Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

A Importância da Ética para a Sociedade Humana

Rosalina António Nhantumbo: Cód. 708212429

Curo: Licenciatura em Ensino de Biologia


Disciplina: Ética Social
Ano de Frequência: III° Ano

Tutor:
Msc:

Maputo, Maio de 2023


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação Subtota
do
máxima l
tutor
 Índice 0.5
 Introdução 0.5
Aspectos
Estrutura 0.5
organizacionais  Discussão
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 2.0
problema)
 Descrição dos
Introdução 1.0
objectivos
 Metodologia
adequada ao 2.0
objecto do trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso académico
3.0
Conteúdo (expressão escrita
cuidada, coerência /
coesão textual)
Análise e  Revisão
discussão bibliográfica
nacional e
2.0
internacional
relevante na área de
estudo
 Exploração dos
2.5
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação parágrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA  Rigor e coerência
Referências 6ª edição em das
2.0
Bibliográficas citações e citações/referências
bibliografia bibliográficas
Recomendações de melhoria:
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________

Índice
1. Introdução............................................................................................................................5

1.1. Objectivos.........................................................................................................................5

1.1.1. Objectivo Geral.............................................................................................................5

1.1.2. Objectivos Específicos..................................................................................................5

1.2. Metodologia.....................................................................................................................5

2. A Importância da Ética para a Sociedade Humana.............................................................6

2.1. Contextualização..............................................................................................................6

2.2. Conceito da Ética.............................................................................................................6

2.2.1. Significado da Ética......................................................................................................7

2.3. Os fundamentos da humanização.....................................................................................8

2.4. Conceito da sociedade......................................................................................................9

2.4.1. O desafio da ética na sociedade do conhecimento......................................................10

2.5. Importância da Ética para a Sociedade Humana............................................................11

3. Conclusão..........................................................................................................................14

4. Referências Bibliográficas................................................................................................15
1. Introdução

O presente trabalho tem como tema Importância da ética para a sociedade. Porém, a
ética permite-nos viver como seres humanos, detentores da capacidade de pensar, protegendo-
os, por isso, do caos e do desmoronamento da sociedade em que vivemos.

A ética está relacionada com a reflexão sobre os princípios e argumentos que


fundamentam as nossas acções, ou seja, permite-nos ponderar sobre a causa ou o motivo para
agir de determinada maneira. Nós, seres humanos, não vivemos isolados, mas em constante
interacção com os outros. Por esta razão, o ser humano sofre, naturalmente, influências sociais
que condicionam a sua tomada de decisões. Estas influências exteriores podem conduzir o ser
humano para um bom ou um mau caminho, o que está intimamente ligado a muitos factores,
designadamente os padrões de cultura do meio, o contexto histórico e as relações
interpessoais que se estabelecem.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Compreender a importância da consciência ética para a sociedade.

1.1.2. Objectivos Específicos

 Analisar a importância da consciência ética para a sociedade.


 Apresentar-se uma evolução conceitual, histórica e filosófica da Ética, do
desenvolvimento do ser humano;
 Demonstrar por estudos bibliográficos, a evolução dos estudos e da influência que a
Ética vem obtendo no crescimento na sociedade.

1.2. Metodologia

Para a elaboração da presente pesquisa, foi possível pelo uso do método de pesquisas
bibliográficas. Que segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se
do levantamento, selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto
que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações, material cartográfico, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o mesmo.
2. A Importância da Ética para a Sociedade Humana

2.1. Contextualização

Só podemos agir de maneira ética se possuirmos uma consciência ética, que é um


estado de mente e espírito, que nos traz um modelo de como ter uma conduta correcta perante
as situações.

Quando o “eu” se identifica com a virtude, criando a “consciência de um princípio


ideal”, associado a uma “consciência de aplicação de material de energia própria, unindo
personalidade, vontade e praticidade, cria todas as condições para materializar
empreendimentos notáveis.

