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Plano de Intervenção.......................................................................... 11
TABELAS .................................................................................................. 18
LEITURA COMPLEMENTAR.................................................................... 25
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................... 39
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ANÁLISE DA ATIVIDADE
Fonte: www.pinterest.pt
2
demandas ocupacionais incluem o seguinte (ver Tabela 2 para definições e
exemplos):
PROCESSO DE AVALIAÇÃO
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durante as interações iniciais e subsequentes com o cliente. O tipo e o foco da
avaliação diferem de acordo com a configuração de prática.
A avaliação consiste no perfil ocupacional e de uma análise do desempenho
ocupacional. O perfil ocupacional inclui informações sobre as necessidades do cliente,
problemas e preocupações relacionadas ao desempenho ocupacional. A análise do
desempenho ocupacional está focada na coleta e na interpretação de informações
para identificar mais especificamente os facilitadores e as barreiras relacionadas ao
desempenho ocupacional e identificar os resultados que são alvo.
A maneira com que terapeutas ocupacionais coletam as informações do cliente
é influenciada pelas necessidades dos clientes, pelos cenários de prática e pelos
quadros de referência ou modelos de prática. As informações referentes ao perfil
ocupacional são coletadas durante o processo de terapia ocupacional.
PERFIL OCUPACIONAL
Fonte: www.reabvita.com.br
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Usando uma abordagem centrada no cliente, o profissional reúne informações
para entender o que é atualmente importante e significativo para o cliente (ou seja, o
que ele ou ela quer e precisa fazer) e identificar as experiências passadas e interesses
que possam contribuir para a compreensão dos problemas e das questões atuais.
Durante o processo de coleta de informações, o cliente, com a assistência do
profissional de terapia ocupacional, identifica as prioridades e os resultados desejados
que proporcionarão seu envolvimento em ocupações que apoiam a participação na
vida. Apenas os clientes podem identificar as ocupações que dão sentido às suas
vidas e selecionar as metas e prioridades importantes para eles. Ao valorizar e
respeitar as informações dos clientes, os profissionais ajudam a promover o seu
envolvimento e podem orientar de forma mais eficiente as intervenções.
Profissionais de terapia ocupacional coletam informações para o perfil
ocupacional logo no contato inicial com os clientes para estabelecer resultados
centrados no cliente. Com o tempo, os profissionais coletam informações adicionais,
refinam o perfil, e garantem que as informações adicionais motivam alterações aos
resultados alvo. O processo de completar e aperfeiçoar o perfil ocupacional varia de
acordo com a definição e o cliente. As informações reunidas no perfil podem ser
concluídas em uma sessão ou durante um período mais longo, enquanto se trabalha
com o cliente. Para clientes com dificuldades de participar desse processo, seus perfis
podem ser compilados através da interação com os familiares ou outras pessoas
importantes em suas vidas.
A obtenção de informações para o perfil ocupacional através de técnicas
formais de entrevistas e conversas informais é uma maneira de estabelecer relação
terapêutica com os clientes e com sua rede de apoio. As informações obtidas através
do perfil ocupacional levam a uma abordagem individualizada nas fases de avaliação,
planejamento de intervenção e implementação da intervenção. A informação é
recolhida nas seguintes áreas:
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Quais aspectos de seus ambientes ou contextos o cliente vê
como facilitadores a participação em ocupações desejadas, e
quais aspectos estão inibindo seu envolvimento?
Qual é a história ocupacional do cliente (por exemplo,
experiências de vida)?
Quais são os valores e os interesses do cliente?
Quais são os papéis da vida diária do cliente?
Quais são os padrões de envolvimento do cliente em ocupações,
e como eles mudaram ao longo do tempo?
Quais são as prioridades do cliente e os resultados alvo quanto
ao desempenho ocupacional, à prevenção, participação,
competência em papéis, saúde, qualidade de vida, bem-estar e
da justiça ocupacional?
Fonte: nosoyasistenta.com
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clientes para estabelecer metas preliminares e medidas de resultado. Além disso, os
terapeutas observam os pontos fortes e facilitadores em todas as áreas, porque estes
podem informar o plano de intervenção e afetar os resultados futuros.
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Estabelecer em colaboração com o cliente objetivos que gerem
os resultados desejados
Determinar procedimentos para medir os resultados da
intervenção
Delinear uma abordagem potencial de intervenção ou
abordagens baseadas nas melhores práticas e evidências
disponíveis.
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PROCESSO DE INTERVENÇÃO
Fonte: cettaipas.wordpress.com
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As intervenções variam de acordo com o cliente - pessoa, grupo ou população
- e com o contexto da prestação de serviços (Moyers & Dale, 2007). O próprio termo
usado para clientes ou grupos de clientes que recebem terapia ocupacional varia entre
os cenários de prática e os modelos de prática. Por exemplo, quando se trabalha em
um hospital, a pessoa ou grupo pode ser nomeado de paciente ou pacientes, e em
uma escola, os clientes podem ser estudantes. Ao fornecer consultoria a uma
organização, os clientes podem ser chamados de consumidores ou usuários. O termo
pessoa inclui outros que podem ajudar ou serem atendidos indiretamente, como
cuidador, professor, familiares, empregador ou cônjuge.
