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de Marketing
Administração
de Marketing
SUMÁRIO
Introdução à Administração de Marketing ...5 Estratégias Envolvendo Propaganda,
Marketing Direto, Promoção de Vendas e
Definição de Mercado-alvo...................... 15 Relações Públicas .................................. 79
FACULDADE DE CIÊNCIAS
EMPRESARIAIS (FACE)
Diretor-Geral
Prof. Marco Túlio de Freitas
Diretora de Ensino
Profª. Renata de Sousa da Silva Tolentino
FACULDADE DE ENGENHARIA
E ARQUITETURA (FEA)
Diretor-Geral
Prof. Eduardo Georges Mesquita
Diretora de Ensino
Profª. Maria Silvia Santos Fiuza
BELO HORIZONTE
2017
Administração
de Marketing
Introdução à Administração
de Marketing
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender o que é segmentação de mercado.
• Compreender o que é posicionamento estratégico.
• Entender o que é posicionamento estratégico e sua relação com a segmentação e composto
mercadológico.
Você já deve ter percebido então que os segmentos são distintos, tendo cada um suas
próprias características, comportamentos e necessidades. Assim, para cada segmento, a
empresa deve adotar um composto mercadológico que atenda às necessidades de cada
um destes segmentos.
Definido o segmento em que a empresa deseja atuar, o próximo passo é definir o posi-
cionamento estratégico.
É como a empresa pretende ser lembrada por seu público-alvo. Vamos dar um exemplo
para que você possa entender melhor. Vamos imaginar uma empresa que tenha como
principal diferencial o estilo e design de seus calçados. O estilo e o design são o posicio-
namento desta empresa. É assim que ela quer ser lembrada! Percebeu?
COMPOSTO MERCADOLÓGICO
Você lembra o que significa composto mercadológico? Antes de responder a esta ques-
tão, que é fundamental para o entendimento do conteúdo desta disciplina, acredito que
é importante primeiro esclarecer que o termo composto mercadológico é apresentado na
literatura de diversas formas.
Você encontrará na literatura expressões como 4P’s do marketing e ainda mix de marke-
ting. Neste módulo, adotaremos o termo composto mercadológico!
Agora que você já sabe o que significa composto mercadológico, vamos apresentar consi-
derações iniciais sobre o produto, o preço, a praça, a promoção e, na sequência, iremos
mostrar que as ações envolvendo estas variáveis devem ser alinhadas. Isto é fundamen-
tal! Não se esqueça!
Produto
Você sabe o que é um produto? Um automóvel, uma cadeira,
uma televisão e um smartphone são exemplos de produtos!
Definindo de forma mais ampla, os serviços financeiros de
um banco, uma aula e uma consulta médica também são
considerados produtos.
Na sequência, deve-se definir o produto básico, que é o segundo nível do produto. Neste
nível, o benefício gerado pelo produto central é transformado em um produto básico.
Vamos voltar ao exemplo do hotel. O produto básico do hotel engloba a infraestrutura do
quarto, como o banheiro, incluindo chuveiro, espaço box, as toalhas, o armário, a televi-
são e a cama.
E por último, temos o nível que chamamos de “produto potencial”. Neste nível, o profis-
sional de marketing deve se preocupar em projetar o que seria o produto no futuro.
TOME NOTA
Agora que você já entendeu os níveis de produto, vamos apresentar as classificações de produ-
tos. Os produtos podem ser classificados em produtos de consumo e produtos empresariais.
Produtos de consumo: são aqueles destinados ao consumidor final para seu uso. Os
profissionais de marketing geralmente dividem estes produtos em subclasses, de acordo
com o modo de compra. Estas subclasses são:
Produto de compra comparada: estes são comprados com frequência, mas o consumi-
dor os compara com cuidado. Vamos dar um exemplo para que você possa entender.
Exemplos: móveis, carros usados, eletroeletrônicos.
Produtos não procurados: são produtos que o consumidor não tem conhecimento ou tem,
mas não tem o intuito de comprar. Seguros de vida é um exemplo, principalmente no
Brasil, onde não é uma cultura a aquisição deste tipo de produto.
Vamos agora abordar os produtos empresariais. Você sabe o que são produtos empresa-
riais? São aqueles que adquiridos por uma empresa para uso no seu dia a dia e que, portan-
to, são necessários para o funcionamento do negócio. O caminhão de uma transportadora
é um exemplo. A máquina de “xerox” de uma copiadora é outro exemplo. Entendeu?
VOCÊ SABIA?
Você sabe o que é uma commodity? São aqueles produtos em que o consumidor tem difi-
culdade de perceber diferenças entre um fornecedor e outro. Minério de ferro é um exemplo.
Gasolina é outro exemplo. Você parou para pensar que existem muitos distribuidores de
gasolina e que é difícil perceber qual é a de melhor qualidade? Seria a do posto Shell ou seria
a da Texaco ou ainda da Petrobras? Outro exemplo de comodity são contas de poupança. Se
você abrir uma conta de poupança no Banco do Brasil, ou em qualquer outro banco, a sua
rentabilidade será a mesma.
Agora que você já sabe que o preço é fundamental em alguns segmentos, vou apresentar
uma curiosidade.
Você sabia que o preço é o único componente do composto mercadológico que produz
receita, além de ser mais flexível?
Veja: para desenvolver ações relativas ao produto, geram-se saídas de caixa, assim como
para promovê-lo ou ainda para distribuí-lo! Mas por que o preço é mais flexível?
Veja: uma empresa pode mudar o preço instantaneamente. Vou apresentar um exemplo
de uma empresa da qual fui gerente geral. Trata-se de um grande abatedouro de frangos.
Nesta empresa, os produtos começavam o dia com um determinado preço, mas, como
frango não tem alto valor agregado, muitas vezes tínhamos que praticar alguma promo-
ção de vendas para ganharmos a preferência de nossos clientes diante das propostas de
preços baixos de nossos concorrentes! Você sabe o que é promoção de vendas? É uma
ação comercial que visa estimular a compra imediata. Um exemplo é o desconto, que era
uma das técnicas utilizadas no abatedouro de frango.
Contudo, vou apresentar a você uma reflexão! Mercados que são sensíveis a preço,
devem ter um cuidado especial e evitar “leilões” ou “guerra de preços”! Este é um dos
maiores desafios dos profissionais de marketing. Mas por quê? Pense! Se uma empre-
sa reduz seu preço como reação à redução de preços de um concorrente e este reage
também reduzindo seu preço, o resultado é que as margens de lucro serão corroídas!
Necessidades têm a ver com o verbo precisar, enquanto desejo tem a ver com o verbo
querer! Portanto, é importante informar que a empresa não cria necessidades, mas pode
despertar o desejo de seu público-alvo.
Promoção
O marketing atual exige muito mais do que simplesmente desenvolver e oferecer um
bom produto, com um preço competitivo e oportunamente a disposição dos clientes! É
preciso comunicar-se com o mercado-alvo de forma adequada. E para que isto aconteça,
é necessário definir quais ferramentas do mix de comunicação devem ser utilizadas. E
é isto que abordaremos a seguir.
O que é marketing direto? É o uso de canais diretos para chegar até o consumidor, sem
intermediários, como, por exemplo, mala direta, catálogos, telemarketing, sites. A diferen-
ça com a venda pessoal é exatamente a presença física
do vendedor.
Inclusive o marketing direto é uma alternativa para a venda pessoal, no sentido de dimi-
nuir custos com a formação de equipes de vendas. Contudo, deve haver o cuidado de
não se negligenciar o contato humano. Muito clientes valorizam o contato humano, ou
seja, a presença de um profissional de vendas, que em muitos casos deve atuar como um
verdadeiro consultor.
Mas por que isto acontece? O problema é que essas comunicações muitas vezes
partem de diferentes fontes na empresa, sem sinergia. As mensagens de propaganda são
planejadas e implementadas pelo departamento de publicidade ou agência de propagan-
da. Comunicações de venda pessoal são preparadas pela gerência comercial, e outros
profissionais são responsáveis pelo site, pelas relações públicas e pelo marketing direto.
Mas como resolver esta questão? Para resolver esta questão, se faz necessário nomear
um profissional – gerente ou diretor de comunicações - que seja responsável por toda a
comunicação da empresa. Assim, a empresa conseguirá integrar sua comunicação, trans-
mitindo uma mensagem clara e consistente aos mercados-alvo, ou seja, todas as ferra-
mentas que compõem o mix de comunicação divulgarão a mesma mensagem. Percebeu
que este profissional atuará como um “filtro”?! Todas as mensagens direcionadas ao
mercado deverão passar antes pela avaliação deste profissional.
Neste ponto, você deve estar se perguntando: Qualquer um poderia ser um concessionário
de uma montadora de automóveis? Com certeza não! Veja, o concessionário é o primeiro
cliente da montadora e precisa ter os mesmos valores! Precisa ainda ter capacidade e
conhecimento necessários para gerir o negócio! Ele é o representante da montadora de
automóveis! Assim, a montadora seleciona com cuidado extremo seus concessionários,
mas os apoia fortemente!
Estamos chegando ao final deste módulo, mas antes gostaria de voltar ao terceiro objeti-
vo de aprendizagem - Entender o que é posicionamento estratégico e sua relação com a
segmentação e composto mercadológico.
Vimos que o primeiro passo relativo a estes temas é a definição do segmento de atuação
da empresa. Logo após, deve-se definir o posicionamento. Lembrando que posicionamen-
to é como a empresa pretende ser lembrada pelo mercado-alvo. Na sequência, a empresa
define seu composto mercadológico com base no nível de segmentação e posicionamen-
to. Imagine uma empresa que pretenda oferecer um produto inovador a um segmento
estreito de mercado. O nível de segmentação seria nicho, o posicionamento seria inova-
ção. E composto mercadológico poderia ser: produto inovador, preço premium, comuni-
cação em lugares que o público-alvo frequente, e onde ele assista ou ouça o anúncio. E a
distribuição seria a exclusiva.
Referências
BAKER, Michael J. (Org.). Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
KOTLER, P. ; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KOTLER, P. ; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
LAS CASAS, Alexandre L. Administração de Marketing: Conceitos, Planejamento e Aplicações à Realidade
Brasileira. São Paulo: Atlas, 2006.
