 2000).

Note-se na relevância dos trabalhos de Alexander Von Humboldt, Lyell E Darwin no âmbito
da Biogeografia no início do século e no seu epílogo ou de LORD MONBODDO que
descreve tacitamente a importância da preservação da natureza (Cloyd, 1972). O termo
conservação entrou em uso no final do século XIX (mormente na Europa Ocidental - Império
Britânico), referindo-se à gestão, principalmente por razões económicas, de recursos naturais
(e.g. madeira, peixe, caça, solo, pastagens e recursos minerais), integrando também o léxico
neste contexto expressões como preservação de florestas, da fauna e bacias hidrográficas.

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2.3. Conservação
Conservação é um conjunto de intervenções viradas à protecção, manutenção, reabilitação,
restauração, valorização, maneio e utilização sustentável dos recursos naturais de modo a
garantir a sua qualidade e valor, protegendo a sua essência material e assegurando a sua
integridade (da Cruz & Sola 2017).

Por sua vez (Silva, 2005), define conservação como sendo o conjunto de práticas destinadas à
protecção da diversidade biológica. Visa a manutenção da diversidade genética, dos processos
ecológicos e dos sistemas vitais essenciais, bem como o aproveitamento perene das espécies e
dos ecossistemas

As definições acima expostas apresentam algumas semelhanças e diferenças face a concepção


do que seja a conservação.

E, quanto as diferenças, (Cruz & Sola, 2017), apresenta os objectivos pelos quais se volta a
prática da conservação, como protecção, manutenção, reabilitação, restauração, valorização,
maneio e utilização sustentável dos recursos naturais; ao passo que (Silva, 2005) não
apresenta estes detalhes cingindo-se em definir como é o conjunto de práticas destinadas à
protecção da diversidade biológica, ou seja, esta definição é resumo daquilo que foi proposto
por (Cruz & Sola, 2017).

2.3.1. Áreas de Conservação


De acordo com UICN (1994), uma AP (Área Protegida ou Área de Conservação) é um
território terrestre e/ou marinho especificamente dedicado à protecção e manutenção da
diversidade biológica, recursos naturais e culturais associados e à sua gestão, através de meios
legais. Definição idêntica postula a CDB (2010), definindo AP como uma área que é
destinada, ou regulamentada, e administrada para alcançar objectivos específicos de
conservação.

As Áreas de conservação (AC) são um tipo especial de área protegida, ou seja, espaços
territoriais (incluindo seus recursos ambientais e as águas jurisdicionais) com características
naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objectivos de conservação
e de limites definidos, sob regime especial de administração, às quais se aplicam garantias
adequadas de protecção (Manetta, Barroso, Lipiani, de Azevedo, Arrais & Nunes, 2015).

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Enquanto para da Cruz e Sola (2017), Áreas de Conservação são áreas naturais demarcadas e
criadas pelo Poder Público com a finalidade de proteger e conservar a biodiversidade, as
características culturais das populações tradicionais oriundas desses locais e seus patrimónios
históricos e culturais.

As definições acima apresentadas, ambos autores são unânimes em afirmar que as Áreas de
Conservação são áreas naturais criadas pelo poder público com o objectivo de proteger e
conservar a biodiversidade biológica no planeta.

Entretanto, para o presente trabalho a definição apresentada por Cruz e Sola (2017) descreve
de uma forma mais abrangente na medida em que não só menciona o aspecto proteger a
biodiversidade, como também as características culturais das populações tradicionais oriundas
desses locais e seus patrimónios históricos e culturais.

A concepção actual das áreas de conservação põe em evidência um dos seus principais
objectivos - a conservação in situ da biodiversidade (WATKINS & KIRBY, 1998;
BOWMAN, 2002; MCNEILL, 2003). Porém, com idêntica importância surgem funções
como:

i) Manter viáveis as populações de todos os taxa nativos, sujeitos apenas às


mudanças ambientais que podem, naturalmente, alterar abundâncias ou
distribuições;
ii) Manter o número e a distribuição das comunidades e habitats correspondentes,
igualmente sujeitos a mudanças ambientais que podem alterar tais distribuições;
iii) Manter a diversidade genética de todas as espécies na ap;
iv) Inibir a introdução de espécies não nativas, promovida antropicamente;
v) Manter a viabilidade dos habitats, como resposta às alterações ambientais;
vi) Promover estudos científicos de índole variada;
vii) Permitir, com regulação, a exploração de recursos genéticos valiosos e outros tipos
de informação sobre a biodiversidade;
viii) Garantir uma exploração sustentável dos recursos biológicos por parte das
populações residentes;
ix) Ensaiar e difundir com critério científico programas de gestão e conservação das
fitocenoses; e

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x) Garantir que qualquer utilização de recursos biológicos esteja de acordo com os
critérios anteriores.

