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CANAIS DE
DISTRIBUIÇÃO
GRADUAÇÃO
Unicesumar
Reitor
Wilson de Matos Silva
Vice-Reitor
Wilson de Matos Silva Filho
Pró-Reitor Executivo de EAD
William Victor Kendrick de Matos Silva
Pró-Reitor de Ensino de EAD
Janes Fidélis Tomelin
Presidente da Mantenedora
Cláudio Ferdinandi
NEAD - Núcleo de Educação a Distância
Diretoria Executiva
Chrystiano Mincoff
James Prestes
Tiago Stachon
Diretoria de Graduação
Kátia Coelho
Diretoria de Pós-graduação
Bruno do Val Jorge
Diretoria de Permanência
Leonardo Spaine
Diretoria de Design Educacional
Débora Leite
Head de Curadoria e Inovação
Tania Cristiane Yoshie Fukushima
Gerência de Processos Acadêmicos
Taessa Penha Shiraishi Vieira
Gerência de Curadoria
Carolina Abdalla Normann de Freitas
Gerência de de Contratos e Operações
Jislaine Cristina da Silva
Gerência de Produção de Conteúdo
Diogo Ribeiro Garcia
Gerência de Projetos Especiais
Daniel Fuverki Hey
Supervisora de Projetos Especiais
Yasminn Talyta Tavares Zagonel
Coordenador de Conteúdo
Aliciane Kolm
Design Educacional
Camila Zaguini Silva, Fernando Henrique
Mendes, Nádila de Almeida Toledo,
C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Rossana Costa Giani
Distância; PARDO, Paulo. Iconografia
Isabela Soares Silva
Gestão de Canais de Distribuição. Paulo Pardo. Projeto Gráfico
Jaime de Marchi Junior
Maringá-Pr.: UniCesumar, 2016. Reimpressão - 2020. José Jhonny Coelho
136 p. Arte Capa
“Graduação - EaD”. Arthur Cantareli Silva
Editoração
1. Administração. 2. Marketing. 3. Canais de Distribuição. 4. EaD. Jaime de Marchi Junior
I. Título.
Qualidade Textual
Hellyery Agda
ISBN 978-85-8084-626-3
CDD - 22 ed. 658.8 Ana Paula da Silva, Flaviana Bersan Santos,
Jaquelina Kutsunugi, Keren Pardini, Maria
CIP - NBR 12899 - AACR/2 Fernanda Canova Vasconcelos, Nayara
Valenciano, Rhaysa Ricci Correa e Viviane
Favaro Notari
Ficha catalográfica elaborada pelo bibliotecário Ilustração
João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Robson Yuiti Saito
Impresso por:
Viver e trabalhar em uma sociedade global é um
grande desafio para todos os cidadãos. A busca
por tecnologia, informação, conhecimento de
qualidade, novas habilidades para liderança e so-
lução de problemas com eficiência tornou-se uma
questão de sobrevivência no mundo do trabalho.
Cada um de nós tem uma grande responsabilida-
de: as escolhas que fizermos por nós e pelos nos-
sos farão grande diferença no futuro.
Com essa visão, o Centro Universitário Cesumar –
assume o compromisso de democratizar o conhe-
cimento por meio de alta tecnologia e contribuir
para o futuro dos brasileiros.
No cumprimento de sua missão – “promover a
educação de qualidade nas diferentes áreas do
conhecimento, formando profissionais cidadãos
que contribuam para o desenvolvimento de uma
sociedade justa e solidária” –, o Centro Universi-
tário Cesumar busca a integração do ensino-pes-
quisa-extensão com as demandas institucionais
e sociais; a realização de uma prática acadêmica
que contribua para o desenvolvimento da consci-
ência social e política e, por fim, a democratização
do conhecimento acadêmico com a articulação e
a integração com a sociedade.
Diante disso, o Centro Universitário Cesumar al-
meja ser reconhecido como uma instituição uni-
versitária de referência regional e nacional pela
qualidade e compromisso do corpo docente;
aquisição de competências institucionais para
o desenvolvimento de linhas de pesquisa; con-
solidação da extensão universitária; qualidade
da oferta dos ensinos presencial e a distância;
bem-estar e satisfação da comunidade interna;
qualidade da gestão acadêmica e administrati-
va; compromisso social de inclusão; processos de
cooperação e parceria com o mundo do trabalho,
como também pelo compromisso e relaciona-
mento permanente com os egressos, incentivan-
do a educação continuada.
Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está
iniciando um processo de transformação, pois quan-
do investimos em nossa formação, seja ela pessoal
ou profissional, nos transformamos e, consequente-
mente, transformamos também a sociedade na qual
estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando
oportunidades e/ou estabelecendo mudanças capa-
zes de alcançar um nível de desenvolvimento compa-
tível com os desafios que surgem no mundo contem-
porâneo.
O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de
Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo
este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens
se educam juntos, na transformação do mundo”.
Os materiais produzidos oferecem linguagem dialó-
gica e encontram-se integrados à proposta pedagó-
gica, contribuindo no processo educacional, comple-
mentando sua formação profissional, desenvolvendo
competências e habilidades, e aplicando conceitos
teóricos em situação de realidade, de maneira a inse-
ri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais
têm como principal objetivo “provocar uma aproxi-
mação entre você e o conteúdo”, desta forma possi-
bilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos
conhecimentos necessários para a sua formação pes-
soal e profissional.
Portanto, nossa distância nesse processo de cres-
cimento e construção do conhecimento deve ser
apenas geográfica. Utilize os diversos recursos peda-
gógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possi-
bilita. Ou seja, acesse regularmente o AVA – Ambiente
Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e en-
quetes, assista às aulas ao vivo e participe das discus-
sões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de
professores e tutores que se encontra disponível para
sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de
aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui-
lidade e segurança sua trajetória acadêmica.
AUTOR
SEJA BEM-VINDO(A)!
Parabéns, caro(a) aluno(a), por chegar até este momento de seu curso. Sou o Professor
Paulo Pardo, mestre em Administração e estarei contigo durante essas cinco unidades,
que terão como objetivo explorar os fundamentos de um conceito muito importante
para o sucesso das organizações que é o de CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO.
Tenho certeza que você já passou, ao longo de sua vida, por situações que comprovam a
importância da formatação adequada e de uma boa gestão de um canal de distribuição.
Pense em um momento em que você adquiriu um produto muito desejado, talvez uma
nova TV para sua sala, uma geladeira com alguns novos apelos tecnológicos, ou mesmo
um novo automóvel. O ato da compra pode ter sido desencadeado por uma série de
fatores, mas independente de quais foram, após concretizada a transação de compra,
criou-se imediatamente em sua mente o desejo de ter o produto o mais rápido possível.
Infelizmente, esse “mais rápido possível” que você idealizou pode não ter sido o “mais
rápido possível” que a empresa que lhe vendeu o produto tinha em mente. Se em algum
momento houve um descasamento entre o prazo que você desejou que se realizasse a
entrega e a efetiva entrega do produto, certamente uma insatisfação foi gerada. Depen-
dendo da intensidade desta insatisfação, pode ser que você tenha tomado a decisão de
não mais comprar nesta loja.
Este caso hipotético que mencionei acima ilustra bem como anda a relação entre em-
presas e consumidores/clientes no Brasil nos últimos anos, em praticamente todos os
segmentos econômicos. Mesmo bens de alto valor agregado, como imóveis, podem
sofrer atrasos na entrega e gerar reclamações acaloradas por parte dos compradores.
Ilustrando essa afirmação, veja este extrato de reportagem publicada recentemente no
portal de notícias G1 das organizações Globo, disponível em: <http://m.g1.globo.com/
mato-grosso-do-sul/noticia/2013/03/atraso-na-entrega-de-imoveis-gera-queixas-con-
tra-construtoras-em-ms.html>. Acesso em: 18 de abril de 2016.
Atraso na entrega de imóveis gera queixas contra construtoras em
MS
Procon-MS já recebeu 94 reclamações desde o ano passado.
06/03/2013 10h11
Do G1 MS
Quem compra um imóvel na planta precisa ter cuidado. Nem sempre as
construtoras conseguem cumprir o que prometem na hora da venda. De
2012 até agora, o Procon-MS recebeu 94 registros de reclamação. O as-
sunto foi mostrado em reportagem do Bom Dia MS desta quarta-feira (6).
Um dos motivos que geram este problema foi a falta de especificação em contrato
de prazo de entrega dos imóveis prontos. O advogado do Procon afirmou que estas
situações acabam gerando uma condição em que o mutuário torna-se refém do
contrato: “Por ser um contrato de adesão, ele acaba ficando restrito com relação às
cláusulas, principalmente as que falam sobre o prazo de entrega e as que preveem
multa ou sanção à construtora”.
Mesmo assim, o Procon afirma que é possível responsabilizar as empresas, uma
vez que a lei estadual exige que o prazo de entrega seja estabelecido em contrato,
portanto, as empresas estariam contrariando a legislação vigente. Além disso, este
órgão de defesa do consumidor informa que é possível as famílias requererem das
construtoras o reembolso dos aluguéis pagos, enquanto aguardam a entrega dos
imóveis.
Talvez você já tenha lido inúmeras notícias dessa natureza. O que pode provocar
uma situação como essa?
Na verdade, não há uma única resposta. O fato é que o consumidor brasileiro tem
agora uma maior capacidade de compra pelo aumento de emprego e renda que se
verificou nos últimos anos. Essa maior capacidade se traduz efetivamente em novas
relações de consumo, com um contingente importante de consumidores que bus-
cam por produtos e serviços aos quais não tinham acesso. Essa situação deveria ser
comemorada pelas empresas, não acha? Afinal, novos clientes significam maiores
vendas, com aumento de receita e de LUCRATIVIDADE. O que parece, de fato, é que
as empresas estão comemorando sim o aumento das vendas e de clientes, porém,
desejam que os clientes tenham “paciência” para que elas continuem operando com
a mesma capacidade de atendimento de sempre. Isso certamente não vai aconte-
cer! Os consumidores estão muito mais conscientes de seus direitos e o Código de
Defesa do Consumidor está aí já faz algum tempo para assegurá-los do exercício
desses direitos.
Então, caro(a) aluno(a), veja que desafio as empresas – e você – enfrentam hoje.
Não é apenas uma questão de fazer com que o consumidor prefira sua marca e seu
produto ou serviço: é uma questão de satisfazê-lo também em seu desejo de dispo-
nibilidade desse mesmo produto ou serviço em termos de tempo e lugar.
Então, podemos abrir nossos estudos com nossa atenção voltada para o que real-
mente importa: NOSSO CLIENTE, suas demandas, necessidades e desejos.
Ao termos claramente definido nosso foco, veremos como o MARKETING pode nos
auxiliar a atender esse desafio, com diferenciais que sejam decisivos para que seja-
mos a melhor opção para o cliente.
Nesse ponto, compreendermos a formatação e gestão dos CANAIS DE DISTRIBUI-
ÇÃO criará uma vantagem competitiva para nossas organizações, pois são esses ca-
nais que determinam, em última instância, COMO e QUANDO nossos clientes serão
atendidos.
APRESENTAÇÃO
A seguir, apresentarei um breve panorama do que você vai considerar nas cinco
unidades deste livro.
Na Unidade I, abordaremos os desafios da gestão dos canais de distribuição, vere-
mos um pouco do histórico da distribuição, as funções de distribuição conforme en-
tendidas sob o foco do composto de marketing e como selecionar e projetar canais
de distribuição ou de marketing.