A princípio a ética deve sempre ser abundante na vida das pessoas menosprezando as
classes sociais ou tipos de ambientes, principalmente nas áreas de interesse profissional, onde
prevalece a verdade e o sigilo das informações. Para agir com ética é necessário eleger uma
consciência ética para si, ou seja, através do estado de espírito, criar uma junção da
personalidade, praticidade, vontade e veracidade dos fatos e actos, a fim de contribuir para o
consenso da sociedade.

2.2. Conceito da Ética

Conforme Cenci (2001, p.9): “A ética, desde as suas origens, busca estudar e fornecer
princípios orientadores para o agir humano. Ela nasce amparada no ideal grego de justa
medida, do equilíbrio nas acções [...]”.

A ética é uma ciência que estuda a forma de comportamento nas


sociedades, onde o bem-estar deve estar em primeiro lugar; assim, podemos
afirmar que a necessidade ética originou-se com o homem em sociedade. O
comportamento ético varia conforme o ambiente, a situação e a cultura, mas
está presente em nossas vidas o tempo todo, tanto nas relações pessoais,
quanto nas profissionais; daí a importância de estudar a ética dentro do
contexto organizacional. Embora haja inúmeros (e igualmente válidos)
conceitos para ética, para o enriquecimento deste trabalho trazemos algumas
definições a partir da pesquisa bibliográfica de autores que abordam a ética no
contexto empresarial. Neste processo de exploração da bibliografia, dada a
diversidade de enfoques, seleccionamos apenas os conceitos que mais se
aproximam da nossa proposta.
Para Rodrigues e Souza (1994, p.13): “A ética é um conjunto de princípios e valores
que guiam e orientam as relações humanas”. Esses princípios devem ter características
universais e precisam ser válidos para todas as pessoas e para sempre. Já segundo Vasquez
(1985, p. 12): “A ética é a ciência que estuda o comportamento moral dos homens na
sociedade”.
2.2.1. Significado da Ética

Em qualquer dicionário corrente, podemos ver entre outras respostas


quando nos questionamos acerca do que é a ética, e encontramos inúmeras
definições, “moral”, “diferença entre bem e mal”, “comportamento bom ou
mau”, “a ética é a ciência da moral”, para citarmos apenas as que nos parecem
mais adequadas para a reflexão deste texto. Do nosso ponto de vista,
associamos o termo “ética” à ideia de educação, formação humana, carácter
das pessoas, desempenho e postura na organização em termos de
relacionamento. (Ferreira & Dias, 2005).
É sabido que as definições apenas ajudam a compreender e a preparar o caminho para
uma análise de maior aprofundamento. Acrescente-se, no entanto, que o nosso interesse passa
por traçar em termos esquemáticos o essencial, sem nos perdermos em grandes considerações.
Aludimos a este conceito pela importância e relação que ele tem com o comportamento
humano, tendo como principal objectivo dar uma perspectiva mais esclarecedora, o que
justifica a sua abordagem.

A ética no seu sentido etimológico é uma palavra que vem do grego ethos e define-se
por duas formas (Trigo (1999, p.225; Dias, 2004, p.85). a primeira, êthos”, refere-se ao modo
de ser, ao carácter, à realidade interior donde provêm os actos humanos. a segunda éthos,
indica os costumes, os hábitos ou o agir habitual; actos concretos que indicam e realizam o
modo de ser da pessoa.

A ética abarca as questões emergentes não só das tecnologias, do profissionalismo a


nível de conhecimento técnico e científico, os problemas do ambiente externo envolvente,
mas também, e não menos importante, as relações entre as pessoas. Hoje em dia não chega
saber fazer, é necessário saber ser, estar e saber Saber (Pereira, et al.2009, p.120).

