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Desenvolvimento
de Equipes
Dr. George Leal Jamil
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor e
Pró-Reitor de Administração, Wilson de Matos
Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William
Victor Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de
Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente
da Mantenedora Cláudio Ferdinandi.
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a
Distância; JAMIL, George Leal.
Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de Equipes. George
NEAD - NÚCLEO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Leal Jamil. Diretoria Executiva Chrystiano Mincoff, James
Maringá-PR.: Unicesumar, 2018. Prestes, Tiago Stachon , Diretoria de Graduação
260 p.
“Graduação - EAD”. e Pós-graduação Kátia Coelho, Diretoria de
Permanência Leonardo Spaine, Diretoria de
1. Gestão. 2. Pessoas . 3. Desenvolvimento 4. EaD. I. Título. Design Educacional Débora Leite, Head de
Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza
ISBN 978-85-459-1035-0
CDD - 22 ed. 658 Filho, Head de Metodologias Ativas Thuinie Daros,
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie
Fukushima, Gerência de Projetos Especiais Daniel
F. Hey, Gerência de Produção de Conteúdos Diogo
Ribeiro Garcia, Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira, Supervisão do
Núcleo de Produção de Materiais Nádila de
Almeida Toledo, Projeto Gráfico José Jhonny Coelho
e Thayla Guimarães Cripaldi, Fotos Shutterstock.
Prezado(a) aluno(a),
Seja muito bem-vindo ao curso Gestão de Pessoas e Desenvolvimento de
Equipes. Em nome de todos, nossa equipe de trabalho, desejamos sucesso
neste estudo. Você verificará, ao longo do aprendizado nestas nove uni-
dades a serem abordadas, o valor estratégico da gestão de pessoas, como
fundamento clássico de proposta de modelos empresariais, sua aplicação
atual, como elemento diferenciador na construção de empresas que sejam
competitivas e agradáveis em termos de seus ambientes de trabalho e,
finalmente, de futuro, como forte tendência estratégica de administração
dos novos modelos de negócios que emergem num mercado influenciado
pelas tecnologias e novos hábitos sociais.
A gestão de pessoas é baseada em princípios científicos, contempla fe-
nômenos sociais, ajusta-se com os princípios econômicos, apoia-se nas
tecnologias de gestão e trabalho e é absolutamente essencial para que or-
ganizações - das quais temos foco especial nas organizações empresariais
- sejam propostas e atuem de forma responsável, qualificada, de imagem
e reputação prestigiadas e com futuro promissor. O potencial existente no
conhecimento de gestão de pessoas é indispensável pelas empresas mo-
dernas, tornando o gestor de pessoas, o profissional com o qual este curso
contribui para formar, um importante gestor de mercado, com oportuni-
dades que vão desde a gestão técnica de equipes, até a liderança completa
de mudanças, como veremos ao longo deste curso.
Para isso, estruturamos nosso curso nas nove unidades que narramos a
seguir, componentes de nossa abordagem pedagógica.
A Unidade I apresenta as origens e as justificativas da gestão de pessoas.
Aqui, discutimos como este campo científico foi formado inicialmente, seu
alinhamento e contribuição para com a estratégia empresarial e, finalmente,
como se relaciona com alguns dos elementos essenciais para que realize
seus objetivos em empresas.
Os relacionamentos conceituais, a abordagem dos principais fundamentos
teóricos, da gestão de pessoas, vistos de forma aplicada, inicia-se com a
Unidade II, cobrindo até a Unidade IV. Na Unidade II vemos como são
definidos e aplicados métodos e técnicas para composição de estruturas
organizacionais, definindo as relações profissionais numa empresa. A seguir,
abordam-se processos de seleção e recrutamento de pessoas, visando tornar
o quadro profissional completo e sintonizado com as necessidades empre-
sariais. Além disso, a unidade ainda discute o treinamento e a capacitação
de profissionais, como elementos de sua evolução interna, na construção
das carreiras - que serão vistas em discussão adiante - finalizando com a
abordagem inicial de elementos tecnológicos para esta capacitação.
A Unidade III prossegue no desenvolvimento da base conceitual para
gestão de pessoas, discutindo os fundamentos dos processos de avaliação,
remuneração, reconhecimento e premiação de profissionais no âmbito de
seus trabalhos empresariais. Esta conceituação objetiva contribuir para o
desenvolvimento e motivação dos trabalhos realizados pelos colaborado-
res das empresas, ao chamar a atenção do gestor para a necessidade de,
segundo parâmetros definidos por critérios, reconhecer como atuam os
profissionais e também como motivá-los a desenvolver progressivamente
seu engajamento profissional em evolução progressiva.
APRESENTAÇÃO
15
Conceitos
Fundamentais para
a Gestão de Pessoas
- Parte I
39
Conceitos
Fundamentais para a
Gestão de Pessoas -
Parte II
73
Conceitos
Fundamentais para Gerenciando
Gestão de Pessoas - Equipes de Pessoas
Parte III
101 179
Metodologias de Gestão do
Apoio em Gestão Conhecimento e
de Pessoas Capital Intelectual
129 207
Tópicos Especiais
Fatores Culturais na
em Gestão de
Gestão de Pessoas
Pessoas
155 235
24 Estrutura Organizacional
Utilize o aplicativo
Unicesumar Experience
para visualizar a
Realidade Aumentada.
Dr. George Leal Jamil
Visão Organizacional da
Gestão de Pessoas
PLANO DE ESTUDOS
A Gestão de pessoas e a
Estratégia Empresarial
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Apresentar o que é a gestão de pessoas, o que propõe e • Compreender como a gestão de pessoa se relaciona com
como evoluiu nas modernas organizações. a Estratégia Empresarial.
• Entender como a gestão de pessoas atua nas empresas.
A Evolução da
Gestão de Pessoas
UNIDADE I 17
Costa (2017) chama-nos a atenção para um de-
senvolvimento histórico que você já deve ter
percebido. A moderna gestão de pessoas é uma
evolução de outras formas, como a Administração Podemos conceituar a gestão de pessoas, por-
de Recursos Humanos, Gestão de Talentos e do tanto, como um conjunto de princípios, métodos
Capital Humano, entre outras nomenclaturas já e técnicas aplicadas nas tarefas de gestão asso-
usadas no mercado. Esta mudança não é apenas ciadas às pessoas em uma empresa. Envolvem
de designação, mas também de contexto: a moder- desde a definição das estruturas profissionais,
nização leva em conta as mudanças tecnológicas designação de perfis dos cargos, seu preenchi-
e gerenciais, além das pressões do mercado e da mento, remuneração, reconhecimento e desen-
sociedade em geral para que as empresas dinami- volvimento, possibilitando a gestão estratégica
zem seus trabalhos na condução das pessoas em das empresas.
suas estruturas. Desta forma, a gestão de pessoas (Idalberto Chiavenato)
torna-se uma forma incontestável de diferencia-
ção nas organizações.
De fato, Stadler e Pampolini (2014) abordam Podemos observar, para compreender esta
como a moderna visão da gestão de pessoas ultra- evolução histórica, que antes da passagem do
passa o que se compreendia como administração século XIX para o XX, o ser humano não era
de recursos humanos. Estes autores definem re- considerado centralmente na gestão das organi-
cursos, métodos e processos em que a gestão de zações produtivas. Concentrando-se na produção
pessoas tem por objetivo “fornecer subsídios para dos itens finais a serem comercializados – como
intermediar as relações de trabalho, pois é um vestimenta, minério, acessórios para trabalho e
órgão fundamental para aliar objetivos pessoais sobrevivência e alimentos – estas organizações
[...] aos objetivos organizacionais [...]” (STADLER; priorizam seus métodos produtivos, gestão de
PAMPOLINI, 2014, p.15). estoques e trocas com parceiros. A formação dos
Neste site, você poderá ler a matéria em que o autor aborda, em linhas gerais, as principais contri-
buições de Frederick Taylor para a gestão empresarial. Os métodos científicos por ele pensados e
aplicados orientaram a primeira geração da moderna administração empresarial.
Conheça mais sobre o trabalho de Frederick Taylor em: <http://www.administradores.com.br/artigos/
academico/a-importancia-de-taylor-para-a-administracao/78695/>.
Também Henri Fayol contribuiu para o desenho científico da prática e administração do trabalho,
sendo um pioneiro em definir a administração como processo e área científica específica, merecendo
sua própria base conceitual e análise prática.
Sobre o trabalho de Jules Henri Fayol, em: <https://www.portal-gestao.com/artigos/6886-henri-fa-
yol-pai-da-teoria-cl%C3%A1ssica-da-administra%C3%A7%C3%A3o.html>.
UNIDADE I 19
cimento científico originado em bases sólidas e • Processo de desenvolver pessoas:
que evolui de maneira significativa ao longo do Treinamento, aprendizagem, desenvolvi-
tempo. Estudando gestão de pessoas, compreen- mento e gestão do conhecimento.
deremos como se administrava este importante • Processo de manter pessoas:
recurso organizacional anteriormente e podemos Higiene e segurança, Qualidade de vida,
definir como esta gestão ocorrerá em nosso atual Relacionamentos trabalhistas (sindicatos,
trabalho e no futuro. empregados).
É interessante ainda notar que o mercado pas- • Processo de monitorar pessoas:
sou a avaliar novos papéis, novas formas de ver, Sistemas de informações gerenciais.
valorizar e relacionar-se com os trabalhadores ao
longo do tempo. De “peças” integrantes de siste- Para este momento, você deve apenas perceber
mas produtivos rígidos, com produção controla- como a gestão destes processos é decisiva para
da, passou-se a agentes do processo e parceiros termos situações como a que foi descrita na aber-
na obtenção de resultados. De empregados, pas- tura deste material, ou seja, de termos colabo-
sou-se a integrante do valor agregado fornecido radores com delegações e capacitações corretas
aos clientes. De um mero recurso a ser gerido e executando de maneira precisa as atividades
quantitativamente (que é metodologia científica designadas. No restante das nossas unidades, de-
confiável, mas precisa de novos contextos) para senvolveremos vários destes tópicos com maior
um ator decisivo na produtividade empresarial. profundidade.
Numa síntese, recorremos a Chiavenato (2014, Nesta abertura, citamos alguns termos que irão
p. 14), quando o autor define as funções da Gestão nos acompanhar neste curso: estratégia, mercado,
de Pessoas em organizações, com a seguinte se- capital intelectual, organização, processo, valor,
quência e distribuição, em processos: cliente, entre outros. Alguns deles merecem es-
• Processo de agregar pessoas: pecial detalhamento prático e conceitual a seguir,
Recrutamento, seleção e integração de pois sua compreensão é necessária ao estudo.
novos colaboradores. Após esta breve motivação inicial, na qual já
• Processo de aplicar pessoas: conceituamos a Gestão de Pessoas e informamos
Modelagem do trabalho, Avaliação de de- sobre sua origem histórica e aplicação na atuali-
sempenho. dade, vamos analisar alguns dos conceitos impor-
• Processo de remunerar pessoas: tantes e de sua função como peça fundamental da
Remuneração, Benefícios, Incentivos. Estratégia Empresarial.
UNIDADE I 21
A forma correta de pensarmos na gestão de uma faça com esta negociação. Dimensionando o quadro
empresa é considerar seus objetivos estratégicos. de pessoas, o gestor comunicará com a direção da
Aquilo que foi pensado como estratégia para o empresa – geralmente a principal responsável pelo
empreendimento deve servir de base para os pla- planejamento estratégico efetuado – e solicitará a
nos de todas as demais áreas, como Finanças, Mar- contratação de profissionais faltantes ao trabalho
keting, Operações, Logística, Engenharias (por esperado para alcance da meta estratégica.
exemplo: Mecânica, Mecatrônica, Civil e Elétrica), Na outra forma, o trabalho continuado de
Arquitetura, Sistemas de informação e, de maneira Gestão de Pessoas poderá, por meio de políticas
evidente, para a Gestão de Pessoas. bem projetadas de desenvolvimento de carreiras,
Como pode ser visto com a contribuição dos tex- formar um time de gestão comercial na empresa,
tos de Stadler e Pampolini (2014) e Bianch, Quishida que é fator decisivo para a conquista de novos mer-
e Foroni (2017), a gestão de pessoas tanto poderá cados, de novos clientes. Assim, se os concorrentes
atender ao que foi planejado pela estratégia empre- quiserem igualar este diferencial ofertado pela em-
sarial quanto ela própria fornecer recursos estratégi- presa, terão de investir por um bom período em
cos para que a empresa formule posicionamentos de treinamentos e formação de seus próprios colab-
vantagem sobre os competidores no futuro. oradores, ou ainda, contratar profissionais experi-
Exemplificando: primeiramente, como a entes, também a custos provavelmente mais eleva-
gestão de pessoas pode contribuir no atendi- dos. A Gestão de Pessoas, nesta situação, produziu
mento aos objetivos estratégicos definidos? Por um excelente fator competitivo para a empresa – o
exemplo, uma empresa decide, após estudos e grupo de gestão comercial, experiente, formado na
análises, traçar uma estratégia de aumento das própria empresa, conhecedor de mercado – que
vendas, de um de seus produtos, o P3, num valor pode ser avaliado na proposta de metas estratégicas.
de 5% ao mês, ao longo dos próximos seis meses, Como o relacionamento com a estratégia
com oferta voltada para o cliente de perfil Pf02 empresarial é fator crítico e fundamental para
(imaginemos, por exemplo, que se trata de cliente o sucesso de qualquer planejamento interno às
solteiro, vivendo por suas próprias fontes de ren- empresas, chamamos sua atenção, neste ponto,
da, morando sozinho). Ainda podemos detalhar para alguns conceitos associados. Sempre que os
esta meta, considerando mais variáveis, como: definirmos, vamos também associá-los à Gestão
faixa de poder aquisitivo (renda em número de de Pessoas. Desta forma, pensamos na estratégia
salários mínimos), instrução, consumo de outros da empresa, de como a Gestão de Pessoas a ela
produtos (o cliente tem cartão de crédito? Alimen- se alinha e, finalmente, como um conceito, em
ta-se fora da residência? Possui veículo próprio?), particular, se apresenta neste relacionamento.
entre várias outras. Isto caracteriza com maior
objetividade o cliente-alvo da estratégia.
Ao receber esta descrição detalhada da meta
estratégica, o gestor de pessoas da empresa hipo-
tética poderá avaliar quais os perfis profissionais Compreender a função estratégica de qualquer
necessários – vendedores, assistentes, técnicos de ação da empresa é essencial para seu sucesso.
instalação, consultores internos e externos, entre Pense em como a Gestão de Pessoas possibilita
outros – que são necessários para que o cliente do a estratégia de uma empresa.
produto P3 adquira-o, conforme planejado, e se satis-
Planejamento estratégico é um processo empresarial que busca definir pontos objetivos (metas) a
alcançar e como trabalhar (ações) de maneira coordenada, para atingi-los. O planejamento estra-
tégico produz o plano estratégico e também, após a definição inicial deste plano, as determinações
para que ele seja revisto, atualizado, adequando-se a novas condições de mercado.
(Michael Porter e George Leal Jamil)
UNIDADE I 23
Um outro conceito de extrema importância é o de estrutura organizacional. A estrutura organizacional
irá definir a composição de relacionamentos, responsabilidades e designações de uma organização,
servindo de base para várias definições complexas e críticas para o trabalho, como comando, contro-
le, autoridade, responsabilidade e comunicação. Ao definir como estas funções irão ser realizadas, os
gestores deverão consultar e seguir a estrutura organizacional proposta.
Estrutura organizacional é um conceito definido como “um sistema formal de tarefas e relacionamento
de autoridade que controla como as pessoas coordenam suas ações e usam os recursos para atingir
os objetivos organizacionais, bem como a coordenação e formas de motivação”.