Na Unidade II, focaremos o atacado, suas operações, suas atividades e sua impor-
tância no canal de distribuição como membro intermediário efetivo e fundamental
para o atendimento à demanda dos consumidores.
Na Unidade III, abordaremos o membro do canal mais conhecido pelos consumi-
dores, o varejo. As especificidades do varejo e o comportamento do consumidor
impactam demais suas operações. Precisamos conhecer estes desafios.
Na Unidade IV, veremos como as Tecnologias de Informação e Comunicação – TIC –
estão impactando no atendimento ao cliente. Novas formas de fazer negócios estão
presentes e os contornos do futuro apontam para mais mudanças. Devemos estar
preparados para lidar com esse novo cenário.
E, finalmente, na Unidade V, veremos as relações e os conflitos nos canais de distri-
buição. Precisaremos entender como firmar parcerias de sucesso e como lidar com
situações conflituosas. Esta Unidade será valiosa para atingir esses objetivos.
Seja bem-vindo(a) a essa disciplina! Desejo bons estudos e excelente aproveitamento!
11
SUMÁRIO
UNIDADE I
17 Introdução
18 Histórico da Distribuição
43 Considerações Finais
UNIDADE II
47 Introdução
63 Considerações Finais
SUMÁRIO
UNIDADE III
67 Introdução
85 Considerações Finais
UNIDADE IV
91 Introdução
UNIDADE V
111 Introdução
133 CONCLUSÃO
135 REFERÊNCIAS
Professor Me. Paulo Pardo
ENTENDENDO CANAIS
I
UNIDADE
DE DISTRIBUIÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer o histórico da distribuição.
■ Analisar as funções da distribuição.
■ Compreender a estrutura e características dos canais de distribuição.
■ Verificar como proceder a seleção e arquitetura dos canais de
distribuição.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Histórico da distribuição
■ Funções da Distribuição – o “P” do marketing
■ Estrutura e características dos canais de distribuição
■ Seleção e arquitetura de canais de distribuição
■ Administração/Gerenciamento de Canais (ECR)
17
INTRODUÇÃO
Introdução
18 UNIDADE I
HISTÓRICO DA DISTRIBUIÇÃO
Como você pode notar, hoje ao olharmos ao nosso redor, percebemos a distri-
buição acontecendo a todo o momento. Observe os caminhões, os navios, aviões,
veículos de transporte de todos os tipos se movimentando para vários destinos.
Esse é, aliás, um assunto sobre o qual vamos comentar mais adiante neste livro.
Porém, como você também deve ter deduzido das definições fornecidas pelo
dicionário, espalhar coisas, objetos diversos, entre pontos diferentes sempre foi
um desafio a ser vencido pela humanidade.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Dizem os historiadores que o ser humano primitivo era nômade, ou seja, não
se estabelecia durante muito tempo em um só lugar. Os grupos se deslocavam,
buscando sempre condições melhores de vida, até porque tinham uma cultura
de aproveitar-se do que a terra fornecia, sem a cultivar. Nessa época, não havia
trocas significativas entre os grupos, o que não exigia nenhum equipamento ou
ferramenta especial que possibilitasse estas poucas trocas.
Com a fixação do homem à terra e o início do cultivo de produtos agríco-
las e de origem animal, começa a surgir a necessidade de trocas de excedentes
de produção entre os grupos. Essa movimentação acontece por diversos meios,
como a força física das próprias pessoas e a utilização do lombo de animais. A
roda possibilita a construção de carroças, meio utilizado durante milênios para
a movimentação de produtos.
A Bíblia contém registros de movimentações marítimas, como as que acon-
teciam entre Israel e as cidades portuárias de Tiro e Sídon, famosas fornecedoras
de madeiras e metais preciosos naquela época. A navegação, aliás, permite que
os povos mais desenvolvidos prosperem e aumentem suas riquezas, exportando
seus produtos para pontos distantes e recebendo destes pontos iguarias que abas-
tecem seus cidadãos.
As trocas econômicas (produtos por produtos ou produtos por valor mone-
tário – metais preciosos, moeda) chegam à era das grandes navegações – e dos
grandes descobrimentos – impulsionadas pelo desejo de obter mais riqueza e
maior variedade de produtos. Itens especiais como a seda e condimentos vêm
do Oriente para o Ocidente que, por sua vez, conquista esses espaços para con-
trolar a produção e também abrir novos espaços para seus próprios produtos.
LOGÍSTICA
Histórico da Distribuição
20 UNIDADE I
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Tendo essa clareza de que as áreas “conversam” entre si, podemos avançar
nossos estudos focando em alguns fundamentos de marketing que você talvez já
tenha estudado, mas que precisam ser revisitados para que entendamos o foco
de canais de distribuição que desejamos considerar.
Embora o foco principal de nossa disciplina, como disse, não seja o marketing na
sua forma mais abrangente – o que, aliás, é tema de diversas obras – precisamos
conhecer ou relembrar alguns pontos que vão embasar nossos estudos de canais
de distribuição ou também chamados de marketing.
Primeiramente, vamos nos lembrar de algumas definições de
marketing que autores e pesquisadores do tema nos reportam.
Kotler e Keller (2012, p. 3) mencionam que o marketing
“envolve a identificação e a satisfação das necessidades humanas
e sociais”. Então, marketing é uma disciplina que se fundamenta
em aspectos sociais, ou seja, do comportamento e das interações
humanas. Na mesma obra, Kotler e Keller afirmam que uma das
mais sucintas e melhores definições de marketing é a de “suprir
necessidades gerando lucros” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 3).
©Photos
ENTENDENDO CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
21
Já temos várias definições, mas raciocine sobre elas e tente encontrar alguns
pontos em comum. Primeiramente, você deve ter percebido que o foco, o alvo
principal do marketing são as PESSOAS. Não somente o cliente, como tam-
bém outros atores presentes naquilo que é outro fundamento do marketing: as
TROCAS. É relevante também atentarmos para as colocações de Peter Drucker,
mencionada acima, que afirma que o marketing deveria – após tornar o esforço
de venda supérfluo – unicamente preocupar-se com tornar o produto disponível.
Vamos voltar a pensar de forma mais abrangente em relação ao marketing.
Como qualquer função administrativa – como a Logística e a Produção – todas
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
profundo sobre seus pontos fortes e suas fraquezas.
Neste ponto, se insere naturalmente as estratégias de Produção, de Logística
e de Marketing, que darão sustentação a todo esse planejamento. Perceba então
que nada deve acontecer por acaso nas organizações. Tudo é fruto de um ante-
rior planejamento estruturado, formal, porém, flexível, já que a própria dinâmica
do mercado força as empresas a isso.
Agora, voltando especificamente ao marketing, quando mencionamos um
planejamento visando atingir metas de curto, médio e longo prazo, necessitamos
traduzir esta estratégia em ações práticas, que acontecem no nível tático da estru-
tura organizacional, nível esse que é responsável perante a Alta Administração
em “fazer acontecer” o planejamento ou, dito de outra forma, em traduzir em
planos de ação os objetivos organizacionais. Portanto, quando falamos em marke-
ting, temos que pensar quais são os objetivos organizacionais e de que formas as
ações de marketing contribuirão para o atingimento desses objetivos.
Se você pensar em Logística, se lembrará que o objetivo final desta disciplina
nas organizações é atender tempestivamente às necessidades do cliente, disponi-
bilizando o produto certo, na quantidade certa, no local certo, no momento certo
e com preço justo. Veja que, para isso, diversos processos estão interligados, no
que se define como Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos ou Gerenciamento
da Cadeia de Abastecimento (Supply Chain Management), que visa coordenar as
etapas de entrada (logística de entrada, que abrange os fornecedores da empresa),
de planta (que envolve a produção, armazenagem de insumos e matéria-prima e
de produtos semiacabados) e de saída (logística de distribuição).
Estamos agora diante das ferramentas que possibilitam ao marketing compor
Como você percebeu claramente até agora, uma das variáveis do composto de
marketing, o “P” da distribuição, contempla as trocas de bens e serviços entre
participantes de uma transação econômica. Geralmente imaginaríamos uma pes-
soa ou empresa comprando de um fornecedor. Essa aquisição pode, literalmente,
ser de qualquer tipo de bem que pudermos imaginar: desde um sanduíche em
uma lanchonete de fast-food até uma caríssima colheitadeira de última geração,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
como as usadas nas novas fronteiras agrícolas do Brasil.
Essa troca evidentemente prevê movimentação desse bem, de um ponto a
outro. Porém, sabemos que essa é uma descrição bastante simplificada do que
pode realmente acontecer com um bem nesta transferência de propriedade. Por
isso, não devemos reduzir as trocas como implicando na participação de apenas
dois participantes, o vendedor e o comprador. Na verdade, são muitas as confi-
gurações possíveis de participantes que possibilitam que essas trocas aconteçam.
Para compreendermos exatamente como funciona, farei uma ilustração bas-
tante simples do conceito de transferência de posse. Imagine aí em sua cidade
que exista uma empresa responsável pelo abastecimento de água potável para a
população. Dependendo de onde acontece a captação da água – se de um rio ou
um poço artesiano – o bem, que é a água, precisar ser deslocado deste ponto até
o centro de consumo, a cidade, e ser distribuído entre os diversos consumidores.
Neste processo de transferência, ela sofrerá algum tipo de transformação, como
um tratamento para eliminar impurezas e adição de flúor. O consumidor final
de água, ao abrir a torneira de sua casa e ver o precioso líquido escorrendo, tal-
vez não imagine o complicado sistema de abastecimento que foi acionado para
proporcionar-lhe este conforto. A água foi canalizada desde o ponto de captação
ao ponto de tratamento e então aos reservatórios da empresa fornecedora para
só então ser distribuída aos consumidores. Eu, intencionalmente, exemplifiquei
desta forma para fazer referência ao fato da água ter um meio de escoar entre os
diversos pontos, ou seja, um canal de fluxo do líquido.
Claro que no mundo empresarial os processos são muitas vezes mais com-
plexos que um abastecimento de água. Em outros, nem tanto. Mas em todos os
casos, percebemos que o bem está passando por um fluxo entre diversos “trata-
mentos”, por assim dizer, ou seja, vários componentes deste “canal” têm contato,
decisões e influência sobre o bem que está sendo transferido de propriedade.
Com essa breve ideia, podemos então conceituar formalmente o que é um
CANAL DE DISTRIBUIÇÃO ou também chamado de CANAL DE MARKETING:
“é um conjunto de organizações interdependentes envolvidas no processo de tor-
nar um produto ou serviço disponível para uso ou consumo” (COUGHLAN et
al., 2012, p. 2).
Aqui podemos nos valer de algumas colocações feitas por Telles e Strehlau
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Vamos nos aproveitar das definições destes autores para raciocinarmos sobre
pontos realmente muito importantes. Primeiramente, na definição de Coughlan
et al. (2012), mencionam-se fundamentos-chave na nossa disciplina: a questão
da interdependência das organizações participantes do canal, o fato de que a
distribuição é um processo e que se destina a tornar disponível um produto ou
serviço para uso ou consumo.
Pensando sobre isso, vemos que a participação das organizações presentes
no canal acontece em um formato de integração e até de cooperação. Ou seja,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
o que é fundamental para compreendermos a importância do canal. A noção
de processo prevê algum tipo de responsabilidade contínua dos participantes
do canal no fluxo do bem ou serviço desde o ponto de produção até o ponto de
consumo, e até mais, se pensarmos no fluxo da logística reversa. Para que você
entenda em que isso impacta, Logística Reversa refere-se aos processos reversos
de abastecimento, ou seja, a geração de valor para a empresa pela recuperação
de valor econômico de produtos de pós-venda (por exemplo, um bem devol-
vido por não ter atendido a uma especificação, ou entregue de forma indevida,
ou com defeito de funcionamento, por exemplo) e de pós-consumo (por exem-
plo, um computador obsoleto cujo conserto não seja viável; ou embalagens de
produtos consumidos; ou qualquer produto que já cumpriu sua vida útil e não
tem mais serventia para o comprador original).