Arménio Rego, com uma vasta literatura sobre esta temática ligada à
ética dos comportamentos nas organizações, encontrou em estudos empíricos
realizados em Portugal uma dimensão designada por “harmonia interpessoal”
que não se encontra na grande maioria de estudos efectuados a nível
internacional (2002, p.16). Para o autor esta dimensão compreende-se pela
lenta mudança da cultura nacional. De facto, a elevada propensão para as
relações sociais harmoniosas, a valorização da cooperação, a sensibilidade
para comunicar de modo indirecto e pouco claro, embora social é
característico da cultura nas nossas organizações.
Um elemento chave é aquele que se prende com a dimensão ética nas suas implicações
práticas. Para Guillén, citado por Reinaldo Dias (2008, p.179) as relações de confiança estão
na capacidade dos líderes estabelecerem fortes ligações com os colaboradores, onde impere o
respeito, a honestidade e a valorização como pessoa e como profissional.
Numa palavra que sejam competentes no exercício das suas funções (Varela, 1995).
Esta dimensão gera nos comportamentos: adesão, vontade, acção, ideias e intenções. A
capacidade do líder em influenciar as relações leva os seus seguidores a aderir livremente à
sua vontade, apoiados na confiança que poderá satisfazer as suas necessidades de bens úteis e
agradáveis. Quando se age de modo parcial, não de modo claro e justo, pomos em cheque a
ética e as relações pessoais nas organizações.

Os valores associados à ética exigem critérios de coerência,


empenhamento, comprometimento e verdade na e com a organização. Os
valores são indispensáveis para o desenvolvimento e a confiança entre todos
os participantes da organização, cada um sabe qual a sua posição e por isso
havendo a obrigação de se comportar conforme as funções e os papéis que
possui na estrutura da organização. (Rego, 2000).
Quanto mais altas as posições na hierarquia da organização, maior é a
responsabilidade destas pessoas, maior atenção devem prestar aos valores e aos
comportamentos éticos, pois o exemplo é mais forte do que as palavras por mais correctas que
elas sejam têm pouco efeito, quanto muito tornam-se inúteis.

2.3. Os fundamentos da humanização

Entender algo acerca de nossa natureza não faz diferença quanto ao fato de já
existirmos, porque mesmo inconscientemente agimos em prol desse existir. Porém, a partir do
momento em que a consciência é desperta em nós, não podemos mais permanecer vivendo
como chimpanzés.

O desejo de permanecer consciente demanda lealdade à consciência


que está desabrochando em cada um de nós e que está para muito além de nós.
Feliz aquele que não tiver conseguido sufocar a sua visão. Por conseguinte,
entender algo acerca da nossa natureza pode fazer que venhamos a questionar
os motivos que nos levam a perseguir certos objectivos e o quanto somos
conscientes das estratégias que estabelecemos para alcançá-los, para, então,
compreendermos sobre qual ética funda-se nossa existência. . (Rego, 2000).
A ética pessoal fica explícita nos meios usados por cada pessoa para alcançar
determinado objectivo, como também na escolha do bem a ser perseguido, a partir do
momento que um determinado objectivo e os meios usados para realizá-lo se harmonizam, ou
não, ao bem comum.

A humanidade tem um destino comum que, segundo Edgar Morin, se


desenrola a partir da complexidade das relações e da interdependência de tudo
para com todos em nosso pequeno planeta. Dessa forma, urge reaprendermos
nossa própria condição humana, ou seja, somos seres naturais, políticos,
morais, físicos e culturais, situação na qual um viver não reflexivo vai contra a
existência. Portanto, o bem comum é fundamento de humanização, ao passo
que o descaso ao bem comum e a adopção de uma postura individualista, são
fundamentos de desumanização. . (Rego, 2000).
Os passos tímidos ou galopantes, na direcção do bem comum, ou do bem de um, ou do
bem de alguns, construímos nossas éticas que revelam acertos e erros, além das falsidades e
verdades que nos trouxeram até aqui. Dessa forma, junto a análise da ética que depreende do
5º livro de Ética a Nicômaco, que trata da existência de uma dimensão ontológica na natureza
humana e que não está à livre disposição das gentes, serão contrastadas 3 tradições jurídicas
através de seus pressupostos metaéticos (cognitivismo moral e não cognitivismo), além da
ética de Cristo, que ora complementam, aperfeiçoam ou contrapõem-se aos princípios de
Aristóteles.