(Portal Educação)
UNIDADE I 25
Gestão de Pessoas
nas Empresas
UNIDADE I 27
Quando realizando seus trabalhos, as pessoas, de reconhecer, premiar e desenvolver carreiras,
colaboradores da empresa, terão de ter o devido bem como de motivar o trabalhador a buscar de-
reconhecimento, que é registrado, primeira- sempenhos acima da média, trazendo melhores
mente, pela remuneração. De acordo com vários resultados ao desempenho organizacional.
autores, a remuneração é maneira, enquadrada Os trabalhadores também serão alvo de
em um sistema formal, definido e de conheci- políticas de desenvolvimento, que objetivam
mento da empresa (que especifica valores claros torná-los mais aptos a trabalhos mais detalha-
de salários e demais benefícios), de prover o re- dos, competitivos ou complexos – um programa
torno financeiro elementar pelos trabalhos re- de treinamento, por exemplo, poderá oferecer
alizados. A remuneração pelo valor simples do aos trabalhadores de uma empresa a condição de
salário, acertado entre as partes quando da con- se prepararem para ocupar cargos de níveis mais
tratação e posteriormente reajustado em função altos, tornando-se gerentes eventuais ou perma-
de negociações trabalhistas, é a forma imediata do nentes de setores. Também no caso da abertura
reconhecimento do trabalho realizado. de novos negócios, os trabalhadores podem ser
É frequente, entretanto, que tenhamos a treinados a lidar com produtos ou técnicas que
recompensa das pessoas, por meio da adição, aos ainda não eram de seu inteiro domínio, amplian-
valores básicos dos salários, de outros valores. Al- do sua capacidade de trabalho. Um profissional
guns destes valores fazem parte de remuneração de vendas de uma concessionária de automóveis
estendida, como os direitos aos trabalhadores que pode ser treinado a negociar veículos de maior
atuam em situações de riscos (como Bombeiros porte, como vans de transporte coletivo ou mi-
no combate a incêndios, pilotos de aeronaves, al- cro-ônibus, ampliando suas competências de
guns trabalhadores de mineração, entre outros) ou atendimento a clientes da concessionária e da
em funções especiais, sujeitas a desgastes físicos marca montadora.
ou exposição psicológica, como médicos e poli- O treinamento também terá função impor-
ciais. Além destas, temos ainda: tante no desenvolvimento dos trabalhadores
• Incentivos - premiações por metas al- para a vida da empresa, como assinalam Stadler
cançadas, adicionais por tempo de ser- e Pampolini (2014). Ao melhor prepararem os
viço, por desempenhos constantemente trabalhadores, as empresas também promovem
excepcionais. seu desenvolvimento intelectual e profissional,
• Premiações eventuais - prêmios de reco- alcançando mesmo a perspectiva de retenção
nhecimento, concessões de viagens, valores dos colaboradores, ao tornar-se, potencialmente,
financeiros, benefícios não financeiros, etc. motivo de sua satisfação em adicionar conheci-
• Benefícios estruturados e por longos mentos aplicáveis para sua evolução profissional.
prazos de tempo - planos de saúde, se- Durante todo o período em que estiverem
guros de vida, auxílios em refeição, trans- executando suas funções, os trabalhadores serão
porte. avaliados para verificação de suas condições atuais
e futuras na obtenção de resultados organizaciona-
A remuneração dos trabalhadores é um campo is. As avaliações de trabalho podem consistir em
de extrema dedicação do gestor de pessoas pelo processos simples, como meramente verificar se
fato de ser, inquestionavelmente, muito mais que os resultados previstos foram obtidos – número
uma obrigação do empreendedor, mas uma forma de unidades previstas para serem fabricadas, ven-
UNIDADE I 29
• Por último, é necessário a todo empreen- Ao fim desta unidade, vemos que você foi motivado
dedor que, na obediência das regulamen- a compreender a gestão de pessoas, foi apresentado
tações trabalhistas vigentes, promova o às suas atuações mais frequentes, típicas do mer-
correto relacionamento com sindicatos cado de trabalho e também compreendeu como
e órgãos representativos de categorias, a gestão de pessoas é função estratégica essencial
quando isto for determinado e na forma para as empresas. Esta é uma etapa inicial impor-
que for determinado. Aqui, menciona-se tante na educação no tema Gestão de Pessoas.
inicialmente, por exemplo, as questões re-
ferentes à segurança, higiene e saúde no
trabalho, que geralmente são definidas e
vistoriadas em conjunto com associações Tenha sua dose extra de
profissionais como as acima citadas, repre- conhecimento assistindo ao
sentando a categoria profissional. vídeo. Para acessar, use seu
leitor de QR Code.
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3. Sobre as funções e conceitos de gestão de pessoas, assinale Verdadeiro (V) ou
Falso (F):
(( ) A remuneração de um profissional é fixa, composta apenas por um valor cal-
culado em função de suas horas trabalhadas.
(( ) O reconhecimento de colaboradores se dá por premiações diversas e mani-
festações dos gestores.
(( ) Cada empresa deve implantar seus próprios controles e sistemas de saúde e
segurança do trabalho.
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FILME
Tempos modernos
Ano: 1936
Sinopse: O ator, diretor e roteirista Charlie Chaplin, um dos mais brilhantes de
todos os tempos, interpreta o personagem “Carlitos” (um “vagabundo”, segundo
suas próprias definições), que, após crises filosóficas e de estresse, busca se re-
colocar no mercado de trabalho. Numa sucessão de cenas cômicas, com severa
ironia, trata de problemas sociais da época (vários podem ser reavaliados na
atualidade), de organização e métodos de trabalho, políticos e de regulamen-
tação. O filme é um épico nas considerações sobre a inserção do trabalho em
nossas vidas, além de ser uma comédia extremamente bem-feita.
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BIANCH, E. M. P. G.; QUISHIDA, A.; FORONI, P. G. Atuação do líder na gestão estratégica de pessoas: reflexões,
lacunas e oportunidades. In: Revista de Administração Contemporânea, v. 21, n. 1, jan./fev. 2017. Disponível
em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552017000100041&lang=pt>. Acesso
em: 23 abr. 2017.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri:
Manole, 2014.
PORTER, M. Vantagem competitiva: criando e sustentando um desempenho superior. Rio de Janeiro: Ed.
Campus, 1989.
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1. Opção a ser marcada: letra “C” - a gestão de pessoas de uma empresa não pode definir currículos de cursos
superiores; tal atividade é delegada legalmente a um estabelecimento de ensino superior.
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Dr. George Leal Jamil
Conceitos Fundamentais
para a Gestão de Pessoas
- Parte I
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Como descrever e planejar estruturas organizacionais que • Como ocorre a atribuição de poder – chefias, coordenação,
fazem a empresa funcionar como previsto. controle – às pessoas numa organização para o exercício
• Como especificar cargos, funções e características para e comando de atividades.
que pessoas sejam selecionadas e contratadas para atuar • Conhecer experiências de empresas brasileiras sobre
nas organizações. Universidades corporativas, canais on-line, serviços de
• De que forma as pessoas podem ser treinadas para ati- aplicativos e plataformas próprias de treinamento – exe-
vidades específicas nas empresas e como podem desen- cutivo, gerencial e operacional.
volver suas carreiras nos vários níveis.
Compreensão Inicial de
Estruturas Organizacionais
Presidente
Diretor
comercial
Unidade
SP
Loja
região
central
UNIDADE II 41
Presidente torna-se mais complexa, exigindo normalmente
a intervenção de níveis superiores que, caso não
haja métodos de gestão muito bem descritos, po-
Nível 1 derão tornar-se sobrecarregados, em virtude de
grande número de intervenções.
Uma definição importante é a referente à bu-
Nível 2 rocracia em empresas. Costumamos nos irritar
quando algum atendimento ou solução de nossos
Nível 3 problemas leva-nos a comunicar com várias pes-
soas diferentes numa empresa, ou que tenhamos
que aguardar intervenções superiores, sem que o
Operação
problema nos pareça solucionado. É frequente nos
referirmos à “burocracia”, com intuito por vezes pe-
Figura 2 - Organização 1: Presidente – diretor – nível 1 –
nível 2 – operação jorativo. Como comenta Hall (2004), referindo-se
Fonte: o autor. aos trabalhos de Max Weber – jurista e economista
alemão – o termo Burocracia pode ser definido
Presidente como sendo apenas a estruturação existente para
o exercício de poder e controle organizacionais.
Assim sendo, a burocracia deve existir em toda
Nível 1 organização, porém o excesso de níveis, controles e
intervenções pode resultar em excessos de demora
Nível 2 ou de imprevisões na realização de trabalhos finais,
trazendo aquela noção de senso comum, ligada a
Nível 3 um atendimento ineficaz, lento e impreciso.
É importante ainda ter atenção ao que cita
Chiavenato (2014) sobre estruturas organiza-
Nível 7 cionais, quando se refere às descrições de cargos.
Torna-se claro, a partir da obra deste autor, que os
cargos descritos comporão a estrutura, definindo
Operação
a hierarquia, as posições ocupadas por profissio-
nais devidamente selecionados. Aqui temos, por-
Figura 3 - Organização 2: Presidente – diretor – nível 1 –
nível 2 – nível 3 ... – nível 7 – operação tanto, a indicação dos gestores, dos “chefes” em
Fonte: o autor. cada um dos níveis, exercendo os atributos de
poder e controle, como discutimos inicialmente.
Podemos dizer que, no segundo caso, teremos O mercado busca algumas alternativas para
mais níveis a repassar uma determinação, uma as estruturas hierárquicas, com o intuito de dis-
comunicação ou ordem, demandando mais in- tribuir o comando, facilitar a comunicação e tor-
tervenções por parte de gestores, demandando nar as empresas mais ágeis e flexíveis. Com este
mais tempo e custo, com mais riscos que haja al- objetivo, outras estruturas são propostas, como
guma distorção da mensagem original. Também as que se orientam à execução de processos ou
a comunicação entre setores de níveis distintos mesmo as que são propostas pela área da Gestão
Função
Finanças Engenharia Produção
Projeto
UNIDADE II 43
A figura acima mostra uma estruturação matricial Conforme ainda nos apresenta Lodi (1970), a
proposta, com as funções nas colunas e os projetos estrutura matricial nasceu como proposta para ser
a serem delegados aos profissionais nas linhas. aplicada em organizações da indústria aeroespa-
Nas células, colocaríamos os perfis ou nomes dos cial, devido a demandas e necessidades de rápidas
que foram selecionados para cada projeto - repro- respostas ao mercado e de disponibilidade tec-
duzido de Lodi (1970). nológica. Então, caro(a) aluno(a), deixamos-lhe
Lodi apresentou, de maneira clara, os funda- uma questão: atualmente, não encaramos estes
mentos que motivaram a definição das “matrizes” e mesmos desafios em nossos modernos ambientes
sua aplicação diante das necessidades das empresas. de negócios (necessidades rápidas de novos pro-
O autor apresenta, em seu artigo, as motivações al- dutos e serviços e disponibilidade de tecnologias)?
ternativas às estruturas hierárquicas que descreve- Portanto, este tema prossegue sendo oportuno.
mos acima: “não parece estar oferecendo condições No entanto temos que considerar alguns fato-
de flexibilidade e funcionalidade para atender às res numa comparação entre as estruturas hierár-
mudanças do ambiente” (LODI, 1970, p.2). quicas e matriciais:
Hierárquicas Matriciais
Como as funções são bem definidas, os traba- Dependem de trabalhadores altamente treina-
lhadores são selecionados para trabalhos deter- dos – podem ser alocados em funções diferentes
minados e fixos, sendo preparados para estes. com brevidade.
Demandam baixa tecnologia para implantação Frequentemente demandam alta tecnologia para
implantação
São muito conhecidas do mercado São ainda pouco conhecidas “na prática”
UNIDADE II 45
Seleção e Recrutamento
de Pessoas
Assim, em um breve exercício, pensemos no ge- Segundo Almeida (2015), os cargos referem-se a
rente de loja de um supermercado. Seu cargo é de especificações identificadas na estrutura organi-
Gerente daquela loja, com a expectativa (conteú- zacional, ou “organograma” da empresa, enquan-
do) aguardada de coordenar todas as funções da to funções são as atividades praticadas pelos
loja – logística, reposição de estoques, atendimento colaboradores na atuação real. Assim, alguém
a clientes, segurança, cobranças, infraestrutura, etc. que ocupa o cargo de diretor poderá, por exem-
Os métodos descreverão as rotinas: por exemplo, plo, numa eventualidade, executar a função de
em que momentos este profissional fará os acertos vendedor, atendendo diretamente a um cliente.
financeiros dos caixas, quando deverá reportar Um profissional que está no cargo de gerente
uma falha de segurança, como iniciar as atividades técnico de uma clínica de saúde, poderá, noutro
da loja em um dia típico, como as encerra, como exemplo, executar funções de atendimento a
se relaciona com a segurança corporativa, entre pacientes de maior complexidade.
outras. Sua responsabilidade é de se reportar ao
gerente de operações regional, sendo que ele é um
dos vários gerentes de lojas que se dirige formal-
mente a este superior. E, por último, este gerente
de loja tem, sob seu comando, os profissionais ge-
renciais e técnicos responsáveis pelas funções de Cargos são descrições que provém da divisão do
atendimento, suprimento, segurança, infraestru- trabalho imposta pelo velho e tradicional modelo
tura, comunicação, tecnologia da informação, etc. burocrático [...] estando em processo de subs-
Os cargos, portanto, irão se apoiar em des- tituição por novos formatos organizacionais e
crições de funções para completar todo o seu pelas definições de trabalhos em equipes.
desenho, toda a identificação do que o detentor (Idalberto Chiavenato)
daquele cargo deve fazer, como se reportar a supe-
UNIDADE II 47
Esta conexão de conceitos possibilita compreen- em ordem inversa, ou seja, esta organização pode
dermos o seguinte relacionamento: definir sua estrutura, os cargos que a compõe
• As funções de trabalho explicam, deta- e, finalmente, especificar função por função,
lham o que os trabalhadores fazem, as configurando um projeto de como eles se rela-
atividades esperadas de uma empresa. cionarão e produzirão os resultados esperados
• Os cargos designam como estes trabalha- pelos clientes.
dores irão fazer estas atividades, com os Adicionalmente, é sempre importante notar
aspectos de conteúdo, métodos, respon- que os desenhos e definições da estrutura, dos
sabilidade e autoridade. cargos e das funções a eles atribuídas, devem cor-
• O detalhamento de cada cargo permitirá responder à estratégia da empresa, permitindo
que a organização agrupe estes cargos na que ela seja executada de acordo com os planos
estrutura organizacional que irá definir elaborados para seu futuro.
como a empresa opera. A definição dos cargos terá influência em
vários dos aspectos que serão abordados em se-
Devemos notar que estas definições também quência, para a gestão de pessoas. Vejamos alguns
podem ocorrer, segundo a decisão da empresa, exemplos para descrever tais influências:
UNIDADE II 49
Que tal conhecer um pouco mais sobre definições formais de cargos e funções? Algumas empresas
e órgãos públicos, por exemplo, no intuito de dar transparência às suas atividades, publicam as
especificações oficiais destas atribuições. Veja os seguintes links:
Informações quantitativas de cargos e funções do Ministério da Defesa do Brasil:<http://www.defesa.
gov.br/ministro-da-defesa/40-lei-de-acesso-a-informacao/8533-informacao-quantitativa-de-cargos-
-e-funcoes-do-md>.
Modelo de descrição de cargos públicos e funções para Instituições Federais de Ensino: <https://
www2.ifmg.edu.br/arcos/noticias/modelo-de-cargos-e-funcoes-para-institutos-federais-e-publicado-
no-dou>.
Que tal avançar a pesquisa e buscar outras definições? Pesquise, via Internet, com a expressão “car-
gos e funções” e encontrará várias fontes interessantes.
UNIDADE II 51
de trabalhadores e, enfim, planejar sua própria Esta evolução retrata um dos aspectos mais críti-
carreira - que são atribuições e conhecimentos cos e gratificantes da moderna gestão de pessoas.
de gestão de pessoas, o engenheiro ou arquiteto Adicionalmente, este mesmo autor ainda relacio-
adiciona ao grande contexto de conhecimentos na o treinamento ao conhecimento disseminado,
técnicos estas habilidades gerenciais. à estrutura de cursos e formações dadas aos tra-
Com este conhecimento adicional, tornam-se balhadores, aos objetivos estratégicos da empre-
profissionais com habilidades mais abrangentes, sa, ao ensinamento de atividades essenciais para
críticas para o sucesso de projetos e empreendi- realização das tarefas esperadas, ao aumento das
mentos de engenharia em empresas de qualquer competências no relacionamento com os demais
porte, tendo maior condição de atender às empre- colaboradores e na formação de experiências –
sas e ao mercado em decisões mais abrangentes. neste último aspecto, atingimos o aprendizado,
Chiavenato (2014) conceitua o treinamento ou seja, a retenção evolutiva dos conhecimentos.
empresarial através dos tempos em fases diversas: Detalhando um pouco mais, não se sabe apenas
• Inicialmente, o treinamento destinava-se repetir o que foi ensinado em um curso, de ma-
a adequar pessoas às funções previstas, neira “decorada”, mas compreende-se o que foi
demandadas pelas empresas. ensinado e há possibilidades de desenvolvimento,
• Posteriormente, o treinamento foi apli- de evolução dos ensinamentos, para os objetivos
cado para que as pessoas aumentassem o organizacionais.
desempenho na execução de tarefas. Temos aqui, ao abordar a aprendizagem, uma
• Numa visão mais moderna, o treinamento diferença entre dois dos conceitos falados acima:
assume o processo de tornar as pessoas treinamento e desenvolvimento.
mais produtivas, criativas e inovadoras, Costa (2017) reforça esta diferença, citando
desenvolvendo suas competências em ali- um fator muito importante: o treinamento é volta-
nhamento ao que as empresas estabelecem do para uso imediato, para aplicar-se em funções
como seus objetivos. e decisões do cotidiano do trabalhador – exem-
Treinamento é fruto de um projeto que resulta numa série de ações programadas para ministrar
ao participante um conteúdo definido, com objetivo claro de solucionar um problema empresarial
ou aumentar o desempenho na realização das tarefas já prescritas.
Desenvolvimento é conceituado como ir além das especificações; é ter a capacidade de otimizar,
diferenciar, melhorar e ampliar processos, tarefas e funções designadas, usando de capacidade
de inovação, criatividade e absorção de conhecimento, ao mesmo tempo que se tem em mente os
objetivos organizacionais.
Fonte: adaptado de Caproni (2002), Chiavenato (2014) e Chiavenato (2015).
UNIDADE II 53
trabalhadores para riscos, segurança do cação rigorosa de condições de agenda
trabalho ou clima organizacional mais (quando); infraestrutura (como, quais
favorável. são os recursos essenciais e adicionais);
• Desenvolver conceitos: realizar a defi- instrutor(es) (quem) e processo (como –
nição conceitual dos trabalhos realizados, atividades) os cursos serão ministrados
dando-lhes fundamento racional, como a aos participantes. Caso seja necessário,
que vem dos estudos científicos, permitin- condições de aprovação, incluindo
do que sejam aprimorados no ambiente critérios e formas de avaliação de cada
de trabalho. treinamento, visando avaliar se o partic-
• Construção de competências: desen- ipante absorveu o conhecimento minis-
volvimento de novas habilidades que po- trado, devem ser especificados.
derão ser aplicadas pela organização no 4. Avaliação geral do treinamento – Quando
aprimoramento de processos e de solução o participante qualifica sua percepção de
de problemas. aplicabilidade e resultados do treinamen-
to ministrado. Esta avaliação permitirá a
Vários autores definem como os projetos de treina- correção de problemas e o aprimoramen-
mentos podem ser elaborados. A seguir, discutire- to do treinamento, em futuras execuções.
mos uma breve metodologia, consolidando o pen-
samento dos autores, pensando na montagem de Sempre é necessário reforçar que, como parte vital
um ou mais “cursos” (programas de treinamentos): da gestão de pessoas, os treinamentos também
1. Verificar o que é realmente necessário, devem atender às necessidades e oportunidades
qual o problema a ser resolvido pelo estratégicas especificadas pela empresa, alinhados
treinamento – Quais são as necessidades às metas e objetivos discutidos no planejamento
da empresa em termos de treinar as pes- estratégico, conforme já falado em partes ante-
soas? Resolver um problema empresarial? riores do curso.
