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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 2
11 REREFRÊNCIA BIBLIOGRÁFICA......................................................... 37
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1 INTRODUÇÃO
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 PSICOMOTRICIDADE: CONCEITO E HISTÓRICO
Fonte: liceu.com.br
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essa debilidade poderia causar alterações consideráveis em relação ao
desenvolvimento humano. Em 1925, o médico e psicólogo Henri Wallon estudou o
movimento humano, reconhecendo sua categoria fundante como instrumento na
construção do psiquismo. Essa diferenciação permitiu a Wallon relacionar o
movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo.
Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolveu um exame psicomotor
para fins de diagnóstico, indicação da terapêutica e prognóstico. Em 1947, o psiquiatra
Julian de Ajuriaguerra redefiniu o conceito de debilidade motora, considerando-a como
uma síndrome com suas próprias particularidades. Foi quem delimitou com clareza os
transtornos psicomotores que oscilam entre os âmbitos neurológico e o psiquiátrico.
Com essas novas contribuições, a psicomotricidade passou a se diferenciar de outras
disciplinas, adquirindo sua própria especificidade e autonomia.
Com o entendimento de que as dificuldades motoras podem existir mesmo que
não haja uma deficiência neurológica no ser humano, o uso do termo psicomotricidade
ganhou força em 1970, explicar tais acontecimentos durante o desenvolvimento,
sobretudo o infantil. Nessa década, diferentes autores definiram a psicomotricidade
como uma motricidade de relação, considerando a íntima ligação dos aspectos
afetivos aos aspectos motores dos sujeitos.
A partir daí, começou a ser delimitada a diferença entre uma postura
reeducativa e uma postura terapêutica. Ao se desligar da técnica instrumentalista e se
ocupar do "corpo de um sujeito", a abordagem terapêutica dá, progressivamente,
maior importância à relação entre mente e coração, bem como ao entendimento do
sujeito como um todo. Tal entendimento perdura até os dias atuais.
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3 ELEMENTOS DA PSICOMOTRICIDADE
Fonte: www.gramadosite.com.br
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3.1 Esquema corporal
Fonte: wordwall.net
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3.2 Imagem corporal
Fonte: www.mildicasdemae.com.br
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3.3 Tônus
Fonte: docplayer.com.br
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3.4 Coordenação global ou motricidade ampla
Fonte: www.aprendateclado.com
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3.5 Motricidade fina
Fonte: www.elo7.com.br
Fonte: espacodeaprendizagem.com
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É a capacidade de se posicionar corretamente no espaço e no tempo. Para
tanto, devem existir os conceitos de perto, longe, em cima, em baixo, dentro, fora, ao
lado, frente e verso. Alguns autores estudam a organização espacial e temporal
separadamente. Fonseca (2008) utiliza como exemplo o jogo “Batatas Fritas 1, 2, 3”.
3.7 Ritmo
Fonte: novaescola.org.br
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3.8 Lateralidade
Fonte: www.soescola.com
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3.9 Equilíbrio
Fonte: novaescola.org.br
4 O PAPEL DO PSICOMOTRICISTA
Fonte: projab.org.br
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Para o psicomotricista, o sujeito constitui sua unidade a partir das interações
com o mundo externo e nas ações do outro (mãe e substitutos) sobre ele. A especifi
cidade do psicomotricista se situa, assim, na compreensão da gênese do psiquismo e
dos elementos fundadores da construção da imagem e da representação de si.
Uma criança que não consegue organizar seu corpo no tempo e no espaço não
conseguirá sentar-se em uma cadeira, concentrar-se, segurar um lápis com firmeza e
reproduzir em um papel o que elaborou em pensamento. Autores como Oliveira (2015)
indicam que o primeiro dicionário é escrito no corpo, reforçando, assim, a importância
do movimento enquanto base para outras novas aquisições das etapas do
desenvolvimento humano. Corroborando com isso, Le Boulch (1985) indica que o ato
antecipa a palavra, e a fala é uma importante ferramenta psicológica organizadora,
pois é por meio da fala que a criança integra os fatos culturais ao desenvolvimento
pessoal. Logo, a partir do momento em que ocorrem falhas no desenvolvimento dos
movimentos dessa criança, podem também ocorrer falhas na capacidade de aquisição
da linguagem verbal e/ou escrita.