A relação da ética com o direito se faz necessária porque, a partir do momento da


adopção de determinado sistema ético por uma comunidade, são estabelecidas regras para
colocá-lo em prática. Assim, o ordenamento jurídico convencionado pela comunidade passa a
nortear a acção das pessoas, na medida em que permite, é indiferente ou nega a elas
determinada conduta através da imposição de sanções. Portanto, o judiciário é uma instituição
fundamental para a realização dos bens humanos fundamentais e, consequente bem comum,
na medida em que, ele se coloca, ou não, a serviço da humanidade.

2.4. Conceito da sociedade

O ser humano nasce em um ambiente socialmente organizado. Somente nesse sentido


é que podemos aceitar quando se diz que a sociedade lógica e historicamente antecede o
indivíduo. Com qualquer outro significado, este dito torna-se sem sentido ou absurdo. O
indivíduo vive e age em sociedade. Mas a sociedade não é mais do que essa combinação de
esforços individuais.

A sociedade em si não existe, a não ser por meio das acções dos
indivíduos. É uma ilusão imaginá-la fora do âmbito das acções individuais.
Falar de uma existência autónoma e independente da sociedade, de sua vida,
sua alma e suas acções, é uma metáfora que pode facilmente conduzir a erros
grosseiros. (Ferreira & Dias, 2005).
É inútil perguntar se é a sociedade ou o indivíduo o que deve ser considerado como fim
supremo, e se os interesses da sociedade devem ser subordinados aos do indivíduo ou vice-
versa. Acção é sempre acção de indivíduos. O elemento social ou relativo à sociedade é a
orientação específica das acções individuais. A categoria fim só tem sentido quando referida à
acção.

A sociedade é a consequência do comportamento propositado e


consciente. Isso não significa que os indivíduos tenham firmado contratos por
meio dos quais teria sido formada a sociedade. As acções que deram origem à
cooperação social, e que diariamente se renovam, visavam apenas à
cooperação e à ajuda mútua, a fim de atingir objectivos específicos e
individuais. Esse complexo de relações mútuas criadas por tais acções
concertadas é o que se denomina sociedade. Sociedade é divisão de trabalho e
combinação de esforços. Por meio da colaboração e da divisão do trabalho, o
homem substitui uma existência isolada ainda que apenas imaginável pela
existência conjunta. Por ser um animal que age, o homem torna-se um animal
social. (Ferreira & Dias, 2005).
No quadro da cooperação social podem emergir, entre os membros da sociedade,
sentimentos de simpatia e amizade e uma sensação de comunidade. Esses sentimentos são a
fonte, para o homem, das mais agradáveis e sublimes experiências. Elevam a espécie animal
homem às alturas de uma existência realmente humana; são o mais precioso adorno da vida.
Entretanto, esses sentimentos são fruto da cooperação social e só vicejam no seu quadro; não
precederam o estabelecimento de relações sociais e não são as sementes de onde estas
germinam.

