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Admira Patrício Álvaro

O Desenvolvimento Psíquico e da Consciência Humana

Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Admira Patrício Álvaro

O Desenvolvimento Psíquico e da Consciência Humana

(Licenciatura em Ensino Básico)

Trabalho de Psicologia Geral para fins


avaliativos ou como requisito para
obtenção do grau de licenciatura, sob
orientação de: Msc.

Universidade Rovuma
Lichinga
2023
Índic

1. Introdução............................................................................................................................4
1.1. Objectivos................................................................................................................4
1.1.1. Objectivo Geral.........................................................................................4
1.1.2. Objectivos específicos...............................................................................4
1.2. Metodologia.............................................................................................................4
2. O Desenvolvimento Psíquico e da Consciência Humana...................................................5
2.1. (Evolução psíquica dos indivíduos).........................................................................5
2.2. O Homem como Unidade bio-psico-social..............................................................5
2.3. A Vida Antes do Nascimento (o Desenvolvimento Pré-Natal)...............................5
2.4. Fundamentos Biológicos da Conduta.......................................................................7
2.4.1. Hereditariedade e comportamento: mecanismos básicos..........................7
2.4.2. Genética do comportamento......................................................................7
2.5. O Papel da Hereditariedade e do Meio na Conduta.................................................7
2.6. Hereditariedade e Meio: o Princípio fundamental da Psicologia.............................9
2.7. Psicofisiologia do Sistema Nervoso.........................................................................9
2.7.1. Sistema Nervoso Central (SNC)...............................................................9
2.7.2. A medula espinal.....................................................................................10
2.7.3. O cérebro.................................................................................................10
2.7.4. O Sistema Nervoso Periférico.................................................................10
2.8. Desenvolvimento Filogenético do Psíquico...........................................................11
2.8.1. Dependência da psique ao meio..............................................................11
2.8.2. A psique e a evolução do sistema nervoso..............................................12
2.9. O Surgimento da Consciência no Processo da Actividade Humana......................12
2.9.1. Consciência.............................................................................................12
2.9.2. Diferença entre psique humana e psique animal.....................................12
2.10. Teorias de Desenvolvimento do Psíquico............................................................14
2.10.1. Teorias endogénicas..............................................................................14
2.10.2. Teorias exogénicas................................................................................14
2.10.3. Teorias de convergências......................................................................14
3. Conclusão..........................................................................................................................15
4. Referências Bibliográficas................................................................................................16
1. Introdução

No presente trabalho iremos abordar matérias capazes de proporcionar o nosso índice


preliminar, onde faremos uma abordagem profunda sobre tudo tomando como o ponto de
referência sobre o tema de desenvolvimento do psíquico e da consciência humana, e os
subtemas: o homem como unidade bio-psico-socio-cultural; fundamentos biológico da
conduta os Instrumentos biológicos de resposta ao meio e a psicofisiologia do sistema nervoso

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivo Geral

 Compreender o Desenvolvimento Psíquico e da Consciência Humana

1.1.2. Objectivos específicos

 Contextualizar sobre o Desenvolvimento Psíquico e da Consciência Humana;


 Explanar sobre o Homem como Unidade bio-psico-social;
 Descrever o Psicofisiologia do Sistema Nervoso.

1.2. Metodologia

Para a elaboração da presente pesquisa, foi possível pelo uso do método de pesquisas
bibliográficas. Que segundo Lakatos e Marconi (1987, p. 66) a pesquisa bibliográfica trata-se
do levantamento, selecção e documentação de toda bibliografia já publicada sobre o assunto
que está sendo pesquisado, em livros, revistas, jornais, boletins, monografias, teses,
dissertações, material cartográfico, com o objectivo de colocar o pesquisador em contacto
directo com todo material já escrito sobre o mesmo.
2. O Desenvolvimento Psíquico e da Consciência Humana

2.1. (Evolução psíquica dos indivíduos)

A evolução psíquica dos indivíduos depende da maturação e do desenvolvimento


genético; dos estímulos sociais e afectivos.