As intervenções previstas para os grupos e populações são dirigidas a todos
os membros em conjunto e não de maneira individual para pessoas específicas dentro
do grupo. Profissionais direcionam suas intervenções em relação a condições
incapacitantes atuais ou potenciais com o objetivo de aumentar a saúde, o bem-estar
e a participação de todos os membros do grupo coletivamente. O foco da intervenção
está em atividades de promoção da saúde, autogerenciamento, serviços educacionais
e modificações no ambiente. Por exemplo, os profissionais de terapia ocupacional
podem fornecer orientação sobre prevenção de quedas e o impacto do medo de cair
a um grupo de moradores em um centro de vida assistida, ou podem prestar apoio a
pessoas com alterações psiquiátricas enquanto elas aprendem a usar a internet, isso
a fim de identificar e coordenar recursos da comunidade que atendam suas
necessidades. Os profissionais podem trabalhar com uma grande variedade de
populações que vivenciam dificuldades em acessar e se envolver em ocupações
saudáveis por causa de suas condições, tais como pobreza, falta de moradia, e
discriminação.
O processo de intervenção é dividido em três etapas: (1) plano de intervenção,
(2) implementação da intervenção, e (3) avaliação da intervenção. Durante o processo
de intervenção, a informação da avaliação é integrada com a teoria, os modelos de
práticas, quadros de referência e as evidências. Esta informação orienta o raciocínio
clínico dos profissionais de terapia ocupacional no desenvolvimento, implementação
e revisão do plano de intervenção.
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Plano de Intervenção
Fonte: leticia2606dornelas.wixsite.com
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A seleção e o delineamento dos objetivos e do plano de intervenção levam em
consideração a situação atual e potencial dos clientes relacionados ao envolvimento
em ocupações ou atividades. Planejamento de intervenção inclui as seguintes etapas:
Implementação da Intervenção
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a) Determinar e executar a(s) intervenção(ões) terapêutica(s)
ocupacional(is) a serem utilizadas (ver Tabela 1), o qual pode incluir o
seguinte:
Revisão da Intervenção
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RESULTADOS ALVOS
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eles são definidos são específicos para os clientes e para outras partes interessadas,
tais como os contribuintes e reguladores. Os resultados e a documentação desses
resultados específicos variam de acordo com o local da prática e são influenciados
pelas partes interessadas em cada configuração.
O foco nos resultados é tecido ao longo do processo de terapia ocupacional.
Terapeutas ocupacionais e clientes colaboram durante a avaliação para identificar
resultados iniciais do cliente relacionados ao envolvimento em ocupações valorizadas
ou atividades de vida diária. Durante a implementação e reavaliação da intervenção,
os clientes, terapeutas ocupacionais, e, quando apropriado, os assistentes de terapia
ocupacional podem modificar os resultados para acomodar as mudanças necessárias,
os contextos e as habilidades de desempenho. A medida que análises mais
aprofundadas sobre o desempenho ocupacional e sobre o desenvolvimento do plano
de intervenção ocorrem, terapeutas e clientes podem redefinir os resultados
desejados.
A implementação do processo de resultados inclui os seguintes passos:
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Comparação do progresso em direção a realização do objetivo
para resultados ao longo do processo de intervenção e
Avaliação do uso dos resultados para tomada de decisões sobre
a direção futura da intervenção (por exemplo, prosseguir,
modificar ou interromper intervenção, fornecer acompanhamento,
encaminhar para outros serviços).
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em ocupações *Selecionar prestação de *Comparar o
desejadas? medidas de serviços. progresso em
resultados. direção ao
*Qual é a 2. Considerar alcance do
história *Interpretar potenciais objetivo dos
ocupacional dados de mudanças nas resultados ao
do cliente? avaliação para necessidades e longo do
identificar planos. processo de
*Quais são os facilitadores e intervenção.
valores e os barreiras para 3. Fazer
interesses do o recomendações *Avaliar a
cliente? desempenho. ou utilidade dos
encaminhament resultados para
*Quais são os *Desenvolver os para outros tomar decisões
papéis da vida e refinar profissionais sobre o futuro
diária do hipóteses quando direcionamento
cliente? sobre os necessário. da intervenção.
pontos fortes
*Quais são os do
padrões do desempenho
cliente de ocupacional
envolvimento do cliente e
em suas
ocupações, e limitações
como eles
mudaram ao *Criação de
longo do metas em
tempo? colaboração
com o cliente
*Quais são as que
prioridades do contemplem
cliente e os os resultados
resultados desejados.
desejados
com relação *Determinar
ao procedimentos
desempenho para medir os
ocupacional, à resultados da
prevenção, intervenção.
participação,
na *Delinear uma
competência intervenção
de papéis, à potencial com
saúde, base nas
qualidade de melhores
vida, bem- práticas e
estar e da evidências
justiça disponíveis.
ocupacional?