14
Administração
de Marketing
Definição de Mercado-alvo
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Conhecer os níveis de segmentação de mercado.
• Entender a importância das variáveis utilizadas para caracterizar um segmento de mercado.
• Compreender como se define adequadamente um mercado-alvo.
Você encontrará na literatura outros nomes para mercado-alvo, como por exemplo
público-alvo. Neste módulo, para efeito de padronização, iremos sempre utilizar o termo
mercado-alvo.
Agora que você já sabe o que é um mercado-alvo, vou propor outra questão! Você sabe
me dizer quais as principais consequências para uma empresa, quando esta define de
forma inadequada seu mercado-alvo?
Para que uma empresa consiga ter a preferência dos consumidores, é importante que ela
se comunique de forma adequada com eles. E os investimentos em comunicação não são
baratos!
Definição de Mercado-alvo 17
Você já pensou quanto custa um minuto no intervalo nobre de um canal
de televisão? É muito caro! E as empresas anunciam neste horário, por
exemplo, por ser de grande audiência e, portanto, objetivam, em última
instância, aumentar as vendas.
Anunciando no horário nobre da TV, a empresa estará tendo um custo alto com propagan-
da, mas não necessariamente atingindo de forma eficiente seu mercado-alvo. E como não
atingirá de forma adequada seu mercado alvo, a projeção de venda da empresa pode não
acontecer! Resultado, os custos aumentaram em função da propaganda, as vendas dimi-
nuíram ou não aumentaram na forma esperada e, portanto, o lucro ficou comprometido!
18 Definição de Mercado-alvo
Vamos por partes, para que você possa entender.
Apresentarei inicialmente os níveis de segmentação
e posteriormente as variáveis que devem ser
utilizadas para caracterizar este nível.
NÍVEIS DE SEGMENTAÇÃO
Antes de começarmos a apresentar os níveis de segmentação, é importante esclarecer
que, até pouco tempo, muitas empresas praticavam o marketing de massa, que é a produ-
ção, distribuição e comunicação em massa do mesmo produto, da mesma maneira, para
todos os consumidores.
Veja, aluno, é muito difícil que uma empresa consiga isto com sucesso! Um exemplo
clássico é o da Coca Cola, que até pouco tempo produzia um único produto, para todo o
mercado, acreditando que atendia satisfatoriamente a todos.
Mas até a Coca Cola percebeu que o marketing de massa não era a melhor escolha, já
que o mercado é composto de vários mercados-alvo, com características e necessidades
distintas. Hoje a Coca Cola comercializa não somente a Coca Cola normal, mas a diet,
light, Zero e sucos, para atender a mercados-alvo que antes não atingia.
TOME NOTA
O argumento tradicional para o marketing de massa é que ele cria um mercado potencial
maior, que leva a custos mais baixos em função da escala. E custos mais baixos levam a
preços mais baixos e maiores lucros. O problema é que os mercados têm se fragmentado
muito rapidamente e cada segmento tem suas próprias necessidades, como já vimos.
Agora que você já conheceu o marketing de massa, vamos apresentar os outros níveis de
segmentação. Marketing de segmento, marketing de nicho e o micromarketing. Vamos
ver cada um deles.
Marketing de segmento
No marketing de segmento, a empresa busca separar grandes grupos do mercado, que
tenham características, comportamento e necessidades similares, adaptando suas ofer-
tas, de modo que elas atendam com maior precisão às necessidades de um ou mais
destes grupos/segmentos. Vamos dar um exemplo para que você possa entender melhor.
Uma das vantagens do marketing de segmento é poder focar suas atenções em segmen-
tos que a empresa identificou como mais rentáveis. Em vez de gastar altas quantias em
propaganda tentando atingir todo o mercado, e já vimos que isto é caro, a empresa dirige
as campanhas, canais e produtos somente para aquele público específico.
Definição de Mercado-alvo 19
Outra vantagem é enfrentar uma menor concorrência, já que no marketing de massa estão
todos disputando todos. No marketing de segmento, a empresa começa a especializar-se
em atender determinados tipos de clientes e, portanto, o número de concorrentes com o
mesmo nível tende a ser menor.
Vamos ver se você entendeu! Citamos acima o exemplo da Coca Cola. Hoje ela trabalha
com o marketing de segmento? Com certeza você já notou que sim. Ela fabrica produtos
distintos para atender mercados-alvo distintos.
Marketing de nicho
Os segmentos de mercado normalmente são grupos grandes e identificáveis, como
compradores de carro de luxo, alto desempenho, utilitários, econômicos e esporte, como
vimos anteriormente.
A Ferrari é um exemplo! Neste exemplo, o nicho foi definido por renda. Você já parou para
pensar quantas pessoas no mundo têm condições de comprar uma Ferrari?! São poucas.
São aquelas que têm alta renda! Agora imagine um empreendedor que possui uma padaria
em um determinado bairro de uma cidade. Esta padaria irá atender a qual mercado-alvo?
Principalmente os moradores do bairro ou pessoas que trabalhem nele. Neste caso, o
nicho foi definido pela localização geográfica.
Os nichos têm também uma concorrência menor, já que a princípio é mais difícil especia-
lizar-se em grupos menores. Isto significa alto conhecimento deste público, atendendo
muito bem as suas necessidades. Clientes muito satisfeitos estão dispostos a pagar preço
20 Definição de Mercado-alvo
Premium. Bancos de dados possibilitam à empresa conhecer profundamente seus clien-
tes. Os clientes da Ferrari pagam mais por acreditar que nenhum outro carro oferece os
benefícios fornecidos por ela, que podem ser desempenho e status.
O marketing de nicho é uma opção para empresas menores, já que podem concentrar
seus recursos muitas vezes limitados a um nicho específico de mercado que podem não
ser interessantes para as grandes empresas. Entretanto, grandes empresas também aten-
dem nichos de mercado. Quando? Como têm mais recursos, podem resolver entrar em um
nicho de mercado para aumentar participação e/ou faturamento, bem como para ocupar
um lugar que o concorrente possa vir a ocupar.
O marketing de nicho é uma tendência. Cada dia mais, os clientes estão mais informados
e exigentes. Os concorrentes também aumentam em quantidade e qualidade. Portanto,
quanto mais a empresa conhecer as necessidades de seus clientes, mais chance terá de
sobreviver competitivamente.
Micromarketing
As empresas que praticam o marketing de segmento procuram atender as necessidades
de grupos de clientes. As que praticam marketing de nicho procuram atender grupos
menores de clientes, e, portanto, conhecem melhor as necessidades de seus clientes.
Mas nenhuma das duas estratégias foca no atendimento individual. Ou seja, criar ofertas
sob medida para cada cliente. Este é o desafio do micromarketing. Assim o marketing de
segmento e de nicho estão entre o de massa e o micromarketing. O micromarketing inclui
o marketing local e o individual.
Marketing local: visa desenvolver marcas e promoções sob medida, ou seja, customiza-
ção, para atender às necessidades e desejos de clientes locais, que pode ser uma cidade
ou um bairro ou até mesmo lojas específicas.
Mas como? Estas empresas fazem pesquisas constantes com seus mercados- alvo.
Inclusive adotam estratégias mais sofisticadas chamadas de “imersão de executivos no
campo”. Nesta estratégia, os executivos destas empresas trabalham um certo período
como repositores das grandes redes de hipermercados, para verificarem in loco o compor-
tamento de compra dos clientes.
Definição de Mercado-alvo 21
O alfaiate fazia o terno sob medida. O sapateiro tirava medidas de cada
cliente e os marceneiros faziam móveis sob medida.
As novas tecnologias têm permitido a volta deste costume – bancos de dados de clientes,
internet, extranet e sistemas integrados de gestão. Um exemplo atual são as empresas
desenvolvedoras de software de gestão. Veja, estas empresas desenvolvem estes softwa-
res de acordo com a necessidade de cada cliente. Isto tudo tem contribuído inclusive para
uma nova estratégia. Trata-se da customização em massa, que inclusive é uma estratégia
de fidelização.
Na customização em massa, a empresa fabrica produtos sob medida para todos os clien-
tes que estiverem dispostos a esperar e pagar por isto. Ex. Nike; Scania; Dell. Todas estas
empresas permitem que o cliente entre no seu site e customize o produto, que, muitas
vezes, inclusive, é entregue em casa, como é o caso da Dell.
22 Definição de Mercado-alvo
VARIÁVEIS UTILIZADAS PARA CARACTERIZAR
UM NÍVEL DE SEGMENTAÇÃO
Após a definição do nível de segmentação, que a empresa delibera de acordo com o produ-
to, o próximo passo é caracterizar o nível. Para caracterizar o nível de segmentação, são
utilizadas as seguintes variáveis: geográfica, demográfica, comportamental e psicográfica.
VARIÁVEL GEOGRÁFICA
A empresa pode utilizar esta variável para definir o seu raio de atuação, que pode ser um
bairro, cidade, região ou país. A empresa pode decidir atuar em uma, em algumas ou em
todas as regiões, como é o caso das empresas de atuação global, prestando atenção nas
diferenças geográficas relacionadas às necessidades dos clientes.
Hoje em dia, muitas empresas estão regionalizando seus produtos, bem como campanhas
publicitárias e esforços de vendas, para atender à necessidade de cada região, cidade ou
bairro – acabamos de ver isto no marketing local.
VARIÁVEL DEMOGRÁFICA
Esta variável leva em consideração sexo, idade, tamanho da família, renda, ciclo de vida
da família, ocupação, grau de instrução, religião e raça. Os fatores demográficos são os
mais utilizados para segmentação de grupos de clientes. Uma razão para isto é que as
necessidades e o índice de utilização de produtos e serviços pelos clientes geralmente
variam em função destas variáveis.
Outra razão é que estas variáveis são mais fáceis de mensurar, são mais claras. Mesmo
quando se utilizam outras maneiras de segmentação, como geográfica ou comporta-
mental, por exemplo, é importante que se use a demográfica para avaliar o tamanho do
mercado-alvo e para atingi-lo de maneira mais eficaz.