2.2. O Homem como Unidade bio-psico-social

Todo ser humano à nascença já constitui-se como indivíduo, com


qualidades de integridade próprias, particularidades que o distinguem dos
outros. O mesmo não se pode dizer em relação à Personalidade. O ser
humano forma sua personalidade em resultado da sua constituição biológica
(características herdadas), das influências do meio social e cultural do
contexto em que se encontra (aquisições do meio), assim como das
experiências de vida (desenvolvimento), e sempre considerando seu
desenvolvimento psicológico (estabilidade emocional, de sentimentos). Por
tal se diz ser uma unidade bio-psico-social. (Davidoff, 2001).
Alguns termos importantes para compreender o desenvolvimento humano:

Desenvolvimento: é o conjunto de fases pelas quais o individuo ao longo do seu ciclo


de vida. É um processo multidimensional que engloba os aspectos físicos (crescimento);
fisiologia (manutenção), psicologia (cognitivos e afectivos), sociais (socialização), e culturais
(aquisição de valores, normas).

Maturação: é a dimensão fisiológica do desenvolvimento. Refere-se ao grau de


prontidão funcional dos diversos sistemas do organismo, nomeadamente do sistema nervoso.
É que torna possível determinado padrão de comportamento. (por exemplo, a alfabetização
das crianças depende da maturação neurofisiológica para manejar o lápis, e segurá-lo com as
mãos é necessário um desenvolvimento neurológico o que a criança de 1 ou 2 anos não
possui ainda.

Maturidade: é o estádio de desenvolvimento do indivíduo indispensável para a


execução de determinada tarefa, actividade ou função.

Estado etário: fase de maturação e estruturação (anatómica, fisiológica, psíquica)


correspondente a idade ou nível de desenvolvimento do indivíduo.

2.3. A Vida Antes do Nascimento (o Desenvolvimento Pré-Natal)

O desenvolvimento pré-natal (gestação) é o período compreendido entre a fecundação


e o parto. Este pode ser dividido em três períodos:
 O zigoto

O zigoto forma-se após a fecundação e flutua livremente no fluido do útero. Ao fim


de cerca de duas semanas, o zigoto (ovo) fixa-se na parede do útero recebendo oxigénio e
alimentação do corpo da me. Dois ou três dias da sua implantação no útero o novo ser passa a
chamar-se embrião.

 Embrião

O segundo estádio do desenvolvimento pré-natal é o estádio embrionário. Este estádio


começa cerca de duas semanas depois da fecundação, na altura em que o zigoto (ovo) se fixa
à parede uterina.

O estádio embrionário dura cerca de oito semanas depois da concepção. As primeiras


fases de vida do embrião humano apresentam características semelhantes com os outros
mamíferos. A cabeça do embrião é grande em relação ao resto do corpo e membros não são
diferenciados. No final deste período o organismo é claramente identificável como humano
(tem face, olhos) e passa a se designar feto.

 Feto

A partir da oitava semana até ao nascimento o novo ser passa a chamar-se feto. O feto
é capaz de ouvir, movimentar os dedos (dar pontapés, fazer punho, levar o polegar a boca,
escolher a posição de dormir, etc.) sentir sabor, etc. O desenvolvimento do feto culmina com
o nascimento.

 Nascimento

O nascimento é conjunto de fenómenos físicos que tem como finalidade expulsar o


feto para o exterior. Quando a criança nasce pesa normalmente 2500 gramas e a placenta para
de introduzir alimentos. Crianças com um período de gestação reduzido e peso inferior a
25000 gramas são consideradas pré-maturas.

A primeira respiração imediatamente após o parto é difícil devido o


oxigénio do ambiente que a criança recebe, pois tem inicio a respiração
pulmonar. Se o pequeno cérebro não recebe oxigénio dentro de 8 (oito)
minutos pode contrair lesões. Por regra, a primeira respiração é acompanhada
por grito. O grito converte-se em breve numa forma de manifestação de
dissabores ou transtornos (indisposição, desconforto, mal estar, alerta à mãe
para acções de cuidado, isto é, um estímulo chave da mãe. (Davidoff, 2001).
Em cada dor do parto, a criança está exposta a uma pressão com cerca de 25kg. Por
isso, partos muito prolongados ou complicados colocaram a criança provavelmente numa
situação de indisposição intensiva. O acto do nascimento por si só é uma lesão psíquica, o
que serve de base para o medo original do homem, segundo a psicanálise.