Melhorar algo no atendimento ou em um De maneira muito interessante, Lotz e Gramms
processo? Desenvolver um novo conceito (2012) descrevem quatro tipos básicos de apren-
ou forma de trabalhar? dizes, em geral, para treinamentos:
2. O(s) curso(s) deve(m) ser planejado(s): • Os ativistas: aprendem mais com par-
Todo o programa do curso, ou dos cursos, ticipação em atividades curtas, de maior
deve(m) ser escrito(s) – Qual a sequência aderência com a realidade, concretas. Nor-
de temas a serem abordados, como serão malmente não são receptivos às formas
abordados, qual o objetivo em cada abor- com aulas expositivas longas, de desen-
dagem particular e como estes temas irão, volvimento abstrato de conteúdo.
quando todos forem abordados, completar • Os reflexivos: aprendem mais com o
o objetivo do curso, como foi definido no exercício do pensamento em evolução ao
primeiro passo. Havendo mais de um cur- que foi ensinado, necessitando de tempo
so, o relacionamento entre os vários cursos “afastados” para meditar, pensar num obje-
(pré-requisitos) devem ser descritos, possi- tivo de aprendizado. Diferem dos ativistas,
bilitando que se complementem na prática. principalmente, na velocidade em serem
3. Execução dos treinamentos – Especifi- expostos a casos ou situações práticas.
UNIDADE II 55
O Exercício de Chefia
Executiva em Empresas
UNIDADE II 57
O executivo terá, sob seu comando, as atribui- responsabilidade para atender e contribuir para
ções racionais, designadas para a administração o alcance destas metas. Agindo desta forma, o
da empresa, sendo o responsável por implementar executivo “alinha” seu setor às necessidades da
planos e estruturas, setoriais e empresariais, para empresa, aos trabalhos esperados para produzir,
realizar as visões propostas pelos líderes (CHIA- de forma consistente, os resultados projetados nos
VENATO, 2014; COSTA, 2017). Desta forma, planos – estratégico e setorial.
podemos compreender o relacionamento entre Esta conexão entre o estratégico e o operacional,
estas duas importantes atribuições. ou seja, de participar na construção, elaboração
Outra abordagem é que o exercício do car- dos planos e na sua operacionalização final, é uma
go executivo tem muita compatibilidade com a das capacidades que destacam e diferenciam os
estrutura hierárquica, por níveis, como vimos executivos, sendo fator de sua atividade profissional
anteriormente. Desenhos mais recentes, como essencial reconhecida no mercado, de destaque nos
a estrutura matricial, por exemplo, prescrevem currículos profissionais. Por exemplo, um executivo
outras formas de gestão, como a de controles e que desempenhou o papel de gestor de marketing
coordenação compartilhada entre seus membros, de uma empresa de alimentos poderá ter cuidado
diferindo da forma mais clássica. de políticas de distribuição e desenvolvimento de
Os processos de seleção executiva serão con- negócios em locais diferentes, atendendo à meta
duzidos de maneira semelhante aos já vistos, para estratégica de aumento na venda destes bens.
recrutamento e seleção de profissionais regulares Por último, eventualmente encontram-se al-
da empresa, chamando-se a atenção para os pro- gumas atividades executivas sendo realizadas por
cessos de desenvolvimento e evolução de carreiras prestadores de serviços ou empresas de consul-
internos às empresas. Nestes casos, os executivos toria, externos à empresa onde tais trabalhos são
serão recrutados dos níveis subordinados ao cargo efetivamente executados. O gerente de marketing
em vista, analisando-se fatores como experiência, citado acima, por exemplo, pode ser membro de
tempo de trabalho, características ideais (comu- uma empresa de consultoria e realizar este trabalho
nicação, conhecimento, decisão, relacionamento, para uma empresa cliente, preenchendo o cargo em
imagem, entre outras). Exemplificando: ao ocorrer termos de assumir e executar as funções esperadas.
a disponibilidade de uma vaga para gestor de pro- Tal contratação dependerá de alguns fatores, como:
jetos de engenharia ou arquitetura titular de uma • Especificação detalhada das funções espe-
empresa, por motivos como a saída do anterior radas para o trabalho gerencial necessário.
ocupante, um engenheiro de qualquer formação • Desenho de perfil estimado do profissio-
e que já faz parte da equipe poderá ser promovi- nal a ser contratado.
do a esta função executiva, responsabilizando-se • Definição de dedicação deste profissional
pelo setor organizacional. Neste caso, é habitual à empresa.
falarmos em “promoção” ou recrutamento interno. • Detalhamento de indicadores, associados
O relacionamento do chefe com a construção e às metas estratégicas empresariais, para o
execução da estratégia da empresa é fundamental. monitoramento das funções do setor.
O chefe de setor, o executivo, deve ter a capaci- • Aceite de condições financeiras de contrata-
dade de compreender as metas empresariais, es- ção – remuneração da empresa que cede o
tabelecidas quando do planejamento estratégico, profissional e do próprio consultor que atua-
e definir, a partir delas, as ações do setor sob sua rá como chefe na empresa que o contrata.
UNIDADE II 59
externos à empresa. Portanto, é usual referir-se, habilidades e carreiras, vem se tornando uma área
como uma qualificação esperada, que o gestor atrativa para a aplicação de novos recursos, uma
“possui boa inteligência emocional”. vez que as organizações, cada vez mais, necessi-
Já o Capital intelectual foi notabilizado por um li- tam de profissionais conscientes das modernas
vro com este título, escrito por Thomas Stewart, sendo tendências do trabalho. Este é o foco do próximo
uma iniciativa de relacionar a intelectualidade, capa- tópico a ser abordado, lembrando-se que, opor-
cidade analítica e conceitual de um gestor a grandezas tunamente, o tema tecnologia (mesmo quando
quantitativas, como as financeiras e de desempenho. falamos de aplicação para gerenciamento, como
Por exemplo, uma iniciativa comum na análise de ca- é o caso de treinamento profissional) é algo afeto
pital intelectual é avaliar se programas de treinamento à formação do engenheiro que, neste caso, com
ministrados na empresa repercutiram em ganhos de o conhecimento de gestão de pessoas, poderia
produtividade ou lucro em negociações. também se tornar um gestor ou colaborador
O treinamento formativo, como elemento dos programas de treinamento profissional da
oportuno e decisivo para o desenvolvimento de empresa.
UNIDADE II 61
Como tecnologia da informação, portan- mensagens instantâneas, mídias sociais
to, compreendemos a aplicação da tecnologia corporativas, entre outras). Neste caso, di-
para fins de produção, coleta, armazenamento, zemos que estamos diante de tecnologia
distribuição e aplicação de informações para de comunicação também, pois aí recai a
fins específicos (JAMIL, 2001). Claro, há de ser definição para os padrões de comunicação
lembrado que os termos “Informática” e “Com- utilizados eletronicamente.
putação” são vastamente aplicados, no senso co-
mum, para se referir a este campo tecnológico e Desta forma, a gestão de pessoas terá que avaliar
suas aplicações. como estes recursos impactam na formação e de-
Encontramos a TI em empresas, em vários senho das estruturas organizacionais, nas designa-
cenários, como: ções de cargos e funções, na comunicação interna
• Processamento do atendimento a e externa e nos relacionamentos e formações de
clientes – nos sistemas de venda, logística equipes físicas e virtuais de trabalho. Um destaque
e entrega, atendimento robotizado (recen- interessante deve ser dado às propostas de treina-
temente verificamos a inserção dos cha- mento e preparo de pessoas por meio de sistemas
mados “Chatbots”, geradores automáticos como Universidades corporativas e autoinstrução
de diálogos com clientes), faturamento, via Internet, atualmente em grande difusão.
cobrança e pagamentos, contatos para no- Nestes ambientes, o trabalhador encontra cur-
vas vendas, entre outros. sos prontos, estruturados em vídeo aulas, textos de
• Processamento da burocracia inter- apoio e atividades avaliativas com monitoramento
na – anotações de frequência ao trabalho do professor para solução de dúvidas e correção
(“ponto”), pagamento de salários e remu- de avaliações aplicadas. Claro, é muito similar
nerações variadas, manutenção de perfis à estrutura que agora utiliza para este curso de
de cargos e salários em bancos de dados Gestão de Pessoas.
para estudos, fichas funcionais eletrôni-
cas, comunicações formais, controle de
estoques, registros contábeis, entre vários
outros.
• Automação de produção – como os Tecnologia é conceituada como:
robôs usados em produção industrial de “Ciência cujo objeto é a aplicação do conheci-
produtos domésticos, eletrônicos e auto- mento técnico ou científico para fins industriais
móveis. ou comerciais” ou “Conjunto dos termos técnicos
• Integração de unidades fabris – siste- de uma arte ou ciência”. Também encontramos:
mas em rede de computadores para au- “Conjunto de processos, métodos, técnicas e fer-
tomação integrada, incluindo unidades ramentas relativos à arte, indústria ou educação”
externas à empresa, etc. e ainda “Linguagem peculiar a um ramo deter-
• No provimento de comunicação for- minado do conhecimento científico ou prático”.
mal – (via sistemas, relatórios e informa- (Dicionário Michaelis e Dicionário de português
ções oficiais preenchidas) ou informal Aurélio).
(intranets, correio eletrônico, sistemas de
UNIDADE II 63
Para Almeida (2015), as habilidades dos colabo- A função básica deste ambiente de sistemas é per-
radores em tecnologia da informação e da comu- mitir ao gestor de pessoas e a todos os gestores da
nicação são responsáveis pelo sucesso de alguns empresa que tenham, por definição de seus cargos,
competidores, levando as empresas concorrentes gerir pessoas individualmente ou times de trabalho,
a terem de planejar o uso destes recursos para se disponibilidade de dados, informações e conheci-
manterem competitivas. mento que permitam a tomada de decisão mais
Vários autores definem o uso de Sistemas de ágil. Alguns exemplos destas situações decisórias,
informações gerenciais para a administração em que o sistema de informações pode auxiliar:
de pessoas. • Processo de recrutamento interno de tra-
Num sistema de informações para gestão de balhadores para uma função gerencial.
pessoas, podemos encontrar, como funções e re- • Ajuste de remunerações, simulações de
cursos típicos: promoções e análises de custos empre-
• Armazenamento e recuperação das “fichas sariais com salários e remunerações di-
funcionais” dos colaboradores, de forma di- versas.
gital, em que são registrados os conteúdos • Definição (seleção) de membros para uma
de pagamento, alocação, delegação e dados equipe, especialmente delegada para um
cadastrais dos funcionários da empresa. trabalho específico – por exemplo, aber-
• Registro de movimentações dos funcio- tura de uma filial em local onde a empresa
nários: cargos ocupados, remunerações, ainda não opera.
avaliações e seus resultados, papéis desem- • Avaliação de desempenho funcional
penhados – por exemplo, de gestores tem- (a qual será vista com maiores detalhes
porários – no quadro funcional da empresa. adiante).
• Informações de mercado: nível salarial
de cargos típicos, formas de contratação, Podemos entender, portanto, que este sistema de
determinações legais de exercício de de- informações terá recursos tanto para uma análise
terminadas funções e atividades (exemplo: estática, deste momento – por exemplo, avaliar se
área da saúde – enfermeiros, médicos es- um salário de um executivo de uma determinada
pecialistas, laboratoristas, etc.). área da empresa é compatível com o que é pratica-
• Análise de desempenho funcional: registros do pelo mercado – ou para planejamento futuro –
que informam como os profissionais desen- como dimensionar um programa de treinamento
volveram suas carreiras e níveis de desem- para um novo time de trabalho, que está sendo
penho obtidos ao longo de seus trabalhos. formado para uma atuação específica (ver o caso
• Registros estruturais da empresa – descri- acima citado, de abertura de uma filial).
ção de cargos, relacionamento destes car- Adicionalmente, podemos falar de teletrabalho:
gos, perfis gerenciais e executivos, dados uma técnica discutida por vários anos que, devido a
referentes à remuneração, entre outros. vários fatores, está sendo muito usada no mercado.
Teletrabalho é a forma de produzir que utiliza o potencial oferecido pelas novas tecnologias, tendo
como objetivo básico processar a informação, atendendo aos novos valores dos trabalhadores e,
principalmente, ao novo modelo de gestão das organizações.
UNIDADE II 65
1. Sobre estruturas organizacionais, podemos dizer:
a) Que são sempre regidas por leis para qualquer setor.
b) Que são formas racionais de especificar trabalhos e relacionamentos.
c) Que são a forma de definir o faturamento da empresa.
d) Que mostram o único caminho para um profissional ser treinado.
e) Que não podem ser modificadas com facilidade.
3. Sobre os aspectos usados para definir cargos numa empresa, assinale Verdadeiro
(V) ou Falso (F) e depois marque a opção correta:
(( ) A “responsabilidade” diz respeito a quem o profissional deve reportar suas
ações e aguardar as delegações.
(( ) A “autoridade” identifica se o gestor tem boa postura para comandar.
(( ) O “conteúdo do cargo” define o que é esperado que o profissional faça.
66
4. Não é uma função de programas de treinamento empresarial:
a) Preparo para aumento de remuneração.
b) Desenvolvimento de habilidades.
c) Transmissão de informações.
d) Construção de competências.
e) Desenvolvimento conceitual.
67
LIVRO
68
ALMEIDA, A. V. Divisão e modelagem de cargos. São Paulo: Pearson Education Brasil, 2015.
CAPRONI, P. J. Treinamento gerencial: como dar um salto significativo em sua carreira. São Paulo: Makron
Books, 2002.
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações 4. ed. Barueri:
Ed. Manole, 2014.
______. Gerenciando pessoas: transformando o executivo num excelente gestor de pessoas. Barueri: Ed.
Manole, 2015.
HALL, R. H. Organizações: Estruturas, processos e resultados. São Paulo: Editora Prentice Hall, 2004.
JAMIL, G. L. Repensando a Tecnologia da informação na empresa moderna. Rio de Janeiro: Axcel Books
do Brasil, 2001.
LODI, J. B. A estrutura matricial e a estrutura sistêmica: dois novos tipos de organização. In: Revista de Admi-
nistração de Empresas. v. 10, n. 4, 1970. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-
t&pid=S0034-75901970000400008>. Acesso em: 23 mai. 2017.
SOARES, M. T. R. C. Liderança e desenvolvimento de equipes. São Paulo: Pearson Educacional do Brasil, 2015.
69
1. Opção a ser marcada: letra “B” - São formas claras e objetivas de especificar como trabalhamos e nossos
relacionamentos formais.
2. Opção a ser marcada: letra “C” - O líder promove visões de futuro, orienta. O executivo, ou chefe, irá dese-
nhar planos para este realizar esta visão de futuro.
4. Opção a ser marcada: letra “A” - Treinamentos empresariais não são preparados especificamente para
prover aumentos de remuneração aos empregados.
70
71
72
Dr. George Leal Jamil
Conceitos Fundamentais
para a Gestão de Pessoas
- Parte II
PLANO DE ESTUDOS
Formas de Formas de
remuneração reconhecimento e
de pessoas premiação de pessoas
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Estudar como as pessoas podem ser avaliadas em função • Avaliar quais as principais determinações legais e práticas
da obtenção de resultados de seus trabalhos. de mercado para remuneração de pessoas.
• Definir conceitualmente o que é remuneração e analisar as • Avaliar e implantar formas de reconhecimento na obtenção
formas mais frequentes de sua ocorrência em ambientes de resultados, na forma de premiações, em ambientes de tra-
de trabalho. balho. Avaliar a importância do reconhecimento profissional.
Avaliar Pessoas nos
Ambientes Organizacionais
UNIDADE III 75
O segundo caso difere, substancialmente, do primeiro por ter o foco principal no trabalhador em si,
enquanto o primeiro dedica-se a avaliar o trabalhador no exercício de um cargo específico na estrutura
organizacional da empresa.
O processo de avaliação de colaboradores pode ser estruturado da seguinte forma:
1
Define-se o objetivo da avaliação
Exemplo: avaliar o desempenho da equipe de vendas da filial 2 da empresa, no período de janeiro a
dezembro do ano passado, visando premiar os melhores resultados e verificar as causas dos piores,
para sugestão de intervenções.
2
Define-se a amostra para a avaliação
Detalha-se quem será avaliado. Apenas colaboradores do nível operacional? Gestores? Agentes ex-
ternos (proprietários de lojas terceirizadas, consultores, por exemplo) serão envolvidos?
3
Definem-se quais as respostas desejadas do processo de avaliação. Um conjunto objetivo é relacionar
cada funcionário ao número de itens vendidos ou ao número de atendimentos realizados para clientes
ou, ainda, ao número de contratos fechados. Outras respostas mais complexas são, por exemplo, os
porquês de determinados fenômenos: constante queda no nível de qualidade reportado pelos clientes;
frequente queda de resultados financeiros; perda de desempenho sob determinada situações etc.
4
“sim” ou “não” (Ex.: “Você recomendaria a um amigo trabalhar em nossa empresa?”; “Você considera
que seu trabalho é reconhecido pela empresa?”), e questões para atribuição de valores, de 0 (Zero)
– não concordo absolutamente – até 5 (cinco) – concordo absolutamente – são exemplos simples.
Há condições e especificações de métodos variados de questionamentos, alguns com a aplicação de
gráficos, outros com resultados mais elaborados. O importante é que estes métodos sejam aplicados
para se obter as respostas desejadas pela avaliação (como discutido no item 3) para atender ao ob-
jetivo principal dos processos de avaliação (como afirmado no item 1).