Com isso, o psicomotricista, primeiramente, pode atuar na educação infantil,
estimulando o desenvolvimento infantil a partir do trabalho das habilidades motoras e
das capacidades físicas, com vistas ao aprimoramento das questões sociais e
afetivas. Tanto que alguns autores sugerem a importância do trabalho do
psicomotricista nos primeiros cinco anos de idade da criança, como se houvesse uma
espécie de “janela” aberta para o melhor desenvolvimento das mesmas nesse
período.
O Quadro 1 apresenta os principais conhecimentos e aquisições psicomotoras
em cada fase de desenvolvimento infantil.
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Fonte: Fonte: Adaptado de Fonseca (2008).
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Psicomotricidade educacional: atendimento voltado ao espaço escolar,
podendo ser realizado no nível da educação infantil e dos ensinos
fundamental, médio e superior.
Psicomotricidade hospitalar: em ambulatórios, UTIs, espaços de saúde
e brinquedotecas, com vistas à reabilitação de alguma debilidade
psicomotora.
Psicomotricidade empresarial: atividades de ergopsicomotricidade, em
que se encontram formas de desenvolver aspectos motores dentro dos
espaços de trabalho.
Terapia psicomotora: destinada a indivíduos com particularidades em
saúde mental e idade avançada, como é o caso dos idosos.
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psicomotores dentro de contextos histórico-culturais e afetivos significativos, ainda
conforme aponta Sampaio (2009).
O que garantirá a aprendizagem de conceitos formais aliados à aprendizagem
de conceitos do cotidiano são práticas como: construir textos, contar uma história, dar
um recado, fazer compras, varrer a casa, utilizar as operações matemáticas para
contar quantas pessoas vieram, quantas faltaram, etc. Além disso, para chegar a uma
coordenação motora fina, necessária à construção da escrita, a criança precisa
desenvolver a motricidade ampla, organizar seu corpo, ter experiências motoras que
estruturem sua imagem e seu esquema corporal, conforme Fonseca (2010).
De modo geral, parece evidente a função da psicomotricidade enquanto forma
de estruturar o desenvolvimento humano em diversos contextos de origem existentes.
Com isso, é possível reforçar a abordagem transdisciplinar da psicomotricidade, que
sugere a compreensão do conhecimento de forma plural, em que não se dissocia o
sujeito e os temas envolvidos no desenvol vimento humano (afetividade, motricidade,
cognição). A psicomotricidade pode representar uma peça importante no quebra-
cabeças do desenvolvimento humano, sobretudo o infantil. Todas as possibilidades
adquiridas por meio da psicomotricidade na infância vão refletir na qualidade de uma
série de processos sociocognitivos, afetivos e motores na vida adulta, promovendo,
assim, um desenvolvimento integral dos indivíduos.
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6 O PAPEL DA PSICOMOTRICIDADE E SEU CAMPO DE PRÁTICA
PROFISSIONAL
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Fonte: Adaptado de Aquino et al. (2012).
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profissional, o que exigiu do sujeito que usa de suas teorias e técnicas uma formação
inicial na área ou, ao menos, uma especialização comprovada (BRASIL, 2019).
Atualmente, o psicomotricista precisa ter em mãos o título de Graduação em
Psicomotricidade ou, de acordo com a Lei nº 13.794, de 3 de janeiro de 2019, ter
concluído especialização na área (BRASIL, 2019). Desse modo, a psicomotricidade
abarca diferentes perfis de profissionais, e, por conseguinte, um amplo leque de
intervenção profissional. É possível encontrar psicomotricistas que são médicos,
professores, gestores, fonoaudiólogos ou até mesmo psicopedagogos de formação
inicial. Na prática, a teoria e as técnicas psicomotoras podem marcar presença em
diferentes setores da sociedade, da saúde (p. ex., Unidades Básicas de Saúde,
hospitais, clínicas, etc.) à educação (p. ex., escolas, creches, etc.), porém sempre
direcionadas ao desenvolvimento integral do aluno e/ou paciente.