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TABELAS
EDUCAÇÃOE TREINAMENTO
O profissional
18
O profissional
O profissional
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Tabela 2 - Demandas da atividade e da ocupação
Demandas da atividade e da ocupação são os componentes das atividades e ocupações que os
profissionais de terapia ocupacional devem considerar durante o processo de raciocínio clínico.
Dependendo do contexto e das necessidades do cliente, essas demandas podem ser consideradas
barreiras ou facilitadores para a participação. Conhecimento específico sobre as demandas de
atividades e ocupações auxilia os profissionais na seleção de atividades para fins terapêuticos.
Demandas da atividade ou ocupação incluem a relevância e a importância para o cliente, objetos
utilizados e suas propriedades, as exigências de espaço, as demandas sociais, o sequenciamento e o
tempo, ações necessárias e as habilidades de desempenho que exigem as funções do corpo e
estruturas do corpo subjacentes.
Tipo de Demanda Descrição Exemplo
* Regras de um jogo
* Expectativas de outros
Demandas sociais Elementos do ambiente social e
participantes da atividade (por
(relacionadas ao ambiente contextos virtuais e culturais que
exemplo, compartilhar materiais,
social e ao contexto virtual e podem ser exigidos pela
utilizar linguagem apropriada
cultural) atividade
para uma reunião, decoro virtual
apropriado)
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Tabela 3 - Abordagens para intervenção
Abordagens para intervenção são estratégias específicas selecionadas para direcionar o processo de
avaliação e plano de intervenção, seleção e implementação baseados nos resultados desejados pelo
cliente, nos dados coletados na avaliação e na evidência. As abordagens estão relacionadas com os
modelos de prática, quadros de referência ou com as teorias da prática .
Abordagem Descrição Exemplo
Método de intervenção que não
preconiza a presença de
* Criar uma classe de pais de
incapacidade ou quaisquer
“primeira viagem” para auxiliá-los
fatores que possam interferir no
a envolver seus filhos no
desempenho. Este método é
desenvolvimento apropriado do
designado para promover
Criar, promover (promoção de brincar
atividades e experiências
saúde) * Promover grupos de prevenção
vivenciais que favorecerão o
de quedas para idosos no centro
melhor desempenho para todas
comunitário para encorajar a
as pessoas no ambiente natural
mobilidade segura fora do
de suas vidas (adaptado de
ambiente domiciliar
DUNN, MCCLAIN, BROWN, &
YOUNGSTROM,1998, p.534).
* Restaurar a movimentação do
membro superior de um cliente
para capacitá-lo a mover a louça
da máquina de lavar louças para
Um método de intervenção a prateleira superior do armário
designado para modificar * Desenvolver um calendário
variáveis do cliente e estabelecer estruturado, segmentando as
uma nova habilidade ou tarefas visando diminuir o risco
Estabelecer, restaurar
capacidade (ainda não de estar sobrecarregado quando
(restauração, remediação)
desenvolvida) ou restaurar uma se depara com muitas
habilidade ou capacidade que responsabilidades em suas
tenha sido perdida (adaptado de atividades cotidianas
DUNN et. al., 1998, p.533). * Colaborar com o cliente para
estabelecer rotinas matinais
necessárias para que chegue
nas horas certas ao trabalho ou
escola
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Tabela 4 - Resultados
O resultado alvo é o objetivo final esperado do processo de terapia ocupacional; eles descrevem o
que os clientes podem obter através da intervenção da terapia ocupacional. Os resultados
terapêuticos ocupacionais podem ser descritos de duas maneiras. Alguns resultados são
mensuráveis e utilizados na elaboração do planejamento de intervenção, no monitoramento e na
previsão de alta. Estes resultados refletem o alcance das metas de tratamento que se relacionam
com o envolvimento em ocupação. Outros resultados são experimentados pelos clientes quando
esses percebem os efeitos do envolvimento na ocupação, sendo capazes de retornar aos seus
hábitos, rotinas, papéis e rituais desejados. Os exemplos listados abaixo especificam como o amplo
resultado relacionado à saúde e à participação na vida pode ser operacionalizado e não se destina a
ser os únicos.
Categoria Descrição Exemplo
Ato de realizar e alcançar uma
ação selecionada (habilidade de
desempenho), uma atividade ou
ocupação (Fisher, 2009; Fisher
& Griswold, 2014; Kielhofner,
2008) e os resultados da
relação dinâmica transacional
Veja nos tópicos “melhoria” e
Desempenho ocupacional entre o cliente, o contexto e a
“aprimoramento”
atividade. Melhorando ou
possibilitando habilidades e
padrões para o desempenho
ocupacional que conduz ao
envolvimento em ocupações ou
atividades (adaptado em parte
de Law et al., 1996, p. 16).