5
Aplicação das avaliações
Usando recursos adequados – privacidade, segurança, conforto etc. – os selecionados para as avalia-
ções são entrevistados, questionados ou mesmo monitorados (caso seja uma avaliação “em campo”,
nas condições reais de trabalho).
6
Consolidação e publicação dos resultados
Após as análises das respostas obtidas, da verificação dos resultados e de sua consistência, estes resul-
tados são consolidados e informados, na maneira pretendida – respondendo aos objetivos originais,
do item (1) – aos avaliados.
7
Tomadas de decisão
Com base nos resultados e na sua publicação e informação aos avaliados, decisões são formuladas
e implementadas nos padrões da empresa.
UNIDADE III 77
Em Chiavenato (2014), você poderá encontrar trabalhador, um processo de avaliação contínua –
outras sugestões da vasta gama de propostas exis- portanto, não é realizado numa única sessão, mas
tentes para formulários e indicadores de avaliação, ao longo de um período, após o qual ocorre uma
que possibilitam aos gestores obter resultados ní- síntese – focando nos objetivos organizacionais
tidos, detalhados e prontos para formular respos- do trabalho por ele realizado. O processo proposto
tas eficazes às questões que lhe interessem avaliar. determina entregas parciais de resultados, comu-
A exposição dos resultados empresariais – nicação constante com o avaliado e, finalmente,
como os financeiros, de contabilidade, de vendas negociações referentes aos resultados obtidos para
ao mercado etc. – poderá também ser feita de eventual acerto, até mesmo, nos objetivos previstos.
inúmeras formas, desde relatórios, passando por Já citada, em termos mais gerais, a avaliação
tabelas, alcançando gráficos que podem comu- por competências foca não o cargo em si ou a
nicar a pessoas, individualmente, ou a grupos e função realizada, mas um conjunto de competên-
a toda a organização, um determinado ponto ou cias que o trabalhador deverá demonstrar para
aspecto do desempenho avaliado. realizar as suas funções previstas. Estas com-
Encerramos este tópico de nosso curso tratan- petências enquadram-se em contextos técnico,
do de alguns tipos de avaliação de pessoas fre- conceitual ou interpessoal, envolvendo aspectos
quentemente aplicados pelas empresas, consoli- como o aprendizado e o repasse de conhecimen-
dando algumas observações a respeito. tos tecnológicos, a comunicação interpessoal e
A primeira forma, chamada “método de cam- convivência, a capacidade de repercutir resultados
po” ou “estudo de campo”, assemelha-se à maneira de trabalhos com colegas, entre outros. Os vários
tradicional, até aqui tratada nos exemplos. Nesta, indicadores amostrados são consolidados para
o gestor realiza entrevista com um ou mais co- compor um cenário final de desenho do contex-
laborador para aplicar as questões propostas em to de competências do trabalhador, indicando-o
seu projeto de coleta de informações, destinadas para uma determinada função, atividade, respons-
a compor a resposta para a questão proposta. abilidade ou determinado cargo, de maneira mais
No “método dos incidentes críticos”, o avali- abrangente, irrestrita e completa.
ador busca verificar itens de máxima ou míni- O uso de técnicas de autoavaliação pelos
ma relevância, excessos em pontos positivos ou colaboradores é uma forma de permitir sua ex-
negativos, do desempenho de um colaborador. O pressão e seu envolvimento nos processos de
objetivo desta forma, que é próxima da sugerida avaliação, gerando um ambiente mais favorável
por Frederick Taylor em seus primeiros estudos para discussão, disseminação e desenvolvimento
sobre este tema, é buscar reter e desenvolver o dos resultados. Aqui, os questionamentos feitos
máximo desempenho e eliminar os fatores dos devem ser projetados para que o trabalhador sin-
piores resultados. É alvo de várias críticas, pois ta-se motivado a informar aos avaliadores suas
não promove a compreensão dos elementos ou percepções para o trabalho, o que gerará resul-
desempenhos intermediários, focando, apenas, tados que poderão ser contrapostos a outros e
nos incidentes. enriquecer a possibilidade de respostas objetivas
A avaliação participativa por objetivos (APPO) ao problema proposto.
moderniza a aplicação de técnicas de uma proposta Conceitualmente, um grupo de avaliações é
anterior, APO (Avaliação por objetivos), em que considerado “de cima para baixo” ou “de baixo para
o gestor/avaliador estabelece, em conjunto com o cima”, conforme seja realizado pelos funcionários
UNIDADE III 79
Entre os principais fatores, citamos, com base tema não previa a informação de mapas, listas de
em Chiavenato (2015, p. 316): pontos alcançados, gráficos, diagramas etc., reco-
• motivação: estar atento, pronto e disposto menda-se que não o faça. Alguns dos resultados
a realizar a tarefa; alcançados, essenciais para a gestão e investimento
• habilidades: aquilo que o colaborador já da empresa, devem ser informados, privativamen-
conhece e suas condições para aprender e te, aos colaboradores, sendo esta uma função de-
desenvolver mais capacidades de atuar, no signada, frequentemente, ao gestor de pessoas e
sentido de realizar suas tarefas; aos gestores imediatos dos trabalhadores.
• satisfação: o trabalhador manifesta boa Cuidados especiais devem ser tomados com os le-
aceitação de designação de tarefas, do am- vantamentos, principalmente, quando for informado
biente de trabalho e do relacionamento aos colaboradores que as informações serão tratadas
com os colegas; como anônimas (seus autores não serão identifica-
• compreensão: o trabalhador compreende dos) ou sigilosas.Dessa forma, valores financeiros,
integralmente o que faz na empresa, como comportamentos inadequados, possíveis ofensas ou
sua empresa deverá atuar – ou seja, sua es- quebras de regulamento, entre outras notificações
tratégia – e, finalmente, sua inserção junto à e eventos serão detalhados pelos entrevistadores,
estrutura, à tecnologia, aos métodos e aos re- cabendo aos gestores avaliar se tais evidências se
lacionamentos de mercado de sua empresa. confirmam, por meio de levantamentos posteriores,
respeitando-se a definição inicial – serem anônimas,
Sobre a publicação de resultados, recomendações sigilosas etc., – informadas aos entrevistados.
à luz da ética profissional e empresarial, o gestor de Esperamos que este material ajude-o a realizar
pessoas deve acautelar-se de ater-se ao que previa esta atividade de grande demanda por parte das em-
originalmente o sistema de avaliações, quando foi presas, relevante no ambiente de gestão estratégica
divulgado e iniciado, aquilo que é de informação como um todo e de grande destaque como atuação
geral para os trabalhadores. Assim sendo, se o sis- ética, moral e técnica da gestão de pessoas.
UNIDADE III 81
base jurídica específica, que traduz em códigos
legais nossos princípios da Constituição Federal,
espelhando, assim, em termos regulamentares,
Conceituamos salário como o valor acertado a práticos, para serem seguidos por empregadores,
ser recebido por um trabalhador em retorno de trabalhadores e judiciário aquilo que acordamos
um serviço executado. Este valor é resultado de entre nós nos termos de cidadania, atribuição
um acordo prévio entre o contratante do traba- constitucional. A CLT foi promulgada pelo Decre-
lho e o trabalhador e deve seguir as definições to-lei 5452, de primeiro de maio de 1943, também
legais da região, setor e formas de trabalho exis- sob a presidência de Getúlio Vargas.
tentes, como discutiremos ao longo do material. Além dos princípios constitucionais e da
consolidação das leis trabalhistas, a legislação
específica que trata do trabalho, no Brasil, apoia-
É importante notar que, no Brasil, assim como em se em um conjunto de Normas Regulamenta-
vários sistemas econômico-financeiros mundiais, doras. As NRs são códigos específicos, dividi-
há um valor estipulado como “salário mínimo”, das por capítulos, que especificam condições e
pela lei trabalhista, que define um patamar míni- requisitos reais de realização de trabalhos, ob-
mo, abaixo do qual não é legal praticar um valor servando a saúde ocupacional e a medicina do
de salário. Este valor de salário mínimo, no Bra- trabalho, ou seja, os parâmetros, determinações
sil, é anunciado pelo governo federal, no final de e especificações que determinarão limites para
cada ano, definindo o patamar que será praticado que o trabalhador exerça suas atribuições, obe-
a partir de primeiro de janeiro do ano seguinte. decendo a condições fundamentais e mínimas
que não lhe tragam problemas de saúde tem-
porários ou permanentes, mesmo após o en-
cerramento da atividade e riscos evidentes de
acidentes ou perturbações. Exemplos de normas
A definição de um salário mínimo, no Brasil, data regulamentadoras, cujo conjunto atual divide-se
de 1936, quando o então presidente Getúlio Var- em 36 capítulos, cada um referente a um tema
gas promulgou a Lei 185, seguido da definição definido de risco ocupacional e medicina do
pelo Decreto Presidencial, em 1938. A proposta trabalho são:
buscou encerrar um grave problema, pois o país • NR 5 – Estruturação da Comissão Interna
tinha mais de dez valores diferentes, regionais, de Prevenção a Acidentes (CIPA), grupo
indicados para salários mínimos. delegado pela empresa para avaliar as con-
dições de trabalho.
• NR 10 – Observa trabalhos com eletri-
É importante citar que, para os aspectos legais da cidade.
legislação trabalhista, envolvendo temas, como a • NR 14 – Trabalhos com fornos industriais.
remuneração, a fonte principal é nossa expressão • NR 18 – Trabalhos em construção em ge-
básica de legislação chamada Consolidação das ral, especialmente, a construção civil.
Leis do Trabalho (CLT). Consideramos a Con- • NR 23 – Proteção contra incêndios.
solidação das Leis do Trabalho, ou CLT, como a • NR 32 – Trabalhos no setor de saúde.
UNIDADE III 83
das normas regulamentadoras do trabalho, tos que merecerão a análise do gestor de pessoas,
Norma Regulamentadora de número 16, observando a remuneração como parte integrante
ou, simplesmente, NR16, trabalhos com do reconhecimento:
explosivos, inflamáveis, radiação ionizante • relevar aspectos, como tempo de trabalho,
e substâncias radioativas, transportes de formação e experiência no exercício de de-
valores e risco de exposição à segurança terminada função;
e violência física e trabalhos com energia • correlacionar o tempo de trabalho ao de-
elétrica. sempenho – esta é uma situação poten-
• Funções consideradas insalubres: adi- cialmente complexa, pois um trabalhador
cional de insalubridade – os trabalhadores com pouco tempo de trabalho e/ou jovem
expostos a condições de severidade à saúde poderá exceder os valores amostrados para
ou insalubres devem receber adicionais de o desempenho profissional dos mais expe-
10%, 20% ou 40% do salário mínimo de rientes, com mais tempo de atuação na em-
referência regional (valor informado pelo presa e no mercado. Nestes casos, o gestor
Ministério do Trabalho), em função do de pessoas deverá desenvolver, pesquisar
grau atribuído pela legislação trabalhista. e negociar as decisões de remuneração e
Estes valores são definidos, em função de da comunicação de resultados, de forma
cada setor ou trabalho, segundo descrito a manter a postura ética e o ambiente de
nos anexos da Norma Regulamentadora trabalho;
15, como: Anexo II – Trabalho com ruídos; • avaliar as questões hierárquicas, do exercí-
Anexo III – Trabalho em situações de ca- cio de chefia e cargos gerenciais: alguns tra-
lor; Anexo VIII – Trabalho com vibrações; balhadores, como os vendedores, poderão,
Anexo XIV – Agentes biológicos (GUIA por questões de desempenho ou de tempo
TRABALHISTA, 2017). de trabalho, receber valores, eventualmen-
te, próximos ou, até mesmo, superiores aos
Desta forma, a remuneração do trabalhador pode de seus gestores. Tais situações também
ser compreendida como a associação de compo- requererão continuada avaliação por parte
nentes mínimos, definidos por lei, adicionados de do gestor de pessoas;
benefícios incorporados aos salários, mais bene- • a remuneração pode ter aspecto competiti-
fícios temporários e outros fatores, como premia- vo, contudo se observando, rigorosamente,
ções, reconhecimentos ou facilidades, negociados, os limites e as avaliações para que tal não
especificamente, com os empregadores. decorra em eventual competição exacerba-
Um importante aspecto da remuneração é ser da, comprometendo o ambiente e o clima
vista, pelos colaboradores, como um componente de trabalho;
crítico do reconhecimento pelos seus trabalhos • reconhecimentos de equipes devem ser
e desempenhos. Desta forma, aos gestores de também observados, respondendo à ques-
pessoas, cabe definir, implantar o que é exigido tão efetiva “Como premiar cada membro
pela lei e administrar os benefícios, de manei- do time?”. Lembrar-se de que negociações,
ra a possibilitar que os profissionais integrantes comunicações e seguimento às leis e metas
dos quadros da empresa tenham a percepção de estratégicas da empresa devem parametri-
reconhecimento. Diante desta afirmação, são fa- zar tais decisões de ordem prática.
UNIDADE III 85
É importante ressaltar a correspondência das análises de
salários a dois outros fatores fundamentais já estudados nas au-
las anteriores: a descrição de cargos e a estrutura organizacional.
A delegação de tarefas, de funções e de atribuições pode não
apenas corresponder a salários maiores, valores definidos de
maneira mais competitiva, mas ser alvo de pagamentos adicio-
nais, legalmente tratados, como os adicionais de insalubridade
e periculosidade.
Já a estrutura organizacional pode definir valores mais altos em
virtude do exercício de cargos de gerência, de chefias eventuais ou
de responsabilidades e de delegações específicas – como é o caso
de um gestor de logística que se desloca para outra cidade, estado
ou país, para abertura de uma nova operação. Aqui, as negociações,
predominantemente internas, devem garantir que estes profission-
ais, em delegação de mais atribuições, serão remunerados de forma
a reconhecer suas maiores atribuições nas atividades que se respons-
abilizaram. Há destaque, claro, para o exercício de funções mais
elevadas, como as de direção, em que, geralmente, em modalidade
moderna, os gestores recebem valores adicionais por desempenho,
como bônus por alcance de metas, números de contratos fechados,
número de clientes atendidos por unidade de tempo etc.
Há várias funções e atividades estratégicas relacionadas às práti-
cas de políticas salariais nas empresas. Entre estas, podemos definir:
• Atração de talentos: quando a empresa se torna uma refe-
rência na remuneração do trabalho, como boa recompensa-
dora de desempenhos, levando aos trabalhadores, principal-
mente os mais eficazes, a desejarem compor seus quadros.
• Liderança em custos: quando a empresa, seguindo a es-
tratégia proposta nos modelos de “melhor gestor de custos
do mercado”, domina perfeitamente os custos trabalhistas
associados à remuneração de cada trabalhador, permitindo
que saiba reduzir e ampliar custos, quando necessário.
UNIDADE III 87
• Um gestor de relacionamentos de uma já vistos. Os valores referentes às férias dos traba-
instituição financeira recebe uma pre- lhadores são adicionais pagos mesmo durante sua
miação, em valor adicionado uma só vez ausência para gozo das férias legais e de um valor
ao seu pagamento, no final do exercício adicional, de um terço da remuneração, a ser pago
fiscal da empresa (como no caso brasi- pelo empregador na mesma oportunidade.
leiro, ao final do mês de dezembro), em
virtude do número de contratos realiza-
dos com empresas – por exemplo, de em-
préstimos realizados para investimentos
em produção. O tema pagamento de bônus, como adicionais
• Um trabalhador do setor de atendimen- de remuneração a executivos é um tanto con-
to ao cliente – um vendedor, profissional troverso e é muito debatido. Conheça um pouco
de saúde, de transportes, entre outros – mais sobre os pontos de vista existentes, em que
recebe uma meta, designada a partir do o autor destaca sugestões para esse tipo de re-
plano estratégico de, no prazo de seis me- muneração. Acesse o link disponível em:
ses, realizar “n” trabalhos (vendas, ofertas, <http://www.administradores.com.br/noticias/
transportes entre cidades) com reconhe- negocios/bonus-e-stock-options-a-remuneracao-
cimento dos clientes e correspondentes -dos-executivos-em-nosso-pais/38369/>.
faturamentos. Ao final deste período, os
trabalhos são computados, e o reconhe-
cimento dos clientes é comparado com
estas realizações para que se avalie a con- Na mesma publicação, vemos os adicionais por
dição de remuneração. serviço noturno – remuneração negociada para
• Um gestor que administra uma linha de pagamento de jornadas realizadas no período
produção fabril receberá um adicional se entre 22 horas e 5 horas do dia posterior – e de
conseguir que sua equipe aumente sua transferência, no valor de 25% adicionais quan-
produtividade, sem danos aos produtos do o trabalhador, por interesse do empregador, é
finais, evitando “recalls” (correções de de- transferido para outra praça que não a celebrada
feitos no campo, quando os produtos já no contrato original.
estiverem em uso pelos clientes). O mesmo autor argumenta sobre o pagamen-
to do décimo-terceiro salário, ou gratificação de
Nestes e em outros exemplos similares, os traba- Natal, que é recebida pelo trabalhador como um
lhadores terão um adicional de pagamento às suas pagamento extraordinário, no valor de 1/12 do
remunerações básicas, como um prêmio ou re- salário recebido para o mês de dezembro.
conhecimento em função de suas habilidades ou Um destaque especial deve ser dado também
competências, demonstradas por alcance de nível aos adicionais, na forma de bonificações diretas
superior de desempenho em seus trabalhos-alvo. ou indiretas, em valores monetários ou benefícios
Orsi (2015) argumenta sobre os adicionais que (residências, uso de bens móveis – carros, tele-
incidem na remuneração por obrigações legais. fones, eletrodomésticos – viagens etc.) aos profis-
Dentre eles cita os abonos de férias, pecuniários, sionais que exercem cargos diretos e executivos
insalubridade e periculosidade, estes dois últimos em situações mais relevantes nas empresas. Para
UNIDADE III 89
Em Orsi (2015), vemos a apresentação de vários como parâmetro efetivo de noção do al-
critérios para a definição de um sistema e parâ- cance destes cenários, que podem muito
metros de remuneração de trabalhadores. Ali, por bem serem alinhados ao planejamento
exemplo, acham-se definidas formas de pesquisar estratégico empresarial.
o mercado e definir remunerações corresponden-
tes aos valores inferiores, médios ou superiores Finalizando este tópico, cabe citar a partir de Orsi
praticados pelo nosso setor, em sintonia com nos- (2015, p. 192-193) que a composição da remune-
sa política estratégica geral de mudar o quadro de ração pode se dar com os adicionais dos seguintes
pessoal, desenvolver ou reter trabalhadores, con- benefícios:
forme as situações internas e externas de mercado. • Alimentação: auxílio à alimentação em
O autor assinala, na página 178, o fator “ris- casa ou no local de trabalho, cestas básicas.
co”, associado, por exemplo, à perda de um fun- • Educação: apoio para cursos de gradua-
cionário qualificado para um concorrente de mer- ção, idiomas ou pós-graduação.
cado, à remuneração adicionada por premiações • Familiar: auxílio creche, funeral, compra
de permanência no cargo por muito tempo. Desta de material escolar, seguros de vida ou de
forma, a medida que o trabalhador permanecesse patrimônio.
mais tempo no cargo, por meio da concessão de • Médico – odontológica: tratamentos clí-
premiações por tempo de serviço, seu salário, em nicos, exames laboratoriais, medicamentos
valor maior, se tornaria um atrativo para que este e realização de inventários médicos.
não buscasse ou aceitasse a mudança de trabalho. • Previdência privada.