Em geral, de acordo com a atual regulamentação da área (BRASIL, 2019),
compete ao psicomotricista as seguintes incumbências:
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7 A PSICOMOTRICIDADE EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
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Fonte: Fonte: Adaptado de Freitas, Almeida e Talamoni (2020).
Henri Wallon foi médico, filósofo e psicólogo que viveu entre os séculos XIX e
XX e se dedicou ao estudo da criança, direcionando os seus esforços para entender
a origem dos processos psicológicos. Para Wallon, é por intermédio da interação entre
as capacidades cognitivas, afetivas e motoras que ocorrerá o desenvolvimento
integral da criança.
Os pressupostos teóricos dos estágios de desenvolvimento propostos por
Wallon, ao longo do seu processo de crescimento e desenvolvimento, a criança busca
construir a sua própria identidade, e isso se dá por intermédio de avanços, regressos
e até mesmo rupturas. O que Wallon enfatiza é a predominância da afetividade nos
diversos estágios de desenvolvimento, em um contínuo movimento de internalização
(introspecção) e externalização (extroversão), rumando em direção à autonomia.
Henri Wallon é reconhecido atualmente como o psicólogo da emoção. Já outros
acreditam que ele foi principalmente o psicólogo da criança. Outros, ainda, acreditam
que ele foi o idealizador do projeto da reforma do ensino francês. De fato, ele foi tudo
isso, mas foi principalmente um psicólogo que dedicou os seus esforços a estudar o
desenvolvimento infantil.
Desse modo, no ensino infantil, o educador tem pela frente uma salutar missão.
Por um lado, ele tem de orquestrar a sua prática docente de modo a corresponder ao
que dispõem os documentos norteadores da educação nacional, como, por exemplo,
a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL, 2017). Por outro lado, ciente
dos estágios de desenvolvimento infantil, o educador precisa atrelar a
problematização dos objetivos de aprendizagem dispostos nos diferentes Campos de
Experiências da BNCC para a educação infantil às técnicas psicomotoras, a fim de
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não enfatizar apenas um aspecto do desenvolvimento, seja ele afetivo, cognitivo ou
motor. Assim, ele deve aliar a sinergia entre esses aspectos do desenvolvimento à
prática pedagógica, de modo a oportunizar o aprendizado das crianças.
Fonte: recon-rj.com.br
Atualmente, a educação infantil tem sido moldada para tratar a criança como o
centro do processo de ensino-aprendizagem. Mediante essa moderna empreitada, é
preciso reconhecer que nem sempre a infância foi tratada sob esse prisma. Por vezes,
as crianças foram tidas como adultos em miniatura, ou até mesmo foram
desvalorizadas em suas expressões próprias do mundo infantil, quando, na verdade,
esses pequenos ávidos por aprender estão em contínua descoberta de si e do entorno
que os cerca.
Em contrapartida, hoje, o professor que está alocado no ensino infantil é tido
apenas como um facilitador da aprendizagem. Não seria essa uma visão reducionista
demais do seu valoroso papel de cuidar e educar as crianças? Diante desse contexto
de prática profissional, nesta seção, será apresentada a importância da
psicomotricidade para o desenvolvimento integral das crianças, bem como a preciosa
oportunidade que o profissional de educação física tem em mãos para sistematizar o
ensino por intermédio da teoria e das técnicas psicomotoras.
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Inicialmente, faz-se necessário refletir acerca do papel da psicomotricidade no
desenvolvimento integral das crianças desde a mais tenra idade. Uma vez ciente de
que diferentes grupamentos etários estão presentes na educação infantil (Figura 1), o
educador precisa direcionar a sua prática pedagógica às necessidades e etapas do
desenvolvimento do aluno. O tão falado desenvolvimento integral da criança seria,
portanto, a demonstração da difícil equação entre propostas de ensino e realidade
escolar, entre teorias e técnicas pedagógicas. Na prática, trata-se de trabalhar a
criança como um todo, sem privilegiar as partes, na busca pela sinergia no
aprendizado.