* A criança com autismo que
joga de forma interativa com um
colega (pessoa)
* Um idoso que retorna a uma
situação de vida desejada em
sua casa após sair de uma
internação em instituição
Resultados alcançados quando (pessoa)
há uma limitação de * Diminuição da incidência de
desempenho. Estes resultados lesão lombar em enfermeiros
Melhoria refletem um aumento no como resultado de um programa
desempenho ocupacional da de educação no serviço
pessoa, do grupo ou da referente à mecânica corporal
população. para a realização de funções de
trabalho que exijam abaixar,
levantar e assim por diante
(grupo)
* Construção de parques
acessíveis a todas as crianças
nas praças da cidade
(população)
* Aumento da confiança e
Resultados alcançados quando competência de mães
não há mais uma limitação de adolescentes na criação de
desempenho. Estes resultados seus filhos como resultado de
refletem o desenvolvimento de grupos sociais estruturados e
Aprimoramento
habilidades de desempenho e classes de desenvolvimento
padrões de desempenho que infantil (pessoa).
melhoram o desempenho atual * Aumento da participação no
nas ocupações. centro de idosos como resultado
da expansão do bem-estar
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social e programas de
exercícios (grupo).
* Aumento da capacidade dos
funcionários de uma escola para
lidar e gerenciar a violência
juvenil de alunos em idade
escolar como resultado do
treinamento de resolução de
conflitos para lidar com o
bullying (grupo).
* Aumento das oportunidades
para adultos mais velhos
participarem nas atividades da
comunidade através de
programas de passeio
compartilhado (carona)
(população)
Esforços em educação e * Assento e área de recreação
promoção de saúde destinados apropriados para uma criança
a identificar, reduzir ou prevenir com alterações ortopédicas
o aparecimento e/ou reduzir a (pessoa)
incidência de condições * Implementação de um
insalubres, fatores de risco, programa de lazer e atividades
doenças ou lesões (AOTA, educacionais para um centro de
Prevenção
2013b). Terapia Ocupacional acolhimento para adultos com
promove um estilo de vida doença mental grave (grupo)
saudável para o indivíduo, o * O acesso aos serviços de
grupo, a comunidade (social) e terapia ocupacional em áreas
em nível governamental ou carentes, independente de
político (adaptado de AOTA, fatores como origem cultural ou
2001). étnica (população).
Não é o objetivo de se viver,
mas são recursos para a vida
cotidiana. No âmbito do
indivíduo, a saúde é um estado
de bem-estar físico, mental e
social, bem como um conceito
positivo que enfatiza os
recursos sociais e pessoais e as * A participação de uma pessoa
capacidades físicas (WHO, com alteração psiquiátrica em
1986). Saúde para grupos e um grupo de advocacia e
populações inclui estes capacitação para melhoria dos
aspectos individuais mas inclui serviços em uma comunidade
também a responsabilidade (pessoa).
social de membros para com o * Implementação de um
Saúde e bem-estar grupo ou população como um programa na empresa para que
todo. Bem-estar é “um processo os funcionários identifiquem
ativo por meio do qual as problemas e soluções quanto ao
pessoas [ou grupos ou equilíbrio entre o trabalho, lazer
populações] se tornam e a vida familiar (grupo).
conscientes e fazem escolhas * Diminuição da incidência de
em direção a uma existência obesidade infantil (população).
mais bem sucedida “(Hettler,
1984, p. 1117). Bem-estar é
mais do que a falta de doença
ou sintomas; é um estado de
equilíbrio físico e mental e
aptidão (adaptado de Taber
Cyclopedic Medical Dictionary,
1997, p. 2110).
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* Participação plena e ativa de
uma criança surda em atividade
Apreciação dinâmica da recreativa junto a uma família
satisfação do cliente com sua sem alteração de audição
vida (percepções do progresso (pessoa).
em direção às metas), * Moradores sendo capazes de
esperança (crença real ou se preparar para passeios e
percebida de que se pode viagens de forma independente
mover em direção a um objetivo como resultado do treinamento
através de caminhos de habilidades em prol de uma
selecionados), o auto-conceito vida independente para
Qualidade de vida
(a associação de crenças e prestadores de cuidados
sentimentos sobre si mesmo), (grupo).
saúde e funcionamento (por * Formação de uma rede de
exemplo, condições de saúde, trabalho para apoiar
capacidade de autocuidado), e oportunidades nas redes
fatores sócio-econômicos (por sociais, atividades de
exemplo, vocação, educação, advocacia, e compartilhar
renda; adaptado de Radomski, informações científicas para
1995). indivíduos com acidente
vascular encefálico e seus
familiares (população).
* Uma pessoa que recupera a
capacidade de exercer as
funções essenciais de seu
trabalho depois de uma lesão
Envolvimento em ocupações
do tendão flexor (pessoa).
desejadas de forma que levem à
* Uma família que desfruta de
satisfação pessoal e sejam
Participação férias durante a viagem pelo
congruentes com as
país em sua van adaptada
expectativas dentro da referida
(grupo).
cultura.