Adicionando a esta visão comentada anterior- • Transporte: vales, bilhetes, concessão de
mente, Chiavenato (2014) indica-nos três visões automóvel ou uso de veículos corporativos
importantes, desenvolvidas pelos trabalhadores, para deslocamento às instalações.
referentes à remuneração: • Outros: cestas de Natal, cotas de clubes,
• Sentimento de segurança: corresponde convênios (alimentação, saúde etc.)
à sensação de reconhecimento, por parte
do trabalhador, de que a remuneração ga- Ao findar este tópico, compreendemos que é real-
rante seu padrão de vida e daqueles que mente um fato estratégico conhecer e dominar
dele dependem. como um trabalhador pode ser remunerado, saben-
• Reconhecimento: fornece a percepção de do-se o que é básico, legal e obrigatório e o que pode
que está trabalhando corretamente, que ser adicionado em função de seu desempenho, mé-
a empresa reconhece sua produção e seu rito, realização de tarefas, exercício de cargos etc.
desempenho. No próximo, que encerra nossa abordagem
• Objetivos: estabelece um sistema de obje- desta unidade, relacionaremos estes aspectos ao
tivos a alcançar, propondo a remuneração fator reconhecimento.
UNIDADE III 91
“
“
“Obter o fechamento de mais 130 contratos a concessão das premiações e do reconhecimento:
de negociação do produto Y, para os clientes • valores e parâmetros quantitativos que de-
de perfil P1 e P6, das localidades L1, L2 e terminam que os colaboradores que atin-
L3, no período de 12 meses, em vendas de giram tais níveis são elegíveis para essas
preço integral, podendo usar sistemas de concessões;
parcelamento do pagamento”. • o que será designado, entregue ou ofertado
ao colaborador que tem o merecimento,
Consideremos que tal meta será designada a em uma sistemática que afaste tais premia-
uma unidade territorial de comercialização da ções do improviso ou informal.
empresa, composta por, ao menos, um gestor
e sua equipe associada. É possível prever que, Embora, aparentemente,, favoráveis ao estabele-
com a obtenção da meta, ao final dos doze cimento de um ambiente amistoso de trabalho, as
meses, os colaboradores envolvidos recebam concessões informais acabam trazendo um risco
premiações em dinheiro e/ou outras formas gerencial expressivo na imprecisão de tratamento
de reconhecimento. Estas possibilidades serão do merecimento, levando a problemas como o de
discutidas a seguir. Além desta afirmação ini- premiar dois colaboradores, em situação idêntica
cial, também é uma perspectiva que o gestor da de crédito, de maneira diferente. Tal fato traria
equipe seja reconhecido de forma diferente, de- desconfiança ao sistema de premiação.
vido à responsabilidade assumida pela hierar- Sintetizando as contribuições de autores para
quia da empresa em comparação aos retornos os motivos de concessão dessas premiações e do
providos aos demais colaboradores, membros reconhecimento previsto, temos:
integrantes da equipe. • alcance dos objetivos organizacionais –
Adiante, as recompensas podem ser dividi- como a premiação por “bater a meta” quer
das, como argumentam Chiavenato (2014) e Orsi seja ela uma determinação estratégica, tá-
(2015), em: tica ou operacional;
• financeiras: adicionais de remuneração, • tempo de serviço – fator que contempla o
como aqueles vistos no item anterior desta período integral do colaborador em vários
mesma unidade, em que valores pré-de- cargos ou no exercício de uma só função,
finidos são pagos aos trabalhadores em no quadro funcional da empresa;
reconhecimento ao alcance de objetivos • desempenho excepcional – quando o co-
estipulados pela empresa; laborador tem desempenho acima do que
• não financeiras: reconhecimentos por lhe foi especificado, excedendo, de maneira
mérito, declarações públicas, concessão significativa a meta proposta;
de benefícios, de vantagens permanentes • comportamentos e posturas – o trabalha-
ou temporárias, uso de recursos, como dor é reconhecido pelo compartilhamen-
automóveis, diárias de hotel, concessões to de conhecimento produtivo, benéfico
de viagens etc. ao ambiente de trabalho, como reconhe-
cido pelos colegas e gestores, ou mesmo
Em todas estas formas, torna-se uma atitude res- é decisivo, em termos de seu comporta-
ponsável, por parte da empresa, definir de maneira mento para que ocorra um melhor clima
antecipada dois componentes fundamentais para organizacional;
UNIDADE III 93
• o cargo a ser ocupado deve ser também avaliado de forma con-
sistente, pois pode não ser adequado ao colaborador a ele de-
signado;
• após a obtenção deste alinhamento, procede-se à análise final de
remuneração, nova sistemática de benefícios, atributos e obriga-
ções da delegação e descrição rigorosa do cargo, para se fazer a
oferta em reconhecimento ao bom desempenho obtido.
95
LIVRO
96
CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri:
Ed. Manole, 2014. (capítulos 8, 9, 10 e 11).
______. Gerenciando pessoas: transformando o executivo num excelente gestor de pessoas. Barueri: Ed.
Manole, 2015.
GUIA TRABALHISTA. Norma Regulamentadora 15: Atividades e operações insalubres. Disponível em:
<http://www.guiatrabalhista.com.br/legislacao/nr/nr15.htm>. Acesso em: 26 jan. 2018.
97
1. a)
Não se define uma “competição” entre trabalhadores como objetivo da gestão de pessoas.
2. c)
Que corresponde à situação negociada e prevista em lei.
3. c)
Com falsa, verdadeira, falsa.
98
99
100
Dr. George Leal Jamil
Conceitos Fundamentais
para Gestão de Pessoas -
Parte III
PLANO DE ESTUDOS
Qualidade de Liderança -
vida no trabalho o papel do líder
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Como promover e desenvolver a noção de qualidade de • Avaliar e definir o papel do líder nos projetos e coordena-
vida no trabalho. ção de atividades organizacionais.
• De que forma podemos mensurar, desenvolver e apri- • Avaliar como o líder é formado nas organizações, como
morar a satisfação dos trabalhadores no ambiente or- desenvolve sua liderança situacional e de que forma é
ganizacional. possível reter este profissional nos quadros empresariais.
Qualidade de Vida
no Trabalho
UNIDADE IV 103
Ainda avaliando as citações nesta obra, encontram- • Ambiente físico e psicológico de traba-
-se comentários de outros autores sobre o respeito lho - envolvendo infraestrutura, tecnolo-
às atuações, expectativas e personalidade dos tra- gia disponível e clima de relacionamento
balhadores, repercutindo em ambiente favorável existente entre as pessoas e estruturas
onde reside respeito mútuo e atendimento às con- empresariais.
dições físicas e de relacionamento essenciais para • Liberdade de atuar e tomar decisões -
que o trabalhador atue com êxito. É interessante, um item que expressa confiança gerencial
também, comentar que alguns autores se referem e situacional para com os trabalhadores,
à QVT como tendo um aspecto de “ideologia”, ou numa terminologia vagamente conhecida
seja, de base de concepção de ideias e propostas, na atualidade como “empoderamento”.
onde a QVT irá fundamentar o que um trabalha- • Participação ativa - o trabalhador se sen-
dor fará sempre, sendo seu subsídio e exigência. te útil, engajado nos trabalhos e produção,
Walger, Viapiana e Barboza (2014, p. 195) apre- sendo coautor de produções e participante
sentam alguns componentes da qualidade de vida nos resultados obtidos.
no trabalho, que citamos e comentamos a seguir:
• Satisfação com o trabalho executado Nesta mesma obra, as autoras ainda avaliam vá-
- consciência de ter sido bem feito, em rios modelos teóricos para a QVT, identificando
função de especificações precisas e ex- fatores e aspectos essenciais para que seja pla-
pectativas alinhadas. nejada e ocorra. Entre estes, consolidando dos
• Possibilidade de futuro na organização modelos citados (no item 6.3, das páginas 183 a
- em que o trabalhador se sente motivado 199), temos:
a percorrer um plano de carreiras, a se de- • Participação nas decisões empresariais.
senvolver adiante no quadro e nas funções • Estruturação do trabalho correspondendo
organizacionais previstas. às competências dos colaboradores e sua
• Reconhecimento pelos resultados al- integração em times de trabalho.
cançados - já abordamos o tema na uni- • Inovação no sistema de recompensas (veja
dade anterior, em que discutimos como unidade anterior).
a organização percebe os resultados do • Melhoria em condições físicas, psicológi-
trabalho realizado. cas, de horário e ambiente estrutural do
• Salários e benefícios adicionais perce- espaço de produção.
bidos - também abordados, na unidade • Sensação de autonomia.
anterior, inclusive com a noção de retorno, • Relacionamentos entre membros de uma
de reconhecimento, os valores financeiros equipe, entre equipes e com superiores e
compõem o quadro de fatores de aprecia- níveis estruturais da empresa.
ção da empresa para com os resultados • Compensação considerada adequada, pe-
obtidos no trabalho. los resultados obtidos.
• Relacionamento humano e com as • Saúde e segurança do trabalho (veja, na
equipes - comunicações, convívio salu- unidade anterior, a descrição para as con-
tar, respeito mútuo, amistosidade, reco- dições de segurança do trabalho pela le-
nhecimento, entre outros, entre colegas gislação trabalhista brasileira).
de trabalho. • Oportunidades de crescimento e segurança.
UNIDADE IV 105
• Ocorrência de absenteísmos, doenças
ocupacionais e fatores ligados ao stress
ocupacional.
• Deterioração do clima organizacional, ge-
rando falhas e riscos nos relacionamentos
interpessoais.
• Aumento do “turnover”, ou seja, da taxa
indesejável de rotatividade de colabora-
dores na empresa, com problemas para
captação e retenção de talentos.
UNIDADE IV 107
Neste tópico, em desenvolvimento ao que con-
ceituamos e exploramos como qualidade de vida
no trabalho, estudaremos algumas percepções da Tenha sua dose extra de
motivação e da satisfação no ambiente de traba- conhecimento assistindo ao
lho, iniciando pelos conceitos de ambas sensa- vídeo. Para acessar, use seu
ções, passando ao foco do trabalho do gestor de leitor de QR Code.
UNIDADE IV 109
É oportuno comentar que vários autores, tais • Necessidades fisiológicas: relacionam-
como Chiavenato (2014), comentam sobre um -se ao organismo, às funções orgânicas
certo “contágio” da satisfação dos trabalhado- básicas, em geral alvo de atividades liga-
res, como um processo em que um profissional das à saúde ocupacional. Por exemplo, a
satisfeito pode tornar mais fácil ao colega, com ergonomia, existência de instalações sani-
quem tenha bom relacionamento laboral e so- tárias, o respeito aos horários de trabalho
cial, o compartilhamento deste nível de satisfação, e descanso etc.
tornando-o mais aberto a também desenvolver • Necessidades de segurança: definem
este aspecto. o primeiro contexto relacionado às po-
Para discutir os aspectos de satisfação do tra- líticas e práticas de trabalho, referindo-se
balhador, é oportuno recorrer a uma definição à remuneração, relacionamentos, sensa-
fundamental das “Necessidades Humanas”, em que ção de tranquilidade e estabilidade para
o autor, o psicólogo norte-americano Abraham realização do trabalho, segurança física e
Maslow, diferenciou cinco níveis progressivos de patrimonial, entre outros.
carências exibidas por todos os seres humanos em • Necessidades sociais: correspondem aos
suas vidas. O modelo é reproduzido na Figura 1. fatores de sociabilidade, bom relaciona-
Neste simples e efetivo modelo, Maslow nos mento, respeito e integração de trabalha-
informou a respeito de cinco níveis de necessi- dores junto às equipes que integram e aos
dades e sua decorrente satisfação, comentados a demais relacionamentos no ambiente de
seguir, em ordem progressiva: trabalho.
Autorrealização
Responsabilidade por resultados
Reconhecimento e orgulho
Estima Oportunidade e promoções
Intervalos de descanso
Fisiológicas Conforto físico
Horário de trabalho
UNIDADE IV 111
No campo da gestão de pessoas, portanto, as de-
finições que orientam motivações e permitem
gerenciar os resultados, conduzindo à satisfação
dos colaboradores, é novo paradigma em que os
gestores devem se concentrar. Ao adotar procedi-
mentos claros, metas obtidas com a contribuição
de agentes e, por último, bons métodos de comu-
nicação, torna-se este relacionamento motivação
- relacionamento de grande potencial de uma efe-
tiva gestão de pessoas.
Liderança -
O Papel do Líder
UNIDADE IV 113
N
o campo empresarial, Henry Ford, Lehmann, da Família Setúbal, Jorge Gerdau, Abí-
Thomas Edison, Nikola Tesla, John lio Diniz, Luíza Trajano e Guilherme Leal, entre
Rockfeller, Jack Welch e Walt Dis- muitos outros, são profissionais que marcam a
ney, numa lista interminável, são história empreendedora nacional com suas expe-
exemplos de lideranças que marcaram o setor riências, casos de sucesso, inserção mercadológica
empresarial internacional. No Brasil, em uma lista de marcas e ações bem-sucedidas de mercado.
também relevante, temos a própria atuação dos As experiências destes líderes não servem ape-
imperadores D. Pedro I e D. Pedro II, do Barão de nas para orientar suas empresas ou setores, mas
Mauá, Irineu Evangelista de Sousa, de imigran- como bases para análise de formação dos futuros
tes como Francesco Matarazzo, do empresário líderes e gestores. Suas atuações são, na verdade,
Antônio Ermírio de Moraes, entre muitos outros sempre confrontando o risco, sempre encarando
grandes nomes que são apresentados em nossa decisões críticas, em que os casos de sucesso se
história empresarial. tornam matérias evidentes na imprensa de negó-
Nos tempos modernos, temos a grande inci- cios e os eventuais erros são, também, discutidos
dência dos líderes inovadores, como aqueles que amplamente, gerando resultados, por vezes, de
propuseram e ofertaram inovações ao mundo. De encerramento de suas carreiras, num mecanismo
forma impactante, o setor de tecnologia nos traz inevitável de exposição pública.
os nomes de Steve Jobs, Bill Gates, Sergei Brin, Vários autores têm buscado discutir as frontei-
Larry Page, Larry Ellison e Jeff Bezos. Além destes, ras entre o exercício da liderança e da gestão, ou
Howard Schultz (Starbucks), Elon Musk (PayPal, da liderança e da chefia, ou ainda, da liderança e
Tesla e SpaceX) e Richard Branson (Virgin) são dos cargos executivos. Como vemos em Robbins
exemplos de líderes visionários inovadores. (2005), os líderes demonstram combinações de
No Brasil, nossa história empresarial tem as traços de domínio organizacional com a convi-
marcas de empreendedores como Jorge Paulo vência social, relacionamentos e emocionais. Já
UNIDADE IV 115
É interessante pensarmos como estes profissio- os liderados irão dispensar à definição deste re-
nais que citamos, no início deste tópico, forma- lacionamento. Os liderados devem reconhecer
ram-se e se tornaram líderes, também pensando no líder, quer seja ele situacional ou em exercício
no delicado fator que é o exercício de liderança. fruto de uma delegação, vários fatores que tornam
Numa visão inicial, há de se questionar se esta seu exercício de liderança inconteste, como:
liderança exercida é por um prazo definido ou • Comprovada competência técnica - co-
indefinido. Neste caso, temos a figura do líder nhecimento, domínio de contexto, apli-
situacional. Imagine o caso de um membro de cação dos conhecimentos.
uma corporação militar, diante de uma situação • Comprovada competência gerencial - ter
de crise momentânea, em que os demais militares vivido situações de demanda, de pressão,
lhe são subordinados, por virtude de ele ter uma de relacionamento que determinaram sua
patente superior (exemplo: é o único sargento do intervenção, com sucesso.
grupo em ação). Pela obediência à hierarquia, este • Histórico - o profissional em exercício de
profissional de corporação se torna responsável liderança é reconhecido por ações e desem-
em conduzir seus subordinados às ações que se penhos anteriores, que o promoveram a esta
desenvolverem naquele cenário - crises, enfren- condição de momento. Lembre-se que o mi-
tamentos, negociações. Lembramos que, algumas litar frequentou cursos, treinamentos e foi
vezes, estas situações não podem aguardar uma avaliado em processo definido, conduzin-
decisão mais demorada, cuja negociação tome do-o àquela patente que agora possui, numa
mais tempo, ou envolva exames mais detalhados condição semelhante, em alguns pontos,
de possibilidades e perspectivas. No caso, este líder àquelas do executivo que exemplificamos.
situacional, o militar presente cuja patente é mais • Imagem - o líder se torna inspirador pela
alta, terá de liderar, de assumir tal responsabilida- confiabilidade, reputação, ética e respeito.
de, em caráter emergencial. São figuras que o que se propõe a líder não
Esta situação anteriormente descrita é diferen- pode deixar de relevar, tornando-se parte
te de um profissional que, devido ao brilhantismo de sua marca.
de sua conduta empresarial, onde, por exemplo, • Capacidade de decisão - decisões, inclu-
chefiou um projeto de expansão da empresa em sive aquelas ligadas à gestão de inovações,
outro estado, outro território, recebe como reco- nunca são simples, sem conflitos. Portanto,
nhecimento a indicação para liderar a “filial do assumir a responsabilidade pelos atos e de-
Estado” ou a “empresa no nível Brasil”, tornando- cisões, pela comunicação e desdobramen-
-se gestor de uma corporação grande, com vários tos é importante e reconhecido por todos.
níveis e grande abrangência. Aqui, o processo é
previsível, controlado e com delegação formal, Também é necessário destacar o relacionamento
numa situação de liderança diversa da anterior. do líder com os erros eventualmente cometidos.