Definição de Mercado-alvo 23
VARIÁVEL PSICOGRÁFICA
Esta variável leva em consideração estilo de vida e personalidade. Pessoas de um mesmo
grupo demográfico podem ter características bastante diferentes. Uma cidade (variável
demográfica) tem diversos grupos distintos que podem ser segmentados por estilo de
vida, por exemplo.
O estilo de vida está mais relacionado com as opiniões e crenças dos consumidores. Dê
uma olhada na maioria dos supermercados – por exemplo no setor de carnes – e você
encontrará as ofertas agrupadas pelo tipo de carne: a carne de porco de um lado; a de boi
de outro e a de frango de outro. Assim, um supermercado poderia definir suas seções,
chamando-as de refeições rápidas; cozinha light; uma terceira com produtos prontos,
como cachorro quente e hambúrguer, chamada “as crianças adoram essas coisas”; e uma
quarta mais sortida intitulada “eu adoro cozinhar”. Assim, este supermercado conseguiria
atender ao grande público, contudo atendendo as necessidades especiais de cada grupo
de clientes.
Personalidade: tem a ver com traços que influenciam o comportamento. Ex.: teoricamen-
te, pessoas compulsivas compram de modo diferente das cautelosas, assim como as
introvertidas e extrovertidas.
SEGMENTAÇÃO COMPORTAMENTAL
Esta variável leva em consideração principalmente os atributos (benefícios) que os clien-
tes valorizam, como, por exemplo, preço e qualidade. Ou seja, quais são os atributos
do produto que as pessoas mais valorizam? Ex.: uma empresa de creme dental pode
segmentar da seguinte maneira: um produto direcionado para aqueles clientes que valo-
rizam preço (característica econômica); outro para os que valorizam a qualidade/preven-
ção de cáries (medicinal); outro para aqueles que valorizam a estética/dentes brancos
– cosméticos – e outro para aqueles que valorizam mais o sabor – crianças.
Agora que já vimos quais são as variáveis que podem ser utilizadas para caracterizar
um nível de segmentação, vamos passar para o passo final da metodologia de defi-
nição de mercado-alvo. O passo final é reunir as variáveis acima em um conjunto
que caracteriza o nível de segmentação. E para que você entenda perfeitamente
este último passo, vamos apresentar um exemplo.
IMPORTANTE
Veja, se você definir o mercado-alvo desta maneira, significa que está utilizando somente a
variável geográfica e, portanto, todas as mulheres da cidade de São Paulo fazem parte do
seu mercado-alvo! E não são todas, concorda? Veja, qualquer mulher, de qualquer renda, tem
poder de compra para adquirir seus sapatos? Não!
Agora, veja se este mercado-alvo ficaria mais adequado. “Mulheres da classe A residen-
tes ou que trabalham na zona sul da cidade de São Paulo, sofisticadas, e que valorizam
estilo e design”. Vamos lembrá-lo dos passos para definição de mercado-alvo e analisar
o mercado-alvo acima.
24 Definição de Mercado-alvo
O primeiro passo para definir o mercado-alvo é a definição do nível de segmentação. No
exemplo acima, o nível é marketing de nicho. O próximo passo é caracterizar este nicho
utilizando as variáveis de segmentação. Vamos analisar o mercado-alvo definido!
Definição de Mercado-alvo 25
Síntese
Neste módulo, você conheceu uma metodologia para definir mercado-alvo. Começou
vendo quais são os níveis de segmentação. Posteriormente, quais são as variáveis utiliza-
das para caracterizar um nível de segmentação. E por fim, viu um exemplo que ilustrou a
metodologia na prática.
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
BAKER, Michael J. (Org.). Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier,2005.
ETZEL, M. ; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
LAS CASAS, Alexandre L. Administração de Marketing: Conceitos, Planejamento e Aplicações à Realidade
Brasileira. São Paulo: Atlas, 2006.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
26
Administração
de Marketing
Posicionamento
Estratégico
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender o que é posicionamento estratégico.
• Compreender como se define uma estratégia de posicionamento.
• Conhecer as opções de proposição de valor.
Para que você possa entender melhor, vamos dar alguns exemplos. Qual é o
posicionamento de um hipermercado? Poderia ser preço e disponibilidade.
É assim que ele quer ser lembrado. Qual o posicionamento de uma
empresa de grife famosa? Poderia ser estilo! Qual o posicionamento de
uma empresa que fabrique produtos inovadores? Poderia ser inovação!
Agora que você já entendeu o que é posicionamento, vamos abordar uma ques-
tão importante. O alinhamento entre estratégia competitiva e posicionamento
estratégico.
Posicionamento Estratégico 29
Definição da estratégia de posicionamento
Para se escolher uma estratégia de posicionamento, a empresa precisa antes passar por
duas etapas: identificar um conjunto de possíveis vantagens competitivas da empresa e
escolher as principais, para em seguida selecionar a estratégia correta de posicionamento.
IDENTIFICAÇÃO DE POSSÍVEIS
VANTAGENS COMPETITIVAS
A chave para conquistar e manter clientes é entender suas necessidades e seu proces-
so de compra de uma forma melhor do que os concorrentes o fazem, e entregar mais
valor. Mas como? Ouça-os, monitore-os, faça pesquisas constantes. Em outras palavras,
a empresa precisa gerir o relacionamento com sua base de clientes de forma eficaz.
REFLITA
Agora que você já entendeu que a empresa precisa monitorar de perto sua base de clientes,
para entender com clareza suas necessidades e desejos, reflita: Quando ela é lembrada por
seus clientes por entregar maior valor em algum atributo, ela consegue um posicionamento/
vantagem competitiva? Com certeza, sim!
30 Posicionamento Estratégico
A empresa pode se diferenciar por meio
de seus produtos, serviços, pessoal, canal
ou imagem. Vamos ver cada um.
Posicionamento Estratégico 31
Em geral a empresa deve evitar três
erros de posicionamento importantes:
32 Posicionamento Estratégico
Opções de proposição de valor
Além de adotar um posicionamento claro, a empresa que oferecer a melhor proposição de
valor a seus clientes certamente é a que terá a maior vantagem competitiva.
Proposição de valor é o mix total de benefícios da empresa, ou seja, como vimos ante-
riormente, mesmo quando há um posicionamento claro, por exemplo, com base no preço,
não se deve negligenciar os outros atributos relacionados a diferenciação de produto ou
intimidade com o cliente. Desta forma, a empresa pode se posicionar por preço, mas
deve oferecer um mínimo de atendimento e qualidade. Sendo que a empresa que conse-
guir apresentar um posicionamento claro e ainda oferecer um melhor mix de benefícios
auxiliares – proposição de valor – é a que terá maior vantagem competitiva – preferência
dos clientes.
Mais por mais: esta estratégia significa oferecer um produto ou serviço superior e
cobrar um preço mais alto para cobrir os custos também mais altos.
O mesmo por menos: oferecer o mesmo por menos pode ser uma estratégia pode-
rosa – todo mundo gosta de um bom negócio. Ex. A Amazon vende os mesmos
livros que seus principais concorrentes, mas a um preço menor. O Wal-Mart ofere-
ce muitos produtos iguais aos encontrados nas lojas de departamento a um preço
mais baixo, devido a sua excelência operacional e poder de compra.
Menos por muito menos: implica focar as atenções no cliente que valoriza o preço
em detrimento de serviços agregados e/ou qualidade superior. Ex. muitos turistas
preferem quartos simples a um preço menor, do que quartos com hidromassagem.
Mais por menos: esta é, a princípio, a melhor estratégia. Contudo, a longo prazo
é difícil sustentar, já que oferecer mais normalmente custa mais, demandando da
empresa um controle muito rígido dos processos para baixar custos. Isto leva à
pressão e à cobrança constantes, o que ocasiona insegurança e intranquilidade
nos colaboradores. O resultado pode ser desastroso, pois colaboradores insa-
tisfeitos não geram valor para a empresa, e, se não atende bem os clientes, por
consequência, a empresa começará a perder competitividade.
O importante é que a empresa adote um posicionamento que a torne especial para seu
público-alvo. Oferecer somente o mesmo pelo mesmo não gera vantagem competitiva, ou
leva a empresa a estagnar. As empresas que oferecem o mesmo por mais, ou menos por
mais e menos pelo mesmo inevitavelmente irão falir.
Posicionamento Estratégico 33
Síntese
Neste módulo, você viu o que é posicionamento estratégico. Viu ainda como se define
uma estratégia de posicionamento. E por fim, viu as opções de proposição de valor que
uma empresa pode adotar.
Referências
BAKER, Michael J. Org. Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
TREACY, Michael; WIERSEMA, Fred. A disciplina dos líderes de mercado: escolha seus clientes, direcione seu
foco, domine seu mercado. 3. ed. Rio de Janeiro: Rocco, 1995.
34
Administração
de Marketing
Estratégias
Envolvendo
o Produto
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender as estratégias envolvendo o ciclo de vida de um produto.
• Saber analisar a matriz BCG.
Após o lançamento do produto, a empresa almeja que ele tenha uma vida longa e lucra-
tiva. Embora não espere que o produto seja vendido para sempre, a empresa quer obter
lucro, compensando todos os esforços e riscos em que incorreu para inseri-lo no mercado.
O produto terá diferentes níveis de venda e lucro no decorrer de seu ciclo de vida e, para
cada um dos estágios, a empresa deve adotar uma
estratégia envolvendo o composto mercadológico. O composto mercadológico
é formado pelas estratégias
A figura abaixo mostra um exemplo do ciclo de vida de
envolvendo o produto, o preço,
um produto, demonstrando o caminho que as vendas
a promoção e a praça.
e os lucros percorrem durante a vida desse produto.
Maturidade
Crescimento
Introdução Declínio
Introdução
É um período de baixo crescimento das vendas, já que o produto está sendo introdu-
zido no mercado. Nesse estágio, os lucros não existem devido às altas despesas com
o lançamento. Alguns dos motivos para o lento crescimento das vendas neste estágio
são: atraso na expansão da capacidade de produção; problemas técnicos; dificuldade
de encontrar distribuidores adequados, relutância do consumidor em mudar de produto e
ainda o baixo número de clientes que podem pagar por um produto mais caro, como um
smartphone de última geração, por exemplo.