* Todas as crianças dentro de
um estado com acesso ao
programa de esporte escolar
(população).
* Um indivíduo com paralisia
cerebral ser capaz de tomar
notas ou digitar para atender às
demandas do papel de
estudante (pessoa)
* Implementação do sistema de
revezamento de funções em
Capacidade de atender com uma fábrica, o que permite
Desempenho de papéis eficácia as demandas de papéis alternar tarefas de maior
em que o cliente se envolve. demanda para atender às
necessidades da função do
trabalhador (grupo)
* Melhoria da acessibilidade dos
locais de votação para todas as
pessoas com incapacidade a
fim de atender às demandas do
papel de cidadão (população)
O contentamento com a saúde, * Uma pessoa com esclerose
auto-estima, sentimento de lateral amiotrófica fica satisfeita
pertencimento, segurança e com sua capacidade de
oportunidades para a auto- encontrar sentido no
Bem-estar
determinação, significado, cumprimento do papel de pai
papéis e ajuda ao próximo através de estratégias
(Hammell, 2009). Bem-estar é compensatórias e modificações
“um termo geral que abrange o no ambiente (pessoa).
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universo total de domínios da * Os membros de um grupo
vida humana, incluindo aspectos ambulatorial de apoio à
físicos, mentais e sociais ansiedade e à depressão se
“(WHO, 2006, p. 211). sentindo seguros em relação ao
pertencimento e ao mesmo
tempo mostrando capacidade
de se ajudarem mutuamente
(grupo).
* Moradores de uma cidade
comemorando o início das
obras de reconstrução de uma
escola após catástrofe natural
(população).
* Um indivíduo com uma
incapacidade intelectual
participando de um conselho
consultivo para estabelecer
programas oferecidos por um
centro de recreação da
O acesso integral e participação
comunidade (pessoa).
em toda a gama de ocupações
* Trabalhadores com horário de
significativas e enriquecedoras
almoço longo o suficiente para
oferecidas a todos, abrangendo
poder almoçar com os filhos na
oportunidades para a inclusão
creche (grupo).
social e disponibilidade de
Justiça ocupacional * Aumento da sensação de
recursos visando a participação
empoderamento e habilidades
em ocupações que buscam a
de auto-advocacia em pessoas
satisfação de necessidades
com doença mental crônica,
pessoais, de saúde, e relativas
permitindo-lhes desenvolver
à sociedade (adaptado de
uma campanha anti-estigma
Townsend & Wilcock, 2004).
promovendo o envolvimento nas
políticas públicas (grupo) e
opções de habitação adaptada
para que adultos mais velhos
possam envelhecer em suas
casas. (população).
LEITURA COMPLEMENTAR
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conceitos de autonomia, cidadania e direito. Compreende-se o campo social enquanto
uma área interdisciplinar e intersetorial que pauta para diversas categorias
profissionais, dentre elas para os terapeutas ocupacionais, a necessidade de
aprimoramento de reflexões e metodologias para que se criem e/ou se fortaleçam as
redes pessoais e sociais de suporte de pessoas e comunidades, população-alvo de
tais intervenções. Defende-se que as diretrizes implantadas direcionem-se para o
conceito de trabalho em equipe e constituição de rede, estruturada em diferentes
níveis de assistência. Trabalha-se a partir dos conceitos de campo e núcleos de
saberes, entendendo-se o campo enquanto um espaço interdisciplinar de atividades
comuns e o núcleo como centro específico de cada profissional. O desafio encontra-
se na necessária junção entre intervenção técnica e política, tarefa constante no
campo, bem como na soma que redefine as contribuições dos diferentes núcleos
presentes. O terapeuta ocupacional intervém no campo e também disponibiliza as
especificidades nucleares da terapia ocupacional – a partir do uso da atividade e da
mediação para compreensão destas como meio e não ‘apenas’ fim. Discute-se, nesse
contexto, o papel profissional do terapeuta ocupacional no campo social.
INTRODUÇÃO
As reflexões aqui apresentadas nascem da conjunção de experiências
terapêutico ocupacionais acumuladas nos últimos anos no campo social,
principalmente direcionada às crianças e aos adolescentes, bem como da
sistematização de tais reflexões no interior do Projeto Metuia1 e debatidas na forma
de dissertação e artigos.
Nossa dissertação referenciou-se em um trabalho de campo qualitativo,
realizado no período de 1999 a 2003, a partir dos procedimentos metodológicos
baseados na Pesquisa Participante, na observação participante e em entrevistas com
1 “Grupo interinstitucional de estudos, formação e ações pela cidadania de crianças, adolescentes e adultos em processo de
ruptura das redes sociais de suporte, formado por docentes, discente e profissionais da área de terapia ocupacional ligados às
universidades: Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-CAMPINAS), Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar) e Universidade de São Paulo (USP) ” (BARROS et al., 2002b, p.365).