O exercício de liderança passa, contudo, como Anteriormente, citamos vários casos de líderes,
lembra Chiavenato (2014), pela consideração que entre muitos outros que poderíamos abordar. Suas
UNIDADE IV 117
Desenvolver e Reter a
Liderança Organizacional
UNIDADE IV 119
Figura 2 - Grid Gerencial
Fonte: adaptado de Oficina de Gerência (2009, on-line)1.
Diante do que foi estudado por Bowditch e Buono definições, a liderança se estabeleça, quando, a
(2017), podemos verificar várias alternativas para partir daqueles itens, enunciados de forma sim-
o desenvolvimento da liderança em meio empre- ples, temos a perspectiva de composição de planos
sarial. Estes dois autores ressaltam o trabalho de efetivos, de ações reais que a empresa irá tomar.
John Kotter, pesquisador, que encontrou, em suas Relativamente a reter o líder nos quadros fun-
intensas pesquisas sobre gestão e liderança, o fator cionais, aqui se encontram algumas das propostas
de “definição de agenda” como fundamental para anteriormente discutidas para todos os colabo-
se compreender a caracterização de um gestor radores, mais especificadas, ou detalhadas para o
como sendo potencial líder. Neste caso, o gestor caso do líder, daqueles que apresentam este perfil.
consegue estabelecer uma agenda de mais alto As ideias, segundo apregoam os autores, advêm
nível que, apesar de simples e aparentemente re- das características apresentadas pelos líderes, por-
laxada, tem coerência com o processo e atuações tanto, alguns pontos que podem ser implementa-
do futuro líder, possibilitando que, a partir destas dos pela gestão de pessoas seriam:
UNIDADE IV 121
1. Consideram-se aspectos de qualidade de vida no trabalho, exceto:
a) Ter uma perspectiva de futuro na empresa.
b) Ter satisfação com as definições de trabalho.
c) Perceber como se tornar chefe, com brevidade.
d) Desenvolver bom nível de relacionamento humano com equipes.
e) Ter voz ativa nas decisões empresariais.
122
FILME
FILME
123
BOWDITCH, J. L.; BUONO, A. F. Elementos de comportamento organizacional. São Paulo: Editora Cencage
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ROBBINS, S. Comportamento Organizacional. São Paulo: Ed. Pearson Prentice Hall, 2005.
WALGER, C.; VIAPIANA, L.; BARBOZA, M. M. Motivação e satisfação no trabalho: em busca do bem-estar
de indivíduos e organizações. Curitiba: Editora Intersaberes, 2014.
REFERÊNCIA ON-LINE
1
Em: <http://www.oficinadegerencia.com/2009/05/o-que-e-o-grid-um-usuario-importante.html>. Acesso em:
26 jan. 2018.
124
1. c)
De acordo com a base conceitual discutida, este não é um aspecto de qualidade de vida no trabalho.
2. e)
Em decorrência do agravamento das condições de trabalho.
3. b)
Atendendo ao detalhamento do modelo.
125
126
127
128
Dr. George Leal Jamil
Metodologias de Apoio
em Gestão de Pessoas
PLANO DE ESTUDOS
Avaliar carreiras
Estruturas organizacionais
profissionais e o exercício
e planos de carreira
da função no trabalho
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Como descrever e detalhar os perfis profissionais para • Como definir, planejar e implementar planos de carreiras
contratação e desenvolvimento em empresas. empresariais.
• Definir carreiras profissionais, sua maturidade e como estas • Relacionar as estruturas organizacionais e os planos de
podem ser desenvolvidas também no ambiente empresarial. carreiras profissionais e empresariais.
Definir Perfis de Pessoas
para Trabalhos Específicos
UNIDADE V 131
Abordando a Figura 1 temos, por exemplo:
Atividade profissional de mercado:
Certificação formal - diploma, Atividade profissional
concessão de certificado técnico, • Exemplos: Técnico em edificações; En-
registro profissional, titulação formal etc. genheiro Civil; Médico clínico-geral; Téc-
nico de contabilidade; Programador de
computadores.
Desejo funcional da empresa
Atividade profissional a ser exercida no Desejo funcional da empresa (tomando por
cargo/função a ser ocupado - o que base duas das descrições anteriores):
será alvo produtivo do profissional no
cargo funcional na empresa. • Supondo o técnico em edificações: atuar
no auxílio aos projetistas com relação a ati-
vidades de campo, em obras de construção
viária; seleção de fornecedores de materiais
Cargo/Função
Descrição da posição ou atuação do e recursos para obras de construção viária;
profissional contratado na comunicação com pessoal de campo.
estrutura organizacional da empresa. • Supondo o técnico de contabilidade: cole-
tar e validar dados contábeis da empresa,
seguindo padrões regulamentares, fiscais e
Figura 1 - Relacionamentos entre Atividade profissional
tributários; realizar lançamentos de custos,
de mercado preços, movimentações contábeis exigidas
Fonte: o autor. por lei; operar.
Concluindo a abordagem da Figura 1, podemos ter, para a delegação na estrutura organizacional da empresa:
• Técnico em edificações: encarregado de turma de obra viária na cidade C1.
• Engenheiro Civil: membro da equipe de projetos de prédios comerciais.
• Médico Clínico Geral: chefe do setor de atendimento de pediatria da Unidade de Pronto Atendimento.
Desta forma, realizando o relacionamento pretendido, que comporta a atividade profissional, o trabalho
a ser realizado na empresa e, finalmente, a delegação na estrutura organizacional, que, eventualmente,
abrange mesmo o exercício executivo.
Sobre o exercício de atividades executivas, já discutido em etapa anterior deste livro, principalmente
com relação às questões cargo/função, o processo de definições de perfis terá um papel muito importan-
te, pois correlacionará competências profissionais que envolvem formação e características adicionais
de tempo de formação e atuações anteriores, experiência; expectativas de níveis mais detalhados por
parte da empresa e, finalmente, determinações muito claras sobre cargos e funções a serem ocupadas,
como lembra Robbins (2015, p. 3-7).
Delegação profis-
sional na estrutura: Gestor
Definição do ensejo de equipe de atendimento a clien-
da empresa: Executivo, com sólida tes finais de agência, reportando-se à
formação profissional em gestão financei- direção regional. Chefiará uma equi-
ra de mercado, capacidades de relacionamento pe de até dez pessoas, envolvendo
e comunicação com clientes finais, com experiência atendentes finais e profissionais
no exercício profissional de gestão de investimentos de área técnica em investi-
por, pelo menos, três anos em instituição de mercado. mentos.
Conhecimentos de tecnologia da informação aplicada,
detalhes de legislação tributária, técnicas de venda de
serviços e gestão de equipe técnica. Conhecimentos
do mercado de varejo final de serviços de inves-
timentos para clientes pessoas físicas por
instituições do setor bancário.
Definição de for-
mação: Formações admissíveis -
Administrador de empresas; Contador;
Economista; Engenheiro de Produção; Ges-
tor financeiro. Profissionais de áreas quantita-
tivas, como Engenheiros, Cientistas da Com-
putação e Matemáticos, devem demonstrar
experiência prévia relevante e/ou formação
subsequente às suas graduações, como
pós-graduações específicas em Fi-
nanças e Investimentos.
Outras especificações usadas para definição de dores da área de gestão de pessoas, que retratam
perfis visam o estudo psicossocial de trabalha- atitudes, atuações, momentos de vida cotidiana
dores. Nesta abordagem, que pode ser adicio- e formações, buscando relacioná-las ao que a
nada à especificação funcional que trabalhamos organização espera de um determinado profis-
até agora neste texto, temos o uso de metáforas sional que preencherá estas funções e atividades
e simbologias, propostas por autores e pesquisa- no trabalho cotidiano.
UNIDADE V 135
Avaliar Carreiras
Profissionais e o Exercício
da Função no Trabalho
UNIDADE V 137
• Retornos, recompensas e reconhecimentos acumula conhecimento técnico e científico que o
ofertados no próximo patamar: outro fator leva, cada vez mais, a perceber tecnologias, nor-
crítico da análise do desenvolvimento da mas de projeto, habilidades de técnicas aplicadas
carreira, ressaltando se a oportunidade é e conhecimento específico de mineralogia, em seu
realmente interessante, se o retorno será campo de trabalho, mais aprofundado. Já, o mes-
percebido como autenticamente vantajoso. mo profissional poderá ter um desenvolvimento
mais geral, ou generalista, quando aborda também
Ilustrando como a avaliação destes cenários fu- questões de área de gestão, envolvidas no exercí-
turos poderá resultar em aspectos não vantajo- cio profissional da Engenharia, desenvolvendo
sos, podemos lembrar que verifica-se a situação, suas habilidades na gestão específica de pessoas,
eventual, em que um profissional de área técnica finanças, mercados e mercadologia/marketing.
- um desenvolvedor de aplicações, um médico Desta forma, comparam-se os desenvolvimentos
especialista, um engenheiro “de obra” (com atua- na especialidade e na generalidade.
ção no campo), um gestor comercial ou de con- Chiavenato (2015) menciona as carreiras como
tatos - é “promovido a gerente”. Algumas vezes, fundamento da gestão de pessoas. O autor cita, em
em constatação eminentemente prática, que será várias passagens do livro, como a estruturação de
desenvolvida nos demais tópicos desta unidade, carreiras permite identificar e selecionar o pro-
isso pode ocorrer por não haver perspectiva de fissional, prover o recrutamento, ter parâmetros
aumento de reconhecimento, premiação ou remu- comparativos internos e externos para as avalia-
neração daquele profissional nesse atual patamar. ções, definir o exercício de comando, instrução e
Uma vez que tal ocorra e o profissional promovi- delegações empresariais e, finalmente, coordenar e
do não se sinta bem na atividade gerencial, tem-se efetivar equipes de trabalho. Nesta análise, encon-
a decepcionante constatação que “perdeu-se um tramos, com destaque, as evidências para que o
bom técnico, ganhou-se um mau gerente”. Tal pro- profissional se identifique com uma determinada
cesso retrata uma falha da gestão de pessoas e da carreira e projete sua evolução.
autogestão do próprio colaborador, em aceitar Finalizando esta abordagem específica do de-
uma designação apenas considerando os retor- senho de carreiras, é importante notar que, no
nos possíveis e não as demandas, especificações momento do desenvolvimento deste material,
e expectativas da futura posição ocupada. há grande veiculação - por parte da imprensa
A identificação de carreiras, como abordada de negócios e de setores específicos, como os de
por Oliveira (2001), pode envolver, portanto, computação, automação, engenharia de processos
funções atinentes a um modelo de negócios ou e gestão, entre outros, das perspectivas da extinção
tecnologia, sendo considerada uma “carreira téc- de trabalhos e formas de carreiras - em função
nica” - aquela concentrada, portanto, num seg- da entrada massiva, no mercado, de novas tec-
mento de negócios específico - ou uma “carreira nologias. Um exemplo é: o uso de instrumentos
generalista”, onde, além de se ter o foco em mais dedicados de atendimento robotizado ou auto-
de uma tecnologia propriamente dita, tem-se tam- matizado, a clientes finais, via Internet ou sistemas
bém o desenvolvimento pautado por exercício telefônicos, poderá substituir completamente o
gerencial no setor. Pode-se dizer, por exemplo, uso de profissionais nos próximos anos, levando
que um Engenheiro de Minas tenha uma evolução à extinção da carreira de atendente (por exemplo,
de carreira especialista quando, gradativamente, os dos chamados “call centers”).
UNIDADE V 139
Descrever e Implementar
Planos de Carreira
UNIDADE V 141
(função de suprimentos), em uma pro- frequência, a “ascensão” profissional, o que é uma
gressão horizontal. Pode, adicionalmente, visão muito adequada quando pensamos numa
assumir a gestão da loja como um todo, visão hierárquica. Contudo, se tivermos uma es-
tornando-se o gerente geral - neste caso, o truturação matricial, ou por processos, o desen-
supermercado aparenta implementar duas volvimento por acúmulo de funções idênticas ou
situações de evolução: em cargos de nível o reconhecimento do desempenho por processos
semelhante, ou superiores. poderá ser um fator importante ao analisar o de-
• Por sucessão: há situações de empresas senvolvimento de uma carreira, adaptando-se às
familiares, de conselhos de administração condições da empresa.
e governança ou mesmo de instituições Adicionalmente, as empresas promoveram,
formais e oficiais - militares, educacionais, nos anos recentes, uma intensa diminuição de
religiosas - em que o próximo ocupante de níveis hierárquicos, em função de políticas de agi-
um determinado cargo já é designado por lização de processos e de redução de custos, even-
critérios evolutivos que são rigorosamente tualmente corrigindo problemas de dimensiona-
cumpridos, em acordos formais com toda a mento excessivo ocorridos antes. Desta forma, as
instituição. Tal como, em um organismo mi- promoções verticais passaram a ser mais raras,
litar, para se ascender à determinada paten- também em função da estrutura “mais enxuta”,
te, critérios como: ser detentor da patente com menor número de cargos.
imediatamente inferior, por algum tempo, Por último, nestas reflexões, inserir a figura do
desempenho nesta função, cursos e treina- líder. Seria a liderança uma forma de promoção?
mentos feitos e ofertados, avaliações etc. Na oportunidade que discutimos o conceito de li-
serão levados em consideração para pro- derança, foi oportuno abordar vários fatores que
mover um profissional a um cargo ocupado. concorrem para o seu exercício. Um deles é a de-
cisão da empresa, mas há de se considerar vários
Em todas estas situações, torna-se importante outros, como as próprias perspectivas do potencial
qualificar que a empresa possui um plano espe- líder, suas várias capacidades e competências neces-
cífico para cuidar destas promoções, tornando-se sárias e, ainda, o aceite e contribuição dos liderados.
este o plano de carreiras que deve ser conhecido Diante de tais fatos, a progressão a uma condição
pelos colaboradores, estruturado formalmente de líder efetivo deverá ser alvo de outras pondera-
como um dos principais planos empresariais e, ções, cabendo ao plano de carreiras especificar os
principalmente, analisado, praticado e defendido detalhes e, além disso, avaliações de situações como
pelo gestor de pessoas, como sendo um dos ins- estas, aqui descritas, para que este exercício possa
trumentos básicos de seu trabalho. se tornar efetivamente uma progressão.
Recorremos, como lembrança, a algumas abor- No encerramento desta análise sobre planos
dagens já feitas, que permitirão ampliar o que de carreiras, vale a pena abordar alguns casos es-
compreendemos por planos de carreira, carreiras pecíficos, como formas de ilustração de definição
e sua gestão como potencial evolutivo. Uma ques- e implementação dos planos, como políticas ge-
tão importante é que estamos discutindo, com renciais e formais de gestão de pessoas.
Contra-Almirante
Contra-Almirante
Praças
Praças
Cabo Marinheiro
UNIDADE V 143
Como abordado antes, o cargo de admissão ini-
cial, de Marinheiro, é disposto pela arma brasi-
leira em concurso público. Algumas promoções
são definidas por critérios estruturados no plano
de carreira da corporação, envolvendo tempo de
exercício em função anterior, formação externa
e interna, reconhecimentos, premiações e avalia-
ção dos comandantes. Finalmente, os postos mais
elevados da hierarquia são preenchidos com de-
signação especial do Presidente da República. As
atribuições, méritos, graus de comando, definições
de atribuições profissionais, entre outros fatores,
acham-se especificados também neste projeto de
carreira, que é de conhecimento público em sua
estruturação e formas de acesso.
Nas categorias públicas, temos ainda as fun-
ções nas áreas de Saúde e Educação, onde pos-
tos como os de Professor Titular, Chefe de cor-
po médico, Cirurgião, entre outros, são também
alvo de estruturação específica, compondo leis
e detalhamentos previstos e publicados em có-
digos legais. O exercício destas atividades e seu
desenvolvimento acha-se previsto e descrito por
leis normativas específicas e publicadas nos atos
informativos dos ministérios da Saúde e Educa-
ção, com consulta livre. Há, por exemplo, termos
que se acham estabelecidos em artigos da CLT e
também em disposições da Constituição Federal.
Claro, o setor privado também possui suas de-
finições de planos de carreiras, algumas, como os
de setores altamente estruturados como automo-
tivo, educação privada, mineração, entre outros,
alvo de rigorosas negociações trabalhistas, sendo
formalizados por meio de acordos que são torna-
dos legais após negociações formais.
