Você está na página 1de 63

Avaliação da Funcionalidade do Idoso

Profa Leani Souza Máximo Pereira, PhD


Programa de Pós Graduação em Ciências da Reabilitação UFMG
• O QUE É FUNCIONALIDADE ?

Capacidade de manter as habilidades


físicas e mentais necessárias para uma
vida autônoma e independente (OMS,CIF 2002)
AUTONOMIA X INDEPENDENCIA
Stephen William Hawking é um físico teórico e

cosmólogo britânico e um dos mais consagrados cientistas


da atualidade. Doutor em cosmologia, professor emérito
de matemática na Universidade de Cambridge, um posto
que foi ocupado por antecessores tais como
Isaac Newton. Atualmente, é diretor de pesquisa do
75 anos
Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica
da Universidade de Cambridge.
2016-2018 Academia de Medicina de Brasilia

“ A generosidade dos colegas não conhece limites pois


sou o único presidente de uma Academia de Medicina
que não consegue nem assinar o seu nome.
Enfim, a vida não é uma questão de biologia, mas sim
de biografia. Dr Renato Maia Guimaraes

Dr Hawking e Dr Renato Maia têm autonomia,


mas são dependentes
Maguila, Boxeador, Encefalopatia Traumática Crônica (ETC),
completamente independente em AVDS, mas com perda da
autonomia pelo processo de demencial. O treinamento de boxe
ainda faz parte da rotina diária das atividades físicas
AUTONOMIA: capacidade do indivíduo de manter
decisão e comando sobre as próprias ações

INDEPENDÊNCIA: capacidade de realizar algo com seus


próprios meios; habilidade de executar funções
relacionadas à vida diária
Avaliação da Funcionalidade: Marco Teórico

2001- aprovada pela OMS

2003-Centro colaborador da OMS,Versão/


Brasil, Faculdade de Saúde Publica da USP,
Parcerias FUNASA/ MS,CNPq.

CID E CIF SÃO COMPLEMENTARES


Modelo Biopsicossocial
Uma mesma doença não causará necessariamente o mesmo
Condiçãono
impacto de Saúde
individuo:

Estrutura e Função
do Corpo Atividade Participação

Fatores Pessoais Fatores Ambientais

Os domínios de saúde se INTERAGEM e têm a MESMA IMPORTÂNCIA na

descrição do processo de INCAPACIDADE / FUNCIONALIDADE

OMS, 2003
Condição de Saúde
AVE

Estrutura função do Atividades Participação


corpo funcionais Social
Hemiplegia •Dificuldade para •Diminuição das
Hemiparesia realizar AVD, AIVD atividades sociais, no
Monoplegia •Dificuldade para subir e trabalho
Afasia descer escadas •Dificuldades para fazer
Disfagia •Dificuldade para as compras
Espasticidade deambulação
Distrofia Simpatico Reflexa

Fatores Ambientais Fatores Pessoais


peculiaridade geográficas, Idade, sexo, educação, hábitos de vida,
estruturas legais e sociais (ex. fatores comportamentais,
dificuldade de acesso ao profissão/ocupação , renda
tratamento, morador da zona
Por que avaliar a Funcionalidade
Física?
Alterações da Funcionalidade
Rastreio de doenças,incapacidades e disfunções;

Acompanhamento de propostas terapêuticas;

Medidas preventivas;

Saúde Publica; “No futuro próximo, teremos velhos de rua e não mais
meninos de rua,”
Magno de Carvalho/UFMG

Declínio funcional = principal manifestação de


VULNERABILIDADE, tornando-se o foco da intervenção
Geriátrica e Gerontológica
Incapacidade Funcional ≠ Fragilidade

Incapacidade:
Impossibilidade de funcionar sem ajuda, devido a LIMITAÇÕES FÍSICAS OU
COGNITIVAS gerada por doenças incapacitantes,
estados afetivos e vivências negativas, ,
escassez/inadequação de ajuda física ou psicológica,
inadequação ambiental para a melhor segurança,
práticas terapêuticas inadequadas, inatividade física
e deterioração geral.
FRAGILIDADE

Declínio de energia com base em uma tríade de


alterações relacionadas ao envelhecimento
DESREGULAÇÃO DISFUNÇÃO
NEUROENDÓCRINA IMUNOLÓGICA

SARCOPENIA ≠ atrofia
muscular

Fried eFried, 20011999


Walston,
Frágil - três ou mais critérios
Fried et al, 2001 presentes
Fenótipo de fragilidade Pré-frágil - um ou dois critérios

Não-frágil - nenhum critério

Perda de peso não intencional (+4,5kg ou 5%)

Perda de força muscular de preensão da mão


dominante

Relato de exaustão – motivação (CES-D)

Baixo nível de atividade física - consumo calórico/


semana (Minesotta)

Diminuição da velocidade de marcha


Como avaliar a FUNCIONALIDADE?