Os lucros não existem ou são baixos neste estágio, principalmente pelas altas despesas
promocionais para conscientizar o mercado-alvo potencial sobre um produto novo e asse-
gurar a distribuição nas lojas de varejo.
Estratégia de desnatamento
Significa lançar um produto a um preço alto e com elevado gasto em promoção. A empre-
sa lança um produto a um preço alto por ser inovador e investe pesado para divulgar esta
inovação, em busca de clientes que a valorizem e estão dispostos a pagar por isto.
Esta estratégia faz sentido sob as seguintes condições: grande parte do mercado poten-
cial não tem conhecimento do produto; aqueles que tomam conhecimento estão ansio-
sos para adquiri-lo (chamados de experimentadores) e podem pagar o preço solicitado,
enfrentando a empresa concorrência potencial. Ex.: iPhone.
Estratégia de penetração
Consiste em lançar um produto a um preço baixo e com alto gasto em promoção. Esta
estratégia promete penetração mais rápida e conquis-
ta de maior participação de mercado. O preço baixo
é o estímulo para experimentação do produto.
Estágio de crescimento
Este estágio é marcado por rápida expansão das vendas, quando as estratégias no está-
gio anterior forem adequadas. Os adotantes gostam do produto e a maioria média dos
consumidores começa a comprar. Novos concorrentes entram no mercado, atraídos pelas
oportunidades decorrentes dos lucros alcançados pela pioneira. Em resposta à reação dos
concorrentes, são introduzidas novas características nos produtos e se expande o número
de canais de distribuição.
Estágio de maturidade
Em algum ponto, a taxa de crescimento das vendas estabiliza e o produto entra em um
estágio de maturidade. Normalmente, este estágio demora mais do que o anterior e apre-
senta grandes desafios para a empresa.
A maioria dos produtos se encontram neste estágio, podendo ele ser dividido em três fases:
O problema que uma empresa enfrenta em um mercado maduro é se deve lutar para tornar-
-se uma das três maiores, obtendo lucro em decorrência do alto volume de vendas, ou
se deve adotar uma estratégia de nicho e conquistar lucro por meio de maiores margens.
Reflita sobre isto!
Estágio de declínio
As vendas declinam por inúmeras razões, incluindo principalmente mudanças no compor-
tamento de compra dos consumidores e aumento da competição. Estas razões levam a
excesso de produção, redução de preços e erosão de lucros, e algumas empresas retiram-se
do mercado.
Matriz BCG
A matriz BCG foi desenvolvida pelo Boston Consulting Group, consultoria mundialmente
reconhecida. Esta matriz analisa o portfólio de produtos ou unidades de negócio, baseado
no ciclo de vida do produto. Por meio desta ferramenta, é possível conhecer cada produto
da empresa em relação a sua participação de mercado (em relação aos concorrentes) e
as suas chances de crescimento nele. A partir daí, todas as decisões sobre os produtos
podem ser tomadas.
Como já vimos na análise do ciclo de vida dos produtos, em cada estágio a empresa
adota uma estratégia em relação ao lançamento, ao desenvolvimento ou à retirada de
um produto. A matriz BCG é fundamental para ajudar nesta análise, já que considerará
fatores como participação relativa de mercado e taxa de crescimento de mercado. Além
disso, analisa a capacidade da empresa de gerar fluxo de caixa entre os vários produtos,
considerando seu principal concorrente.
Estrela Interrogação
Crescimento do Mercado
Alto
O ciclo mais indicado é aquele em que os produtos incluídos no quadrante “vaca leiteira”,
os maiores geradores de caixa, financiam os produtos interrogação, para aumentar sua
participação no mercado. Com os investimentos, procura-se transformá-los em produtos
estrelas. Com a estabilização do mercado, esses produtos passariam a vacas leiteiras e
então gerariam mais fluxo de caixa.
Após a análise do portfólio de produtos, a empresa precisa definir quais estratégias adotar
para cada um. São recomendadas quatro estratégias:
Até breve!
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
BAKER, Michael J. (Org.). Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
URDAN, Flávio; URDAN, Andre. Gestão do Composto de Marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
45
Administração
de Marketing
Estratégias de Marcas,
Embalagens, Rotulagens
e Serviços de Apoio
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender o que as empresas precisam fazer para estabelecer suas marcas.
• Compreender a importância e as funções da embalagem.
• Conhecer estratégias envolvendo serviços de apoio.
Estabelecimento de marca
O estabelecimento de uma marca é tão importante, que hoje quase nada é comercializado
sem ela. Até produtos commodities têm marcas, como sal, arroz, feijão, frango, frutas,
etc. Você deve estar se perguntando: o que seria um produto commoditie? São aqueles
produtos cuja qualidade o consumidor tem dificuldade de diferenciar quando são compa-
rados com o concorrente. Por exemplo, o arroz ou feijão que são vendidos a granel em
um mercado! Gasolina, minério de ferro, frango a granel e uma conta de poupança são
outros exemplos.
A marca está ligada, na mente do consumidor, à qualidade; portanto, aquele cliente que
compra sempre a mesma marca, pressupõe que irá receber as mesmas características,
benefícios e qualidades.
A marca garante também, via registro, proteção legal; caso contrário, poderia ser copiada
pelos concorrentes. Veja o exemplo a seguir:
Quando a Coca Cola lançou o refrigerante à base de cola, e patenteou, só ela poderia
fabricar este tipo de refrigerante. Após o registro da patente, a empresa registrou a marca
do refrigerante com nome de Coca Cola. A partir daquele momento, somente esta empre-
sa poderia vender refrigerante à base de cola com o nome Coca Cola!
Valor patrimonial
REFLITA
Você sabe dizer o que uma empresa deve fazer para que sua marca tenha alto valor patrimonial?
IMPORTANTE
Este é um dos grandes desafios do profissional de marketing, como já vimos, mas as vanta-
gens são grandes quando superado. E é isto que veremos a seguir.
Alto valor patrimonial confere a uma empresa muitas vantagens competitivas. Uma marca
poderosa goza de alto nível de conscientização e fidelidade por parte dos consumido-
res. Como eles esperam encontrar os produtos nas lojas, a empresa tem mais poder na
negociação com os revendedores. Como a marca desfruta de alto grau de credibilidade, a
empresa pode lançar extensões de linha e de marca com maior facilidade, como aconte-
ceu quando a Coca Cola lançou a Coca Diet, light e Zero. Além disso, uma marca forte
oferece à empresa certa defesa contra novos entrantes.
Outro exemplo de fidelização são acréscimos de benefícios financeiros, como uma tabela
progressiva de descontos, que ajudam a consolidar o relacionamento.
Patrocínio de marca
Você sabe o que é patrocínio de marca? São as opções que um fabricante tem sobre qual
marca utilizar!
ATENÇÃO
A guerra entre marcas próprias e de fabricantes vem alterando o sortimento de produtos na
prateleira. É um “combate complexo”, já que o varejista não pode ficar sem as marcas consa-
gradas – os clientes cobram –; contudo, a margem de lucro das marcas próprias é muito
maior. Um equilíbrio deve ser encontrado.
Estas indústrias geralmente não têm uma marca forte e/ou não têm recursos suficientes
para lançar e consolidar uma marca, ou ainda gostariam de retorno muito rápido. Desta
forma, elas procuram as marcas famosas, como por exemplo a Armani, pagam uma taxa
X para poder colocar esta marca em seu produto, por exemplo, um perfume. É lógico que
a Armani fará toda uma auditoria na empresa pretendente para verificar se o nível de
qualidade do produto não comprometerá a marca, que, já vimos, custou para ser
consolidada!
Marcas combinadas: quando duas empresas de marcas fortes decidem se juntar e lançar
uma nova. Recentemente, o banco Itaú e o BMG fizeram uma joint venture, criando uma
terceira empresa – Itaú BMG Consignado. Mas qual é a vantagem desta estratégia? No
exemplo, o Itaú estava interessado em entrar no segmento de empréstimo
consignado, mas não tinha grande conhecimento! Assim, procurou o BMG e Joint venture
Quando duas empresas ou mais se
propôs uma Joint venture, já que este banco é um dos pioneiros do segmento juntam e constituem uma terceira,
de empréstimo consignado. Mas o que o BMG ganhou com esta parceria? mantendo-se independentes em
Pontos de venda! O BMG é concentrado em Minas Gerais, e o ITAÚ em todo seus negócios de origem.
o território nacional.
Extensão de linha de produtos: é quando a empresa lança novas versões de um produto exis-
tente com novos formatos, tamanhos de embalagens, sabores. Por exemplo: a Danone esten-
deu a linha de yogurte de morango para mais seis sabores e tamanhos normais e econômicos.
A linha de produtos pode ser expandida também lançando novos modelos de um produto
já existente, em uma faixa de preço superior ou inferior, o que é também interpretado por
como multimarcas. Nesta estratégia, as empresas lançam marcas adicionais na mesma
categoria. Ou seja, quando uma empresa lança uma marca de combate – extensão de
linha para baixo.
Neste caso, a empresa lança uma segunda linha do produto, com uma outra marca para
combater um concorrente com qualidade e preço inferior que esteja ganhando seu merca-
do, principalmente quando este é sensível a preço.
Extensão de marca: esta estratégia significa usar o nome de uma marca já existente para
lançar produtos novos em uma nova categoria. Como exemplo, podemos citar a Honda,
que inicialmente era fabricante de motocicletas, porém estendeu sua marca para automó-
veis, jet-ski, motores marítimos e até para fórmula I.
Novas marcas: uma empresa pode criar um novo nome de marca quando entrar em uma
nova categoria de produtos para a qual nenhum de seus nomes de marcas existentes seja
adequado. Exemplo: A PEPSICO atua na categoria de Pizza com a marca Pizza Hut; no
de refrigerante, com a Pepsi Cola; no de cereais matinais, com a Quaker. A empresa pode
também conseguir novas marcas em novas categorias, por meio de aquisições. Exemplo:
A General Mills adquiriu no Brasil a Forno de Minas (posteriormente a vendeu), as massas
Frescarinni e os sorvetes Hagen-Das.