UNIDADE V 145
cialmente a um item na descrição de planos de e comandar seus subordinados, enfrentar situa-
carreiras. Note que usamos aqui a possibilidade, ções emergentes e tomar decisões críticas, con-
o “potencial”, pois tais definições são recomendá- forme as definições de cargo, função e liderança.
veis, não sendo uma questão legal para todos os O chefe, como o vimos, pode se tornar líder, ou
casos empresariais. pode simplesmente atender às suas designações
Inicialmente, torna-se importante lembrar a de função, estabelecidas nas normas empresariais.
diferença entre cargo e função. O cargo prescre- Aqui se apresenta o conceito da estrutura or-
ve, formalmente, o título do profissional na es- ganizacional, que define as relações de comando,
trutura, envolvendo, inclusive, a delegação a ele de controle, comunicação e correspondência en-
atribuída. Assim, há o cargo de “Engenheiro” e de tre superiores e subordinados. De caráter muito
“Chefe do setor de projetos de Engenharia”. Estas evidente em corporações tradicionais, como as
são definições de cargos, de designações defini- militares, religiosas e educacionais, entre outras,
das na estrutura organizacional da empresa, onde a estrutura hierárquica combina níveis com a de-
também especificamos delegações atribuídas aos signação prevista de cargos. Ao denominarmos
profissionais. Podemos entender que o Engenhei- aquele engenheiro, do caso anterior, como chefe
ro, no caso, terá funções definidas, bem como o de setor, implicitamente, já estabelecemos que há
Chefe do setor de projetos. Assim, a designação definição de uma hierarquia, de controle e exer-
dos cargos, prescreve também as funções a serem cício de poder, deste para com seus subordinados
exercidas pelos profissionais. e delegados, conforme deve ser definido.
Além dos cargos e funções, especificamen- Contudo, como vimos, a definição hierárquica
te, estas designações também correspondem ao é apenas uma das formas em que as organizações
exercício de comando, controle ou poder, quan- podem se estruturar. Tal como, se atuarmos em
do observamos que o título do cargo prescreve a uma estrutura matricial, podemos ter que um de-
função do exercício de chefia. Lembramos que terminado profissional, num processo, tem mais
há, ainda, a definição do exercício de liderança, funções a ele delegadas, do que outro, que teria a
que ultrapassa o exercício do cargo, como vimos mesma atribuição no desenho da estrutura. Claro,
também na discussão específica, na unidade an- neste contexto, temos o desafio de saber como
terior. Por exemplo, a atuação do Chefe de setor remunerar, reconhecer, avaliar e premiar os dois
de projetos de engenharia, definida no parágrafo profissionais que, embora tendo a mesma desig-
anterior, pode corresponder ao exercício de lide- nação de cargos, teriam funções diversas. Prova-
rança, quer seja ela delegada pela empresa - ou velmente, por haver uma orientação a processo,
seja, a empresa determina uma condição em que estas avaliações teriam de ser feitas conforme o
este chefe desenvolva características de um pro- desempenho, responsabilidades e resultados ob-
fissional líder de equipes e situações - ou de lide- tidos por estes profissionais na obtenção do resul-
rança eventual, a ser exercida em função de uma tado final, aí apreciando o sucesso no exercício da
situação emergencial enfrentada pela organização. função definida.
Assim sendo, temos a correspondência do car- Este exemplo reforça nossa argumentação de
go descrito, da função a ele correspondente e de definir, de maneira separada, o cargo e a função.
possível exercício de liderança. Estes conceitos, Se em um processo tivermos dois técnicos em
portanto, se alinham ao definir uma condição que farmácia, para, por exemplo, trabalhar na mani-
o profissional deva se responsabilizar por orientar pulação de medicamentos e um destes for o mais
UNIDADE V 147
Tenha sua dose extra de conhecimento
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149
3. Sobre a definição de carreira é correto afirmar que:
a) As carreiras militares não são bons exemplos para análise geral, pois têm con-
dições muito rigorosas para acesso.
b) O desenvolvimento de carreiras poderá ocorrer em função de aptidões do
trabalhador e das necessidades empresariais.
c) A carreira deve ser discutida com o profissional no primeiro dia de sua entrada
na empresa.
d) Uma carreira deve ser modificada com frequência, permitindo autoaprendizado
pelo trabalhador.
e) As carreiras são de planejamento exclusivo das empresas e das instituições
que as representam.
150
LIVRO
FILME
151
BRASIL. Marinha. Postos e Graduações. Ministério da Defesa: Marinha do Brasil. Disponível em: <https://
www.marinha.mil.br/content/postos-e-graduacoes.com>. Acesso em: 26 jan. 2018.
BUCKINGHAM, M.; CLIFTON, D. O. Descubra seus pontos fortes. São Paulo: Editora Sextante, 2008.
CHIAVENATO, I. Gerenciando pessoas: transformando o executivo num excelente gestor de pessoas. Barueri:
Ed. Manole, 2015.
OLIVEIRA, J. R. Plano de carreira versus crescimento do indivíduo e eficácia das organizações: o caso
do Instituto Batista de Educação de Vitória (ES). Dissertação de mestrado apresentada ao programa da Escola
Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas, Rio de Janeiro, 2001. Disponível em: <http://
bibliotecadigital.fgv.br/dspace/handle/10438/4109>. Acesso em: 26 jan. 2018.
ROBBINS, S. Comportamento Organizacional. São Paulo: Ed. Pearson Prentice Hall, 2005.
REFERÊNCIA ONLINE
152
1. b)
Pois as duas primeiras afirmações são vagas, imprecisas e não podem ser consideradas frequentes para
todo o mercado. A terceira é válida.
2. c)
Pois as demais não conceituam corretamente os perfis especificados pelos autores a funções ou atua-
ções previstas.
3. b)
Pois indica que o planejamento de carreiras poderá ocorrer na combinação de aspectos individuais e
empresariais / de mercado.
153
154
Dr. George Leal Jamil
Fatores Culturais na
Gestão De Pessoas
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Definir, como gestor de pessoas, as principais caracterís- • Entender como adequar as estruturas e os planos de
ticas organizacionais do ambiente de trabalho gestão de pessoas às definições culturais do setor.
• Planejar as ações de desenvolvimento e promoção do • Reconhecer a importância de desenvolver as relações
ambiente de trabalho. interpessoais no contexto do trabalho.Identificar como
• Conhecer e planejar a cultura organizacional em função as organizações podem administrar com eficácia a di-
da cultura setorial para empresas. versidade.
Compreender o
Ambiente de Trabalho
UNIDADE IV
VI 157
Definições de organização do trabalho:
as definições de normas, regulamentações, processos
produtivos e de relacionamento com clientes finais
e fornecedores prescrevem uma das bases para a de-
finição do ambiente de trabalho, traduzindo-se em
patamares efetivos para que as atividades gerenciais e
operacionais tenham base consistente para realização.
Tecnologia:
um componente em crescimento, de relevância, a tecnologia
da informação e de comunicação, possibilita aproximar
pessoas, contato imediato com acervos gigantescos de in-
formação e culturas, porém trazem consigo o potencial
desenvolvimento de interrupções, quebras indesejáveis
de níveis de estruturação do trabalho e de relaciona-
mentos, com impactos ainda em observação pelas
organizações. Ver (Jamil, 2004) para análise dos
impactos para o teletrabalhador e potencial cons-
tituição de um novo ambiente de trabalho.
UNIDADE VI 159
Planos e Ações para o
Ambiente de Trabalho
UNIDADE VI 161
• definições de processos e métodos • definir e aprimorar processos, métodos
usados e quais as modificações pre- e especificações técnicas de trabalho
vistas. para que sejam claras, efetivas, objetivas
• avaliação do estado atual (usando e respeitem limites, méritos e restrições
métodos de avaliação como os já dos colaboradores. Importante ressaltar
sugeridos e outros ainda a discutir a atual tendência do trabalho excessivo,
em nosso curso) de relacionamen- motivado por desordenada inserção de
tos, convivência e compartilhamen- tecnologia (exemplo: comunicações via
to entre os colaboradores. Whatsapp fora do horário do expediente,
• avaliação das mudanças propostas que requeiram intervenções imediatas dos
para o exercício destes relaciona- trabalhadores).
mentos de grupo. • estabelecer condições, parâmetros e motiva-
• estabelecimento de procedimentos ções para que o relacionamento entre cola-
de avaliação de pessoas e equipes de boradores seja respeitoso, fluente e amistoso.
trabalho no atendimento às novas • definir como a hierarquia e demais de-
demandas existentes e especificadas. terminações de controle e poder dentro
• após estes levantamentos, realizar ainda a da empresa ocorrem com a observância
especificação de como as políticas e ações de todos os itens descritos anteriormente,
deverão ser levadas a conhecimento dos incluindo os relacionamentos com os ou-
colaboradores, como os anúncios serão fei- tros participantes da cadeia produtiva da
tos e a motivação geral que será trabalhada. empresa - como vendedores, fabricantes
• por último, incluir neste processo a sua de matéria-prima, fornecedores, transpor-
avaliação total, completa, para compreen- tadores, entre outros.
der se está funcionando a contento, ou não, • estabelecer condições e métodos mínimos
extraindo razões e definições para todos os de avaliação do ambiente de trabalho, ob-
contextos existentes. servando os parâmetros e fatos aqui des-
critos, o desempenho e a atuação de todos
Os planos e ações referentes ao ambiente de tra- no sentido de preservar as condições deste
balho poderão, portanto, ser definidos a partir ambiente e favorecer sua implementação,
de um processo, tal qual o citado anteriormente. seu desenvolvimento subsequente.
Assim exemplificamos ações referentes a este pla-
nejamento: O ambiente de trabalho, provido por seus planos
• avaliar, especificar e aprimorar as estrutu- e suas ações, definidos como alvo de atuação do
ras físicas para uso do trabalho presencial gestor de pessoas, pode se tornar, desta forma,
e remoto (ver que há tendência, neste mo- impulsionador da estratégia empresarial, ultrapas-
mento, para trabalhos em mobilidade e uso sando o ponto de ser apenas uma base, chegando
de home office, teletrabalho). mesmo a ajudar no aprimoramento estratégico.
UNIDADE VI 163
entre tantos (o autor deste livro é de descendência • uso de critérios específicos, em geral infor-
árabe), trouxeram seus hábitos, aqui aprenderam e mais para decisões, como: opções estraté-
desenvolveram outros, gerando, em nosso território, gicas de fusões e aquisições, seleção e re-
um “sistema de convicções compartilhado”. crutamento de funcionários, remuneração,
Os reflexos acham-se nas práticas religiosas, na apresentações de resultados, investimentos
afeição às artes, aos esportes e às comunicações, em outros setores etc.
no exercício profissional, nos relacionamentos, • tentativa frequente ou mesmo rejeição a
nas tradições (como as próprias celebrações de mudanças - incluindo, aqui, a inovação ou
festividades), entre tantos outros contextos que inserção de inovações nos mercados.
retratam a formação de cultura e as culturas na- • adoção de métodos generalizados de ad-
cionais. A diversidade em que sempre temos in- ministração, em especial de pessoas, como
sistido neste texto é um traço que defendemos, é a montagem de estruturas organizacionais
vital para o Brasil e sempre deve ser respeitado e similares (“Todas as empresas do setor têm
desenvolvido entre nós. Os setores empresariais uma diretoria…”,“É normal as empresas do
e as organizações que deles participam - compe- setor estruturarem-se…”), formas de ges-
tidores, reguladores, agentes - também definem tão financeira, produção de documentos e
uma cultura ou subcultura que caracterizará demonstrativos etc.
como o setor desenvolverá seus relacionamentos
competitivos, sociais e regulamentares. Os traços culturais de setores e empresas são, ge-
Para Robbins (2015, p. 374), a cultura organi- ralmente, difíceis de serem modificados, fáceis de
zacional é “um sistema de valores compartilha- serem encontrados e, ainda com mais frequência,
do pelos membros, que diferencia a organização herdados e desenvolvidos de maneira informal,
das demais”. É, portanto, uma característica forte, levando o mercado a ter de se adaptar às suas for-
determinante, que descreve uma personalidade mas e normativas existentes, caso se deseje desen-
organizacional para a empresa ou setor. São sinais volver negociações e relacionamentos.
evidentes de cultura organizacional: O relacionamento entre cultura organizacional
• traços familiares de fundadores, cola- e gestão de pessoas é rico e bastante amplo, sendo
boradores-chave e líderes. Por meio de de nosso desejo explorar uma visão introdutória
exemplos, estes personagens fundamen- que permita perceber como pode ser desenvolvi-
tais trouxeram características, como as- do e tratado, quando do exercício da administra-
cendência, costumes, afeição a determi- ção de pessoas em organizações.
nados agentes externos - religião, política, Em Endeavor (2017, on-line)1, por exemplo,
ambientes sociais etc. - que influenciam as vemos a importância de os novos empresários
ações da empresa nos seus planos. perceberem e desenvolverem, de início, tra-
• rigor ou outras formas e determinações ços culturais fortes numa empresa, definindo,
específicas para os relacionamentos. Por assim, como esta organização se comportará
exemplo, as situações opostas de respeito diante de desafios, relacionamentos, negocia-
à hierarquia em corporações militares e ções, trocas de poder e demais ações que uma
a típica informalidade em ambientes de empresa encara durante sua vida competitiva.
trabalho em empresas de tecnologia, mar- Ali, notamos que a autora chama a atenção para
keting digital e comunicação. os fatos positivos e negativos - ou seja, fatos que
UNIDADE VI 165
Impactos da Cultura
Organizacional nos
Ambientes de Trabalho
UNIDADE VI 167
acordo com as prescrições de órgãos, tal qual o Project Management
Institute - PMI - que é o principal ator em determinações de como
estruturar a moderna gestão de projetos.
Por último, é importante notar que descrevemos situações em
que a cultura setorial foi necessária para as definições de ambiente
organizacional, foi como uma “força de fora para dentro”, cultu-
ralmente, definindo aspectos fundamentais para que as empresas
atuem, definam como trabalhar suas regras de convivência e deci-
sões. Isso funciona para o planejamento estratégico, para os planos
táticos, para o desenvolvimento de pessoas e gestão de carreiras,
definindo alinhamentos básicos para a gestão de pessoas, como
estamos estudando neste curso. É importante notar que as próprias
organizações - empresas - têm sua história, suas bases, seus fun-
damentos e seus princípios, muitos desenvolvidos por décadas de
atuações, pioneirismo e posições sociais bem definidas, algumas
marcantes na história do empreendedorismo.
Conforme discutimos anteriormente, na formação de lideran-
ças, focamos a personalidade de alguns líderes empresariais que
se situaram como conservadores ou modernos, desbravadores ou
defensores, tiveram posições sociais, políticas e institucionais evi-
dentes, assumindo riscos nestes posicionamentos. Nestes contextos,
a própria história destes líderes, de seu exercício de liderança e
do histórico organizacional forma a cultura que, afinal, também
impactará o ambiente. Um espírito de liderança, com atribuições
culturais, poderá gerar a cultura de empreender com fundamentos
de responsabilidade social. São casos evidentes, nos dias de hoje,
das organizações que combatem ameaças à sustentabilidade, que
se postam a favor de causas políticas, como a defesa da democracia
nas ações de inclusão social e assim por diante. Estes aspectos cul-
turais, muitos deles altamente desejáveis, alinham o pensamento da
empresa, interferem, decisivamente, na formação dos fundamentos
do ambiente de negócios, do ambiente organizacional.
Em todos os casos e em mais outros em que possamos relacionar
a cultura setorial e organizacional vemos como estes dois conceitos
são relevantes e podem se relacionar. Estas são algumas das várias
situações, conforme dissemos no início deste tópico, que relacionam
estes dois amplos contextos: cultura e ambiente organizacionais. Seus
impactos isolados, seu relacionamento, os planos e as ações que podem
decorrer tornam-se um desafio adicional para o gestor de pessoas em
avaliar como ocorrem e como podem ser formados, dinamicamente,
no desenvolvimento de empresas e dos mercados em que atuam.
UNIDADE VI 169
A moderna
gestão de pessoas
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UNIDADE VI 171
1. Podemos caracterizar melhor a atividade do teletrabalhador como:
a) Atuação distante de um escritório sede, para onde este trabalhador sempre
se dirige quando necessário.
b) Atividade que depende de conexão com a rede de computadores da empresa.
c) Atuação de um trabalhador em sua casa.
d) Atuação de um trabalhador fora da sede da empresa, conectado via tecnologia
e na definição de processos da empresa.
e) Um trabalhador que se ausenta com frequência do ambiente de trabalho.
172
3. Sobre o relacionamento entre a cultura organizacional e o ambiente de trabalho,
podemos afirmar que:
I) A estrutura organizacional é resultado da cultura organizacional.
II) Há possibilidade de influência da cultura organizacional no ambiente de
trabalho.
III) O ambiente de trabalho não poderá impactar uma cultura organizacional.
IV) A formação de líderes não é um fenômeno ligado à cultura nem ao ambiente
de trabalho.
173
LIVRO
174
AMÉRICO, B. F., CARNIEL, F.; FANTINEL, L. D. A noção de cultura nos estudos contemporâneos de Apren-
dizagem Organizacional no Brasil: desvendando a rede com o uso da inscrição literária. Revista EBAPE.BR,
Rio de Janeiro, v. 15, n. 1, jan./mar. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttex-
t&pid=S1679-39512017000100003&lang=pt>. Acesso em: 26 jan. 2018.
CHIAVENATO, I. Gerenciando pessoas: transformando o executivo num excelente gestor de pessoas. cap. 3.
Barueri: Ed. Manole, 2015.
MUZZIO, H. Indivíduo, Liderança e Cultura: Evidências de uma gestão da criatividade. Revista de Admi-
nistração Contemporânea. Curitiba, v. 21, n. 1, jan./fev. 2017. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.
php?script=sci_arttext&pid=S1415-65552017000100107&lang=pt>. Acesso em: 26 jan. 2018.
ROBBINS, S. Comportamento Organizacional. p. 374, 11. ed. São Paulo: Ed. Pearson Prentice Hall, 2005. cap.
