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Admira Patrício Álvaro

Partes do Projecto de Pesquisa

Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Admira Patrício Álvaro

Partes do Projecto de Pesquisa

(Licenciatura em Ensino Básico)

Trabalho de Metodologia de Estudos e


Investigação Cientifica para fins
avaliativos ou como requisito para
obtenção do grau de licenciatura, sob
orientação ds: Msc. Sónia Nido.

Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Índice

1. Introdução...................................................................................................................4
1.1. Objectivos.....................................................................................................4
1.1.1. Objectivo Geral..............................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos...................................................................4
1.2. Metodologia..................................................................................................4
2. Partes do Projecto de Pesquisa....................................................................................5
2.1. Introdução.....................................................................................................5
2.2. Objectivos.....................................................................................................5
2.3. Hipóteses......................................................................................................6
2.4. Problemática/problema/problematização.....................................................7
2.4.1. Necessidade de trazer a problematização no projecto de
científico..................................................................................................8
3. Conclusão....................................................................................................................9
4. Referências Bibliográficas........................................................................................10
1. Introdução

Faz-se importante citar que os elementos textuais de um projecto cientifico contêm


uma parte introdutória, na qual são abordados o tema do projecto, o problema (questões de
pesquisa), a(s) hipótese(s) quando couber(em), o(s) objetivo(s) a ser(em) atingido(s) e a(s)
justificativa(s). É necessário que sejam indicados o referencial teórico que embasará o
trabalho, a metodologia a ser utilizada, assim como os recursos e o cronograma necessários a
sua execução. Mas neste trabalho abordar-se-ão os seguintes aspectos: a introdução,
objectivos, hipóteses e a problematização.

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Compreender as Partes do Projecto de Pesquisa

1.1.2. Objectivos específicos

 Conceituar as Partes do Projecto de Pesquisa;


 Mencionar e descrever as Partes do Projecto de Pesquisa.

1.2. Metodologia

Para a elaboração da presente pesquisa, foi possível pelo uso do método de pesquisas
bibliográficas. Que segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se
do levantamento, selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto
que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações, material cartográfico, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o mesmo.
2. Partes do Projecto de Pesquisa

2.1. Introdução

Todo trabalho, toda produção de texto, deve apresentar uma introdução, ainda que ela
não venha separada como um item específico do trabalho. No caso de um projeto de pesquisa
não poderia ser diferente. Cabe saber, então, qual o seu papel num projeto.

A introdução visa apresentar a ideia da pesquisa ao leitor. Já nela o pesquisador e a


pesquisadora devem indicar o seu recorte de problemática – o que, onde, quando – e apontar
as motivações pessoais que os conduziram a realizar este recorte na realidade. A introdução,
portanto, apresenta o objeto de estudo já delimitado e as razões desta delimitação.

Além disso, a introdução apresenta o projeto em si, como ele está estruturado e o que o
leitor e leitura podem esperar encontrar em cada uma de suas partes. Por isso, ela é, em
termos de redação, a última parte do trabalho a ser escrita, ainda que apareça no início.

2.2. Objectivos

Os objetivos brotam da problemática. As questões colocadas à realidade aparecem


aqui na forma de intenções a serem perseguidas pelo projeto. Não importa que aqui se repita o
que já foi dito. O importante é que se diga, em poucas palavras, qual o centro e a periferia da
pesquisa. O centro constitui o objetivo geral e a periferia, os objetivos específicos. Estes
últimos não podem estar dissociados do primeiro, mas devem ser mais concretos, indicando
pequenas respostas que devem conduzir à resposta maior.

Para Bastos e Keller (1996, p. 57), o objetivo geral deve conter “o que pretende o
pesquisador no desenvolvimento do assunto [...]” e os objetivos específicos são uma “abertura
do objetivo geral em outros menores, que constituirão possíveis capítulos no decorrer da
estruturação do trabalho”.