Adicionalmente, poderão pontificar também:

i) A manutenção dos serviços ambientais;


ii) Proteção de caraterísticas naturais e culturais específicas;
iii) Turismo e recreação, educação, utilização sustentável dos recursos derivados de
ecossiste-mas naturais; e
iv) Manutenção dos atributos culturais tradicionais.

De facto, a maioria das organizações e agências que lidam com a conservação de recursos
naturais já utiliza modelos sistemáticos de conservação, executando métodos para identificar
redes de interconetividade entre reservas (e.g. ANDELMAN et al., 1999; MALAKOFF 2002;
NOSS et al., 2002; AIRAME et al., 2003; COWLING, 2003). Esta planificação envolve a
sistematização dos dados existentes e a elaboração de mapas de grande escala, que pretendem
eleger locais que constituirão redes de reservas ideais (e.g. GROVES, 2003). Trata-se de um
processo moroso, economicamente dispendioso, politicamente complexo e tecnicamente
intrincado, dada a variedade de análises necessária (analógica e cartográfica). Ou seja, não só
reconhece a validade dos fundamentos da Ecologia da Paisagem, como se incorporaram os
planos de gestão que certamente incluem a conservação de espécies e respectivos habitats.

2.4. Definição de Objectivos


Aumentar a área viável de um determinado habitat é muitas vezes a principal motivação para
a realização da restauração, particularmente em áreas alvo cuja fragmentação/degradação de
ecossistemas é impacta-te (e.g. HOBBS & LAMBECK, 2002; LAMBECK & HOBBS, 2002).

Porém, os objectivos de um projecto de conservação são de múltipla índole e percorrem uma


miríade de objectivos, estritamente associados à própria escala (temporal e/ou espacial) do
projecto. Estes vão desde intervenções que visam restaurar localmente o tapiz vegetal ou à
preservação de uma espécie animal ou vegetal, até projectos à escala da paisagem onde se
pretende minimizar os impactes da fragmentação de habitats, aumentando a conectividade
entre grandes áreas (Dilworth et al., 2000; Mcdonald, 2004).

Para além da escala, os objectivos derivam também de uma complexa mistura de pontos de
vista ecológicos, sociais, financeiros, históricos e filosóficos (cf. Egan & Howell, 2001;
15
Hobbs, 2004 & 2007). As implicações da não formulação adequada dos objectivos
constituem-se como uma ação crítica do projecto, colocando em risco toda a cadeia
processual a jusante (cf. Miller & Hobbs, 2007) e, por retroacção, a montante.

2.5. A Lei n. 01 de 2011 da Base Ambiental


A Lei n. 01 de 2011 tem como meta estabelecer a regra das políticas ambientais no território
nacional de República da Guiné-Bissau (Guiné-Bissau, 2011).

O objectivo desta Lei é definir a legalidade dos dispositivos ambientais para melhor controle
dos seus componentes, a fim de reduzir as consequências da propriedades no que tange a
qualidade e capacidade da produtividade dos seus recursos naturais, conforme art. 2º. Com
base nos dispositivo desta Lei são definidos os factores ambientais (Guiné-Bissau, 2011, art.
3º).

Dita a Lei que todos seres humanos têm direito a um ambiente ecológico e equilibrado, a fim
de promover a qualidade nos meios da toda comunidade em virtude da melhoria de vida e do
bem-estar em geral, conforme art. 4º, inciso I. O mesmo artigo, inciso II, dispõe que deve ser
utilizada política adequada para um ambiente saudável e para garantir a continuação e
produção dos recursos para um desenvolvimento sustentável com base de qualidade e
duradoura (Guiné-Bissau, 2011).

Além disso, deve-se seguir os requisitos dos princípios referentes ao meio ambiente
específicos dos países ou organizações internacionais, a fim de resolver possíveis problemas
ambientais na gestão dos recursos naturais (Guiné-Bissau, 2011, art. 5º).