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
BAKER, Michael J. (Org.). Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
URDAN, Flávio; URDAN, Andre. Gestão do Composto de Marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
56
Administração
de Marketing
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Compreender a diferença entre produtos inteiramente novos e extensões de linha.
• Entender os fatores que podem dificultar o desenvolvimento de novos produtos.
• Conhecer as etapas do processo de desenvolvimento de novos produtos.
A resposta para ambas as perguntas é sim! Diante deste cenário, uma solução é o desen-
volvimento constante de novos produtos. Principalmente empresas que adotam a estraté-
gia competitiva com base na liderança de produtos.
Agora que você já entendeu que, para sobreviver de forma competitiva, a empresa precisa
se reinventar constantemente e que uma das estratégias a adotar é o lançamento cons-
tante de novos produtos, vamos a seguir começar a abordar o primeiro objetivo de apren-
dizagem – a diferença entre produtos inteiramente novos e extensões de linha.
Produtos inteiramente novos são aqueles que criam um mercado totalmente novo. Já
extensão de linha, é uma melhoria, um aperfeiçoamento no produto já existente, como
novos sabores de um picolé ou suco ou ainda novas embalagens ou uma nova fórmula,
por exemplo, de um sabão em pó!
Vamos apresentar outros números. Estima-se que o índice de fracasso de novos produtos
de consumo não duráveis chega a 80%.
Somente 40% de todos os lançamentos nos setores de bebida, alimentos, beleza e saúde
permanecerão mais de cinco anos no mercado.
Nesse ponto você deve estar se perguntando! Mas por que tantos produtos novos fracas-
sam? Os motivos principais são:
Os motivos são muitos, contudo acredita-se que o principal é não investigar corretamente
o que o cliente realmente valoriza. A palavra de ordem é escutar seu cliente, com objetivo
de lançar produtos exatamente de acordo com suas necessidades.
Escassez de ideias importantes em alguma área. Como melhorar o aço, por exemplo?
Agora que você já entendeu quais são os principais fatores que dificultam o lançamento
de novos produtos, no próximo tópico será apresentado o processo de lançamento de
novos produtos.
Processo de desenvolvimento
de novos produtos
Vimos acima que os números relacionados a lançamento de novos produtos não são
animadores. Uma das principais soluções para esta situação é planejar e controlar com
rigor o processo de lançamento de novos produtos. Este processo engloba oito etapas.
Para que você possa entender melhor, iremos explicar as oito etapas, apresentando o
exemplo de um abatedouro de frango, que chamaremos de Delta!
Geração de ideias
O desenvolvimento de novos produtos começa
com a geração de ideias. Incentive a equipe,
clientes e distribuidores a colaborar. A
concorrência também é uma ótima
fonte de inspiração.
ATENÇÃO
Neste tipo de cultura, é importante frisar que o novo deve ser valorizado e o fracasso não
deve ser punido.
CURIOSIDADE
Uma pergunta: Carne de frango é uma comoditie? Se for aquela que o consumidor encontra
a granel em um supermercado, sim. Se tiver uma marca, passa a não ser!
Então o que a DELTA deveria fazer? Após algum tempo de análise, o gerente de marketing
da Delta resolveu apresentar três propostas à diretoria:
A segunda proposta foi aprovada! A Delta resolveu lançar novos produtos, que seus prin-
cipais concorrentes não tinham. Embutidos (hambúrguer e salsicharia) temperados.
E qual seria o benefício? A Delta equilibraria a sua carteira de produtos, não ficando tão
dependente dos produtos já existentes (100% para 46%). Além disso, os novos produtos
tinham maior valor agregado, o que demandaria tempo e investimento para os concorren-
tes copiarem. Maior rentabilidade.
A fase de geração de ideias é criar uma grande quantidade delas, para, em seguida, duran-
te as outras etapas, selecionar a(s) melhor(es).
Seleção de ideias
É interessante salientar que, antes de apresentar a ideia de lançamento destes
produtos, o gerente de marketing da Delta analisou uma quantidade bem maior, ou
seja, nuggets, pizza, salames, patê, frango a passarinho e outros. Enfim, chegou a
25 ideias. A Sadia tem mais de 50.
Mas por quê? Comparando uma oportunidade (concorrentes não tinham os produtos)
com algumas forças (financeiro, espaço físico, pessoal preparado e algumas máqui-
nas que podiam ser adaptadas, CMS), chegou-se à conclusão de que os embutidos
temperados eram os mais indicados para aquele momento (Maior rentabilidade).
No caso da Delta, foram desenvolvidas três misturas de temperos distintas (uma mais
suave, uma intermediária e uma mais forte). Esta mistura foi desenvolvida em conjunto
(químicos, engenheiros de alimentos, nutricionista e cozinheira).
Preço: posicionou-se 10% abaixo dos concorrentes nacionais e 10% acima dos concor-
rentes locais.
Distribuição: a frota era própria. O que mudou foi a aquisição de mais dois caminhões
baús e adaptação de outros dois, além da adaptação de uma das câmaras frias para
armazenamento.
Orçamento: foi determinada uma verba para cada fase do projeto e um controle
rigoroso.
Análise do negócio
Após desenvolver o conceito do produto e a estratégia de marketing, a empresa deve
avaliar a atratividade do lançamento. Para tanto, a empresa precisa fazer uma revisão das
projeções de venda, dos custos e lucros do projeto dos novos produtos. A Delta realizou
novamente todos os cálculos e chegou à conclusão de que o projeto era viável.
Lembre-se de que a DELTA já havia testado uma amostra com alguns consumidores. Nesta
etapa, o desafio é industrializar a amostra em série, passando por um rigoroso controle
de qualidade. Vários testes funcionais foram realizados, ou seja, certificou-se da qualida-
de e da produtividade, principalmente. É bom lembrar que, nesta etapa, a empresa deve
criar condições para industrializar em série logo após o teste padrão de mercado. Muitas
empresas pulam o teste padrão de mercado e, nesta etapa, já partem para industrialização
em série.
Teste do mercado
Foi realizado um teste de mercado padrão, ou seja, a Delta acordou com os principais
supermercados da sua região de atuação a comercialização a preço promocional, durante
um mês. Preço promocional foi uma maneira de estimular a experimentação por parte dos
clientes.
O resultado foi que o nível de satisfação foi considerado atrativo entre distribuidores e
clientes finais. Em uma escala de 1 a 7 (nada satisfeito até muito satisfeito), a média foi
6. Qualidade e preço alinhados. Alto nível de qualidade a um preço 10% mais barato.
Outro ponto interessante foi a constatação de que os clientes aprovaram também a diver-
sificação da linha de produtos.
Quando a Quaker lançou seu cereal matinal 100% natural, construiu uma fábrica menor
do que a que havia sido pedida pela força de vendas. Qual foi o resultado? A demanda
excedeu de tal maneira a previsão de vendas que, por cerca de um ano, a empresa não
conseguiu produzir o suficiente para as lojas.
• Entrar primeiro: a empresa que entra primeiro no mercado, geralmente tem a vanta-
gem de fechar negócios com os principais distribuidores e clientes antes que o
concorrente o faça. Isto possibilita ganhar liderança de mercado. Mas atenção! Se
o produto for levado rapidamente ao mercado antes da conclusão dos testes, ele
poderá ganhar uma imagem negativa.
• Entrar junto com o concorrente: a empresa pode decidir entrar exatamente no
mesmo momento que o concorrente. Mas qual a vantagem desta estratégia, você
deve estar se perguntando. O mercado pode prestar mais atenção quando duas
empresas estão fazendo propaganda de um novo produto. Nesse caso, o ideal é que
a empresa tenha uma melhor reputação no mercado. Desta forma, maximizam as
chances de experimentação de seu produto, em detrimento do concorrente!
• Entrar depois: a empresa pode decidir adiar o lançamento do novo produto e esperar
o concorrente entrar primeiro! Mas qual a vantagem desta estratégia? O concorren-
te é que terá que arcar com os custos de orientar o mercado. Outro ponto é que o
produto do concorrente pode revelar problemas que a empresa poderá evitar!
Como esta etapa é fundamental, vamos apresentar outra questão importante! Se o produ-
to novo for substituir um mais antigo, a empresa pode adiar o lançamento até que o
estoque do antigo acabe! Se o produto for sazonal (produtos que vendem mais em deter-
minadas épocas, como, por exemplo, sorvete no verão), a empresa pode adiar até a época
certa!
No caso da Delta, três meses após o teste de mercado, já estava pronta uma nova linha
de produção.
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
BAKER, Michael J. (Org.). Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
URDAN, Flávio; URDAN, Andre. Gestão do Composto de Marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
67
Administração
de Marketing
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Conhecer o mix de comunicação de marketing.
• Entender a necessidade de integração nas comunicações de marketing.
• Compreender os estágios de um programa de comunicação de marketing.
CURIOSIDADE
Neste ponto, você pode estar se perguntando. Mas qual é diferença entre marketing direto
e venda pessoal? Embora alguns autores considerarem que a venda pessoal é uma forma de
marketing direto, a maioria considera que existe uma diferença. Na venda pessoal existe a
presença física do vendedor e no marketing direto não.
Mas, então, como resolver este problema? Para resolver esta questão, se faz necessário
nomear um profissional, que ficará responsável por toda a comunicação da empresa,
podendo ser, por exemplo, o gerente ou diretor de comunicações. Assim, a empresa
conseguirá integrar sua comunicação, transmitindo uma mensagem clara e consistente
aos mercados-alvo, ou seja, todas as ferramentas que compõem o mix de comunicação
divulgarão a mesma mensagem.
O público-alvo pode ser formado por compradores potenciais ou usuários atuais, os que
tomam a decisão de compra e os que influenciam. O público-alvo influenciará fortemente
a mídia a ser escolhida e a mensagem.