Temos ainda na primeira definição a presença do usuário ou consumidor.
Este pode perfeitamente ser uma empresa que compra um item para seu próprio
processo produtivo. Em nossa mente vem mais rapidamente a ideia de um usuá-
rio final, tal como uma pessoa física que compra um determinado bem para seu
uso pessoal ou para proporcionar algum tipo de comodidade para sua família. É
interessante que este usuário ou consumidor tenha sido destacado na definição.
Afinal, desde o início de nossa consideração temos frisado que é o CLIENTE o
objetivo final das organizações. Não poderia ser diferente quando falamos em
canal de marketing. Afinal, é esse canal que coloca o produto ou serviço – exa-
tamente aquilo que as empresas se propuseram a fazer para cumprir sua missão,
sua razão de existência – à disposição do CLIENTE.
São interessantes estas considerações, não acha?
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
móvel. Por conta dessa provocação e de acreditar ter as condições necessárias para
a aquisição, o consumidor pode, por exemplo, dirigir-se a uma concessionária
da marca, fazer um test-drive e, confirmando sua expectativa inicial, comprar o
veículo de acordo com sua capacidade de pagamento que deve estar alinhada às
propostas financeiras da loja, e então, concretizada a venda, sair dirigindo seu
tão sonhado carro novo.
Nesta situação, como o canal de marketing foi acionado? Quais elementos
podem ter participado no fluxo do bem do ponto de produção até o consumidor?
Vamos pensar um pouco: a fábrica mantém uma rede de concessioná-
rias que representa a marca em uma determinada praça. A fábrica pode ter
produzido diversas versões do veículo e despachado à concessionária utili-
zando-se de um operador logístico (os famosos “cegonheiros”). A fábrica fatura
este lote de veículos para a concessionária. A concessionária, quando recebe
o lote de veículos, prepara-o para a exposição no seu show room. Quando
o cliente entrou na loja, a força de vendas da concessionária foi acionada e
um vendedor expôs os benefícios e atributos do produto (destacando mais,
é claro, os benefícios), e o consumidor, aceitando a proposta que se alinha a
sua capacidade de compra, efetivou a transação. Pensando então nesta situa-
ção temos como participantes do canal: 1) a fábrica, 2) o operador logístico,
3) a concessionária. Todos esses participantes têm responsabilidade sobre
a distribuição. Porém, o principal ator, devido à força que exerce sobre o
canal, sem dúvida, neste caso, é a fábrica, pois tem a prerrogativa de esco-
lher o operador logístico e de selecionar quem será seu representante – seu
concessionário – na praça.
Vamos pensar agora na segunda possível situação. Uma dona de casa vai
até a feira-livre próxima à sua casa e compra alguns melões, que são a sobre-
mesa preferida de seu marido. Que possíveis participantes podemos ter nesta
situação? Imaginemos que o melão foi produzido por um pequeno agricultor
no nordeste do Brasil. Ao colher os frutos, ele pode vendê-los a um interme-
diário, que busca o produto na propriedade rural e o vende a um comerciante
em uma central de abastecimento local. Nesta central, podemos ter um outro
intermediário que compra uma carga de melões, coloca-os em seu caminhão
que tem as condições adequadas para o transporte e o revende em outra central
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Produtores Clientes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
FUNÇÕES DOS
CANAIS DE MARKETING
Processos de Pedidos Variedade de produtos
Fornecimento na quantidade
Informações de Mercado
necessária
EFICIÊNCIA DA DISTRIBUIÇÃO
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
um canal de distribuição. O objetivo é ganhar em agilidade e aumentar a satisfa-
ção do cliente, ao mesmo tempo mantendo um preço competitivo no mercado.
Dependendo da configuração do canal, sua eficiência pode ser menor ou
maior. Note, sobre isso, a pertinente observação de Coughlan et al. (2012):
Sem intermediários de canal, cada fornecedor teria de interagir com
cada potencial comprador, para criar as trocas comerciais possíveis. À
medida que cresce a importância das transações comerciais em uma
sociedade, também aumenta a dificuldade de manter todas elas. Como
um exemplo elementar, uma cidadezinha de apenas 10 negócios fa-
miliares especializados exigiria 45 transações para realizar trocas des-
centralizadas (isto é, as trocas em cada ponto de produção: 10 vezes
9, dividido por 2). Os intermediários reduzem a complexidade desse
sistema de trocas comerciais e, assim, facilitam as transações. Com um
mercado central composto de um intermediário, somente vinte tran-
sações seriam necessárias para levar a cabo a troca centralizada na ci-
dadezinha de nosso exemplo (10 mais 10) (COUGHLAN, 2012, p. 6).
Talvez um exemplo visual te ajude a entender melhor essa questão. Veja na Figura
4 algumas configurações possíveis:
Venda direta
Fabricantes
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Atacadista
Atacadista
Varejistas
Figura 4: Número de contatos necessários para atingir o mercado
Fonte: Coughlan et al. (2012, p. 08)
De acordo com o caso relatado, essas atividades de valor agregado eram ignoradas
nas acusações contra os intermediários do chá como exploradores.
Coughlan et al. (2012, p. 8), concluem o caso por afirmar:
O fracasso resultante da casa de leilões sancionada e subsidiada pelo gover-
no sugere que, longe de meramente explorarem o mercado, os intermediá-
rios do chá eram agentes que intensificavam a eficiência. Claramente, nessa
situação, a intermediação do canal através do uso de intermediários do chá
agregava valor e reduzia custos.
Você talvez esteja pensando neste exato momento que muitos produtores passa-
ram a vender diretamente para o consumidor final seus produtos via internet. Você
tem razão. Mas peço a você que tenha um pouco de paciência, pois abordaremos
esse assunto especificamente na Unidade IV deste livro.
36 UNIDADE I
Você já viu – ou até possui, quem sabe – um automóvel BMW? Não, não é a Brasília
Muito Velha que seu avô tinha. É uma marca de carros alemã, reconhecida por
sua qualidade superior e com modelos que buscam alcançar pessoas com neces-
sidades diferentes, com modelos com apelo esportivo, outros mais tradicionais
e ainda outros inovadores. Os preços de veículos desta linha variam de cerca de
R$90.000,00 para próximo de R$500.000,00. Se você tiver interesse em comprar um
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BMW, pode consultar a tabela de preços neste site: <http://caranddriverbrasil.uol.
com.br/noticias/fabricantes/bmw-reduz-precos-de-toda-a-linha-no-brasil/4311>.
Definitivamente, um BMW não é o que chamaríamos de “carro popular”.
Eu busquei na Internet e encontrei pouco mais de 25 concessionárias desta
marca no Brasil, embora algumas com mais de um ponto de venda.
Você talvez também conheça uma marca de tênis muito popular no Brasil,
fabricada pela Azaleia: o tênis Olympikus. Esse calçado é facilmente encontrado
em praticamente todo o varejo calçadista e seus preços podem variar de pouco
menos de R$90,00 até alguns modelos que ficam próximos dos R$200,00.
Por que eu fiz referências a produtos tão diferentes e com preços em nada
parecidos?
Foi proposital sim. Eu gostaria que você pensasse na complexidade da dis-
tribuição destes 2 produtos. Você talvez já tenha concluído que a formatação,
o projeto ou arquitetura dos canais para distribuir cada um deles é diferente.
Por arquitetura do canal,
entendemos o arranjo estrutural resultante da opção estratégica de quais
e que tipo de intermediários comporão o processo de distribuição orien-
tado ou não a mercados ou por produtos, refletindo principalmente a
perspectiva de atuação de organizações conjugadas aos condicionantes
de setor, mercado e ambiente (TELLES; STREHLAU, 2006, p. 37).
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camente um canal de marketing?
Na Tabela 1, abaixo, você confere esses possíveis participantes e suas res-
pectivas funções:
PARTICIPANTE FUNÇÕES
Intermediário que assume a propriedade do produto e o risco sobre
Comerciante
estes, para posterior revenda. Exemplos: atacadistas e varejistas.
Intermediário que vende produtos para revenda (como por exem-
Atacadista plo, para varejistas) ou para usuários empresariais (uma indústria,
por exemplo).
Intermediário que vende produtos para o consumidor final para
Varejista
uso pessoal e raramente para consumidor empresarial.
Intermediário que tem a tarefa de promover a aproximação entre
Corretor compradores e vendedores. Não assume a posse, o risco ou despe-
sas com armazenagem do produto.
Empresa que representa e vende os bens de um ou mais fabri-
Representante
cantes. É contratada pelos fabricantes e não faz parte da força de
de fabricantes
vendas interna.
Intermediário que auxilia o processo de distribuição, não assumin-
Facilitador do a propriedade dos bens, ou negocia o processo de compra e
venda.
Agente de Intermediário que procura clientes e negocia em nome de um
vendas fabricante, mas não assume a propriedade dos bens.
Força de Grupo de pessoas contratado diretamente por uma empresa para ven-
vendas da de seus produtos (também chamada de força de vendas interna).
Tabela 1: Possíveis participantes nos canais de distribuição
Fonte: Adaptado de Telles e Strehlau (2006, pp. 37 e 38)
Frequência de compras
Nível de serviços
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Facilidade de compra
Disponibilidade (serviços,
instalações, assitência técnica)
É claro que você percebe que, para dar conta de oferecer um nível de serviços que
seja avaliado como ótimo pelo cliente, as responsabilidades devem ser atribuí-
das entre os membros do canal exatamente na medida da participação de cada
um deles nas atividades e funções que compõem o fluxo do canal. Esse nível de
responsabilidade muitas vezes é ditado pelo “dono” do canal, ou seja, o partici-
pante que detém a maior força de influência no canal. Como assim?
Talvez você imagine que sempre é o fabricante que detém o maior poder,
afinal é dele a produção do item. Lamento informá-lo(a) que não é bem assim.
Apesar de vermos um contingente importante de fabricantes que, de fato, exer-
cem a maior influência sobre o canal – podemos pensar no caso do BMW, que
tem a fábrica como “dona” do canal, devido à força de sua marca – isso não é
regra geral. Também temos situações em que um intermediário pode ser esse
“dono”. Um exemplo seriam as grandes cadeias de hipermercados que, devido
à força de compra que possuem sobre as indústrias, determinam em grande
parte as condições de fornecimento em termos de valores, prazos, quantidades
e ações promocionais.
Esse “dono” do canal influencia em muito a carga de atribuições que com-
petem aos participantes deste canal. Por exemplo, uma indústria pode exigir do
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ADMINISTRAÇÃO/GERENCIAMENTO DE CANAIS (ECR)
dos mencionados acima, que torna-se possível buscar essa Resposta Eficiente
ao Consumidor – ECR.
A figura 6, abaixo, resume alguns componentes do que compõem o ECR no
canal de marketing:
Gerenciamento
de categorias
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Sortimento Eficiente
de Produtos
Reposição Eficiente
de Produtos
Código de Barras
ABC
Scanners
Reposição Contínua
Pedido Assistido
EDI
por Computador
Entrega direta em Loja/
Cross-Docking
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aprofunde-se em suas pesquisas e busque maiores informações, pois o futuro
do atendimento ao cliente e do gerenciamento dos canais de distribuição ou de
marketing passam necessariamente pelo ECR.