DESEMPENHO FUNCIONAL

O que o indivíduo faz no seu ambiente habitual

(aspectos físicos, sociais e de atitudes reais)

CAPACIDADE FISICA

Habilidade para executar uma tarefa ou uma ação


em um ambiente “padronizado” ou ideal para
indivíduo
TUG SAM-B
REACH TEST Velocidade
TSL marcha
TC6’ POMA TANDEM
SPPB

Como escolher?
• É adequado à população alvo?

• É simples e aplicável em qualquer ambiente?

• Reproduzem as atividades funcionais diárias do


idoso?

• Exige treinamento dos examinadores?


Critérios a ser considerados na seleção dos
testes e medidas?

• VALIDADE

• CONFIABILIDADE

RESPONSIVIDADE = capacidade do instrumento detectar mudança


ao longo do tempo, ou seja, se o resultado fornecido pelo
instrumento se altera na proporção de mudança da condição
clínica do paciente
EFEITO TETO = numero grande dos sujeitos pontua nos mais
elevados níveis da medida, impedindo a detecção de mudança no
estado de saúde em situações de melhora

EFEITO CHÃO = numero grande dos sujeitos pontua no mais


baixo nível da medida, o que prejudica a detecção de mudança
em situações de piora da condição de saúde
Bennett, 2002
QUESTIONÁRIOS
ENTREVISTA?
AUTO-ADMINISTRADO?
Déficits auditivos?
Escolaridade do paciente?

Acuidade visual?

Idosos: superestimar ou subestimar


as respostas!!!

OBSERVAÇÃO DIRETA DA TAREFA


O que pode influenciar o desempenho nos testes?

Os instrumentos usados atendem a padronização

exigida pelo teste?

Parentoni. 2012
O que pode influenciar o desempenho nos testes
funcionais?

RASTREIO COGNITIVO => MEEM; RASTREIO DE ALTERAÇÕES DO


HUMOR, DEPRESSÃO => GDS

Medicamentos

Avaliação da Dor-Clin Interv Aging. 2014 Feb 5;9:259-65. Collection


2014. Self-reported chronic pain is associated with physical performance in
older people leaving aged care rehabilitation.Pereira LS1, Sherrington C2,

Ferreira ML3, Tiedemann A2, Ferreira PH4, Blyth FM5, Close JC6, Taylor M6,
Avaliação da Funcionalidade

Principais Testes
Indice de KATZ- Escala LAWTON AIVD
de AVD básicas
Funcionalidade/ Idosos com
Demências
Versão brasileira traduzida e adaptada da escala Southampton Assessment of Mobility – SAM

BRASIL para a avaliação da mobilidade de idosos com demência.

AVALIAÇÃO DA MOBILIDADE ORIENTADA PARA ATIVIDADES DE VIDA DIARIA


 Para iniciar a avaliação, o indivíduo deverá estar assentado em uma cadeira com braços
que permita que os quadris e os joelhos sejam flexionados a 90 o.
 Todos os comandos devem ser dados verbalmente e por meio de gestos – permite-se a
demonstração.
 Pontuação: marque 1 quando o indivíduo REALIZAR a tarefa, e 0 quando NÃO
REALIZAR a tarefa.
SEÇÃO A: PASSANDO DA POSIÇÃO ASSENTADA PARA A DE PÉ
Comando: Levante por favor. Pontuação
1- Inclina-se para a frente com os pés apoiados inteiramente no solo. _______
2- Transfere o peso corporal para os pés e claramente levanta o quadril
do assento da cadeira – é permitido o apoio das mãos. _______
3- Os quadris e as mãos ficam nivelados com os braços da cadeira. _______
4- Descarrega o peso corporal somente nos pés. _______