A empresa deve criar um apelo ou tema que chamará a atenção. Pode ser racional ou
emocional. Ex.: racional – as mensagens começam apelando para características inova-
doras. Emocional – mensagens bem-humoradas, como as da Bombril, ou ainda as que
apelam para lindas paisagens ou esportes radicais, por exemplo! Estas mensagens que
chamam a atenção, consequentemente mantêm o interesse, já que enaltecem os benefí-
cios – as emocionais, como chamam a atenção, também mantêm o interesse em conti-
nuar vendo, ouvindo ou lendo.
O próximo passo é despertar o desejo e induzir a compra. Por exemplo, a mensagem pode
deixar clara a possibilidade de um teste drive, no caso de uma montadora de automóveis.
E por último, a mensagem deve induzir a ação/compra.
O canal pessoal pode ser via força de venda diretamente, ou por telefone, correio ou
internet. A vantagem é que ele permite uma apresentação pessoal e feedback. O canal
não pessoal são as mídias mais conhecidas, como TV, jornal, rádio, outdoor. A escolha do
canal irá depender do produto e do público-alvo.
Mensagens passadas por dentistas de um certo creme dental passam mais credibilidade.
Um atleta recomendando um tênis também. As empresas sabem disso e contratam estes
profissionais para serem a fonte de suas mensagens.
Após determinada campanha, uma empresa deve pesquisar qual percentual de seu públi-
co-alvo está consciente de seu produto, e destes, quan-
tos realmente compraram e quantos por cento ficaram
satisfeitos. Assim, a empresa pode verificar o nível de
conscientização causado pela mensagem, o nível de
persuasão (convicção e compra) e o nível de satisfação.
Método de objetivos e tarefas: é o mais lógico, pelo qual a empresa define seus gastos
em comunicação com base no que quer conseguir com ela. Ou seja, primeiro define os
objetivos específicos (conscientizar, persuadir, comprar, lembrar). Posteriormente, define
as tarefas (anúncios na mídia, venda pessoal, relações públicas, promoções de venda) que
devem ser realizadas para alcançar esses objetivos e a estimativa de custo da execução
de cada tarefa.
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
BAKER, Michael J. (Org.). Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
URDAN, Flávio; URDAN, Andre. Gestão do Composto de Marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
77
Administração
de Marketing
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender as principais decisões envolvendo a propaganda.
• Conhecer as principais ferramentas de promoção de vendas dirigidas ao consumidor e ao
comércio.
• Compreender as situações mais adequadas para a utilização da venda pessoal e relações
públicas.
OBJETIVOS
Os objetivos da propaganda são informar, persuadir ou lembrar.
A propaganda informativa é geralmente usada para
conscientizar o público-alvo do lançamento de um
Você sabe quando é utilizado novo produto, ou alguma melhoria implementada
cada um desses objetivos? neste, ou ainda quando a empresa faz alguma alte-
ração estratégica.
A mensagem pode ser ainda definida a partir do posicionamento, ou seja, deve destacar
o produto. Vamos apresentar alguns exemplos, para que você entenda melhor.
Exemplo 1: Os relógios Rolex se posicionam por luxo e status e suas mensagens estão
sempre enfatizando isto.
Exemplo 2: O Bradesco enfatiza em suas mensagens sempre alusões a um banco
completo, como o Logotipo (a intenção é associar a vida, crescimento, abrigo e supor-
te). Outra campanha adotou uma mensagem na qual uma garotinha nascia e mostrava
sua trajetória de vida, destacando como o Banco poderia atendê-la em cada etapa de
sua vida – de um fundo para universidade, cartões universitários, até a aposentadoria.
Exemplo 3: O Ricardo Eletro enfatiza sempre “o menor preço todos os dias”.
Por enquanto, falamos da criação. Agora vamos abordar como deve ser a execução da
mensagem, ou seja, a escolha do melhor estilo, palavras e tom da mensagem. Vamos
começar apresentando os estilos de mensagem.
Cenas da vida real: neste caso, são mostradas duas pessoas usando um produto em
uma situação normal, por exemplo, em um piquenique, discutindo os benefícios nutri-
cionais da manteiga de amendoim.
Estilo de vida: aqui a ênfase será associar o produto a algum estilo de vida. Comerciais
de automóveis off zroad (fora de estrada) sempre associam suas mensagens a estilo
aventureiro.
Atmosfera ou imagem: este estilo é muito utilizado por agências de viagens ou cidades
turísticas. O comercial cria uma atmosfera ao redor do produto, como beleza, por exem-
plo - uma paisagem maravilhosa. Não é feita nenhuma afirmação, apenas uma sugestão.
Comprovação cientifica: Neste estilo, a empresa procura enfatizar seus investimentos
em P&D (pesquisa e desenvolvimento), para convencer o público sobre sua qualidade
superior.
Testemunha ou aval: neste estilo, a empresa convida alguma personalidade reconheci-
da em seu campo de atuação e a convida a fazer um testemunho em sua campanha.
Um dentista avalizando um creme dental, ou um atleta avalizando um par de tênis são
exemplos!
Promoção de vendas
A promoção de vendas muitas vezes é
utilizada em conjunto com a propaganda
e a venda pessoal, de forma integrada. Ela
consiste em incentivos de curta duração
destinados a estimular a venda em um deter-
minado período. Vamos dar alguns exem-
plos para que você possa entender melhor:
estoque alto; estratégia de penetração de
mercado (no lançamento de um produto,
adota-se um preço baixo para estimular a
experimentação) ou incremento (Cupons de
Pizzarias, junte dez rótulos e concorra a um
carro).
IMPORTANTE
Enquanto a propaganda e a venda pessoal apresentam motivos para a compra, a promoção
oferece incentivos para comprar imediatamente. Contudo, não se deve utilizar esta ferramen-
ta de forma constante, já que pode afetar a imagem e a qualidade do produto/empresa.
Agora que você já entendeu o que é e quando utilizar a promoção de vendas, vamos abor-
dar as principais ferramentas utilizadas.
15% Compre 1
desconto Leve 1 Grátis
Fabricante oferece um desconto sobre o preço de lista: utilização de uma tabela progres-
siva de desconto, de acordo com o volume comprado. Incentivo a maiores compras.
O fabricante pode oferecer displays para tornar seu produto mais atrativo.
O fabricante pode dar brindes ou ainda uma verba de incentivo aos vendedores do
intermediário.
Relações públicas
O objetivo é construir uma boa imagem da organização e de seus produtos, impedir ou
reverter a disseminação de boatos desfavoráveis. Portanto, o agente de relações públicas
de uma empresa tem como objetivo construir relacionamentos sólidos e duradouros com
os diversos públicos da empresa. Vamos dar um exemplo. Uma montadora de automóveis
pode fazer um convite para um editor de uma revista especializada em carros, para fazer
um teste drive em um carro da montadora (artigo de graça).
Embora tenha grande potencial e vantagens (veja o caso da montadora – de graça), ainda
é a menos utilizada das ferramentas que compõem o mix de comunicação da empresa.
Muitas vezes, as empresas não têm nem um departamento estruturado de marketing!!!!
A seguir, iremos abordar o último instrumento que as empresas podem utilizar para se
comunicarem com seus públicos-alvo.
Venda pessoal
Venda pessoal é uma das ferramentas do mix de comunicação da empresa. A propaganda
consiste em comunicação não pessoal, de mão única, com os grupos de consumidores-
-alvo. A venda pessoal, ao contrário, envolve comunicação pessoal, de mão dupla, entre
o vendedor e os clientes individuais, seja cara a cara, por telefone, videoconferência, etc.
A venda pessoal pode ser mais efetiva que a propaganda em situações de venda mais
complexas. Nestes casos, o vendedor pode obter maiores informações sobre as necessi-
dades do cliente, esclarecer todas as dúvidas, explicar o funcionamento do produto e seus
diferenciais, além de poder adaptar a oferta de marketing de acordo com as necessidades
dos clientes. Pode ainda construir relacionamentos pessoais duradouros com os principais
tomadores de decisão.
Até breve!!!
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
KOTLER, P.; ARMSTRONG, G. Princípios de marketing. 9.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003.
BAKER, Michael J. (Org.). Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier,2005.
ETZEL, M. ; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
URDAN, Flávio; URDAN, Andre. Gestão do Composto de Marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
88
Administração
de Marketing
Estratégias Envolvendo
Venda Pessoal
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender as principais características de um vendedor de alta performance.
• Conhecer os principais requisitos e qualificações de um vendedor de alta
performance.
• Compreender o processo de venda pessoal.
A venda pessoal pode ser mais efetiva que a propaganda em situações de vendas mais
complexas. A venda de um trator, por exemplo! Nestes casos, o vendedor pode obter
maiores informações sobre as necessidades do cliente, esclarecer todas as dúvidas, expli-
car o funcionamento do produto e seus diferenciais, além de poder adaptar a oferta de
marketing de acordo com as necessidades dos clientes. Pode ainda construir relaciona-
mentos pessoais duradouros com os principais tomadores de decisão.
Características de um vendedor
de alta performance
Segundo pesquisa de McMurry e Arnold, Meyer e Greenberg, as principais características
encontradas nos melhores vendedores são as descritas abaixo. Estas características
estão diretamente relacionadas a resultados e, de uma certa forma, às técnicas de vendas,
mesmo que a maioria destas características sejam naturais. Vejamos cada uma destas
características.
Vamos abordar agora uma importante qualificação que o vendedor de alta performance
deve ter, o conhecimento!
Agora que você já entendeu os requisitos, vamos abordar duas qualificações: o conhe-
cimento e a administração do tempo. Vamos começar abordando o conhecimento.
Ter um bom nível de conhecimento geral: O profissional de vendas deve conseguir manter
uma conversa de alto nível com seu cliente sobre o mercado e suas variações. O hábito de
se manter informado é importante. Jornais, revistas especializadas, cursos, participação
em feiras e seminários são ótimas fontes de conhecimento.
A apresentação de vendas
A apresentação é um ponto-chave no processo de vendas. Em alguns casos, assim como
na abordagem, pode ser a única chance de concretizar uma venda. Se for inseguro, não
explanar com clareza o produto e seus benefícios, pode não ter outra oportunidade. Reflita
sobre isto!
Vamos ver algumas técnicas de apresentação de vendas, que podem torná-la mais
atraente!