Os factos fundamentais que fizeram existir a cooperação, a sociedade


e a civilização, e que transformaram o animal homem em um ser humano, é o
fato de que o trabalho efectuado valendo-se da divisão do trabalho é mais
produtivo que o trabalho solitário, e o fato de que a razão humana é capaz de
perceber esta verdade. Não fosse por isso, os homens permaneceriam sempre
inimigos mortais uns dos outros, rivais irreconciliáveis nos seus esforços para
assegurar uma parte dos escassos recursos que a natureza fornece como meio
de subsistência. Cada homem seria forçado a ver todos os outros como seus
inimigos; seu intenso desejo de satisfazer seus próprios apetites o conduziria a
um conflito implacável com seus vizinhos. Nenhum sentimento de simpatia
poderia florescer em tais condições. (Ferreira & Dias, 2005).
2.4.1. O desafio da ética na sociedade do conhecimento

Ética é uma das questões mais importantes no contexto de nossa sociedade, tanto da
esfera pública, quanto de nossas vidas privadas. Somos éticos quando reflectimos sobre o que
fazemos, quando medimos e qualificamos nossas acções levando em conta o que somos e
podemos ser, com base no reconhecimento do outro, seja ele nosso próximo, a sociedade ou
até mesmo o planeta. Sem a ética não sabemos nos situar em nenhuma esfera de nossas vidas.
Sem a ética nos tornamos alienados, ou seja, figuras desconectadas de uma reflexão sobre o
sentido da vida em sociedade.

Ética é um tipo de postura e, consequentemente, de acção, certamente


mediada em princípios tais como o respeito à subjectividade, à dignidade da
pessoa, à diversidade, ao outro. Mas não se trata de uma pura acção. Antes
trata-se da relação entre pensamento e acção. Neste sentido, para que
cheguemos à ética, precisamos lutar pela desmistificação da separação entre
teoria e prática. Esta é uma das questões mais fundamentais quando falamos
de ética como a “filosofia prática” que ela, de fato, é. (Ferreira & Dias, 2005).
Ética é a capacidade de pensar e fazer a partir de um princípio de autonomia pessoal
em que cada sujeito se questiona sobre o que pensa e faz, levando em conta que o
questionamento já é, em si mesmo, pensamento e acção que terá consequências concretas.
Quem não pensa por conta própria é levado a pensar o que os outros para ele definiram como
verdade.

É neste sentido que muitos introjetam aquilo mesmo que lhes faz mal,
que édito contra eles mesmos. A heteronomia pode até ser moral, mas não é
ética, pois enquanto a moral é confirmação do hábito ou do previamente
estabelecido, a ética implica seu questionamento. No entanto, falamos de ética
como de uma palavra mágica que, pelo simples fato de ser pronunciada,
adquire validade concreta. Isso tem dois lados. De um, muitos acreditam que
basta. (Ferreira & Dias, 2005).
“falar” ética para ser ético. De outro, é verdade que a palavra ética tem um poder
performativo radical. Quando pronuncio ética, a palavra como que ricocheteia sobre mim
exigindo que eu a realize na prática. Isso quer dizer que se alguém fala em ética sem ser ético,
uma contradição se escancara.

2.5. Importância da Ética para a Sociedade Humana

A ética é uma característica inerente a toda acção humana e, por esta razão, é um
elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético, uma
espécie de "consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas acções
para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Existem sempre comportamentos humanos classificáveis sob a óptica


do certo e errado, do bem e do mal. Embora relacionadas com o agir
individual, essas classificações sempre têm relação com as matrizes culturais
que prevalecem em determinadas sociedades e contextos históricos. A ética
está relacionada à opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros
relações justas e aceitáveis. Está fundamentada nas ideias de bem e virtude,
enquanto valores perseguidos por todo ser humano e cujo alcance se traduz
numa existência plena e feliz. (Arruda, 2003).
O estudo da ética talvez tenha se iniciado com filósofos gregos há 25 séculos. Hoje em
dia, seu campo de actuação ultrapassa os limites da filosofia e inúmeros outros pesquisadores
do conhecimento dedicam-se ao seu estudo. Sociólogos, psicólogos, biólogos e muitos outros
profissionais desenvolvem trabalhos no campo da ética.