2.4. Fundamentos Biológicos da Conduta

2.4.1. Hereditariedade e comportamento: mecanismos básicos

Em última instância, as diferenças entre as espécies dependem da hereditariedade, ou


herança física. A hereditariedade compartilhada por todas as pessoas permite uma série de
actividades humanas distintas. Por termos herdados polegares opostos e dedos móveis,
aprendemos facilmente a manipular ferramentas. A herança de imensos córtices cerebrais
permite-nos processar vasta quantidade de informação.

Além das estruturas influenciadoras e dos comportamentos comuns a todas as


pessoas, a hereditariedade modela o que é exclusivo a cada pessoa. Seus genes têm algo a
dizer sobre uma capacidade de aprendizagem e se somos ou não propensos à depressão.

2.4.2. Genética do comportamento

A genética do comportamento, um ramo da psicologia e também da genética, estuda


as bases herdadas da conduta e da cognição. Abrange diferenças individuais e de espécie
(evolutivas).

Os geneticistas do comportamento pressupõem que tudo o que as pessoas fazem


depende, em algum grau, das estruturas físicas subjacentes. Sua tarefa é definir exactamente
quanto de um determinado acto é modelado pela hereditariedade e quanto o é pelo ambiente.
Eles pesquisam também os mecanismos biológicos pelos quais os genes afectam o
comportamento e a cognição.

2.5. O Papel da Hereditariedade e do Meio na Conduta

Hereditariedade e do ambiente: uma parceria permanente Estará tudo nos genes?

De acordo com Robert Plomin (1993),

talvez o principal sobre a genética do comportamento na última


década, o que os cientistas verificaram a repetidas vezes foi que
hereditariedade e experiência influenciam conjuntamente muitos aspectos do
comportamento. Além disto seus efeitos são interactivos – elas jogam uma
com a outra. Por exemplo, em relação a esquizofrenia, embora a evidencia
indique que factores genéticos influenciam o desenvolvimento da
esquizofrenia, do outro lado não parece que alguém herde directamente o
distúrbio mas um certo grau de vulnerabilidade a ela. Portanto, se a
vulnerabilidade vai ou não se transformar num distúrbio real, isso dependerá
das experiências de cada pessoa na vida.
O herdado e o meio: qual interacção?

O organismo e o ambiente fazem parte de um todo no qual são inter-relacionados e em


constante interacção. O meio mobiliza ou favorece disposições hereditárias, mas por sua vez a
acção do meio não é independente dessas disposições.

Por um lado, qualquer factor hereditário opera de modo diferente quando as condições
do meio ambiente variam. Por outro lado, as condições do meio ambiente exercem diferentes
influências sobre as características hereditárias.

As disposições hereditárias traçam o marco do desenvolvimento e oferecem-nos um


plano de construção do organismo. Os genes exercem um papel ou acção directiva nos
fenómenos do desenvolvimento embrionário e, especialmente, dos primeiros anos de vida,
isto é, não se transmitem qualidades já desenvolvidas, mas apenas disposições ou
possibilidades para configurar essas qualidades. Por exemplo, a estatura de um indivíduo
depende de toda a carga genética, mas além disso, variará, entre outros factores de acordo
com a alimentação recebida nos primeiros anos de vida e com as vicissitudes do
desenvolvimento glandular posterior.

 Herança e meio são factores que contribuem para a formação do novo ser e se
misturam de tal modo que é difícil distinguir o que corresponde a um e ao outro;

 Não podem ser considerados opostos ou antagónicos mas complementares;

 Era comum considerar a herança é rígida, fixa, imutável, irreversível algo como
código ou lista de instruções e procedimentos que não admite modificações e na
qual cada “instrução” age de modo independente das demais mas hoje tal posição
não se sustenta por que também os genes podem sofrer uma mutação, brusca ou
não.

Portanto, Dizer que um os “genes influenciam x ou y” não quer dizer que os “genes
determinam x ous e y”. Tão pouco quer dizer que o ambiente tenha pouca influência sobre a
qualidade em questão. Do início até ao fim da vida, os organismos estão sendo
constantemente moldados tanto pela hereditariedade como pelo ambiente. A natureza e a
extensão de uma influência sempre depende da contribuição da outra.