Estima-se que o vendedor escute 90% de todas as objeções num período de dois a três
meses. Desta forma, é importante que o vendedor anote todas as objeções, como foram
tratadas e seus resultados. Esta é uma ferramenta poderosa do vendedor.
O fechamento
Todas as etapas colaboram para que se chegue ao fechamento com bons resultados. A
qualidade de um profissional de vendas será avaliada por seu índice de fechamento de
vendas lucrativas. Não adianta ser simpático, conhecer do produto e do mercado, se não
conseguir fechar vendas. Reflita sobre isto!
Pós-venda
O pós-venda deixou de ser um diferencial para ser um pré-requisito, em um mercado onde
empresas têm uma verdadeira orientação para o cliente. Contudo, é bom deixar claro
que o ideal é manter um canal aberto e constante de comunicação entre as partes e não
somente quando se concretiza uma venda.
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
BAKER, Michael J. (Org.). Administração de Marketing. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
LAS CASAS, Alexandre L. Administração de Vendas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2009.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
URDAN, Flávio; URDAN, Andre. Gestão do Composto de Marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
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Administração
de Marketing
Estratégias Envolvendo
Marketing de
Relacionamento
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender a diferença entre o marketing transacional e o relacional.
• Conhecer os indicadores de relacionamento.
• Compreender as estratégias envolvendo o gerenciamento do relacionamento com o cliente.
Agora que já vimos o que é marketing de relacionamento, vamos apresentar uma pirâmide
comparativa entre uma empresa tradicional e outra orientada para o cliente!
Clientes
Alta
Administração Pessoal da linha de frente
Gerência de nível médio
Gerência de nível médio es
Cli
ent
ent
tração
Clientes
Vamos explicar melhor a pirâmide de uma empresa orientada para o cliente. Observe que
a pirâmide tem a ver com proximidade com o cliente. Em ordem de importância, estão
no topo da pirâmide o cliente, depois o pessoal da linha de frente, que está em constante
interação com o cliente, atendendo-o e satisfazendo-o, e em seguida os gerentes de nível
médio, que são responsáveis em dar todo o apoio ao pessoal da linha de frente. E por fim,
a alta administração, que é responsável pela contratação e apoio aos gerentes de nível
médio. Nas laterais, estão também os clientes, significando que todos os gerentes da
empresa têm responsabilidade para conhecê-los e atendê-los satisfatoriamente.
REFLITA
Voltemos agora para a questão: transação x relação – são conceitos antagônicos ou fazem
parte de um continuum?
TOME NOTA
Neste momento, cabe uma pergunta: Marketing de relacionamento é uma subárea do marke-
ting ou uma revitalização?
Indicadores de relacionamento
São dois os indicadores de relacionamento: criação de valor e satisfação do cliente. Vamos
começar a abordar criação de valor.
CRIAÇÃO DE VALOR
Vamos começar com uma questão! Criar ou agregar valor?
Criar significa inovar a partir da perspectiva do cliente. Agregar significa somar algo a
um produto ou serviço existente, também a partir da perspectiva do cliente, por exemplo,
acrescentar serviço a um produto básico – tubos de aço com assistência de um técnico
em caso de problemas de conformidade.
Mas como saber o que o cliente quer? Ouça-o, mantenha um canal de comunicação aber-
to com ele 24 horas. Gerencie a relação! A partir do momento em que a empresa sabe o
que o cliente valoriza, já pode estruturar a proposta/oferta a ele.
VOCÊ SABIA?
Você sabe me dizer o que compõe uma oferta de maior valor?
Os clientes querem muito mais do que preços baixos e estão dispostos a pagar mais
para terem o que realmente valorizam. Veja o que disse Peter Drucker : a nova função do
empreendimento empresarial é a criação de valor e riqueza”.
REFLITA
Então, criar expectativas altas, reais ou baixas?
Mas o que influencia a satisfação? Aqui o raciocínio é pensar que a satisfação é influen-
ciada durante e pós-consumo, e não antes. Antes, tudo que a empresa faz para aumentar
o valor de sua proposta influenciará o cliente no sentido de escolher ou não a empresa.
• O cliente permanece fiel por mais tempo! É uma consequência lógica, pois, enquan-
to estiver satisfeito, tenderá a continuar dando preferência para a empresa.
• Compra mais à medida que a empresa lança novos produtos – se ele está satisfeito,
a tendência é que ele dê preferência à empresa quando esta lançar novos produtos,
além da tendência a concentrar suas compras na empresa.
• Faz propaganda boca a boca, o que é positivo e “de graça”. Segundo Kotler (2010),
clientes satisfeitos falam para mais 3 a 5, e insatisfeitos entre 10 e 13.
Nesse ponto, se faz necessária uma questão para reflexão! Para garantir a satisfação total
do cliente, a empresa deve primeiro conhecer as reais necessidades do cliente!
Talvez apenas o produto ou serviço básico, a um preço percebido como justo, satisfaça
o cliente; contudo, geralmente isto é pouco para satisfazê-lo. Portanto, a empresa
deve dimensionar em que nível - agregação de valor por meio de serviço, contato
com funcionário, até a emoção despertada com um contato - o cliente ficou
satisfeito, até para não haver desperdício. Quando a empresa conseguir aten-
der os níveis mais elevados de expectativa dos clientes, terá alcançado a
satisfação total destes.
Vimos até agora que o cliente escolhe a empresa que lhe entrega a oferta
de maior valor, segundo a sua percepção. Vimos também que ele fica-
rá satisfeito, insatisfeito ou totalmente satisfeito, dependendo da relação
expectativa x desempenho. Já sabemos também que a contínua satisfação
do cliente depende da constante entrega de valor superior, e este é o caminho
para a fidelização. Vamos entrar agora no detalhamento de como conseguir
continuamente entregar ofertas de valor superior ao cliente, ou seja, abordaremos
o CRM – Gerenciamento do relacionamento com os clientes. Por meio dele, a empresa
irá conhecer melhor seu cliente, e conhecendo melhor irá atendê-lo melhor, o que resul-
tará em um relacionamento. E é isto que iremos abordar agora, ou seja, como criar rela-
cionamentos sólidos e duradouros com clientes lucrativos, com o objetivo da fidelidade.
Gerenciamento do relacionamento
do cliente – CRM
Segundo McKenna (2002), “trata-se do gerenciamento cuidadoso de informações deta-
lhadas sobre cada cliente e de todos os pontos de contato com ele, a fim de maximizar
sua fidelidade”.
Isto quer dizer que a empresa registrará todas as informações oriundas de todos os
contatos com clientes lucrativos em um banco de dados, e, a partir daí, filtrará, por meio
de cruzamentos ou agrupamento de dados, informações que lhe permitam apresentar
propostas personalizadas.
Até o próximo!
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
MADRUGA, Roberto. Guia de implementação de marketing de relacionamento e CRM. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
MCKENNA, R. Marketing de Relacionamento: estratégias bem-sucedidas para a era do cliente. Rio de Janeiro:
Campus, 2002.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
URDAN, Flávio; URDAN, Andre. Gestão do Composto de Marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
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Administração
de Marketing
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender os fatores que afetam a determinação de preço.
• Conhecer os principais métodos de formação de preço.
• Compreender as estratégias de determinação de preço.
CURIOSIDADE
Veja uma curiosidade: o preço é o único componente do composto mercadológico que produz
receita, além de ser mais flexível – uma empresa pode mudar o preço instantaneamente.
Exemplo: No mercado de abatedouro de frango, em certas ocasiões, altera-se o preço mais
de uma vez ao dia. Contudo, evitar guerra de preços é um dos maiores desafios dos profis-
sionais de marketing.
Maximização do lucro: a empresa estima a demanda para certos preços e custos, e escolhe
aquele preço que maximize o lucro no curto prazo, porém há problemas nesta ação. Para
utilizá-la, a empresa deve conhecer muito bem como reagirá a demanda e seus custos com a
alteração dos preços. E isto não é fácil! Outro problema é que pode haver problemas futuros,
já que não se leva em consideração a concorrência. Precisar de receita imediata pode ser um
motivo para definir este objetivo. Exemplo: pagamento de um empréstimo com vencimento
curto, onde a empresa apresenta dificuldade de caixa para pagá-lo.
Liderança na participação de mercado: neste caso, a empresa que adota este objetivo tem
em mente que a liderança na participação de mercado diminuirá seus custos (escala) e,
portanto, ficará mais competitiva, com maiores lucros a longo prazo. Quem não é líder e
almeja a liderança geralmente utiliza-se de preços o mais baixos possível, para aumentar
o volume de venda.
PROMOÇÃO
CUSTOS
Os custos estabelecem o piso de preço que a empresa pode cobrar pelo produto. Ela
deve cobrar um preço que cubra os custos de produção, as despesas administrativas, os
impostos e a distribuição e venda do produto, e que lhe dê lucro.
Grandes empresas costumam adotar o custo como base para determinar seus preços,
como é o caso do Wal-Mart, focando em excelência operacional (economia total e logís-
tica enxuta) para terem preços mais competitivos.
Mercado e demanda
Enquanto os custos determinam o piso de preço, o mercado determina o limite. Clientes
comparam os benefícios do produto em relação ao preço cobrado.
Concorrência
Outro fator externo que afeta as decisões de determinação de preço de uma empresa são
os preços dos concorrentes e suas possíveis reações às manobras de preço da própria
empresa, principalmente Comodities e bens de consumo de massa. Já empresas que
trabalham com posicionamento baseado em diferenciação de produto e/ou relacionamen-
to, são menos afetadas pelos preços da concorrência.
Para ilustrar a determinação de preço com mark-up, suponha que os custos e a previsão
de vendas de um fabricante sejam os seguintes:
A desvantagem deste método é que ele não leva em conta a demanda e nem a concor-
rência. Contudo, continua muito popular, já que as empresas conhecem muito melhor
seus custos do que a demanda. Além disso, quando todo o setor pratica este método,
a concorrência de preço é minimizada. E uma terceira vantagem é que vendedores e
compradores acreditam que este método é o mais justo.