Figura 1. Grupamentos etários das crianças no ensino infantil.
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9 APLICAÇÕES DA EDUCAÇÃO E DA REEDUCAÇÃO PSICOMOTORA
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Em ambientes de grande diversidade, como é o caso da escola, não é incomum
observar crianças com alterações motoras significativas em relação ao ritmo, à
marcha, à coordenação, entre outros aspectos. Tais alterações podem decorrer de
múltiplos fatores, como lesões no sistema nervoso central ou imaturidade afetiva,
cognitiva ou meramente motora, pela ausência de experimentação. Nesses casos, é
possível lançar mão da reeducação psicomotora, que é uma abordagem que utiliza o
movimento como forma de normalizar o comportamento geral da criança, conforme
Oliveira (1999). Na reeducação motora, são retomadas vivências anteriores que não
foram estimuladas de forma correta no período em que deveriam ter sido.
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Atraso na aquisição de marcos de desenvolvimento, como rolar, sentar- -se,
andar ou falar;
Dificuldade em correr, saltar, apanhar ou chutar uma bola ao nível dos pares;
Dificuldade nos conceitos espaciais, como “em cima”, “embaixo”, “à frente”,
“atrás”, “dentro”, “fora”;
Dificuldade em se vestir sozinho;
Dificuldade em adquirir uma pega do lápis adequada ao seu nível.
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9.2 Aspectos essenciais ao desenvolvimento psicomotor
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na produtividade acadêmica/escolar, em atividades pré-profissionais e
profissionais, no lazer e nas brincadeiras.
3) O início dos sintomas ocorre precocemente no período do
desenvolvimento.
4) Os déficits nas habilidades motoras não são mais bem explicados por
deficiência intelectual (transtorno do desenvolvimento intelectual) ou por
deficiência visual e não são atribuíveis a alguma condição neurológica
que afete os movimentos (p. ex., paralisia cerebral, distrofia muscular,
doença degenerativa).
O Quadro 1 apresenta a conceituação de cada um dos sete aspectos
essenciais ao desenvolvimento psicomotor, com base em Fonseca (1985).
Em função de esses aspectos servirem como uma espécie de base para o
desenvolvimento, Fonseca (1985) criou uma bateria psicomotora (BPM), com uma
série de testes capazes de avaliar os fatores descritos e, com isso, direcionar o
atendimento aos casos com alguma necessidade de reeducação psicomotora.
Quadro 1. Aspectos básicos ao desenvolvimento psicomotor.
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Fonte: Fator Adaptado de Fonseca (1985).
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10 O PAPEL DO PSICOMOTRICISTA NA EDUCAÇÃO E NA REEDUCAÇÃO
PSICOMOTORA
Fonte: al.se.leg.br
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1-Dê mais tempo para o aluno realizar as tarefas mais exigentes a nível
motor, como pintar, escrever, desenhar.
2-Utilize papel pautado ou quadriculado, mais facilitador a nível
perceptivo.
3- Encoraje uma boa postura de escrita.
4-Caso seja um trabalho muito exigente ao nível da velocidade, encurte
a atividade em conteúdo.
5-Permita a utilização do computador.
6-Utilize auxiliares de pega do instrumento de escrita, caso esta seja
imatura ou incorreta (variação nos lápis e canetas).
7-Permita a utilização de métodos alternativos de avaliação, como
apresentações orais.
8-Não faça comparações com outros alunos.
9-Elogie o esforço, e não a habilidade. Promova a competição consigo
mesmo, e não com os outros.
10-A participação deve ser mais importante do que a competição.
11- No caso de feedback corretivo, dê informação direta, sucinta e
positiva — por exemplo: “Levante a cabeça” ou “Agarre a bola com os
dedos afastados”. Se necessário, modifique os materiais — por exemplo,
use bolas mais leves ou de diferentes materiais.
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11 REREFRÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
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DE FONTAINE, J. A psicomotricidade em quadrinhos. São Paulo: Manole, 1980.
CURTISS, S. A alegria do movimento na pré-escola. Porto Alegre: Artes Médicas,
1988.
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