2.6. Hereditariedade e Meio: o Princípio fundamental da Psicologia


O princípio fundamental e o seu axioma principal é o de que o organismo é produto
da hereditariedade, em interacção com o meio social e com o tempo, (história pessoal e
colectiva) isto é, o comportamento não é resultado de uma única causa, mas sim de causas
múltiplas (biológicas, sociais, culturais,..). É o resultado da hereditariedade a interagir com o
meio e com o tempo.

O nosso potencial hereditário pode ser enriquecido ou empobrecido dependendo do


tipo, quantidade e qualidade dos nossos encontros com o meio e depende do momento em
que estes encontros ocorrem. É pela interacção entre determinantes da hereditariedade e a
influência do meio que o indivíduo se forma, desenvolve e realiza.

Não se pode limitar aos aspectos educativos e os sócio-culturais pós-natais, os


aspectos físicos, biológicos (alimentares, etc.), e psico-afecivos (emocionais) dos primeiros
tempos da vida, nomeadamente pré-natais e perinatais são fundamentais na formação de todas
as características do indivíduo.

2.7. Psicofisiologia do Sistema Nervoso

A comunicação no sistema nervoso é central para o comportamento.

Especialistas acreditam que há de 85 a 180 biliões de neurónios no cérebro humano.


Obviamente isto é apenas uma estimativa. Se os contássemos sem parar a proporção de um
por segundo, estaríamos contando por cerca de 6 mil anos! Multidões de neurónios no
sistema nervoso têm de trabalhar junto para manter a informação fluindo eficientemente. Para
fazer isso, eles estão organizados em equipas, várias das quais têm funções e deveres
especializados que dependem, antes de tudo, de sua localização.

2.7.1. Sistema Nervoso Central (SNC)

O sistema nervoso central (SNC) é a porção do sistema nervoso que fica dentro do
crânio e da coluna espinal. Assim, o SNC compreende o cérebro e a medula e a medula
espinal. O SNC é banhado na sua “sopa” nutritiva especial chamada fluido cérebro-espinal
(FCE). Este fluido alimenta o cérebro e fornece-lhe uma protecção. Embora derivado do
sangue, o FC é cuidadosamente filtrado.

Para entrar no FCE, as substâncias do sangue têm de passar pela barreira


cérebrosanguínea, um mecanismo membranoso semipermeável que impede a passagem de
certas substâncias químicas entre a corrente sanguínea e o cérebro. Esta barreira evita que
algumas drogas entrem no FCE e afectem o cérebro.
2.7.2. A medula espinal

A medula espinal liga o cérebro ao resto do corpo através do sistema nervoso


periférico. Embora se pareça com um cabo do qual os nervos somáticos saem, ela é parte do
sistema nervoso central e vai desde a base do cérebro até um nível abaixo da cintura,
abrigando aglomerados axónios que carregam os comandos do cérebro aos nervos periféricos
e conduzem sensações de periferia do corpo cérebro. Muitas formas de paralisia resultam de
danos na medula espinal, facto que ressalta o papel crítico que ela representa na transmissão
de sinais do cérebro aos neurónios que movem os músculos do corpo.

2.7.3. O cérebro

Evidentemente, a glória suprema do sistema nervoso central é o cérebro, que,


anatomicamente, é a parte do sistema nervoso central que preenche a porção superior do
crânio. Embora pese apenas cerca de 2 quilos e possa ser carregado em uma das mãos, ele
contém biliões de células que interagem, integram informação de dentro, coordenam as
acções do corpo e nos capacitam a falar, pensar, recordar, planear, criar e sonhar.

2.7.4. O Sistema Nervoso Periférico

O primeiro e mais importante corte que separa o sistema nervoso central (cérebro e
medula espinal) do sistema nervoso periférico. O sistema nervoso periférico é formado por
todos os nervos que ficam fora do cérebro e da medula espinal. Nervos são aglomerados de
fibras de neurónios (axónios) que estão no sistema nervoso periférico. Essa porção do sistema
nervoso é exactamente o que parece, a parte que se estende para a periferia (parte de fora) do
corpo. O sistema nervoso periférico pode ser subdividido em dois: somático e autónomo.