Produto... custo... preço... valor... cliente – a empresa elabora um projeto que consi-
dera um bom produto, determina o custo total de produção e estabelece um preço
que cubra os custos mais um lucro. O marketing deverá então convencer os clientes
de que o valor do produto para aquele preço justifica a compra.
A ideia é fazer uma pesquisa com os clientes-alvo, perguntando-lhes quanto pagariam por
um produto básico e por cada benefício adicional à oferta, para então formar o preço final.
A partir destes dados, se ajustariam os custos. Isto não é fácil.
Desta forma, a Cartepillar fixa o preço de um trator, por exemplo a R$100.000, embora o
concorrente similar possa custar R$90.000. Mesmo assim, ela vende mais que o concor-
rente. Quando um comprador potencial pergunta ao revendedor por que deve pagar mais
R$10.000, este responde:
Assim, o revendedor Cartepillar está preparado para mostrar ao comprador por que seu
trator custa mais caro do que o do concorrente. O comprador percebe que, embora esteja
pagando $10.000 a mais, realmente está obtendo $20.000 de valor extra. Ele termina
optando pelo Cartepillar porque está convencido de que seus custos operacionais durante
o tempo de vida do trator serão menores.
OBS.: As empresas devem tomar muito cuidado ao determinar a percepção que o merca-
do tem em relação a valor da oferta, para não estabelecerem preços fora da realidade.
As empresas que adotam este método, justificam que às vezes é muito difícil de esti-
mar a elasticidade da demanda (ou seja, a demanda irá variar muito se alterarmos o
preço), e por isto o mercado é um bom balizador.
• Desnatamento
Significa retirar a “nata” (colher as maiores receitas possíveis de vários segmentos).
Nesta estratégia, a empresa lança um produto inicialmente com preços altos com o
intuito de retirar a nata das receitas do mercado, camada após camada, ou seja, o
máximo de lucro em várias camadas (classes sociais).
Ex.: A Aplle, quando lança um modelo novo, inicialmente estabelece um preço eleva-
do, sabendo que existe um segmento que valoriza a inovação e produtos de última
geração (estão dispostos a pagar por isto). As vendas disparam e a empresa atrai a
concorrência. Assim que a concorrência lança um produto similar, a Aplle reduz um
pouco o valor de seu produto para atingir uma camada de poder aquisitivo mais baixa,
mas ainda dentro do segmento, e automaticamente lança outro. Assim que a concor-
rência baixa seu preço, a Aplle baixa novamente o seu, já buscando segmentos mais
sensíveis a preço, até retirar o produto do mercado. O ciclo de vida dos produtos é
muito curto nestas empresas que adotam o desnatamento como estratégia.
O desnatamento só tem sentido sob determinadas situações. Primeiramente, a quali-
dade e a imagem do produto devem dar respaldo a seu preço mais elevado e é
preciso que haja compradores suficientes que queiram adquirir o produto por aquele
preço. Em segundo lugar, os custos para produzir um volume menor não podem ser
tão altos que superem a vantagem de cobrar mais. Por fim, os concorrentes não
têm condições de entrar facilmente no mercado e oferecer o produto por preço mais
baixo (novos entrantes).
• Penetração
Ao contrário da estratégia de desnatamento, algumas empresas adotam a estratégia
de penetração, que consiste em entrar no mercado com preços baixos, com intuito
de atrair um grande número de compradores rapidamente e conquistar uma grande
participação de mercado.
Diversas condições precisam ser satisfeitas para que esta estratégia de preços
baixos funcione. Primeiramente, o mercado deve ser altamente sensível a preço,
de modo que o preço baixo produza mais crescimento de mercado. Em segundo
lugar, os custos de produção e distribuição precisam baixar à medida que aumente
o volume de vendas (não adianta somente aumentar o volume de produção se não
vender). Por fim, o preço baixo deve ajudar a afastar a concorrência, e a empresa
que pratica esse tipo de preço mantém sua posição de preço baixo.
Ótimos estudos!
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12.ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
MADRUGA, Roberto. Guia de implementação de marketing de relacionamento e CRM. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
MCKENNA, R. Marketing de Relacionamento: estratégias bem-sucedidas para a era do cliente. Rio de Janeiro:
Campus, 2002.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
URDAN, Flávio; URDAN, Andre. Gestão do Composto de Marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
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Administração
de Marketing
APRESENTAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
Ao final deste módulo, você deverá ser capaz de:
• Entender os fatores que afetam as decisões de canais de distribuição.
• Conhecer os principais tipos de canais de distribuição.
• Compreender as principais decisões envolvendo o gerenciamento dos canais de distribuição.
Vamos dar um exemplo, para que você possa entender melhor. Imagine uma empresa que
fabrique e comercialize bens de consumo de massa. Esta empresa deve formar seu preço
com base nos custos, e promover em mídias de massa e vários canais de marketing, ou
seja, uma distribuição intensiva.
1. Indústria consumidor
2. Indústria varejista consumidor
3. Indústria atacadista varejista consumidor
4. Indústria representante atacadista varejista consumidor
A seguir, iremos abordar os fatores que afetam as decisões sobre canais de distribuição!
Produto
A venda do produto que envolve tecnologia complexa depende de vende-
dores especializados, devendo este produto ser distribuído usando-se o
menor número possível de intermediários. Por quê? Devido às informa-
ções técnicas do produto, quanto menor o número de canais, menor
a necessidade de especialistas, e quanto maior o número, maior será
a necessidade de capacitar especialistas. Ex.: Laptop, que veremos em
hipermercados, varejistas especialistas em informática ou lojas de depar-
tamento (Casas Bahia). Ou seja, o produto vai direto para um varejista
vender para o consumidor final.
Nos mercados em que os clientes estão espalhados, o mais interessante é utilizar inter-
mediários ou canais de distribuição. Veja os casos 2 ou 3 da tabela 1.
Imagine uma empresa com recursos limitados. Esta pode preferir utilizar
mais canais, passando para eles a responsabilidade de terem uma estrutura
especialista em atendimento ao cliente final. Ao passo que uma empresa
capitalizada pode resolver diminuir o número de intermediários e assumir
algumas funções destes.
Seletiva: nesse caso, a empresa define, conforme certos critérios, quais serão seus distri-
buidores em um mercado determinado. Exemplo: eletrodomésticos (A Brastemp define
que seus produtos serão distribuídos somente pelas lojas de departamento especializadas
em eletrodomésticos – Casas Bahia, Ricardo Eletro, Magazine Luiza). A Nike define que
somente os varejistas especializados em lojas esportivas irão distribuir seus produtos.
Nesse nível de distribuição, a indústria vende para um número menor de varejistas, que
vendem para os clientes finais-alvo.
Então, você sabe qual a principal vantagem do uso de canais de distribuição? O nível de
abrangência de cobertura de um mercado é uma delas, outra vantagem é a divisão do
risco e soma de experiência. Muitas vezes, a indústria não tem a estrutura necessária
(lojas próprias, filiais de venda, centros de distribuição) para atender todo o mercado-alvo,
principalmente se seus produtos forem produtos de massa.
Isto implica dizer que, se a indústria resolvesse atender diretamente o consumidor final,
teria que abrir uma série de filiais varejistas (lojas), para atingir de forma maciça seu
público-alvo. E para isto, teria que se especializar também em varejo, já que seu foco
inicial é produzir.
Varejistas
Quando uma empresa vende para o cliente final, está praticando uma atividade varejista.
A indústria pode se ligar a diversos tipos de varejistas:
• Varejistas independentes: a maioria dos varejistas no Brasil. São aqueles que têm
apenas um ponto de vendas, não possuindo filiais.
• Varejistas em cadeia: são aqueles que possuem filiais. Exemplo: Carrefour, Ponto
Frio, Wal Mart e Drogaria Araújo.
• Lojas de departamento: são empresas que dividem suas lojas em departamentos.
Ex.: Lojas Americanas, C&A, Lojas Renner, Riachuelo.
• Supermercados: Oferecem autosserviço. Embora a margem de lucro seja reduzida, a
rotatividade de produtos e a excelência operacional e volume compensam a margem
reduzida de lucratividade. Ex.: Pão de Açúcar, Wal Mart.
• Shopping centers: caracterizam-se pela segurança, comodidade, mix de produtos e
lojas.
TIPOS DE ATACADISTAS
Nesse ponto, cabe enfatizar que as alternativas de canais podem ser alteradas ao longo
do tempo. Mas por quê, você deve estar se perguntando. Os canais ou alguns deles
podem não corresponder com as expectativas da empresa! Vamos a seguir abordar as
decisões mais importantes relacionadas ao gerenciamento do canal.
TOME NOTA
Percebeu a importância da criteriosa seleção dos canais de distribuição? Mas o que a empre-
sa deve avaliar no processo de seleção de um canal? Pode avaliar o tempo de experiência no
negócio e a reputação no mercado, por exemplo!
Vejamos o caso da Microsoft! Esta empresa exige de seus parceiros estratégicos, como
engenheiros de atendimento, a realização de um rol de cursos, inclusive tendo que se
submeter a exames de certificação. Os aprovados têm o status de profissionais certifica-
dos pela Microsoft (Microsoft Certified Professionals) e podem utilizar essa certificação
para promover seu próprio negócio.
Para que este desafio seja superado, as empresas se utilizam de estratégias envolvendo
motivação positiva, como margens de lucro mais altas, condições especiais de pagamen-
to, prêmios, verbas para propaganda cooperada, verbas de exposição e concursos de
vendas.
Até breve!
Referências
KOTLER, P.; KELLER, K. L. Administração de marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
MADRUGA, Roberto. Guia de implementação de marketing de relacionamento e CRM. 2. ed. São Paulo: Atlas,
2010.
MCKENNA, R. Marketing de Relacionamento: estratégias bem-sucedidas para a era do cliente. Rio de Janeiro:
Campus, 2002.
ETZEL, M.; WALKER, B.; STANTON, W. Marketing. São Paulo: Makron, 2001.
CHURCHILL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: Criando Valor para os Clientes. São Paulo: Saraiva, 2000.
URDAN, Flávio; URDAN, Andre. Gestão do Composto de Marketing. São Paulo: Atlas, 2009.
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