26
atores locais (MALFITANO, 2004). Nesta ocasião tivemos a oportunidade de
entrevistar terapeutas ocupacionais em intervenção no campo social a partir de um
projeto em parceria entre a associação de moradores locais e Universidades
(BARROS et al., 1999), ofertando nos elementos nos quais baseamos as reflexões
que aqui seguem. Esta discussão não foi objeto central da dissertação em questão,
porém apresentamos seus desdobramentos por considerar o tema de grande
relevância, principalmente para o diálogo com os profissionais da área.
Considerando a situação de precariedade e vulnerabilidades extremas de
grande parcela da população brasileira na sociedade contemporânea, principalmente
em grandes centros urbanos (SPOZATI, 2001), torna-se um desafio para os
profissionais, entre eles o terapeuta ocupacional, criar metodologias, reflexões e
estratégias de intervenção para atuação no campo social.
Apoiamo-nos nos conceitos ofertados por Castel (1994, 1997), que
compreende as redes sociais e pessoais de suporte como elementos fundamentais
na definição de maior ou menor vulnerabilidade daquele que tem uma integração
precária ao mundo do trabalho, como elementos que podem impedir o que esse autor
denomina de desfiliação. Para Castel (1994), a inserção deve ser analisada a partir
de dois eixos: o da relação de trabalho (com uma gama de posições, do emprego
estável à ausência completa de trabalho) e o da inserção relacional (entre a inscrição
nas redes sólidas de sociabilidade e o isolamento social total). O recorte desses dois
eixos circunscreve zonas diferentes do espaço social: zona de integração – onde se
dispõe de garantias de um trabalho permanente e pode-se mobilizar suportes
relacionais sólidos; zona de desfiliação – onde se conjuga ausência de trabalho e
isolamento social, implicando uma dupla ruptura das redes de sociabilidade e
participação; zona de vulnerabilidade – que associa precariedade do trabalho e
fragilidade relacional.
A atuação no campo social prevê projetos que se dediquem a criar e/ou
fortalecer tais redes sociais de suporte, no âmbito individual e coletivo, a partir do
contexto microssocial que o sujeito está envolvido, realizando o trilhar sempre
constante com a macroestrutura presente.
27
Terapia Ocupacional no Campo Social
A terapia ocupacional conhece as primeiras discussões a respeito da
intervenção no campo social durante a década de 1970, momento em que os
movimentos sociais passaram a articular proposições sobre o Estado, a sociedade
civil e os seus respectivos papéis, sendo que alguns profissionais, atentos a estes
movimentos, desenvolveram a reflexão sobre sua função político-social (BARROS et
al., 2002a).
Acompanhando a dinâmica dos movimentos sociais inicia-se um relevante
debate sobre os processos de desinstitucionalização, principalmente no campo da
saúde mental. Os terapeutas ocupacionais passaram a integrar tais discussões uma
vez que realizavam ações no interior das instituições totais, exercendo um papel
definido por Galheigo (1997) como o de “promotores de adaptação social”.
A desinstitucionalização, acompanhada de intervenções no âmbito territorial,
impulsiona o repensar a prática profissional e insere o eixo da cidadania na
composição do escopo da visão do terapeuta ocupacional.
Esta nova proposição espera que o profissional rompa os limites estabelecidos
pelos muros da instituição, que acesse o usuário em seu território, que promova ações
para além dos limites institucionais. A noção de território aqui considerada baseia-se
não só na delimitação geográfica de uma região, mas pressupõe também sua
constituição histórica e as relações socioeconômicas e culturais ali desenvolvidas
(OLIVER; BARROS, 1999).
28
Nessa direção, na saúde coletiva se coloca o debate sobre a construção de
uma “clínica ampliada”, a busca do protagonismo do sujeito, e não apenas da doença,
do território em que está inserido, ampliando o setting terapêutico, em prol de uma
clínica do sujeito (CAMPOS, 2001). Desenvolve-se a compreensão de que o trabalho
profissional não deve se restringir a uma clínica tradicional protegida pela instituição.
Pauta-se a necessidade de ir ao encontro do sujeito, promover seu acesso aos
serviços, realizar abordagens que sejam contextualizadas em sua realidade, história
e cultura, criando novas formas de produção de saúde.
Para a construção desta clínica do sujeito faz-se necessário tecer o trânsito
entre o individual e o coletivo, assim como entre o institucional e o político. É na
promoção desta articulação que se encontra a complementaridade indissociável entre
os aspectos que influenciam a vida do sujeito.
Debate-se também a contribuição das diversas áreas de atuação para a
composição do campo social. No campo da saúde questiona-se quais contribuições
serão dadas para a busca de respostas aos problemas da sociedade contemporânea,
como a violência, o uso abusivo de substâncias psicoativas, o desenvolvimento de
crianças e adolescentes nas ruas, dentre tantos outros exemplos. Para tais questões,
não basta a produção de dados epidemiológicos, o tratamento clínico ambulatorial e
as internações. Desafiam-nos a criação de novas formas de abordagem e
‘tratamentos’ que não se encerram na clínica e que demandam a ampliação e criação
de novas metodologias.