Os objetivos esclarecem o que é pretendido com a pesquisa e indicam as metas que


almejamos alcançar ao final da investigação. Os objetivos são normalmente categorizados em
geral e específicos:

Por sua vez, Lakatos e Marconi (1989) assim definem objetivo geral e objetivos
específicos:

a) Objectivo Geral:

Está ligado à uma visão global e abrangente do tema. Relaciona-se com o


conteúdo intrínseco, quer dos fenômenos e eventos, quer das idéias estudadas.
Vincula-se diretamente à própria significação da tese proposta no projeto (p.
102).
Ou seja, Objetivo geral: dimensão mais ampla pretendida com a pesquisa.

b) Objectivos Específicos:

Apresentam caráter mais concreto. Têm função intermediária e instrumental,


permitindo, de um lado, atingir o objetivo geral e, de outro, aplicar este a
situações particulares (p. 102).
Objetivos específicos: define metas específicas da pesquisa que sucessivamente
complementam e viabilizam o alcance do objetivo geral.

Os objetivos específicos podem ser articulados em uma lista que se inicia com
propostas cognitivas de cunho mais descritivo - como identificar, descrever, sistematizar,
caracterizar, indicar, levantar - e se amplia com propostas cognitivas de cunho mais
explicativo e interpretativo - como comparar, relacionar, analisar.

Em termos de redação, recomenda-se que os objetivos, tanto geral quanto específicos,


venham escritos em tópicos e iniciados com o verbo no infinitivo – reconhecer; identificar,
mapear, explicar; compreender...

2.3. Hipóteses

De acordo com Rudio (1996), hipóteses

São suposições que antecedem a constatação dos fatos, com


características de formulações provisórias, que serão testadas através da
análise da evidência dos dados coletados. As hipóteses propõem explicações
para certos fatos e, ao mesmo tempo, orientam a busca de outras informações.
O processo de elaboração de hipótese é de natureza criativa. Sendo assim, não é
possível determinar regras para elaboração de hipóteses. Para que uma hipótese possa ser
considerada logicamente aceitável, deve apresentar as seguintes características:

a) Deve ser conceitualmente clara, particularmente os referentes a variáveis,


devendose preferir as definições operacionais, isto é, aquelas que indicam as
operações particulares que possibilitam o esclarecimento do conceito;
b) Deve ser específica. Muitas hipóteses são conceitualmente claras, mas são
expressas em termos tão gerais, que não podem ser verificadas. Sendo assim,
deve-se dar preferência às hipóteses que de fato se pretende verificar;
c) Deve ter referências empíricas. As hipóteses que envolvem julgamentos de
valor não podem ser adequadamente testadas. Palavras como “bom”, “mau”,
“deve” e “deveria” não conduzem à verificação empírica e devem ser evitadas
na construção de hipóteses;
d) Deve ser parcimoniosa. Uma hipótese simples é sempre preferível a uma mais
complexa, desde que tenha o mesmo poder explicativo;
e) Deve estar relacionada com as técnicas disponíveis. Nem sempre uma hipótese
teoricamente bem elaborada pode ser testada. É necessário que haja técnicas
adequadas para a coleta dos dados exigidos para seu teste. Quando não forem
encontradas técnicas adequadas para o teste das hipóteses, o mais conveniente
passa a ser a realização de estudos voltados para a descoberta de novas
técnicas; ou, então, a reformulação da hipótese com vistas ao seu adequamento
às técnicas disponíveis;
f) Deve estar relacionada com uma teoria, uma vez que vem possibilitar a
generalização de seus resultados. Em muitas pesquisas sociais este critério não
é considerado.

2.4. Problemática/problema/problematização

Há um consenso entre as pessoas que escrevem manuais de pesquisa de que a


delimitação do problema é a parte mais importante e ao mesmo tempo mais difícil na
construção de um projeto de pesquisa.

Leal (2002, p. 230) assim conceitua problema de pesquisa:

Nem todos os problemas com que nos deparamos se prestam


necessariamente à pesquisa científica. Um problema de pesquisa supõe a
possibilidade de buscar informações a fim de esclarecê-lo, compreendê-lo,
resolve-lo ou contribuir para sua solução. Um problema de pesquisa, portanto,
não é um problema que possa ser resolvido pela intuição, pelo senso comum
ou pela simples especulação.
Sua construção se inicia logo após a definição do tema geral. Os recortes espaciais e
temporais já são processos envolvidos na construção da problemática. São, por assim dizer,
sua parte inicial. Na sequência deve-se proceder à elaboração de questões para a realidade. A
problemática de pesquisa define, em síntese, o objeto de pesquisa do projeto.