Conheça mais sobre ECR – Eficient Consumer Response, lendo o interessante artigo
ECR ENTRE O CONCEITO E A PRÁTICA: UM ESTUDO MULTICASO NO CANAL DE
DISTRIBUIÇÃO DE MERCEARIA BÁSICA publicado no link: <http://ageconsearch.
umn.edu/bitstream/44031/2/revista_v7_n1_jan-abr_2005_3.pdf>.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. A arquitetura dos canais de distribuição é fundamental para o sucesso do plane-
jamento empresarial de todos os participantes do canal. Por vezes, temos situa-
ções de grandes fusões e incorporações em alguns segmentos econômicos que
podem trazer algumas preocupações. Por exemplo, há pouco tempo houve um
clamor de setores da sociedade contra a ajuda do governo que injetaria recursos
financeiros na forma de financiamento do BNDES para possibilitar a fusão do
Pão de Açúcar com o Carrefour. Esta operação acabou sendo cancelada. Pense:
seria conveniente o governo interferir na formatação e arquitetura dos canais de
distribuição, utilizando recursos de agentes de fomento como o BNDES ou de
bancos públicos?
2. Qualquer tipo de planejamento deve vir acompanhado de ações que o efetivem.
Essa é uma regra fundamental na gestão. No entanto, por mais que o plane-
jamento tenha sido bem elaborado, existem barreiras que podem dificultar os
fluxos nos canais de distribuição ou pelo menos retardá-los. É o caso da infraes-
trutura de transportes no Brasil. Pensando neste assunto, opine sobre como o
planejamento logístico deve ser incorporado ao planejamento de canais de dis-
tribuição em relação às dificuldades na infraestrutura de transportes nacional.
Professor Me. Paulo Pardo
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
II
UNIDADE
NO ATACADO
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer as atividades e operações do Atacado.
■ Compreender a atuação dos Centros de Distribuição no atacado.
■ Analisar as perspectivas e estratégias para o Atacado.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Atividades e operações do Atacado
■ Diversidade de operações no atacado
■ Centros de Distribuição no Atacado
■ Perspectivas e estratégias para o Atacado
47
INTRODUÇÃO
Introdução
48 UNIDADE II
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quirir direitos de propriedade e, usualmente, armazenar e manipular
bens em grandes quantidades e revendê-los (geralmente em quantida-
des menores) a varejistas ou a usuários industriais e empresariais.
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potenciais ao assumir os de maior eficiência e/
riscos do negócio ou experiência.
Tabela 2: Criação de valor para os atacadistas
Fonte: Churchill Jr. e Peter (2010, p. 395)
DIVERSIDADE DE OPERAÇÕES E
MODALIDADES DE ATACADO
Atacadista
Operador (Broker)
distribuidor
Tipos de Atacadista
Distribuidor
Atacadista de
exclusivo
auto-serviço
Atacadista de
balcão
TIPO CARACTERÍSTICAS
Atacadistas Empresas independentes que adquirem a mercadoria
comerciais com que trabalham. São distribuidores ou
estabelecimentos que oferecem serviço completo ou
limitado.
Atacadistas de Mantêm estoques e uma força de vendas, oferecem
serviço completo crédito, fazem entregas e fornecem assessoria gerencial.
Os atacadistas comerciais vendem, sobretudo, para
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varejistas: alguns trabalham com muitas linhas de
produtos, outros trabalham com uma ou duas linhas, e
outros, ainda, trabalham apenas com parte de uma linha.
Os distribuidores industriais vendem a fabricantes e
fornecem vários serviços como crédito e entrega.
Atacadistas de Os atacadistas pague e leve contam com uma linha
serviço limitado limitada de itens de grande giro e vendem à vista para
pequenos varejistas (exemplo: Makro, Atacadão, Muffato
Mix). Os atacadistas volantes vendem e entregam
principalmente uma linha limitada de produtos
semiperecíveis a supermercados, mercearias, hospitais,
restaurantes e hotéis (exemplo: entrega de pães em
empresas e fábricas). Os atacadistas intermediários
operam em setores de grande porte, como os de carvão,
madeira e equipamentos pesados; eles assumem a posse
da mercadoria e o risco envolvido desde o instante
em que o pedido é feito até a entrega ao cliente. Os
abastecedores atendem mercados com produtos não
alimentares. As pessoas responsáveis pela entrega
montam os displays, colocam o preço nos produtos e
mantêm o controle do estoque. Eles deixam os produtos
em consignação e cobram dos varejistas apenas pelos
produtos vendidos ao consumidor. As cooperativas de
produtores reúnem produtos agrícolas para vendê-los
em mercados locais. Os atacadistas de mala direta
enviam catálogos a clientes varejistas, industriais e
institucionais; os pedidos são recebidos e enviados por
correio e por transporte ferroviário, aéreo ou rodoviário.
TIPO CARACTERÍSTICAS
Corretores e agentes Facilitam a compra e a venda mediante uma comissão de
2 a 6 por cento sobre o preço de venda; geralmente se
especializam de acordo com a linha de produtos ou com
o tipo de cliente. Os corretores aproximam compradores
e vendedores e auxiliam na negociação; são pagos
pela parte que os contratou – corretores de alimentos,
corretores imobiliários, corretores de seguro. Os agentes
representam os compradores ou os vendedores em uma
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Atacadistas pague-e-leve
Atacadistas de serviço
ATACADO Atacadistas comerciais Distribuidores industriais
limitado
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Filiais e escritórios Embarcadores direitos
o atacadista pode ter em um ponto estratégico esta unidade para agilizar o aten-
dimento para seus compradores.
Mas que tipo de operações encontramos em um Centro de Distribuição?
Estas unidades basicamente concentram e fazem a gestão de estoques. Possuem
estruturas de armazenagem especialmente instaladas para facilitar o acesso aos
pallets que acondicionam os produtos, facilitando tanto a separação destas mer-
cadorias como também seu correto acondicionamento e proteção.
Inclusive, algo que os CDs podem fazer – e a maioria o faz – é acondicio-
nar tipos de mercadorias sensíveis quanto a sua preservação, como aquelas que
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necessitam de refrigeração. Os Centros de Distribuição possuem câmaras frias
de grande capacidade para fazer esta guarda adequada destes produtos.
A instalação, operação e manutenção de um Centro de Distribuição deman-
dam muitos recursos financeiros, como você já deve ter concluído. Então, vale
a pena investir nestas estruturas? Como foi dito, é uma decisão estratégica que
deve ser considerada pela Alta Administração. Essa é uma típica decisão de trade-
-off, ou seja, uma decisão na base do custo/benefício. Pense no seguinte trade-off:
seria mais vantajoso ter operações de transporte mais intensivas, com o emprego
de caminhões, trens ou outro modal ou, ao contrário, ter uma menor operação
de transporte e uma maior operação de armazenagem? O que os estudos com-
provarem como mais vantajoso em relação ao custo/benefício, considerando,
é claro, o nível de serviços a ser oferecido ao cliente, é a decisão a ser tomada.
podem se valer é aprimorar essa prestação de serviços, que pode ser oferecida
tanto aos fabricantes como aos seus clientes do varejo.
Telles e Strehlau (2006) indicam quatro ações que os varejistas/distribuido-
res podem tomar a fim de consolidar e estreitar as relações com os produtores:
1. Desenvolver acordos que definam funções e responsabilidades.
2. Reconhecer as necessidades dos fabricantes, inclusive participando de
suas operações e desenvolvimento de produtos.
3. Honrar os compromissos assumidos com os fabricantes.
4. Perceber, desenvolver e disponibilizar serviços que possam agregar valor
às operações dos fabricantes.
Muitos atacadistas expandiram seus “balcões”, por assim dizer, por oferecer seu
mix de produtos em canais eletrônicos. O Makro atacado, por exemplo, mon-
tou um site exclusivamente para vendas por Internet (<http://www.makro.com.
br>). O Martins macro atacado (o maior do Brasil) também tem seu site de ven-
das (<www.martins.com.br>). Outros atacados que não fazem ainda vendas pela
Internet, ao menos disponibilizam seu catálogo de produtos, o que facilita ao
varejista saber antecipadamente quais destes pode adquirir.
Além dessas ações, muitos atacadistas começam a operar em nível inter-
nacional, buscando praças de atuação fora do Brasil, especialmente em países
onde as operações atacadistas ainda estão muito aquecidas ou, em outros casos,
em países onde existem lacunas para o aumento do nível de serviços ao cliente.
Essa expansão internacional, na maioria das vezes, acontece com a aquisição de
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cado tem se aproveitado muito eficazmente das oportunidades atuais. De acordo
com dados da ABAD, o segmento segue com altas constantes de seu faturamento
e ainda constituindo-se no principal fornecedor do segmento mercearil (que
se refere a alimentos e produtos de higiene e limpeza). Para se ter uma ideia da
dimensão dos negócios deste setor, o faturamento dos atacadistas em 2011 che-
gou a astronômicos R$164 bilhões, com viés de alta. Veja o Gráfico 1 abaixo:
Real
+2,2%
R$ 164,55
R$ 151,23
R$ 132,00
R$ 120,80
R$ 105,80
R$ 95,90
R$ 89,70
R$ 79,30
R$ 66,50
R$ 54,80
R$ 45,40
R$ 41,30
49,8 52,4 53,1 53,3 53,4 52,2 52,8 51,8
41,2 46,1
38,7 39,3
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Participação no setor Mercearil (Em %) Faturamento (Bilhões)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Vendas ao consumidor setor Merceanil 106,7 115,6 133,0 144,1 159,4 171,2 180,5 198,5 226,0 252,7 286,4 317,6
(Preços correntes não deflacionados)
A ABAD também ranqueou os maiores players do setor, de acordo com sua espe-
cialidade. Estes dados estão no Quadro, abaixo:
Multi
1 1 Martins MG 3.434.440.490 1 7 PE 117.916.289
Distribuidora
2 2 Profarma RJ 3.317.000.000 2 4 Café 2 de Julho BA 111.522.493
3 3 Tambasa MG 1.354.420.149 3 Dimacol BA 97.448.094
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Grupo
4 4 MG 1.082.626.296 4 6 Grupo Megafort MG 94.141.417
megafort
5 5 Jc Distruidora GO 780.868.416 5 Cabral & Sousa BA 81.310.878
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
empresas vidade para uma ou no limitado de empresas
máximo três empresas
de segmentos distintos
Tem estoque próprio Tem estoque próprio O estoque pertence à em-
presa que representa
Nem sempre oferece Oferece material de Oferece material de mer-
material de merchan- merchandising chandising e promotores
dising
Mix de produtos é limi- Trabalha com poucos Oferece mix completo das
tado a uma marca líder e itens empresas que representa
a outra combate
Não gerencia estoque Não gerencia estoque Gerencia estoque
dos clientes
Incidência da bitributa- Incidência da bitribu- Não há incidência da bi-
ção – os preços são mais tação – os preços são tributação – os preços são
altos mais altos mais baixos
Tabela 5: Principais características dos atacadistas, distribuidores e brokers
Fonte: Telles e Strehlau (2006, p. 79)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
tro urbano mais desenvolvido, talvez não faça ideia do que acontece em pequenos
municípios, em diversos estados, onde os consumidores não têm acesso a pro-
dutos e serviços que para muitos é bastante comum.
Conheço muitas pessoas que moram em municípios assim que jamais foram
a um cinema ou em um shopping center, jamais receberam serviços como cer-
tas clínicas médicas e de cuidados pessoais.