A sociedade contemporânea valoriza comportamentos que praticamente excluem


qualquer possibilidade de cultivo de relações éticas. É fácil verificar que o desejo obsessivo
na obtenção, possessão e consumo da maior quantidade possível de bens materiais é o valor
central na nova ordem estabelecida no mundo e que o prestígio social é concedido para quem
consegue esses bens.

O sucesso material passou a ser sinónimo de sucesso social e o êxito


pessoal deve ser adquirido a qualquer custo. Prevalece o desprezo ao
tradicional, o culto à massificarão e mediocridade que não ameaçam e que
permitem a manipulação fácil das pessoas. Um dos campos mais carentes, no
que diz respeito à aplicação da ética, é o do trabalho e exercício profissional.
Por esta razão, executivos e teóricos em administração de empresas voltaram a
se debruçar sobre questões éticas. A lógica alimentadora desse processo não é
idealista nem "cor-de-rosa". (Banks & Nohr, 2008).
É lógica do capital que, para poder sobreviver, tem que ser mais ético, evitando cair na
barbárie e autodestruição. São os próprios pressupostos da disputa empresarial que forçam a
adopção de um modelo mais ético. O individualismo extremo, muitas vezes associado à falta
de ética pessoal, tem levado alguns profissionais a defender seus interesses particulares acima
dos interesses das empresas em que trabalham, colocando-as em risco. Os casos de corrupção
e investimentos duvidosos nas empresas públicas e privadas são os maiores exemplos do que
estamos dizendo.

Esse quadro nos remete directamente à questão da formação de


recursos humanos, pois são as pessoas a base de qualquer tentativa de iniciar o
resgate da ética nas empresas e nas relações de trabalho. Os programas de
treinamento, educação e desenvolvimento de recursos humanos dão muita
ênfase aos assuntos técnicos, que são exaustivamente abordados, discutidos e
considerados, esquecendo por completo os aspectos éticos, essenciais para a
dinâmica de qualquer actividade profissional. (Banks & Nohr, 2008).

Esta deficiência de formação também ocorre nos meios académicos, onde é possível
verificar o profundo desconhecimento que os estudantes têm sobre o assunto. O currículo
adoptado em grande número de escolas e universidades, excepções à parte, parece não dar
muita ênfase ao estudo da ética.

3.4.Papel da ética na sociedade


Muito se tem falado sobre ética actualmente. Parece-me que o assunto é quase uma
novidade no mercado e o pensamento de uma grande maioria é de que se trata apenas de mais
um “modismo”, uma onda passageira que arrastaria as organizações para um processo de
revisão de seus procedimentos internos e externos nos âmbitos social, cultural, de convívio
com clientes, fornecedores e accionistas diante de uma crise mundial ora instaurada.

Mero engano. O tema que a princípio parece ser recente e superficial em alguns
círculos é mais antigo e profundo do que se imagina. Se levarmos em consideração a origem
do termo, ética representa mais que a essência do como devemos agir para atingir um
objectivo ou meta, ou melhor, dentro de quais princípios devemos nortear nossas decisões.

A incansável busca do homem para conseguir sua realização, o seu


equilíbrio psicofísico, enfim, ter uma vida virtuosa, vai de encontro a esses
conceitos de carácter ético debatidos exaustivamente por grandes filósofos,
desde os tempos de Sócrates há cerca de 400 a.C. A partir de então, foram
surgindo novas correntes filosóficas sobre a ética, porém, sempre dentro de
um propósito único que é a definição da maneira de agir do ser humano (único
ser vivo capaz de demonstrar tais comportamentos dentro da visão ética) e de
se relacionar com o meio em que vive. (Arruda, 2003).
Diferentemente da moral, mas estreitamente relacionada ao termo, é através da ética
que o indivíduo é levado ao seu momento de introspecção, ou seja, ele se volta para o seu
próprio íntimo fazendo um auto-exame de consciência e avaliando os reflexos de suas atitudes
e comportamentos perante a sociedade que o circunda, afinal, a atitude ética é necessária em
qualquer segmento, seja na vida profissional ou pessoal.