15, 16 e 17. Disponível em: <http://www.academia.edu/29131959/Livro_comportamento_organizacional_ste-
phen_p._robbins>. Acesso em: 26 jan. 2018.
REFERÊNCIA ON-LINE
1
Em: <https://endeavor.org.br/importancia-cultura-organizacional-para-empresa/>. Acesso em: 26 jan. 2018.
175
1. d)
Em que se apresenta o teletrabalhador como sendo um agente integrado via tecnologia e processos da
empresa, porém sem a necessidade da proximidade física.
2. a)
Pois as duas primeiras opções - aprimoramento de processos e da estrutura organizacional - são funções
do gestor de pessoas, sendo que a última afirmação pode até fazer menção a uma tática válida, mas não
pode ser tomada como definição completa, frequente.
3. a)
Onde a primeira e a segunda afirmações estão corretas, sendo que as duas últimas apresentam-se incom-
pletas, incorretas.
176
177
178
Dr. George Leal Jamil
Gerenciando Equipes
de Pessoas
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Definir, planejar, estruturar e desenvolver as estruturas • Definir formas de avaliação e premiação de equipes de
de grupos de trabalho e equipes, formando a estrutura trabalho.
organizacional. • Definir e planejar o uso de teletrabalho, trabalhadores
• Como planejar e preparar equipes de trabalho para res- móveis e em equipes em rede, formação de equipes de
postas às demandas das empresas. comprometimento objetivo.
• Definir métodos e ações de gerenciamento, reconhecimen-
to de sucessos e premiações para equipes de trabalho.
Grupos de Trabalho, Equipes
e Estruturas Organizacionais
201
LIVRO
202
CHIAVENATO, I. Gerenciando pessoas: transformando o executivo num excelente gestor de pessoas. Barueri:
Ed. Manole, 2015.
OLIVEIRA, L. R. O que são chatbots. Marketing de conteúdo, 2017. Disponível em: <https://marketingde-
conteudo.com/chatbots/>. Acesso em: 26 jan. 2018.
ROBBINS, S. Comportamento Organizacional. São Paulo: Ed. Pearson Prentice Hall, 2005.
REFERÊNCIA ON-LINE
203
1. c)
Pois grupos podem originar equipes e equipes, por este motivo, podem ser consideradas grupos específicos.
2. b)
Que caracteriza um bom motivo para se ter uma equipe formada e competitiva num determinado projeto.
3. d)
Pois autopromoção de gestores não é um motivo de ordem estratégica para uma equipe de alta perfor-
mance.
204
205
206
Dr. George Leal Jamil
Gestão do Conhecimento
e Capital Intelectual
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Definir os elementos da gestão da informação e do co- • Conceituar capital intelectual e compreender suas pers-
nhecimento. pectivas de gerenciamento empresarial.
• Descrever como o gestor empresarial, em qualquer nível, • Desenvolver a formação e gestão do conhecimento em
torna-se, adicionalmente, o gestor do conhecimento. empresas.
Fundamentos
Conceituais da
Gestão do Conhecimento
Informação - podemos afirmar que a informação pode ser composta a partir de um conjunto de
dados relevantes, em virtude de serem apresentados de forma que possamos compará-los, permi-
tindo que análises sejam feitas.
Compatilhamento - Conversão -
Comunicação informal, aprendizado Padronização, formulação do processo que pode
Tácito
através da convivência, imitação, prática, ser comunicado, institucionalizado,
familiaridade. instrumentalizado.
Combinação -
Internalização -
Unindo partes distintas de um todo. Relatórios de
Absorção, influência do conhecimento no
Explícito reporte técnico para a organização, ferramentas
cotidiano organizacional, tomar o valor
tecnológicas de síntese e agregação de dados e
agregado à forma de produzir.
informações.
Compartilhamento
Obtenção Retenção Estratégico
T T T T
Tático
Operacional
Valorização
Ambiente organizacional
Cultura organizacional
Em que:
Em que :
Esta simples equação mostra-nos como o capital intelectual pode ser calculado e, por
fim, como o seu valor – que pode ser expresso em um número simples, para avaliação
relativa, ou em número absoluto em grandeza financeira ou número de unidades –
resultará em avaliação pertinente ao que desejávamos: valorizar, quantitativamente,
o conhecimento produzido e gerido.
Em que temos o detalhamento:
CAPITAL DE PROCESSOS
CAPITAL DE RELACIONAMENTO
CAPITAL DE INOVAÇÃO
Propriedade do conhecimento
228
LIVRO
229
BUCKLAND, M. Information and Information Systems. New York: Ed. Praeger, 1995.
NONAKA, I.; TAKEUCHI, H. Gestão do conhecimento. Porto Alegre: Editora Bookman, 2008.
REZENDE, J. F. C. Gestão do conhecimento, capital intelectual e ativos intangíveis. São Paulo: Ed. Campus,
2014.
ROMERO, S. M. T. Gestão de pessoas: conceitos e estratégias. cap. 8. Curitiba: Ed. Intersaberes, 2013.
STEWART, T. Capital intelectual: A nova vantagem competitiva das empresas. 2. ed. Ed. Campus, 1999.
230
1. a)
É mais complexo gerar conhecimento que dados, que são conteúdos simples e abundantes em nossa vida.
2. a)
A atividade descrita é típica do subprocesso de valorização, estudado no modelo descrito. As demais afir-
mativas estão erradas.
3. b)
As afirmações II e III são corretas, pois definem que o conhecimento tem perspectivas de quantificação e
de tratamento profissional específico.
231
232
233
234
Dr. George Leal Jamil
Tópicos Especiais
em Gestão de Pessoas
PLANO DE ESTUDOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
• Definir o conceito de ética e aplicar nas definições de • Analisar como as políticas sociais se relacionam à moderna
ambiente de trabalho. gestão de pessoas nas organizações.
• Compreender como as novas tecnologias oferecem pos- • Avaliar as novas tendências e regulações em gestão de
sibilidades de uma gestão de trabalho inovadora. pessoas, com as perspectivas de reformas legais e dos
• Conceituar o que são empresas inovadoras e avaliar como ambientes de trabalho.
a gestão de pessoas pode ocorrer neste novo cenário.
Trabalhar
com Ética
UNIDADE IX 237
O gestor de pessoas deve considerar que não é O gestor de pessoas jamais deverá ter práticas
privilegiado no tocante às decisões e práticas que ofendam individualidades, características pes-
no ambiente de trabalho. O gestor, assim como soais, cultura, formação, humanidades, raça, cultu-
outros gestores empresariais e organizacionais, ra, alternativas de opção de religião, sexo e políti-
acha-se investido de comando e responsabilida- ca de seus subordinados. Adicionalmente a isso,
des, o que lhe traz “ônus e bônus” de suas ativi- deverá, também, cuidar para que nenhum desses
dades - porquanto seja um comandante de gru- direitos extravase para se tornar uma forma de
pos, aquele que enuncia regras e decisões sobre a pressão ou mesmo opressão de vontades próprias
gestão de pessoas numa organização é, também, de colaboradores e agentes em seu contato.
responsável por estas. Algo que deve ser considerado é a composição
Dessa forma, pretende-se que o gestor de pes- de códigos organizacionais, que devem obede-
soas seja delegado e respeitado pelas instâncias cer ao contexto legal e moral de toda a sociedade.
superiores, não só ao lhe transferirem o comando Pode uma empresa restringir seus contratos a uma
e a designação de responsabilidade para o exer- característica racial, religiosa, sexual ou política? Não,
cício de suas funções - para o que corresponderão de forma alguma. Isso é ilegal pela nossa Constitu-
mérito e vantagens nos sucessos empresariais -, ição. Assim pensando, o gestor de pessoas formula
mas também deverá respeitar e delegar aqueles seu código moral, em acordo com os demais colab-
que comanda. No caso da gestão de pessoas, como oradores, alinhando-se, estritamente, aos princípios
já vimos, isto se refere a todos numa empresa, legais, que refletem, em um código moral superior
numa organização. - as leis - as nossas regras básicas de convivência.
UNIDADE IX 239
Produtividade
e Tecnologia
no Trabalho e na
Gestão de Pessoas
UNIDADE IX 241
Figura 1 - Espaços de coworking,
moderna tendência de instalações de
trabalho
Claro, as demandas são para um novo compor- Tais quebras de paradigmas, que estão alinhadas
tamento. Nosso percurso em todo este material com uma nova ótica de produtividade, em que os
e curso prenuncia como o contexto evolui di- resultados são considerados com novas formas de
namicamente: se no início tínhamos controles recursos, são desafios para um gestor de pessoas.
estatísticos para a produção, agora, devemos ter Veja, por exemplo, hipoteticamente, a atu-
a preocupação da produtividade que contempla, ação do gestor de pessoas na agência de comuni-
também, contextos virtuais, onde não estão nossos cação que enunciamos anteriormente. Até pouco
colaboradores fisicamente, mas seus comprome- tempo atrás, toda a equipe reunia-se na mesma
timentos, as figurações de seus trabalhos e suas edificação. Os contatos presenciais entre colab-
atuações. oradores possibilitavam certo nível de troca de
O gestor de pessoas passa a ter de desenvolver experiências, porém, também impunham even-
seus indicadores, a avaliar os métodos tradicionais tuais restrições de comunicação e convivência.
em novas formas de trabalhar, a substituir alguns Atualmente, equipes distantes podem interagir
parâmetros e hipóteses, a impor novas formas de pela Internet, atuar, colaborativamente sobre cam-
reconhecer e premiar equipes e a deslocar seus panhas, inclusive, dando conotações regionais opor-
esforços para promover o engajamento e com- tunas a uma peça publicitária em desenvolvimento.
prometimento de times que, muitas vezes, sequer Imagine, por exemplo, se essa agência estiver aten-
conhece presencialmente. dendo a uma rede de supermercados ou a um banco
UNIDADE IX 243
Gerir Pessoas em
Ambientes Inovadores
- As Startups
UNIDADE IX 245
Claro, é nosso argumento central que tais funções também pres-
crevam uma “mentoria” em gestão de pessoas, em que o gestor,
nosso profissional-alvo neste curso, execute funções ligadas às suas
habilidades, como:
• desenho de cargos e perfis;
• projeto de estruturas organizacionais;
• padronização de comunicação;
• adequação dos ambientes de trabalho (aos espaços de cowor-
king, teletrabalho e outras estruturas e ferramentas usadas
pelas startups) aos conceitos de clima e motivação;
• gestão de colaboradores;
• formação técnica e gerencial de profissionais;
• remuneração, reconhecimento e premiação.
UNIDADE IX 247
comprometam com a inclusão social, também as Entre várias outras ações, neste escopo é impor-
premia com benefícios, como eventuais retornos tante destacar o campo de ação da “Lei de cotas”,
de impostos ou concessões de incentivos mon- de número 8.213, de julho de 1991, promulgada
etários. Alguns casos, aqui, foram citados de forma em 2000 e finalizada, com a identificação das de-
genérica, pois não tratamos como um artigo de ficiências cobertas, em 2004, determinando que
imprensa de negócios, mas trazemos ao nosso empresas com mais de cem funcionários contra-
aluno para reflexão: tem pessoas portadoras de “deficiências visuais,
• Exercício de trabalho em cadeia produtiva auditivas, de locomoção ou intelectuais”. Em seu
de tecnologia, para pessoas em situações artigo 93, a Lei 8.213 (BRASIL, 1991) prescreve
de confrontação com risco social: pro- a seguinte composição de vagas para o preenchi-
gramas de treinamento oferecidos para mento de profissionais portadores de deficiência,
comunidades carentes e em risco social, em função do número de funcionários:
em periferias e locais de menor poder de
Tabela 1 - Percentual de trabalhadores cotistas em
consumo, voltados para temas, tais como função do número de funcionários
manutenção de equipamentos eletrodo-
mésticos recentes, de computadores, de Faixa de número de Percentual do qua-
funcionários dro com cotistas
automotivos ou de comunicação.
• Realização, por parte de colaboradores das Entre 100 e 200 2%
empresas, de jornadas de assistência, como
atuação em escolas infantis, associações de Entre 201 e 500 3%
UNIDADE IX 249
Deve ser lembrado, ainda, que, em escopo maior de inclusão
social dos deficientes temporários ou definitivos, temos a Lei
nº 13.146, de julho de 2015, (BRASIL, 2015) que também define
condições especiais para exercício de atividades e convivência
dos deficientes aos ambientes sociais. Desta forma, os princípios
legais foram tratados pela Associação Brasileira de Normas Téc-
nicas, que, em setembro de 2015, divulgou a Norma NBR 9050
(ABNT, 2015), que define características especiais de ambiente
para a inclusão e inserção de deficientes no contexto social.
O gestor de pessoas, nestas dinâmicas, contribui, efetivamente,
para que as empresas possam se tornar, além de entes competitivos
e geradores de riqueza e contribuições econômicas diversas, como
a inovação e as técnicas de produção, também em entes sociais,
realizando o que a legislação preconiza e, desta forma, contribuindo
para a formação de um ambiente legal e social mais equilibrado e,
por que não dizer, de inovação social. Aqui, o gestor de pessoas é
um agente valioso neste esforço, que termina por construir outro
aspecto inclusivo, um aspecto de ator de benefícios e de modifica-
ção social.
UNIDADE IX 251
No campo da gestão de pessoas, tarefa nobre e demandada em
contextos clássicos e modernos, de tecnologias estabilizadas ou
emergentes, como profissional fixo, formado ou consultor/“mentor”
organizacional, o gestor de pessoas tem por objetivo tratar esse ati-
vo, prover sua dinamização e integrar de forma definitiva para que
possa produzir com motivação e habilidade, desenvolver o conhe-
cimento empresarial, mercadológico, científico, técnico e humano.
O trabalho do gestor de pessoas prosseguirá efetivamente com a
forte tendência de ser crítico para as empresas e associados, para sua
ação de mercado, consistência ética e social. Os novos ambientes
tecnológicos ainda demandarão pessoas, mesmo que em outras
esferas e atuações, de tal forma que o gestor ainda deverá atuar de
maneira decisiva para prover, contratar, motivar, dispensar, remu-
nerar, avaliar, reconhecer e premiar os colaboradores.
As novas redes empresariais deverão requerer do gestor de pessoas
desenvolver conhecimento científico e de pesquisas aplicadas, em que
possa contribuir com os novos ambientes profissionais, mantendo-se
como um agente estratégico relevante para as empresas.
Finalmente, neste contexto estratégico, a gestão de pessoas, por si,
torna-se um elemento fundamental para que a empresa elabore, planeje
e promova novas estratégias. As pessoas, estrategicamente posiciona-
das, assumem seu caráter formador e posicionador de valor agregado,
possibilitando às empresas que tenham e ganhem competitividade.
Assim pensando, sabemos que a gestão de pessoas é tópico
moderno, de término questionável, com amplos resultados a vir.
O presente estudo teve por objetivo fazer esta apresentação e estas
recomendações de um campo dinâmico, que manterá suas con-
tribuições por longo período.
253
LIVRO
FILME
Crash - No limite
Ano: 2004
Sinopse: o filme aborda, por meio de várias histórias em paralelo, dilemas éticos
e morais que acabam por confluir, por terminarem se cruzando e determinando,
ao espectador, o exame de situações do cotidiano interracial de uma comunidade
norte americana, sob a luz da análise ética.
254
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 9050:2015. Acessibilidade a edificações, mobiliário, es-
paços e equipamentos urbanos. ABNT, 2015. Disponível em: <http://www.sdh.gov.br/assuntos/bibliotecavirtual/
pessoa-com-deficiencia/publicacoes-2015/pdfs/norma-brasileira-abnt-nbr-9050-1>. Acesso em: 29 jan. 2018.
BRASIL. Lei n° 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência
(Estatuto da Pessoa com Deficiência). Presidência da República, 2015. Disponível em: <http://www.planalto.
gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm>. Acesso em: 29 jan. 2018.
______. Lei n° 8.213, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social e
dá outras providências. Presidência da República, 1991. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/
leis/L8213compilado.htm>. Acesso em: 29 jan. 2018.
255
1. b)
Pois a ética não é um plano e não pertence a uma empresa, é uma forma de pensar de um sistema social.
2. a)
3. d)
Em que se confirma que os filósofos citados produziram o pensamento sobre o tema e que definimos como
contexto obrigatório a ser pensado para o exercício da gestão de pessoas.
256
257
258
259
260
261
262
263
CONCLUSÃO
Caro(a) aluno(a),
Alcançamos o final do nosso curso, certos de ter contribuído com a dis-
cussão de um tema incessante: a gestão de pessoas. Iniciamos, aqui, uma
jornada que passou pela construção de base teórica, científica de várias
décadas, que é constantemente revista e praticada. Estudamos como as
modernas tecnologias e influências do ambiente competitivo impactam
o relacionamento de pessoas com as empresas e demais organizações.
Avaliamos, também, como líderes e gestores são formados e se relacionam
nos campos de trabalho. Por último, verificamos como este campo tem
forte interação com a sociedade, com os sistemas econômicos e com as
tendências de mercado.
Em especial, descrevemos como a gestão de pessoas é estratégica, para a
sua formação, para a construção dos modelos empresariais e, diante disto,
como se torna importante fator de sucesso empresarial na atualidade.
Esperamos que o tenhamos motivado a ser um trabalhador e futuro gestor
preocupado com o lado humano das organizações, com as leis existentes,
com a dimensão ética e social do exercício do trabalho e da possibilidade
de tornar todo este contexto, através da gestão de pessoas, um elemento
de sucesso decisivo para você, para sua categoria de trabalho e para o setor
empresarial em que atuará, qualquer que seja ele.
Nas modernas dinâmicas, modelos de negócios, mudanças tecnológicas e
movimentações sociais, nunca faltará o elemento humano. Consciente deste
fato, a formação básica inicial aqui empreendida, com certeza, o capacitará
para o imediato exercício de gestão de pessoas, seu desenvolvimento e
constante atualização.