No caso de consumo de produtos de conveniência, esses consumidores tam-
bém seriam alijados do processo de consumo se não fosse o atendimento prestado
pelos atacadistas em abastecer os pequenos varejistas destas regiões.
Porém, o desafio dos atacadistas está claramente posto: sobreviver em um
mercado onde grandes players do varejo fazem-se presentes e onde o consumi-
dor muda gradativamente seus hábitos de consumo, migrando suas compras
para canais mais ágeis e cômodos, os disponíveis pela Web.
Teremos que aguardar para constatar o que o futuro trará para os varejis-
tas. Pessoalmente, gostaria que eles continuassem por muito tempo a atender o
varejo de forma eficiente e eficaz, assim como têm feito até agora.
CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
III
UNIDADE
NO VAREJO
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer o consumidor do varejo.
■ Compreender as diversidades de operações do varejo.
■ Verificar o marketing mix do varejo.
■ Analisar as perspectivas e estratégias para o varejo.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Entendendo o consumidor do varejo
■ Diversidade de operações do varejo
■ Analisando o marketing mix do varejo
■ Perspectivas e estratégias para o varejo
67
INTRODUÇÃO
possível. Assumir esta tarefa não é para amadores. Por isso, um setor é fundamen-
tal para que sua majestade, o cliente, seja atendido e, muitas vezes, encantado:
trata-se do varejo.
Todos nós já compramos no varejo. Seja uma farmácia, um posto de gasolina,
uma mercearia no nosso bairro, enfim, as possibilidades são muitas. Pense: o que
você achou do atendimento do varejo? Ficou satisfeito? Encontrou exatamente
o produto que procurava? O preço foi compatível com o que você esperava? Se
suas respostas foram positivas nesta pequena avaliação, você é alguém que dá
valor à presença deste participante do canal de distribuição.
Apesar de todas as facilidades eletrônicas que temos, ainda é muito bom ir
até o mercadinho de seu bairro, olhar, pegar, apertar os produtos que precisa-
mos. Nos grandes supermercados, a variedade dos produtos disponíveis – tipos,
marcas, modelos, sabores – nos impressionam.
O poderoso varejo está aí para nos servir e servir a todo o canal de distri-
buição. Conheça agora as características principais do varejo!
Bons estudos!
Introdução
68 UNIDADE III
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
ENTENDENDO O CONSUMIDOR DO VAREJO
por estratégias que pudessem reverter essa situação indesejada. Por outro lado,
uma demanda muito alta, acima de nossa capacidade de atendimento, ou por
falta de produto ou por deficiências no ponto de venda, poderia causar transtor-
nos, descontentamento, insatisfação e, o mais grave, a perda de clientes.
O varejo, especialmente, por ser o elo da cadeia que faz a linha de frente com
o cliente, deve entender comportamentos de consumo e estar preparado para as
oscilações de demanda que frequentemente acontecem.
Uma pergunta que não quer calar e que é repetida por muitos varejistas é: qual
o fator de escolha determinante para o consumidor? A resposta não é simples,
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
lojas cria valor para a empresa no médio e longo prazo. Kotler e Keller (2012)
citam o caso de uma grande cadeia de loja de calçados on-line – a Zappos – que
constatou que três quartos das compras realizadas em um dia típico de vendas são
efetivadas por clientes que já fizeram compras na loja anteriormente. Ou seja, essa
empresa entendeu que é preciso ter estratégias, e as dela funcionam muito bem,
para fazer com que o cliente sinta o desejo de repetir a experiência de compra.
Essa estratégia não é praticada de forma geral por todas as empresas de
varejo. Muitas ainda não entenderam a importância de ter uma estratégia assim
e também a importância de ter um posicionamento no mercado, que nada mais
é do que criar uma posição ou imagem única na mente do cliente, por meio de
características diferenciadas em relação à concorrência.
Como já afirmei acima, é preciso aprofundar-se em conhecer os mecanis-
mos que influenciam as decisões do consumidor. Kotler e Keller (2012) afirmam
que é importante que as empresas pratiquem o que ele classifica como marketing
holístico, ou seja, ter uma visão completa, 360º do cotidiano e das mudanças que
ocorrem ao longo da vida do consumidor, para sempre disponibilizar o produto
certo para os clientes certos e de maneira certa.
Em marketing, quando nos referimos a comportamento do consumidor,
estamos falando sobre “o estudo de como indivíduos, grupo e organizações
selecionam, compram, usam e descartam bens, serviços, ideias ou experiências
para satisfazer suas necessidades e desejos” (KOTLER; KELLER, 2012, p. 164).
Existe um consenso entre os autores de que o comportamento do consumi-
dor é influenciado por variáveis culturais, sociais e pessoais.
Veja na Tabela 6, abaixo, um resumo dessas variáveis:
FATOR DESCRIÇÃO
Cultural Principal determinante do comportamento. Desde criança, o
indivíduo sofre influência da família, religião e outras instituições e
é exposta a valores que impactarão mais tarde em sua vida, como
desejo de realização e sucesso, individualismo, liberdade, disposição,
bem-estar e muitos outros.
Social Tem a ver com a influência de grupos de referência, família, papéis
sociais e status.
Pessoal Influência de fatores pessoais, como idade, renda, ocupação, perso-
nalidade, autoimagem, estilo de vida, valores.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Podemos detalhar um pouco mais esses fatores. Por exemplo, quando nos refe-
rimos aos fatores culturais, é interessante observamos que existem subculturas
que devem ser observadas por quem gerencia os canais de distribuição. Algumas
subculturas têm grande influência sobre o comportamento das pessoas, como a
região onde a pessoa é criada. Diversos varejistas, por não observarem as tradi-
ções regionais, acabaram por traçar estratégias não adequadas – ou pelo menos
não aceitas – na região onde a estratégia deveria ser desenvolvida. Um caso clás-
sico no Brasil é do maior varejista de eletrodomésticos do Brasil, a Casas Bahia.
Essa rede não teve sucesso em um estado do Brasil bastante próspero, o Rio
Grande do Sul. As lojas não atingiram os resultados esperados, isso de acordo
com uma notícia publicada na coluna Economia e Negócios do jornal O Estado
de São Paulo (vide na íntegra no link: <http://www.estadao.com.br/noticias/eco-
nomia,casas-bahia-decidem-sair-do-rio-grande-do-sul,488214,0.htm>). Alguns
analistas debitam o fracasso em relação à cultura gaúcha, bastante tradicionalista,
que não se identificou com o padrão visual da rede e nem com as estratégias de
venda alavancadas pelo preço. O jornal Zero Hora publicou uma notícia sobre
o assunto, que informa:
A derrocada veio cinco anos depois da entrada da empresa no Estado,
após uma trajetória marcada por erros de estratégia na avaliação dos
especialistas em marketing do varejo. O consenso é de que a compa-
nhia não soube se adaptar ao exigente público gaúcho, nem dar sotaque
regional à sua comunicação.
Por que uma estratégia que dá tão certo na maior parte das regiões do país não
deu certo neste estado? Veja que as reportagens acima mostraram claramente
uma questão cultural.
O mesmo acontece com relação às pessoas que têm valores religiosos mar-
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
cantes, que preferem um tipo de produto em relação a outro, ou tem restrições
de consumo a determinados itens, adotam um estilo de roupa que tem a ver com
seus valores. O desafio para o varejista é conhecer essas categorias de consumi-
dor e adaptar-se a elas.
Quanto aos fatores sociais, podemos retomar o tema de grupos de refe-
rência, que geralmente são divididos em grupos primários (família, amigos,
vizinhos, colegas de escola ou de trabalho) e grupos secundários (grupos reli-
giosos, entidades e associações de classe, clubes).
Não se pode desprezar o poder dos grupos de referência sobre os indivíduos.
Por conta deles, a pessoa é influenciada para adotar novos comportamentos e
atitudes, ou projetar uma imagem que seja aceita neste grupo. Alguns estudos
apontam que os jovens são altamente influenciados pelos grupos de referência,
principalmente devido ao seu desejo de aceitação, mas isso também pode ser
sentido por pessoas de mais idade.
O trabalho dos profissionais de marketing é buscar identificar os líderes de
opinião (pessoas que tem poder para ditar conselhos e ser o ponto de referên-
cia quanto a marcas e modelos de produtos) e influenciá-los.
Sem dúvida, o mais importante grupo de referência para o indivíduo é a famí-
lia, seja de que configuração for. A família mais tradicional sofreu mudanças nas
últimas décadas, especialmente após a inclusão – felizmente – das mulheres no
mercado de trabalho, que tirou do marido a exclusividade nas decisões de con-
sumo familiar. Apesar de que ainda em muitas famílias o homem é o principal
arrimo, mesmo nesta situação, as mulheres influenciam fortemente em relação
aos modelos, marcas, cores dos produtos.
Kotler e Keller (2012, p. 167) informam que nos EUA o público de 13 a 21 anos
de idade “tomam ou influenciam as decisões de compra da família em itens como
equipamentos de som e vídeo, software e destino para as férias. No total, esses
adolescentes e jovens adultos gastam mais de US$120 bilhões por ano”. Esses
jovens referenciam-se pelos seus próprios grupos de referência, além de propa-
gandas e vendedores de loja.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
2012). Nada mau, não acha?
Pense também em um mercado que cresce exponencialmente em muitos
países – o Brasil não é diferente: o mercado pet. Publicada no portal Uol, uma
reportagem indicava uma tendência de gastos na ordem de R$12,7 bilhões no
ano de 2012 com prevalência de cães e gatos (95% dos gastos no setor). Esses pro-
dutos são adquiridos na maior parte em pet shops (mais de 68%) e, em segundo
lugar, nos supermercados (15,2%).
Você imaginava que esse hábito pessoal impactava tão fortemente o varejo?
TIPO DE
RAMO DETALHAMENTO
VAREJO
Conhecido como boteco ou botequim, vende produtos
Bar
de mercearia, lanches e porções, além de bebidas.
Conhecidas como armazém ou empório, possui
Varejo sem
Mercearia seções de mercearia (alimentos, produtos de higiene e
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
check-outs
limpeza), frios, laticínios e bazar.
(caixas)
Produtos de mercearia, frios e laticínios, lanches, pães,
Padaria bolos e tortas. Atualmente funciona quase como uma
loja de conveniência.
Tem horário estendido de funcionamento e está
Loja de presente em lugares de fácil localização (por
conveniência exemplo, postos de gasolina). Trabalha com itens de
conveniência e de alto giro.
Geralmente com lojas grandes, organizadas por
departamentos, trabalha com alimentos, produtos de
Varejo com beleza, higiene e limpeza, artigos de conveniência,
Supermercados
check-out algumas lojas oferecendo até produtos do segmento
de eletroeletrônicos. Os check-outs estão em número
de 7 a 20.
Oferece basicamente os mesmo produtos de um
supermercado, agregando ainda outros itens e
Hipermercados
praticando geralmente preços mais baixos. O número
de check-outs situa-se entre 55 e 90.
Loja Poucas categorias de produtos e grande profundidade
especializada (exemplo: locadoras de veículos e de DVDs).
Lojas grandes, com espaço acima de 4.000 m², que é
Loja de
dividido em departamentos como brinquedos, móveis,
Varejo não departamentos
eletrodomésticos, confecções.
alimentício
Lojas que vendem produtos do fabricante, que podem
Loja de fábrica
estar ou não em produção.
Varejo de Oferece serviços diversos: lavanderias, cinemas, bancos,
Serviços academias, escolas de idiomas, entre outras.