SEÇÃO B: EQUILÍBRIO EM PÉ
É permitido o uso de objetos para o apoio, por exemplo: uma mesa ou auxílios para a
marcha.
Comando: Fique parado, por favor.
5- Mantém-se estável nos primeiros 3 a 5 segundos. _______
6- Mantém-se estável por 15 segundos. _______
7- Mantém-se estável por 30 segundos. _______
8- Mantém-se estável por 45 segundos ou mais. _______
9- Mantém-se estável por 1 minuto ou mais. _______
10- Indivíduo de pé com os olhos abertos. Permanece estável quando empurrado
levemente no esterno por 3 vezes. São permitidas reações normais de dar
passos _______

SEÇÃO C: MARCHA
Permite-se a assistência de uma pessoa ou de um auxílio para a marcha.
Comando: Ande para a frente, por favor.
11- Transfere o peso corporal de um lado para o outro. _______
12- Desloca o peso corporal para a frente. _______
13- Anda 4 passos para a frente. _______
Comando: Ande para trás, por favor.
14- Anda 4 passos para trás. _______

SEÇÃO D: PASSANDO DA POSIÇÃO DE PÉ PARA A POSIÇÃO ASSENTADA


Comando: Assente, por favor.
15- Transfere o peso corporal para a frente. _______
16- Flexiona os quadris e os joelhos. _______
17- Assenta suavemente na cadeira. _______
18- Move os quadris da frente para a parte de trás da cadeira. _______
Pontuação TOTAL _______

SAM-Brasil Marra, T,Cadernos Saúde Pública, Rio de Janeiro,2006


Diferentes tipos de teste
Velocidade são usados:
da Marcha
Teste de VM de 10 metros

Teste de VM de 3 e 4 metros

Estudos sugerem que a simples PERCEPÇÃO DA DIFICULDADE DE

ANDAR é o ponto crucial do início do processo de declínio funcional

Validade ecológica = generalização dos resultados para


situações reais
* Resistência cardiorrespiratória/ relação VO2 máx Graf, 2005; Jylhä, 2001
VELOCIDADE DE DESFECHOS
MARCHA
 1,3 m/s Idosos bem condicionados
 1,0 m/s Idosos saudáveis com baixo risco de eventos adversos
 1,05 m/s Declínio cognitivo em 5 anos
 1,0 m/s Morte e hospitalização em 1 ano
 0,8 m/s Limitação nas atividades de vida diária e mortalidade em 2
anos , SARCOPENIA
 0,7 m/s Morte, hospitalização, institucionalização e quedas
 0,6 m/s Declínio funcional e cognitivo, institucionalização e morte

 0,42 m/s Dependência funcional e comprometimento grave da marcha

 0,2 m/s Extremamente frágil


 0,15 m/s Institucionalização e dependência grave
Paradigma da Dupla Tarefa

Eur J Neurol. 2009 Jul;16(7):786-95.2009 Mar 31.


Stops walking when talking: a predictor of falls in older adults?
Beauchet O1, Annweiler C, Dubost V, Allali G, Kressig RW, Bridenbaugh S, Berrut G, Assal F, Herrmann FR.

Interferência da adição de tarefas motoras e cognitivas na


velocidade de marcha em idosas
No envelhecimento, tem-se uma redução na capacidade de alocação de recursos
ligados à atenção na associação de tarefas das quais necessitem situações de
atenção dividida.
As tarefas com pior desempenho funcional verificados foram os de passar moedas de um
bolso para outro e falar os dias da semana em ordem inversa. A complexidade da tarefa foi
mais importante que sua natureza motora ou cognitiva. Juliana Magalhães Machado Barbosa, Brenda de Sá
Senna Prates,Camila Ferreira Gonçalves, Alexandre Roberto Aquino, Adriana Netto Parentoni Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.15,
n.4, p.374-9, out./dez. 2008

Tipo de tarefa? Cognitiva, Motora?


FORÇA DE PREENSÃO MANUAL

Estudos prévios demonstraram que existe uma correlação


entre a FMPM e a força global (e que valores baixos de
preensão manual estão associados à incapacidade (TAEKEMA et

al., 2010), quedas (AOYAMA et al., 2011) e mortalidade (LIN et al., 2012).
BOHANNON, 2009; BOHANNON, 2012)
FORÇA DE PREENSÃO MANUAL

• As medidas deverão ser realizadas na mão dominante

POSICIONAMENTO:

• Idoso sentado em cadeira sem braços?