Na educação discute-se os limites da educação formal e os procedimentos
excludentes adotados pela escola; na área da educação não-formal tenciona-se para
que se supere o modelo de escolarização complementar (GARCIA, 2003).
Já para a assistência social, historicamente relacionada a ações coletivas de
caráter compensatório (MESTRINER, 2001), aponta-se o questionamento da
necessária inserção do sujeito individual, numa abordagem à família que supere as
formas tradicionais, podendo ampliar a abordagem sistêmica.
No campo da justiça espera-se a real promoção dos direitos de forma
igualitária.
Na área da cultura as atividades culturais podem assumir um caráter de
promoção de lazer e não apenas de formação e divulgação profissional de artistas.
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Nesse contexto, o trabalho permanece como categoria central sendo a geração
alternativa de renda ainda um desafio para o estabelecimento de uma economia
solidária (SINGER; SOUZA, 2000) que também seja voltada para lidar com as
diferenças (GHIRARDI, 2004)
Portanto, a constituição de intervenções no campo social é composta por uma
diversidade de áreas que têm internamente discussões a realizar para ofertar as suas
contribuições. O terapeuta ocupacional, ao ingressar neste campo, apresenta limites
e possibilidades e deve debater alguns pontos chave de sua atuação, tais como: os
limites da clínica, as possibilidades da promoção da convivência, o caminhar entre o
individual e o coletivo e entre o técnico e o político.
30
Campos e núcleos de intervenção
O campo social implica em uma gama de ações que apresentam uma
diversidade de núcleos a serem desenvolvidos por diferentes saberes, compondo um
espaço que envolve dois âmbitos de atuação. O primeiro, que denominamos de
campo, com um caráter mais geral e interdisciplinar, envolve diferentes atores; o
segundo é composto por núcleos específicos nos quais se encontram a atuação de
uma dada área, com um dado profissional, dentro de uma certa especificidade.
Campos (2000) desenvolve a idéia de campo e núcleo de saberes ao discorrer
sobre a saúde pública e suas interfaces. A partir dos mesmos princípios,
compreendemos o campo social enquanto esfera interdisciplinar com interfaces com
diversos núcleos, cujos projetos exigem a intervenção, a comunicação e o trabalho
conjunto entre os diferentes atores para composição de uma rede de intervenção.
Não se trata de priorizar o campo ou algum núcleo, tem-se estes diferentes
componentes atuando em um mesmo contexto, demandando ações realizadas em
rede que se traduzam numa maior efetividade para a população atendida.
Propomos na Figura 1 a visualização gráfica daquilo que compreendemos
enquanto intervenções no campo social contendo alguns dos núcleos que o
compõem, ressaltando a não completude do gráfico. Este campo de ação prevê uma
gama de intervenções, individuais e coletivas, direcionadas para a promoção do direito
e da cidadania, e que buscam viabilizar aquilo que o sujeito deseja, necessita e/ou
possibilitar a ampliação de vivências e repertórios socioculturais para a sua vida.
31
No nível da macroestrutura são também esperados “trabalhos” no campo
social, tais como: as ações de coordenação de serviços e projetos, a discussão para
a constituição de políticas sociais, a defesa de direitos, dentre outras. Espera-se que
os profissionais possam contribuir com ações interdisciplinares efetivadas no campo,
bem como desenvolver um trabalho em equipe e no contexto de uma rede de
atendimento.
A comunicação e ação conjunta dos vários núcleos têm se denominado
intersetorialidade, princípio que compreendemos como essencial para a realização de
políticas, programas e projetos no campo social. Terapeutas ocupacionais que
entrevistamos apontam a intersetorialidade enquanto o meio mais efetivo para o
desenvolvimento de novas propostas de trabalho. Contudo, observa-se que a
intersetorialidade se coloca ainda como proposição, como um indicativo futuro de
diretriz, pois há pouco acúmulo de experiências e concretizações, o que limita o campo
social a ações fragmentadas que não são interconectadas, diminuindo suas
potencialidades e possibilidades.
A implementação de propostas de natureza intersetorial exige a discussão
sobre financiamento e administração de equipamentos que comportem diferentes
núcleos, que no poder público são representados por diferentes órgãos e secretarias,
na proposição de uma atuação conjunta (LOPES, 2003).
Exige também o debate sobre a integração da divisão dos saberes e a
segmentação burocrática das intervenções públicas.
O cotidiano do trabalho mostra que as experiências que buscam a ampliação
do leque de atuação, não se restringindo apenas a um núcleo de saber, têm a
dificuldade de sua compreensão e responsabilização pelo poder público, o que limita
suas possibilidades.
Deve-se notar também, no contexto neoliberal, o enxugamento de gastos
sociais em prol de um Estado interventor mínimo. Nessa lógica, os escassos recursos
públicos existentes são direcionados para situações emergenciais, compondo ações
isoladas, descontextualizadas, desconectadas do campo social na qual estão
inseridas (DRAIBE, 1993).