Tabela 7: Tipos de lojas de varejo
Fonte: Baseado em Telles e Strehlau (2006)
Parente (2000 apud TELLES; STREHLAU, 2006, p. 87) destaca algumas carac-
terísticas do varejo com loja, conforme a Tabela 8, a seguir:
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Padaria 50-100 1.000 1 Não Padaria, mercearia, frios,
laticínios, lanches
Minimercado 50-100 1.000 3 1 Mercearia, frios, laticínios
e bazar
Loja de 700-2.500 1.000 3 1-2 Mercearia, frios, laticínios,
conveniência bazar e lanches
Supermer- 7.000- 9.000 6 7-20 Mercearia, hortifrúti, carnes,
cado 2.500 aves
frios, laticínios, peixaria e
bazar
Hipermercado 7.000- 45.000 30 55-90 Mercearia, hortifrúti, carnes,
16.500 aves
frios, laticínios, peixaria,
bazar,
têxteis e eletrônicos
Tabela 8: Formatos de loja de varejo
Fonte: Telles e Strehlau (2006, p. 87)
FATURAMENTO EM
POSIÇÃO GRUPO LOJA FUNCIONÁRIOS
2011 (EM R$ MILHÕES)
1 Pão de Açúcar 46.594 1.571 149.070
2 Carrefur 28.832 500 70.000
3 Walmart Brasil 23.468 521 81.504
4 Cencosud 6.236 152 23.674
5 Makro 5.651 76 8.537
6 Záffari & Bourbon 2.990 29 9.203
7 Irmãos Muffato 2.308 35 7.449
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Nesta espécie de varejo, as instalações físicas não são essenciais para a realização
dos negócios. Em uma frequência cada vez maior, o varejo vai até o cliente, na sua
casa, no seu local de trabalho ou em qualquer outro ponto onde o cliente esteja.
Veja na Tabela 10 alguns tipos dos varejos sem loja:
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Venda direta Engloba a venda pessoal de produtos, geralmente por consultores,
como é o caso dos cosméticos. Abrange também o que se deno-
mina marketing multinível ou marketing de rede, onde grandes
empresas recrutam distribuidores que, por sua vez, contratam ven-
dedores, que são também consumidores dos produtos.
Marketing online Abrange as vendas por Internet. Não depende de lojas físicas e não
tem restrições espaciais. O maior desafio é a logística de entrega.
No Brasil, além dos portais exclusivos de vendas on-line, existem
portais pertencentes às cadeias de varejo físico.
Uma modalidade que vem ganhando cada vez mais adeptos, principalmente
empreendedores iniciantes, é o formato de franquias. Esse modelo permite extrair
o que há de melhor no varejo: experiência e conhecimento de mercado, além de
estratégias definidas de impacto junto ao mercado-alvo.
Os números do setor impressionam. De acordo com a Associação Brasileira
de Franchising, o crescimento do faturamento do setor no Brasil em 2012 foi de
16,2%. Foram astronômicos R$103,3 bilhões movimentados naquele ano. O país
contabiliza 2.426 redes de franquias com 104.543 lojas.
Escolha o seu ramo de negócios preferido, aprofunde-se sobre o tema e
sucesso!
Marketing mix
do Varejo
PRODUTO
PONTO
Características/Amplitude/
Localização/Área de
Profundidade/Estilos e
Influência/Facilidade
Design marcas/
de acesso/Proximidade
Serviços Agregados
PREÇO
APRESENTAÇÃO PROMOÇÃO PESSOAL
Preço dos produtos/
Layout/Atmosfera/ Propaganda/Promoções Serviços oferecidos
Crédito/Prazo de
Sinalização/Decoração Relações públicas/ Atendimento
Pagamento/Política
Conforto Marketing direto Treinamento
de cobrança
Para os objetivos de nosso estudo, vamos focar dois aspectos deste mix de varejo:
o ponto e a apresentação.
Quanto ao ponto, este é apontado como o mais importante fator de sucesso
– e de fracasso – do varejo. É onde a loja está localizada. Você, como consumi-
dor, sabe da importância deste quesito. Em uma pesquisa relatada por Telles e
Strehlau (2006), 52% dos entrevistados consideraram a localização como fator
mais relevante para escolha de um ponto de venda e isso para qualquer faixa de
renda. Assim, ao pensar em um planejamento para instalação de uma loja de
qualquer segmento, algumas perguntas tornam-se fundamentais:
– de onde virão os consumidores?
– quantos são os consumidores potenciais?
– quais concorrentes atendem a área?
– o que os concorrentes oferecem e o que não oferecem?
– o local é de fácil acesso?
– o local é adequado para o tipo de loja a ser instalado?
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– o ponto atende a todas as exigências legais?
(TELLES; STREHLAU, 2006, p. 99).
Para um empreendedor que pensa em montar seu negócio de varejo, essas são
perguntas fundamentais, pois ele deseja que o consumidor saiba onde está loca-
lizado seu empreendimento e mais, que essa localização favoreça o acesso e a
estadia deste consumidor em sua loja.
Veja o que acontece em muitas cidades: as lojas são instaladas em uma região
da cidade onde há vários tipos de comércio. Ocorre que, na maioria das cidades,
estas regiões comerciais têm um trânsito caótico e não há vagas para estacionar.
Eu mesmo já presenciei os proprietários de estabelecimentos estacionarem seus
próprios veículos em frente às suas lojas, tirando as poucas vagas destinadas aos
seus clientes. A questão da facilidade de estacionamento tem favorecido lojas em
shopping centers, mas esta não é uma solução perfeita nem definitiva. Os sho-
pping centers oferecem, de fato, um espaço mais confortável para os clientes, com
ambiente climatizado, estacionamentos, banheiros limpos, área de alimentação,
porém o custo de instalação e de condomínio geralmente é alto. Para negócios
iniciantes, é necessário ter uma reserva de recursos para fazer frente às muitas
despesas iniciais até que a loja se autossustente.
Parente (2000 apud TELLES; STREHLAU, 2006), assim como outros autores,
sugere que existe o que denominamos área de influência para uma loja. Por essa
ideia, no entorno do local onde a loja está instalada, existem três áreas de influên-
cia: primária, secundária e terciária. Na área primária estão, de acordo com essa
notação, 70% dos clientes. Na área secundária, 20% e, na terciária, os restantes 10%.
Local escolhido
para o varejo
Área de influência
primária
Área de influência
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secundária
Área de influência
terciária
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Além desses aspectos, procura-se proporcionar uma sensação de conforto
e bem-estar ao cliente por meio do layout das lojas, com corredores mais lar-
gos, limpeza adequada, climatização ideal. Dependendo do segmento do varejo,
alguns tipos de layout de loja e de equipamentos são preferidos. Lojas de autos-
serviço costumam ter prateleiras que favoreçam a visualização e o acesso aos
produtos. Outros segmentos, como o de confecções e calçados, especializam-se
em vitrines para que o cliente veja o produto exibido e seja atraído ao interior
da loja. Uma profissão de bastante demanda pelo varejo é justamente a de vitri-
nista, um profissional especializado não só no arranjo dos produtos em exposição
em uma vitrine também mas com competências para jogar com imagens, cores
e iluminação visando atrair a atenção e despertar o desejo de compra em con-
sumidores potenciais.
Sabemos que o varejo tem por função principal ser o elo final do canal de dis-
tribuição que se inicia no produtor e termina no consumidor final. No entanto,
para cumprir com essa função, é necessário ter estratégias bem definidas.
Uma atitude fundamental por parte dos empreendedores do varejo é o posi-
cionamento. Neste contexto, referimo-nos ao posicionamento como a forma
em que o varejista escolherá ser reconhecido no mercado. Por exemplo, alguns
varejistas posicionam-se com a oferta de alto nível de serviços, sendo que seus
estoques têm giro baixo, mas suas margens de contribuição são altas. Por mar-
gem de contribuição entenda que se trata da rentabilidade proporcionada pelo
negócio.
Este tipo de negócio é voltado geralmente para clientes com maior poder
aquisitivo, que valorizam que o produto tenha valor agregado na forma de ser-
viços reconhecidos pelo consumidor como de valor. Essa percepção do que seja
de valor ao cliente não é tão facilmente percebida. É preciso um estudo sério
desta variável, pois a não compreensão do que seja um serviço que agrega valor
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pode fazer com que o empreendedor decida por oferecer serviços que seu públi-
co-alvo não tem interesse.
Outro formato de negócios de varejo são os que focam o preço baixo, com
alto giro de estoques e oferta mínima de serviços. Apesar de quase todas as clas-
ses de consumidores apreciem ofertas de preço, em alguns segmentos essa oferta
é mais valorizada. Lembra-se dos supermercados? Tanto as classes de renda mais
alta como as de renda mais baixa valorizam este atributo. Neste caso, o cliente
não exige uma oferta de serviços agregados expressiva, contentando-se com o
básico que é ofertado pela maioria dos players de mercado.
A dinâmica do mercado não permite afirmar que um ou outro modelo tenha
uma estratégia superior. Outras variáveis devem ser consideradas, além, é claro,
das características do mercado onde o varejo estiver inserido. Mesmo grandes
players como Wal Mart, por vezes, “erram a mão” e traçam estratégias inade-
quadas à praça onde estão instalados. Quando se instalou na cidade de Osasco,
o Wal Mart amargou nos primeiros anos um prejuízo milionário, em virtude de
não ter compreendido as características do mercado local e praticando uma polí-
tica de preços negativos para abafar a concorrência. É claro que, com o poderio
mundial do Wal Mart, este erro foi revertido, mas um varejista de menor porte
e menor poder financeiro, provavelmente enfrentaria problemas seríssimos.
Mas para onde se encaminha o varejo? Das mercearias lá na minha pequena
cidade do norte do Paraná aos modernos hipermercados e shopping center gigan-
tescos, se vai um bom tempo. E as mudanças nunca param. Novos formatos de
varejo estão ganhando espaços e não há mais nenhuma barreira que impeça
que o varejista de um determinado segmento incorpore produtos e serviços de
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os produtos seguem de um centro de distribuição até o consumidor. Isso reduz
os custos e incertezas que acompanham a abertura de uma loja tradicional. Se o
mercado demonstrar-se viável, então a loja tradicional pode ser aberta.
Nos grandes centros consumidores, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo
Horizonte e outras capitais e regiões metropolitanas, é cada vez mais comum a
presença de mega varejistas. Estes têm políticas de preço agressivas, costumam
desequilibrar a relação de forças no canal de distribuição, rebaixando as mar-
gens dos fabricantes e obrigando os concorrentes de menor porte a organizar-se
em cooperativas de compra para suportar a guerra de preços que se estabelece.
O emprego intensivo de tecnologia da informação tem facilitado as opera-
ções dos varejistas, pois favorecem o controle de seus estoques, o gerenciamento
de produtos perecíveis, a concessão de crédito, facilitando também a vida dos
clientes com check-outs mais ágeis. Espera-se em um futuro muito próximo que
a popularização de tecnologias como as etiquetas eletrônicas possam permitir
que o cliente tenha sua compra totalizada sem a necessidade da demorada lei-
tura dos códigos de barras pelos caixas. Um sinal de rádio poderá ler as etiquetas
eletrônicas quando os clientes aproximarem-se dos pontos de saída. Daí basta-
ria aproximar seu smarthphone com tecnologia NFC (sigla em inglês para: near
field communication, sistema de comunicação entre aparelhos por proximidade),
digitar sua senha bancária e pronto! Pagamento realizado sem necessidade de
cartões bancários. Sensacional, não acha?