Ao longo dos anos, a sociedade de um modo geral vem passando por transformações
comportamentais que consequentemente, influenciaram as empresas a passarem por processos
de mudanças em relação à sua actuação e os impactos gerados por elas. Tais mudanças são
fundamentais para que essas empresas sobrevivam em um mercado globalizado, como o
actual, isto é, se realmente estas empresas estiverem de fato dispostas a se tornarem
competitivas e sobreviverem.
3. Conclusão

Ao reflectir sobre esse tema percebi a importância dele em nosso dia a dia e que este
deveria estar presente em todos os segmentos da sociedade, seja na política, na família e nos
meios de comunicação, eles precisam continuar sendo os norteadores de todas as acções que
atinge as pessoas. Para ser ético precisamos tomar consciência de nossos actos, agir com
autocontrolo, ou seja, respeitando-se e respeitando as pessoas.

E preciso parar um pouco para reflectir, e assim nos tornamos pessoas sensíveis e mais
sensatas, porque ela nos aproxima da realidade e nos torna mais conscientes das acções que
praticamos em qualquer espaço da nossa vida. Actualmente a ética esta sendo relegada por
certas classes sociais e políticas, muitos valores estão sendo quebrados em prol do
individualismo, ou seja, “cada um por si” e com isso a ética vêm perdendo o sentido.

Segundo Aristóteles nas suas obras estabeleceu as bases da justiça para que a
sociedade possa desenvolver-se em paz e harmonia, nas quais a justiça é a virtude que visa ao
bem do outro. Ele aponta para bens que todo ser humano busca realizar, aperfeiçoar ou
preservar, sendo que, a maneira como vamos nos lançar para a realização desses bens tem
importância fundamental para a ética. Através da estratégia que escolhemos para a realização
dos bens, podemos vislumbrar sob que ética está fundada nossa vida. Mesmo o direito,
instituição a quem cumpre estabelecer princípios e regras pelos quais deve se pautar a
humanidade, é objecto de divergência quando tem diante de si várias possibilidades para
fundamentar sua actuação, portanto, da mesma maneira como nós, o direito aplicado também
pode ser inquirido a partir da ética em que se funda.

O bem comum vislumbrado por Aristóteles pressupõe, nos dias de hoje, a existência
de uma ética universal, haja vista a complexidade das relações e a interdependência de tudo
para com todos em nosso pequeno mundo. A razoabilidade prática surge para romper com
essa lógica a partir do momento em que nos leva a estabelecer um plano coerente de vida, no
qual meu próprio bem-estar inclui o bem-estar de outrem, e no qual é considerado
desarrazoado colocar bens secundários ou derivados (e.g., riqueza, reputação, prazer) à frente
de alguma das formas básicas de excelência humana; ela nos leva ainda a ter compromisso
com os objectivos estabelecidos no nosso plano de vida, a buscar eficiência, a seguir a própria
consciência e a promover o bem comum.
4. Referências Bibliográficas

Almeida, F. N. (1996). Sucesso pessoal a quanto obrigas? Separata da Revista Dirigir (45),
Lisboa: IEFP, 51-53.

Alonso, F. R. Lopes, F. G.; Castrucci, P. L. (2008). Curso de ética em administração. São


Paulo: Atlas,

Arruda, M. C. C. (2003). Fundamentos de ética empresarial e económica (2ª ed.), São Paulo:

Banks, S., Nohr, K. (coords) 2008). (Ética prática para as profissões do trabalho social,
Porto: Porto Editora Lda.

Blanchard, K. & Peace N. V. (1989). O poder da gestão ética. Lisboa: Difusão Cultural.

Marconi, Mariana de Andrade e Lakatos, Eva Maria; (2009). Fundamentos de Metodologia


Científica, 6ª edição. São Paulo, Editora Atlas S.A.

Você também pode gostar