O Sistema Nervoso Somático é formado por nervos que se conectam


aos músculos esqueléticos voluntários e aos receptores sensoriais. Estes
nervos são os cabos que carregam informação dos receptores na pele,
músculos e juntas ao sistema nervoso central e também ordens do sistema
nervoso central aos músculos. Estas funções requerem dois tipos de fibras
nervosas: aferentes, que são axónios que carregam informação para dentro do
sistema nervoso central da periferia do corpo; Os eferentes, que são axónios
que carregam informações para fora do sistema nervoso central para a
periferia do corpo. O sistema nervoso somático permite que nos sintamos e
movamos no mundo. (Jacques-Philipe, 1985).
O Sistema Nervoso Autónomo é formado de nervos que se ligam ao coração, aos
vasos sanguíneos, aos músculos lisos, e às glândulas.

Como o próprio nome indica, é um sistema separado (autónomo), embora seja


principalmente controlado pelo sistema nervoso central. O sistema nervoso autónomo
controla funções automáticas, involuntárias, em que normalmente as pessoas não pensam,
como a batida cardíaca, a digestão e a transpiração. Ele intermédia muito do despertar
fisiológico, que ocorre quando as pessoas experimentam emoções. Imagine-se, por exemplo,
caminhando para casa sozinho a noite, quando uma pessoa, de aparência pobre aparece atrás
de nós e começa a seguir-nos. Caso sintamo-nos ameaçados, a nossa batida cardíaca e
respiração intensificar-se. A nossa pressão sanguínea poderá subir, possivelmente sentiremos
arrepios, e as palmas das mãos poderão começar a transpirar. Estas reacções difíceis de
controlar são aspectos do despertar autónomo.

De acordo com Leontiev, (1978).

O sistema nervoso autónomo pode ser dividido em dois ramos:


simpático e parassimpático. O Sistema nervoso simpático é o ramo do sistema
nervoso autónomo que mobiliza os recursos do corpo para a emergência. Ela
cria a reacção de luta ou fuga. A activação deste sistema desacelera processos
digestivos e drena o sangue da periferia, diminuindo o sangramento em caso
de ferimento. Os nervos simpáticos principais enviam sinais às glândulas
supra-renais, liberando as hormonas que preparam o corpo para o esforço. O
Sistema nervoso parassimpático é o ramo do sistema nervoso autónomo que
geralmente conserva os recursos corporais. Ela activa processos que permitem
ao corpo economizar e armazenar energia. Por exemplo, acções dos nervos
parassimpáticos diminuem o ritmo cardíaco, reduzem a pressão sanguínea e
promovem a digestão.
2.8. Desenvolvimento Filogenético do Psíquico

2.8.1. Dependência da psique ao meio

A extraordinária variedade que o meio ambiente tem (clima, condições de vida)


suscitou a diferenciação dos organismos (na terra vivem milhões de espécies de animais).
Entre toda a multiplicidade de fenómenos terrestres, existem suas mudanças cíclicas anuais, a
mudança do dia e da noite, as mudanças de temperatura etc., e todo o organismo vivente
adapta-se as condições existentes.

Uma modificação brusca do ambiente provoca no animal ou o seu


desaparecimento. O meio e a condição de existência do organismo vivo, e o
factor mais importante para determinar a vida dos seres viventes, ou seja, dito
em outras palavras, a existência dos organismos viventes esta condicionada
causalmente pelo meio ambiente. Quanto mais alta e a capacidade do reflexo
dentro de um determinado meio, mais livre e a espécie do influxo do meio.
(Rocha & Fidalgo, 1980).
2.8.2. A psique e a evolução do sistema nervoso

Para que haja um reflexo adequado e necessário antes de mais uma estrutura dos
órgãos de sentido e do sistema nervoso. O grau de desenvolvimento dos órgãos de sentido e
do sistema nervoso determina constantemente o grau e a forma do reflexo psíquico.
Em corresponderia com o desenvolvimento do sistema nervoso se
tem mais completas as formas do reflexo psíquico ou seja quanto mais
completo e o sistema nervoso tanto mais perfeita e a psique. A evolução da
psique não é linear, ate que se aperfeiçoe em diferentes direcções. Num
mesmo meio habitam animais com os mais variados níveis de reflexo e ao
contrário, em meios diferentes podem-se encontrar diferentes tipos de animais
com níveis de reflexo semelhantes. (Piaget, 1977).
O meio, como a matéria, não e invariável, ele evolui. A este meio em evolução
adaptase a espécie animal que nele habita. Pode acontecer, sem dúvidas, que o meio
radicalmente se modifique para alguns animais e isto influencia no desenvolvimento das
funções psíquicas, ao mesmo tempo, a mudança ocorrida não exerce uma influência
determinante no desenvolvimento das funções dos outros animais.