• o cotovelo em 90° de flexão

• o antebraço e punho em posição neutra

• Media de 3 medidas
Valores de referência (FPM) em homens e mulheres respectivamente

Average Grip Strength: A Meta-Analysis of Data Obtained


with a Jamar Dynamometer from Individuals 75 Years or
Adaptado de Bhannon et al. (2006)
Physiotherapy 92 (2006) 11–15 Review Reference values for
More of Age
adult grip strength measured with a Jamar dynamometer: a Richard W. Bohannon et al Journal of Geriatric Physical
descriptive meta-analysis Therapy Vol.30;1:07, 2008

Pontos de corte ajustados pelo IMC.Carmo et al 2011.Fisiot.Pesquisa


OBJETIVO:investigar a correlação entre FPM e função muscular dos flexores e
extensores de joelho em idosas.
AMOSTRA: 221 idosas (71.07 ± 4,93 anos)
MEDIDAS: FMP – dinamômetro de Jamar
Dinamômetro isocinético Biodex System 3 Pro

Torque máximo, pico de torque/peso corporal, trabalho total/peso corporal,


trabalho total, potência média e agonista/antagonista (60°/s; 180°/s)

CONCLUSÃO:
A maioria das variáveis de função muscular não se correlacionaram com a FPM e
as demais apresentaram correlação fraca.
Cautela ao generalizar a FMP como um preditor da força muscular global
Testes de Capacidade Física
usados para o diagnóstico de Sarcopenia
Consenso Europeu de SARCOPENIA

Cruz-Jentoft AJ, Baeyens JP, Bauer JM, Boirie Y,Cederholm T, Landi F, et al. Sarcopenia: European
Consensus on Definition and Diagnosis: Report of the European Working Group on Sarcopenia in
Older People. Age Ageing 2010;39(4):412-23.
TIMED UP AND GO TEST - TUG
REALIZAÇÃO DO TESTE: Ao comando do examinador, o idoso
deverá levantar-se da cadeira (46 cm altura assento,braços
67 cm) andar em linha reta 3 metros até o local demarcado,
voltar e sentar apoiando as costas no encosto.
Bohannon, RW. Reference Values for the Timed Up and Go Test: A Descriptive Meta-Analysis.
Journal of Geriatric Physical Therapy. 2006, 29(2): 64 – 69.
TIMED UP AND GO TEST - TUG

REGISTRO:Tempo gasto em segundos para realização da tarefa

QUANTO MENOR O TEMPO PARA EXECUTAR A TAREFA, MELHOR A


MOBILIDADE

 10 seg = sem alterações

11 a 19 seg = independência em atividades básicas, boa


mobilidade

20 a 29 seg = dependência moderada

 30 seg = dependente na mobilidade e AVD, risco


aumentado de quedas

* A score of ≥ 14 seconds has been shown to indicate high risk of fall


RESULTADOS:
Foram incluídos 25 estudos 10 incluídos na meta-análise

O TUG apresentou capacidade limitada para predizer quedas


em idosos da comunidade e não deve ser usado de forma
isolada para identificar idosos com alto risco de quedas
SPPB - Short Physical Performance Battery

Composto por 3 TESTES que avaliam, em sequência:

•EQUILÍBRIO ESTÁTICO em pé

•VELOCIDADE DE MARCHA em passo habitual

•Indiretamente, a força muscular de MMII, pelo


teste de SENTAR E LEVANTAR DA CADEIRA
SPPB - Short Physical Performance Battery

• Alta sensibilidade para identificar mudanças na


funcionalidade com o decorrer dos anos

• Forte associação com o resultado das medidas de


incapacidades e declinio funcional com o auto-relato
Studenski et al., 2003

• Preditor de quedas, uso de serviços de saúde,


institucionalização, hospitalização, mortalidade Ostir et al., 2002

Guralnik et al., 1994, 2000; Ferrucci et al., 2000; Penninx et al., 1998, 2000
SPPB - Short Physical Performance Battery

EQUILÍBRIO
Em pé com os pés juntos

Em pé com um pés parcialmente a frente – Semi-Tandem

Em pé com um pé a frente - Tandem


SPPB - Short Physical Performance Battery

MARCHA
SPPB - Short Physical Performance Battery

TESTE DE SENTAR E LEVANTAR POR 5 VEZES


SPPB - Short Physical Performance Battery

Escore total da SPPB = soma das pontuações de cada teste

ZERO (PIOR DESEMPENHO) A 12 PONTOS (MELHOR DESEMPENHO)

O RESULTADO PODE RECEBER A SEGUINTE GRADUAÇÃO:


- 0 a 3 pontos = Incapacidade ou desempenho muito ruim
- 4 a 6 pontos = Baixo desempenho
- 7 a 9 pontos = Moderado desempenho
- 10 a 12 pontos = Bom desempenho

Guralnik et al. 1995, Ferrucci et al. 2000, Penninx et al. 2000


SPPB - Short Physical Performance Battery

Amostra: 5000 idosos da comunidade acima de 71 anos

Há declínio evidente do escore na SPPB com a idade:

•75-79 anos = 0,47 pontos a menos do que aqueles com


idade de 71-74 anos

•80 anos ou mais = 2,11 pontos a menos

Guralnik et al. 1994


QuickScreen
Instrumento com vários Dominios (Tiedemann, 2010)

1) Teve quedas no ano anterior? (0) Não (1)


Sim

2) Usa mais de 4 medicamentos? (0) Não (1) Sim

3) Usa medicamentos psicotrópicos? (0) Não (1) Sim

4) Teste Semi-Tandem __seg Incapaz de permanecer 10seg:


(0) Não (1) Sim

5) Step Test (o idoso deve colocar os pés alternadamente em um degrau por 8 vezes,
cronometrar___seg
Incapaz de completar o teste em 12seg: (0) Não (1) Sim

6) Sentado para de pé (o idoso deve levantar e sentar 5 vezes de uma cadeira


sem braços, cronometrar)
Incapaz de completar o teste em 12 seg: (0) Não (1) Sim
7) Acuidade Visual (Quadro de Snellen 5m distante do idoso)
Incapaz de ler todos os símbolos corretamente até a 5ª linha
(0) Não (1) Sim

8) Sensibilidade protetora (aplicado no maléolo lateral, com o


idoso sentado com os olhos fechados)
Incapaz de sentir pelo menos duas das três aplicações do
monofilamento de 10g (0) Não (1) Sim

A inabilidade de realização de qualquer atividade é considerada


fator de risco de quedas

O risco total será de acordo com o número de fatores de risco


apresentados:

0-1=7%; 2-3=13%; 4-5=27%; +6=49%


Correlação entre três instrumentos de avaliação para risco de quedas
em idosos
Estudo transversal realizado com 49 idosos comunitários com diferentes níveis de
condicionamento físico.

Timed Up and Go (TUG) e o QuickScreen , e um laboratorial, o Biodex Balance


System – Modo Fall Risck (BBS-FR).

RESULTADOS: Verificou-se correlação positiva e moderada entre o QuickScreen e


o BBS-FR

(r = 0,35; p = 0,01) e entre o QuickScreen e o TUG (r = 0,32; p = 0,02).

Não houve correlação significativa entre o BBS-FR e o TUG (r = 0,10; p = 0,47).

CONCLUSÃO: Os testes analisados são complementares, tendo em vista que não se


correlacionaram fortemente. QuickScreen foi o que melhor se correlacionou com
o dispositivo laboratorial, o BBS-FR, e o que mais identificou idosos ativos com
risco de quedas.

Lousada , R et al ,Fisioter. mov. vol.26 Dec. 2013

.
POMA/BRASIL

Performance Oriented Mobility Assessment


Gomes,2003

OBJETIVO:
 Foi proposto para detectar indivíduos com risco de quedas e/ou que
estejam em acompanhamento por tratamento de déficits da mobilidade
REALIZAÇÃO DO TESTE:

Equilíbrio: 9 itens graduados em uma escala ordinal (normal,


adaptado e anormal)

Marcha: 6 características da marcha (normal e anormal)

Gomes, 2003
Testes de Laboratório
PPA – Physiological Profile Approach to Falls Risk Assessment and
Prevention
Falls and Balance Research Group of the Prince of Wales Medical
Research Institute, Sydney, Australia

Equipamento desenvolvido para avaliar a performance individual em


relação a dados normativos baseados em uma população com 65
anos ou mais, obtidos de estudos anteriores.
Teste fácil e confiável, permite avaliações domiciliares.
 O risco de quedas é estratificado por sexo e idade.