A existência de um ambiente propício à saúde e bem-estar das pessoas e ao desenvolvimento


social e cultural das comunidades, bem como a melhoria da qualidade de vida, pressupõe a
adopção de medidas que visem os parâmetros ambientais que nela se compõem (Guiné-
Bissau, 2011, art.6º).

2.5.1. A Leis-Quadro das Áreas Protegidas, na versão actual do (Decreto-Lei nº5-A,


2011)
A Lei das Áreas Protegidas é decretada nos termos do Artigo 100º, nº1, Alínea d/96, da
(Decreto-Lei nº5-A).

Artigo 1º
16
Conforme art. 1º, o objectivo desta lei é de salvaguardar os ecossistemas, as populações
animais e vegetais que nele se habitam o sua própria diversidade biológica, assim como
promover a utilização social e económico durável, que pode incluir partes do território
nacional, os cursos de água, os lagos e o mar a ser classificados pelo decreto como parque
naturais ou nacionais, salvo dispositivo nos art. 37º e 38º como reservas naturais de meio
ambiente sensível, santuário ecológicos ou florestas sagradas (Borgb, 1997 ).

Diz o art. 2º que, conforme decreto, cabe ao Ministério do Turismo, Ambiente e Artesanato
propor acção por próprio sua iniciativa, ou seja, por iniciativa de uma das organizações
ligadas às áreas ambientais, a criação e gestão das áreas protegidas e assegurar a sua
coordenação em geral (BORGB, 1997).

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3. Conclusão
A actual crise da biodiversidade é evidente pelo declínio de espécies, em nível regional e
global, e, principalmente, pela perda acelerada de hábitats, ameaçando a manutenção de
biomas inteiros. Conservar a biodiversidade é uma necessidade, tendo em vista a sua
importância para o fornecimento de serviços ecossistêmicos e para o desenvolvimento
económico, social e cultural da humanidade. Trata-se também de um imperativo ético cada
vez mais reconhecido.

Uma política eficiente de conservação da natureza requer o controle da perda e da


fragmentação de hábitats. A perda e a fragmentação geram o declínio imediato da diversidade
biológica e comprometem a sua manutenção futura, pela redução do tamanho das populações
e pelo rompimento do fluxo génico entre elas. As áreas com maior concentração de
biodiversidade, como os hotspots, devem ser priorizadas, mas as demais regiões não podem
ser negligenciadas.

A poluição, as invasões biológicas e as alterações climáticas também ameaçam a


biodiversidade não apenas por seus impactos directos, mas pelos efeitos sinérgicos, que
fragilizam as espécies e os ecossistemas e diminuem a sua resiliência.

A melhor estratégia de conservação atua em escala regional, com a selecção de áreas


destinadas à preservação imersas em uma matriz de usos diversos do solo, inclusive o manejo
sustentável da biodiversidade, permeável ao fluxo das espécies vegetais e animais. Essa
estratégia leva à conservação da biodiversidade em todas as suas escalas (genética, de
espécies e de ecossistemas).

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4. Bibliografia
CRUZ, C. A., & SOLA. F. (2017). As unidades de conservação na perspectiva da educação
ambiental: Revista de Educação Ambiental Programa de Pós-Graduação em Educação
Ambiental Universidade Federal do Rio Grande – FURG. Brasil.

DASHMAN, R.F. (1968). Environmental Conservation. New York, NY: John Wiley and
Sons:55-76.

HEYWOOD, V. H. & BASTE, I. (1995). Introduction. In HEYWOOD, V.H. (Eds.) - Global


Biodiversity Assessment. Cambridge University Press, Cambridge: 1-19.

MACEDO, R.L.G., MACEDO, S. B., VENTURIN, N., ANDRETTA, V. AZEVEDO, F.C.S.


(2005). Pesquisa de percepção ambiental para o entendimento e direccionamento da conduta
eco-turística em áreas de conservação. Congresso interdisciplinar de ecoturismo em unidades
de conservação.

MARGALEF, R. (1991). Teoría de los Sistemas Ecológicos. Univ. Barcelona.

RAVEN, P.H. (1994). Defining Biodiversity. Nature Conservancy.

SCHULZE, E.D. & MOONEY, H.A. (1993). Biodiversity and Ecosystem Function. Berlin,
New York, Springer-Verlag, 525p.

SOULÉ, M.E. & SANJAYAN, M.A. (1998). Conservation Targets. Science 279: 2060-2061.

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