2.9. O Surgimento da Consciência no Processo da Actividade Humana

2.9.1. Consciência

A psique como conjunto de reflexos da realidade no cérebro dos homens caracterizase


por possuir diferentes níveis.

O mais alto nível da psique, que é próprio do Homem, forma a


consciência. A consciência e a forma superior integrante da psique do
Homem que se forma como resultado das condições histórico-sociais na
actividade laboral e na permanente comunicação oral com as demais pessoas.
Neste sentido, pode-se dizer que a consciência e em última instancia (como
dizem os clássicos marxistas) um produto social, a consciência e a existência
consciente. (Monteiro, 1999).
2.9.2. Diferença entre psique humana e psique animal

Sem dúvidas existe uma imensa diferença qualitativa entre a psique humana mais
altamente organizada e a psique animal. Assim não e possível fazer uma comparação entre
“linguagem” dos animais e a linguagem humana, pois enquanto o animal com a sua
linguagem pode somente emitir sinais a seus congéneres, em relação a fenómenos limitados
por uma situação imediata, directa, pelo contrario o Homem pode informar a outras pessoas
com ajuda da linguagem, sobre o passado, o presente, o futuro e transmitir aos outros a
experiência social.

Mediante muitas pesquisas os investigadores mostraram que o


pensamento pratico e somente próprio aos animais superiores. Nenhum
investigador observou a forma abstracta do pensamento no estudo da psique
dos animais. O animal pode somente actuar dentro das marcas duma situação
visivelmente percebida, da qual não pode abstrair e da qual não pode
assimilar os princípios abstractos. O animal e escravo da situação percebida
de forma imediata. A conduta do Homem caracteriza-se pela sua capacidade
de abstrair-se ou afastar-se duma situação concreta dada e prever as
consequências que podem surgir em relação a dita situação. (Monteiro, 1999).
Desta forma, o pensamento concreto ou pratico dos animais e somente a sua impressão
directa sobre a situação dada, enquanto que a capacidade do Homem de pensar abstractamente
supera a dependência directa da situação dada.

Algumas características que diferenciam a psique humana da „psíque animal‟:

 O Homem é capaz de enfrentar não somente as influências directas do meio, mas


também pode prever aquelas que podem suceder. O Homem tem a capacidade de
abstrair em correspondência com a necessidade conhecida, ou seja
conscientemente. Esta é a primeira distinção entre a psique humana e a psique
animal;
 A outra diferença e que o Homem tem a capacidade de criar e conservar
ferramentas. O animal cria instrumentos ou ferramentas numa situação concreta.
Fora desta dada situação concreta o animal nunca identifica os instrumentos,
nem se aproveita deles, uma vez que o instrumento joga um papel naquela dada
situação, que mediatamente deixa de existir para as outras situações;
 Os homens criam instrumentos de acordo com um plano previsto anteriormente,
utiliza estes instrumentos segundo o fim a que estão destinados, e a conserva; e
todo o homem adquire experiência com os outros homens no uso destes
instrumentos;
 A transmissão das experiências sociais, caracteriza o homem o qual dispõe duma
experiência acumulada pelas gerações anteriores. As experiências sociais
transmitidas ao homem desenvolvem-se em grande parte na psique. Desde a
mais tenra idade a criança aprende a dominar as formas de utilização dos
instrumentos e as formas de trata-los. As funções psíquicas do homem mudam
qualitativamente graças ao domínio de cada sujeito em particular sobre os
instrumentos do desenvolvimento cultural da humanidade. E no homem se
desenvolvem as funções superiores propriamente humanas (linguagem, memória,
pensamento atenção).
 A quinta distinção entre a psique humana e animal são os sentimentos: para o
homem e animais superiores o sentimento e mais daquilo que ocorre em seu
redor, os objectos e os acontecimentos podem suscitar nos animais e homens
determinados tipos de reacções dependendo daquilo que a influência, ou emoções
positivas e negativas.