Se essas tendências todas se realizarão de fato, só o tempo dirá. Às vezes
somos surpreendidos com formatos de varejo que pareciam ultrapassados. Veja
o caso de bairros em grandes cidades onde ressurgem as mercearias, resgatando
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. Quando você vai a uma grande loja de departamentos, certamente admira-se
com a grande quantidade de itens comercializados. Algumas grandes redes ven-
dem quase de tudo: de um simples pacote de sal até pneus para automóveis.
Você deve imaginar quão difícil é concorrer com os grandes varejistas presentes
no mercado. Pensando nisso, que estratégias você adotaria para manter-se no
mercado caso você fosse um pequeno varejista que sofre concorrência direta de
uma grande rede?
2. Muitos varejistas encaram a internet como uma concorrente desleal. Outros
acreditam que operar na internet pode acabar canibalizando seu negócio físico.
Pense: como um varejista poderia utilizar a internet sem impactar negativamen-
te nos seus negócios do varejo físico?
MATERIAL COMPLEMENTAR
Material Complementar
Professor Me. Paulo Pardo
IV
CANAIS ELETRÔNICOS NO
UNIDADE
MARKETING –
O FUTURO AGORA
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer o impacto da Internet nas operações de varejo.
■ Compreender a importância dos canais eletrônicos na distribuição.
■ Analisar as perspectivas e estratégias para os canais eletrônicos de
marketing.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Entendendo as implicações da internet na distribuição
■ A estrutura dos canais eletrônicos de marketing
■ A importância da avaliação dos canais eletrônicos de marketing
■ Perspectivas e estratégias para os canais eletrônicos de marketing
91
INTRODUÇÃO
É claro que você é uma pessoa adepta da tecnologia. O fato de estar cursando
uma graduação em Educação a Distância já prova que você faz uso e é um con-
sumidor de tecnologias. Veja como a tecnologia revolucionou o mundo, para o
bem e para o mal. A tecnologia mudou a forma como nos relacionamos – como
no uso das redes sociais – e também como fazemos negócios.
O relacionamento negocial entre as empresas (o B2B – Business to Business)
é altamente complexo, mas facilitado pelas Tecnologias da Informação e
Comunicação (TIC).
Assim ocorreu com o relacionamento empresa/pessoas físicas. A popula-
rização de mecanismos de navegação on-line portáteis e do barateamento dos
pacotes de dados das empresas de telefonia possibilitaram que qualquer pessoa
possa ter acesso ao incrível mundo das compras pela Internet. A presença da ele-
trônica e das comunicações instantâneas mudaram para sempre a forma como
nos relacionamos nos canais de distribuição.
Bons estudos!
Introdução
92 UNIDADE IV
ENTENDENDO AS IMPLICAÇÕES DA
INTERNET NA DISTRIBUIÇÃO
A gestão dos canais de distribuição tem sido desafiadora para a maioria das
empresas somente considerando os canais tradicionais. Já é bastante complexo
estabelecer relações duradouras entre os participantes do canal e implementar
controles eficazes que deem ao gestor os indicadores necessários para a tomada
de decisão.
Já é consenso entre os pesquisadores de canais que o advento das TICs
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aumenta ainda mais essa complexidade, pois as possibilidades de combinações
entre os diversos fluxos parece ser exponencial. As relações podem ser verticais,
seguindo o tradicional fluxo indústria – atacado – varejo – consumidor; horizon-
tais, com fluxo entre membros do varejo, ou entre consumidores (veja os portais
de compra e venda de itens dos mais variados tipos que pessoas anunciam para
outras pessoas); ou transações que ignoram participantes do canal, como ofer-
tas da indústria diretamente para consumidores.
Essas transações pela internet não são os primeiros movimentos de relação
entre empresas por meio da eletrônica. Os profissionais da área de logística conhe-
cem há muito tempo o sistema EDI (Electronic Data Interchange) que possibilita
a troca de informações seguras entre empresas mediante “pacotes” de dados que
somente são abertos entre os destinatários. Assim, já era possível fazer negócios
como o gerenciamento do estoque dos clientes cor-
porativos e a reposição automática de itens, pois a
informação – item essencial em todo o processo –
flui com segurança e rapidez. A segurança, neste caso,
é proporcionada por mecanismos de encriptação de
dados e equipamentos especialmente projetados
para a decodificação de mensagens.
Mas esse tipo de troca de informações
ainda era restrito para empresas de maior
porte, pois o custo da troca de dados
era proibitivo para participantes com
menos recursos. Para os consumidores
finais restava o bom e velho telefone. Isso tudo mudou com a popularização
da Internet.
É verdade que a segurança da troca de informações na Internet não é a mesma
que nos sistemas EDI. Afinal, os usuários nem sempre mantêm boas rotinas de
verificação de integridade de seus equipamentos, que podem estar infectados
por vírus traiçoeiros, como os do tipo “cavalo de Troia”.
De qualquer modo, o comércio eletrônico é uma realidade na vida da maio-
ria de nós. Mas o que é comércio eletrônico?
Para nossa definição, vamos utilizar uma conceituação expressa pela OCDE
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2011 R$ 18,70 bilhões 26%
2010 R$ 14,80 bilhões 40%
2009 R$ 10,60 bilhões 33%
2008 R$ 8,20 bilhões 30%
2007 R$ 6,30 bilhões 43%
2006 R$ 4,40 bilhões 76%
2005 R$ 2,50 bilhões 43%
Tabela 11: Evolução do
2004 R$ 1,75 bilhão 48% faturamento do setor de
comércio eletrônico no Brasil
2003 R$ 1,18 bilhão 39% Obs.: Não considera vendas de
automóveis, passagens aéreas e
2002 R$ 0,85 bilhão 55% leilões on-line.
Fonte: <http://www.e-commerce.
2001 R$ 0,54 bilhão - org.br/stats.php>
18.7
14.8
10.6
Obs.: Não considera vendas de
8.2 automóveis, passagens aéreas e
6.4 leilões on-line.
Gráfico 3: Evolução do setor
4,4 de e-commerce no Brasil (em
2,5 bilhões de reais)
1,8
0,9 1,2 Fonte: <http://www.e-commerce.
0,5 org.br/stats.php>
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012
Ficou impressionado com os números? Confesso que eu fiquei! Até onde vai esse
movimento? Com certeza aumentará cada vez mais por diversas razões. Entre
elas a popularização dos equipamentos que permitem acesso móvel à internet,
que já comentamos. Outra razão é a própria inserção de mais consumidores no
mercado, com o aumento de renda das famílias.
As pessoas, com uma renda familiar aumentada, passam a consumir os
mais variados produtos. Esse impacto foi sentido fortemente pelo varejo físico
e proporciona números cada vez mais impressionantes no comércio eletrônico.
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Esse novo canal negocial, que produz faturamentos tão impressionantes, é cha-
mado comumente pelos autores do tema como canais de marketing eletrônico.
Rosenbloom (2002 apud TELLES; STREHLAU, 2006, p. 115) define canais
de marketing eletrônico como “o uso da internet para tornar produtos e servi-
ços disponíveis de tal forma que o mercado-alvo, com acesso a computadores
ou outras tecnologias capacitadoras, possa comprar e completar a transação de
compra por meios eletrônicos interativos”.
Como essa definição pode ensejar discussões das mais variadas em relação
à própria operacionalização do canal eletrônico de marketing, Telles e Strehlau
(2006, p. 115) sugerem a utilização da seguinte definição: “canal de marketing
eletrônico é a plataforma digital que suporta oferta e acesso a produtos e com-
pra lógico pelo mercado-alvo, através da mediação eletrônica”.
Veja que esta definição foca mecanismos de transação por meios eletrôni-
cos. É necessário contar com uma plataforma digital para que essas transações
aconteçam. Uma plataforma digital pode assumir diversos formatos, mas sempre
haverá o suporte de um mecanismo (computador, notebook, netbook, ultra-
book, tablet, smartphone, ou outro mecanismo que ainda será lançado) que
tenha acesso à rede mundial de computadores com capacidade de troca de dados
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DESAFIO DO CANAL CANAL TRADICIONAL CANAL ELETRÔNICO
Disponibilização de Por meio de manuais, Manuais eletrônicos, fó-
informações sobre o panfletos, vendedores, runs, filmes e fotografias.
produto amostra.
Formalização da Imediata, se o produto esti- Imediata, com emissão
compra ver disponível em estoque, de termo de compra. A
com emissão de nota fiscal. Nota Fiscal acompanha o
produto.
Produto Entrega imediata, se o pro- Entrega posterior. Entre-
duto estiver disponível em ga feita por Prestadores
estoque. Parcerias locais de Serviços Logísticos.
para entrega e montagem. Produtos de linha marrom
(como móveis) não são
montados pelo vendedor.
Interação com o ven- Mediante vendedores e Por meio do portal. Alguns
dedor gerentes locais. Também portais disponibilizam
disponível SAC para regis- chats em tempo real com
tro de sugestões/ consultores e alguns pou-
reclamações/solicitações. cos oferecem serviços de
ouvidoria.
Tabela 12: Comparativo entre canal eletrônico de distribuição e canal tradicional de distribuição
Fonte: O autor
tipo de compra. Também quanto aos preços, pelo fato de não ter que sustentar
uma estrutura física dispendiosa, com seus custos fixos naturais, além de uma
estrutura de pessoal geralmente mais custosa, é possível oferecer preços abaixo
dos canais tradicionais. Os inconvenientes estão relacionados à experimentação
do produto que este modelo não permite, perdendo-se a provocação de alguns
sentidos humanos, como olfato, paladar e tato tão prezados pelo varejo tradi-
cional. Também o consumidor está diante da experiência – muitas vezes não
desejada – da espera. Por mais ágil que seja o portal de vendas, um ou mais dias
se passarão até a entrega do produto. Também existe a insegurança da própria
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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Extra 8º 118º
Casas Bahia 9º 122º
Comprafácil 10º 149º
Walmart 11º 159º
FastShop 12º 286º
Sacks 13º 353º
Fnac 14º 401º
Kalunga 15º 489º
RicardoEletro 16º 510º
Colombo 17º 547º
Polishop 18º 609º
Marisa 19º 680º
TokStok 20º 718º
Tabela 13: As 20 maiores lojas de vendas virtuais no Brasil
Fonte: <http://www.e-commercebrasil.org/numeros/as-20-maiores-lojas-do-brasil/>
os desafios que isso implicaria. Conheço casos em que as operações por internet
literalmente destruíram o ponto de venda físico, pois algumas empresas utili-
zaram os estoques de atendimento dessas lojas para suprir eventuais faltas em
pedidos virtuais. Isso acabou desagradando os dois mercados, o físico e o vir-
tual. Os resultados são desastrosos.
Você já pode concluir que é preciso uma ação estratégica para operar com
vendas na Web. O canal é poderoso demais para ser tratado de forma amadora.
Os clientes terão acesso imediato ao ambiente da loja virtual e poderão fazer seus
pedidos a qualquer momento. As promessas precisam ser cumpridas para que
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ting orientado a grupos selecionados de clientes. Passa-se a ser possível
praticar uma inteligência de marketing aos negócios.
■ Custo inferior de vendas e distribuição: como apontado na Tabela 12
anterior, os custos são reduzidos pela ausência de grandes estruturas
físicas, força de vendas dedicada, estoques reduzidos, processamento de
pedidos, entre outras reduções. Por esta razão, é possível a oferta de pre-
ços mais competitivos.
Você já pensou por que algumas empresas de comércio eletrônico se saem tão
bem, a ponto de tornarem-se gigantes no mercado? Exemplos mundiais são
muitos, como a Amazon.com, e locais como americanas.com e submarino.com.