Investe-se “apenas” – sublinhando este “apenas” por se tratar de intervenções
relevantes e necessárias – no trabalho com problemáticas caracterizadas pelo
agravamento da situação social, que demonstram a ausência do Estado naquilo que
32
deveria ser garantido para os seus cidadãos. Exemplo disso são as ações destinadas
a crianças e adolescentes, as consequências da violência doméstica, aos
adolescentes infratores, as crianças e jovens em situação de rua, à exploração sexual
etc.
Assim, não se visualiza uma política pública de cuidado que se organize em
diferentes níveis de atenção e ofereça assistência efetiva na área social. Depara-se
com um campo desenraizado e fragmentado direcionado para intervenções que são,
na maioria dos casos, ações compensatórias, não se configurando em um ‘nível
primário de intervenção’. Geralmente os projetos direcionados a grupos populares não
são desenvolvidos com um caráter público, assim como não são enquadrados como
direito de cidadania.
Investe-se precariamente nas situações emergenciais quando a população se
encontra já no campo da desfiliação, sem realizar propostas para a mesma quando
esta se encontra na zona de vulnerabilidade social, buscando auxiliá-la para que a
transposição dentre estas porosas zonas não venha a se efetivar.
Contudo, o campo social apresenta desafios para os profissionais que atuam
neste escopo. Trata-se de intervir num campo interdisciplinar e intersetorial que requer
ações políticas que o fortaleça, pautando-o como prioritário para intervenção,
realizando ações comuns e socializando-as com os demais profissionais presentes,
bem como criando métodos nucleares com a população para a qual se destina o
trabalho.
33
Para que se efetive o trabalho do núcleo da terapia ocupacional no campo
social parte-se do princípio de que é necessário que haja o reconhecimento do outro
como interlocutor do processo e que se promova:
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em nossa visão, o campo social é um campo interdisciplinar e intersetorial que
demanda, enquanto função social dos profissionais na sociedade contemporânea,
reflexões e intervenções que se dediquem à produção e/ou ao fortalecimento das
redes sociais de suporte de grupos populacionais em situação de vulnerabilidade
social, bem como em situação de desfiliação.
Para que se direcione os esforços no sentido de fomentar a produção das redes
sociais de suporte é necessário que haja uma mudança de paradigmas, revisão de
metodologias e abordagens, que reconheçam o campo social enquanto um complexo
escopo que demanda a articulação de trabalhos. Pautamos algumas reflexões para
as quais o terapeuta ocupacional pode dedicar-se enquanto profissional do campo
social.
Os diversos núcleos profissionais apresentam diferentes limites para os quais
se faz necessário a superação de paradigmas enraizados. Ressaltamos assim, dentre
outras questões, a relevância do debate sobre os limites da clínica, as possibilidades
35
de promoção da convivência, a indissociabilidade entre ação técnica e política e o
trânsito sempre constante entre o individual e o coletivo, a macro e a microestrutura.
Contudo, a produção deste campo não deve estar restrita a discussão sobre o
papel do técnico, mas também, e de forma extremamente relevante, a concepção e
prática das políticas sociais.
As experiências que se observam não se encontram enraizadas em princípios
interdisciplinares e intersetoriais, conforme citado acima, sendo, na maioria das vezes,
projetos isolados e fragmentados tendo como diretriz única a dinâmica institucional na
qual se inserem, afastando-se da proposição de formulação de uma política
intersetorial.
Estas intervenções demonstram, em sua maioria, produção de resultados,
podendo vir a criar modificações nas redes sociais de suporte de determinados
grupos, sem a necessidade de alto investimento tecnológico e de recursos materiais,
porém com uma ênfase pontual e focal. O grande investimento necessário centra-se
na capacitação de recursos humanos que se responsabilizem pelo desenvolvimento
de ações complexas, sendo necessário, para tanto, que estejam inseridos em projetos
políticos diretivos que tenham, baseados na clareza e prioridade de políticas e
gestores, os recursos necessários para a promoção de novos métodos no campo
social.
Sendo assim, por se tratar de um campo interdisciplinar e, portanto, requerente
de uma diversidade de ações técnicas e políticas e composta por núcleos de saberes
entrelaçados que buscam a composição de um todo, assinalamos o papel do
profissional da área de terapia ocupacional.
Por fim, destacamos que os profissionais que se dedicam à intervenção no
campo social têm o desafio de articular ações de campo e núcleo, em um cotidiano
de trabalho de grandes demandas, buscando novas formas de abordagens que
inovem as já existentes, criando novas metodologias que fortaleçam
significativamente as redes sociais de suporte da população em atendimento.
Apresentamos aqui o resultado do debate de uma prática dedicada ao campo
social, que é composta por uma enormidade de desafios e questionamentos, que
acreditamos ser o motor de impulsão para o desenvolvimento de intervenções
técnicas, profissional, que se dediquem à promoção da autonomia e cidadania
daqueles que se encontram destituídos de seus direitos.
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