2.10. Teorias de Desenvolvimento do Psíquico


Teoria é a forma de explicação dos factos, de forma unitária, coerente, livre de
contradições internas e que conduza a descoberta de novos factos.

A questão da abordagem do desenvolvimento do psíquico, é ainda polémica pela existência


de várias teorias explicativas, que estão divididas em grupo.

2.10.1. Teorias endogénicas

O desenvolvimento psíquico é feito dependentemente de factores biológicos: a


hereditariedade as predisposições inatas tornam lugar de relevo. O desenvolvimento do
Homem está programado e reformado pelas disposições, Segundo esta teoria, os factores do
meio ambiente são apenas um atributo subordinado, as aptidões e qualidades psicológicas da
personalidade são reduzidas aos instintos inatos de acordo com Mendel, Weisman e Morgan.

2.10.2. Teorias exogénicas

O Homem seria no momento do nascimento uma tábua rasa, pelo adestramento e


hábito poder-se-ia fazer-se tudo quando são aplicados os métodos respectivos. Este grupo de
teorias acentua o meio ambiente em que decorre o desenvolvimento comparativamente aos
outros factores como força determinante de desenvolvimento psíquico.

O desenvolvimento é mais ou menos directamente reduzido à educação e formação.


Contudo a criança e o jovem são considerados como objectos positivos das influências
externas e deste modo expostos a métodos mecânicos de educação, segundo Watson.

2.10.3. Teorias de convergências

O desenvolvimento do psíquico é resultado de uma convergência de factores


hereditários e factores ambientais. Logo, o desenvolvimento do psíquico da criança e do
jovem é resultado de forças desiguais da hereditariedade e do meio ambiente. Significa que, o
desenvolvimento do psíquico é determinado pela cooperação de dois factores principais:
hereditariedade e meio ambiente (Stern).

Estas teorias defendem que, no desenvolvimento do psíquico deve-se distinguir os


processos de maturidade e os processos de aprendizagem. Os processos de maturidade são
biologicamente condicionados. Enquanto que os factores de aprendizagem estão sujeitos a
regularidades sociais. Portanto, o desenvolvimento psíquico seria condicionado pelos factores
biológicos e de assimilação.
3. Conclusão

Findado o presente trabalho, pude compreender de que o desenvolvimento do


psiquismo humano está relacionado a articulação do aspecto biológico com o cultural,
considerando-se, para isso, que a criança nasce com suas características estritamente
biológicas e, a partir da convivência com a sociedade por meio da internalização dos signos,
constrói-se culturalmente. Ou seja, se dá a partir da evolução da função biológica em razão da
influência do meio onde encontra-se inserida. Podemos utilizar como exemplo o choro que
perde seus indícios biológicos, deixando impressas as marcas da cultura, pois o bebê não
chora mais por conta dos elementos biológicos, isto é: fome, dor, desconforto fisiológico, mas
chora em função de objetivos que são determinados pelas condições históricas e culturais.
4. Referências Bibliográficas

Davidoff, L. L. (2001). Introdução à Psicologia. São Paulo: Markron Books Ltda.

Ferreira, I. (1982). Psicologia da primeira infância. Lisboa: Publicações Dom Quixote.

Flavel, J. H., Miller, P. H., Miller, S. A. (1999). Desenvolvimento cognitivo: Porto Alegre:
Editora ARTMED.

Jacques-Philipe, L. (1985). Teorias da Personalidade. Lisboa: Editora Verbo.

Leontiev, A. (1978). O desenvolvimento do psiquismo. Lisboa: Editora Progresso.

Monteiro, M. dos S. R. (1999). Psicologia. Porto: Editora Muller.

Petrovski, A (1976). Psicologia geral. URRS: Editorial Progresso.

Piaget, J. (1977). Seis estudos da Psicologia. Lisboa: Editora Dom Quixote.

Rocha, A., Fidalgo, Z. (1980). Psicologia. Lisboa: Editora Texto Lda.

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