Para Pádua (1997), o ponto de partida é uma situação problema que o pesquisador e
pesquisadora encontram na realidade. O processo que conduz da situação problema ao
problema de pesquisa passa pelo levantamento de fatos e pela busca de explicações (teoria),
ou seja, uma pesquisa exploratória inicial.
Já Leal (2002) vai argumentar que

Um problema de pesquisa é formulado a partir da mistura de


conhecimentos e valores. O/a pesquisador/a parte de uma percepção sua da
realidade, sempre guiada pelos seus valores, e lança-se em busca de
informações sobre as questões que o/a inquietaram. Como resultado dispõe de
um conjunto de conhecimentos, formado por “fatos brutos” e “fatos
construídos ou generalizações”.
Que são o que Pádua (1997), acima, chamou de levantamento de fatos e busca de
explicações.

Os primeiros – fatos brutos – são buscados num contato inicial com a


realidade que se quer estudar, com o campo, onde, por meio de conversas
informais, aplicação de algum questionário, levantamento de dados
estatísticos, construção de mapas, obtemos uma visão geral e inicial sobre o
nosso recorte espacial. Os “fatos construídos” são as explicações dadas por
outros autores aos processos e/ou fenômenos que estamos tentando estudar, o
que nos remete à biblioteca, ao levantamento bibliográfico, às leituras e aos
fichamentos uma parte fundamental para identificarmos quais os conceitos
mais trabalhados para cercar o problema que estamos construindo, quais os
autores mais importantes, o que cada um diz e pensa. Este levantamento, só
resumidamente apresentado aqui para delinear o problema, deverá
posteriormente ganhar sistematização no item Referencial Teórico do projeto
de pesquisa.
2.4.1. Necessidade de trazer a problematização no projecto de científico

Em termos de redação do item problemática inerente a necessidade do autor traze-lo


no projeto de pesquisa é que este contem, de forma narrativa, o processo intelectual que
conduziu o/a autor/a do projecto à delimitação do tema e aos recortes que elaborou; uma
aproximação teórica do tema e uma aproximação empírica do recorte espacial e temporal;
além das principais questões que serão colocadas à realidade definidas à luz da teoria e das
informações preliminares do campo.
3. Conclusão

Findado o presente trabalho, pude compreender de que a elaboração de um projeto de


pesquisa indica para o pesquisador (ou para as instituições às quais se encaminha o projeto)
quais são os aspectos e questões estabelecidos em relação à investigação de um determinado
tema.
4. Referências Bibliográficas

Bastos, C.; Keller, V. (2002). Pesquisa científica. In: ___________. Aprendendo a aprender:
introdução à metodologia científica. 8a . ed. Petrópolis: Vozes, 1996. p. 54 – 65. ECO,
U. Plano de trabalho e fichamento. In: ________. Como se faz uma tese. 17a . ed. São
Paulo: Perspectiva. p. 81 – 112.

Lakatos, E. M.; Marconi, M. de A. (1987). Projeto e relatório de pesquisa. In:


____________. Metodologia do trabalho científico. 2 a . ed. São Paulo: Atlas. p. 99 –
135.

Leal, E. J. M. (2002). Um desafio para o pesquisador. A formulação do problema de


pesquisa. Contraponto, Itajaí, ano 2, n. 5, p. 227-235, maio/ago.

Pádua, E. M. M. de. (1997). O processo de pesquisa. In: _______. Metodologia da pesquisa:


abordagem teórico-prática. Campinas: Papirus. p. 29 – 89. (Coleção Práxis).

Rudio, F. V. O. (1996). Projeto de pesquisa. In: _______. Introdução ao projeto de pesquisa


científica. 20a . ed. Petrópolis: Vozes. p. 43 – 54.

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