Análise de função discriminante encontrou 5 testes como os mais


importantes para diferenciar entre caidores e não caidores da
comunidade e institucionalizados.
Modelo Conceitual

 Serão mensuradas as
habilidades sensóriomotoras
relacionadas ao risco de
quedas
• Visão
• Propriocepção
• Força Muscular
• Tempo de Reação
• Oscilação Corporal
 Instrumento válido (acurácia de
75%) e confiável
 Visão: Sensibilidade ao contraste:
Snellen
• Melbourne Edge Test;
• O cartaz contém 20 círculos com 25 mm de diâmetro contendo
extremidades com redução de contraste e orientações variáveis:
• Horizontal, vertical, e 45° para direita e esquerda;
• O escore é dado de acordo com o último círculo que a pessoa
consegue identificar corretamente.
• Confiabilidade Intra-examinador: ICC= 0.81
 Propriocepção:

• Sujeitos sentados em uma cadeira alta


padrão com olhos fechados

• Devem alinhar seus MMII


simultaneamente em cada lado de um
painel de acrílico (60 x 60 x 1 cm)
colocado entre suas pernas.

• A diferença no alinhamento dos MMII


é mensurada em graus.

• O sujeito realiza o teste 3 vezes para


fazer o reconhecimento, em seguida é
feito a média de 5 tentativas.

• Confiabilidade Intra-examinador: ICC=


0.80
 Força Muscular de Extensores do Joelho

 Isométrica máxima

 Sujeito sentado em uma cadeira alta padrão


com uma cinta colocada 10 cm acima do
tornozelo.
 Membro dominante.
 Quadril e o joelho devem estar posicionados
a 90°.
 Cinta fixada a um dinamômetro que o sujeito
deve tentar puxar com sua máxima força por
3 segundos.
 O teste é realizado 3 vezes e o maior valor é
registrado.
 Intervalo de 20 segundos entre as
repetições.
 A medida da força é dada em Kgf.
 Confiabilidade Intra-examinador:ICC= 0.97
 Tempo de Reação da Mão:

 Avaliado em milissegundos;
 Um mouse de computador adaptado é usado como
estímulo luminoso e botão de resposta.
 Oscilação Corporal:

• Dispositivo que mede a oscilação do corpo;


• Haste de 40 cm de comprimento, acoplada a uma cinta
que é colocada ao redor da cintura do sujeito;
• Registro da oscilação sofrida pelo corpo em um papel
milimetrado;
• O teste é realizado uma única vez com o indivíduo
mantendo os olhos abertos sobre uma espuma com 15
cm de espessura.;
• Duração: 30 segundos.
• As oscilações antero posterior e médio lateral são
registradas.
Altamente associada com as
medidas de oscilação avaliadas
por centro de pressão em uma
plataforma de força.
 Programa de computador: compara os dados
inseridos para cada idoso com dados normativos,
obtidos a partir de estudos internacionais de larga
escala que utilizaram o equipamento
 O indivíduo é comparado com pessoas do mesmo sexo
e faixa etária.
 Acessado via web.
 Esse programa produz uma avaliação do risco de quedas
através de gráficos.

O risco de quedas é classificado em:


• -2 a -1 muito baixo;
• -1 a 0 baixo;
• 0 a 1 leve;
• 1 a 2 moderado;
• 2 a 3 acentuado.

Os valores de -2 até 1 são considerados normais e os


valores acima de 1 indicam um risco de quedas.
 Estratificado por sexo e idade
Risco de Quedas
Braz J Phys Ther. 2016 Nov-Dec;20(6):502-509. Risk of falls in Brazilian elders with and without low back pain

assessed using the Physiological Profile Assessment: BACE study.Rosa NM, Queiroz BZ, Lopes RA, Sampaio NR, Pereira
DS, Pereira LSM.

Objectivo: Verificar o risco de quedas usando o PPA em idosos com e sem dor lombar- Sub projeto Bace-Brasil

Resultados: 104 idosos com idade 72.3 (SD=4.0)anos, divididos em 2 grupos: GI) 52 participantes com DL ;GII)
52 participantes sem DL

Os participantes com DL apresentaram significativamente alto risco de quedas (1.10 95% CI 0.72 to
1.48), quando comparados com idosos sem DL.
Postural sway (49.78 95% CI 13.54 to 86.01), longer reaction time (58.95 95% CI 33.24 to 84.65), and lower
quadriceps strength (-4.42 95% CI -8.24 to -0.59)

Conclusão: Idosos com dor lombar apresentaram alto risco de quedas quando
comparados com aqueles sem DL.

O risco de quedas deve ser avaliado em idosos com DL.

 
OBRIGADA !

leanismp.bh@terra.com.br
Programa de Pós Graduação em Ciências
da Reabilitação-UFMG

Você também pode gostar