Conforme Kotler e Keller (2012) nos informam, algumas razões para o
sucesso têm a ver com o atendimento em si, proporcionados por esses portais.
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número médio aceitável. Nos EUA, o percentual da taxa de conversão em com-
pras on-line em portais que oferecem os mesmos produtos é abaixo das lojas
físicas, ficando na casa dos 2% a 3%.
No entanto, estudos comprovam que as lojas virtuais que têm uma preocupa-
ção maior em demonstrar de forma mais visual seus produtos (com ampliações,
por exemplo) costumam ter maior taxa de conversão.
Outras resistências dos consumidores têm sido trabalhadas de forma cria-
tiva por outras empresas virtuais. Por exemplo, a ausência de um atendimento
humanizado tem sido superada com a disponibilização de chats em tempo real,
ou conversas de viva voz no próprio portal. Empresas também têm disponibili-
zado avatares, uma espécie de “boneco” virtual que orienta de forma programada
os consumidores em relação às suas dúvidas.
Para vencer a resistência quanto à segu-
rança na internet, empresas têm se
utilizado de parceiros de pagamento
com certificação e segurança digi-
tal comprovadas, como o PayPal ou
o PagSeguro, que fazem a intermedia-
ção de pagamento entre comprador e
vendedor, impedindo a visualização de
dados financeiros (como o número do
cartão de crédito) por parte do vendedor.
Uma discussão que ganha corpo recen-
temente encontra-se em outros níveis e,
conforme Telles e Strehlau (2006) bem nos lembram, não há consenso entre os
pesquisadores sobre o que de fato acontecerá.
O que ocorre é que há uma discussão sobre a desintermediação e a reinterme-
diação no fluxo do canal de distribuição. O que significa isso? Na desintermediação,
temos a eliminação da utilização de componentes tradicionais dos canais de dis-
tribuição. A indústria, por exemplo, passa a realizar diretamente suas vendas por
meio dos canais eletrônicos. Um exemplo que é sempre mencionado na litera-
tura é o da Dell Computer, que se especializou no fornecimento on-line dos seus
produtos, com eficiência e eficácia no processo. Relata-se que 100% de suas ven-
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das são realizadas por meios eletrônicos. A Dell conseguiu de forma evidente a
desintermediação de seu fluxo no canal.
Por outro lado, outros players igualmente bem-sucedidos promoveram a
reintermediação. O exemplo mais citado é o da Amazon.com que, embora subs-
titua a loja física do varejo, vale-se de um componente tradicional dos canais
de distribuição: os atacadistas, que no caso da Amazon, funcionam como seus
fornecedores.
Não podemos afirmar que um ou o outro modelo seja melhor. É uma ques-
tão, mais uma vez, de características e especificidades do negócio.
O fato é que muitos segmentos econômicos, devido à natureza de seus pro-
dutos e serviços, ainda não encontraram nas transações pela Web uma opção
lucrativa às suas operações físicas.
Você sabia que o maior portal de vendas do mundo pela Internet não é
americano, como muitos imaginam?
Qual nada! Conheça o portal Alibaba. Leia a reportagem do link abaixo:
<http://www1.folha.uol.com.br/fsp/dinheiro/fi1903201018.htm>.
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Considerações Finais
1. Você já ouviu, com certeza, falar de grandes portais na Internet, como e-Bay,
Amazon.com, Google Store, entre tantos outros. Estes portais podem oferecer
desde livros, CDs, DVDs, até produtos inteiramente virtuais, como o download
de músicas e filmes pela internet. Lembre-se que canais de distribuição não são
exclusivos de produtos tangíveis. Falamos também de produtos intangíveis, que
agora ganham novos contornos com as mídias digitais. Em sua opinião, como o
advento da internet pode impactar serviços tão tradicionais, como os de entre-
tenimento, como é o caso dos cinemas?
2. Recentemente tivemos a notícia de que um grupo de hackers promoveu um
ataque massivo na internet, tornando-a mais lenta no mundo todo por uma boa
parte de um dia. Essas notícias deixam o usuário da internet apreensivo e muitas
vezes inseguro quanto a efetuar compras por esse canal. Pense: o que as empre-
sas que comercializam pela internet poderiam fazer para aumentar a sensação
de segurança do internauta que também é um comprador virtual?
107
Fonte: Procon-SP
Professor Me. Paulo Pardo
V
ESTRATÉGIAS, CONFLITOS E
UNIDADE
PERSPECTIVAS DOS CANAIS
DE DISTRIBUIÇÃO
Objetivos de Aprendizagem
■ Conhecer as estratégias de análise e decisão nos canais de
distribuição.
■ Compreender os relacionamentos e os conflitos nos canais de
distribuição.
■ Analisar as perspectivas e estratégias para os canais de distribuição.
Plano de Estudo
A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade:
■ Conhecendo as estratégias de análise e decisão de canais de
distribuição
■ Relacionamento nos canais de distribuição
■ Conflitos e novas estratégias nos canais de distribuição
■ Perspectivas para os canais de distribuição
111
INTRODUÇÃO
Introdução
112 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Porém, quando aplicamos essas funções na gestão de canais de distribuição,
devemos ter claro que a constante mutação nas configurações do canal impõe
desafios não plenamente conhecidos. Por isso, como para qualquer outra função
administrativa, é preciso ter um conhecimento ampliado, uma visão sistêmica
do ambiente, dos desafios, das ferramentas disponíveis ou das que precisarão ser
desenvolvidas. Modelos podem ser úteis, desde que consideradas as particulari-
dades do desafio a ser enfrentado.
Por exemplo, como variáveis e desafios a ser conhecidos em profundidade
estão os sugeridos por Telles e Strehlau (2006):
Venda direta versus venda indireta.
Desenvolvimento de arquitetura (projeto ou desenho) de canal.
Objetivos de mercado a funções do canal.
Seleção de arquitetura de canal.
Seleção de intermediários.
Margem de contribuição versus giro/preço/overhead/juros.
Avaliação de canais/intermediários
(TELLES; STREHLAU, 2006, p. 133).
É evidente que alguns pontos aqui considerados poderão ser melhor estuda-
dos e detalhados em disciplinas específicas. Por exemplo, os fatores que levam
a decidir entre vendas diretas ou indiretas são abordados com profundidade no
estudo da Administração Mercadológica. As questões relacionadas à margem de
contribuição em comparação com giro de estoques, preço e outros fatores são
considerados em detalhes na disciplina de administração financeira.
anterior estarão assegurados, não sendo necessário mais revê-los. Pelo contrá-
rio. O dinamismo exige uma reconsideração constante das etapas para garantir
a efetividade das decisões tomadas.
Vamos considerar as etapas de decisão apontadas, sugeridas por Telles e
Strehlau (2006).
Necessidade de decisão de arquitetura do canal: é preciso decidir sobre a
necessidade de alteração na arquitetura do canal. Essa decisão pode ser neces-
sária sempre que houver o lançamento de novos produtos, a entrada em novos
mercados, mudanças tecnológicas e outras variáveis que possam impactar a
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
arquitetura atual do canal.
Objetivos do canal: quando o canal foi construído, certamente isso se deu
pela necessidade de fazer com que os produtos e serviços alcançassem os desti-
natários, seja o consumidor final ou a transferência para outro membro do canal.
No entanto, o público-alvo pode mudar ou outros elementos do composto de
marketing – como ponto de distribuição – podem se alterar. Assim, é preciso
rever os objetivos do canal constantemente.
Tarefas do canal: certamente, você conclui que estabelecer objetivos para
o canal não basta. É preciso instrumentalizar esse objetivo, definindo as tarefas
que cada membro do canal desempenhará para alcançá-lo. Por exemplo, é pre-
ciso definir a manutenção de estoques, a capacidade de transporte, o fluxo de
informações pelo canal, entre outras tarefas.
Alternativas de arquitetura do canal: conforme vimos ao longo desse livro,
é possível projetar o canal de diversas formas, dependendo dos objetivos a serem
alcançados. Telles e Strehlau (2006) lembram da importância de definir os níveis
do canal (como cobertura), estratégias de distribuição (se será intensiva, sele-
tiva ou exclusiva) e os participantes do canal (se serão utilizados distribuidores,
atacadistas, varejistas e outros) que precisam ser avaliados quanto às suas capa-
cidades de execução de tarefas visando atingir os objetivos traçados. Todas as
tarefas devem ser executadas de forma coordenada, uma vez estabelecidos os
fluxos do canal.
Variáveis relevantes na distribuição/canal: quando se dispõe de mais de uma
alternativa para a arquitetura de canal, uma decisão deve ser tomada visando à
solução ótima. Telles e Strehlau (2006) dizem que a decisão deve ser considerada
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Pense em um relacionamento entre pessoas. Esse relacionamento pode ser na
base do conhecimento superficial (um colega de trabalho, sobre o qual você não
conhece quase nada a não ser a execução de suas tarefas na empresa), na base
da amizade estreita (em que sabemos quase tudo sobre a outra pessoa, inclu-
sive suas qualidades e defeitos) onde nos relacionamos na base da confiança
desenvolvida ou até no casamento (onde, a princípio, pensaríamos em um com-
prometimento mútuo – também presente nas amizades estreitas – visando a um
objetivo: o bem-estar familiar).
Todos nós podemos estar envolvidos em um ou mais desses tipos de rela-
cionamento. Alguns consideramos muito importantes para nossa qualidade de
vida, como o casamento ou uma grande amizade. As relações superficiais podem
nos ser úteis em um momento de nossas vidas, mas não damos o mesmo valor
que conferimos às amizades estreitas ou ao casamento.
Quando falamos em relacionamento no canal de distribuição, essa analo-
gia pode ser preciosa. Temos presente nos canais relações muito parecidas com
conhecidos superficiais, amizades estreitas ou casamentos. Evidentemente, atri-
buímos valores diferentes a cada uma delas.
Coughlan et al. (2012) mostram que não há relacionamentos perfeitos no
canal (assim como não há nas relações interpessoais) e quanto mais se busca a
integração na forma de alianças, os custos envolvidos crescem igualmente.
Porém, mesmo com esses dificultadores, existem vantagens na busca de rela-
cionamentos mais estreitos ou alianças estratégias nos canais de distribuição.
Veremos a respeito disso a partir de agora.
ência e que, na prática, dita as regras para os demais participantes do canal, que
nem sempre usufruem ou usufruem em menor grau dos benefícios das parce-
rias estabelecidas. Neste caso, há um descasamento de poder e um desequilíbrio
de papéis, em que as organizações mais fortes controlam as mais fracas.
Definitivamente, esta não é a proposta de uma aliança estratégica em distri-
buição, onde há um comprometimento entre as partes e um equilíbrio de poder.
Os participantes exercem influência sobre os outros em iguais condições. Em
um relacionamento na base de aliança estratégica, o comprometimento chega
ao ponto de os participantes estarem dispostos a fazer sacrifícios para manter
o relacionamento, abrindo mão às vezes de alguma margem de lucro de curto
prazo, bem como de novas parcerias que conflitassem com as existentes.
As alianças genuínas impõem compromissos e ônus sobre os participantes,
que podem custar caro, porém, no longo prazo, os resultados são sustentáveis
(COUGHLAN et al., 2012).
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sou diante de seus olhos e segue o curso normal
do rio, à sua direita, está à jusante.
Por que é preciso entender os conceitos de mon-
tante e jusante? Porque os membros do canal precisam estabelecer parcerias
estratégias considerando este fato: em relação a esse membro do canal, todos os
outros membros que estão posicionados antes dele na cadeia estão à montante e
os que estão após ele estão à jusante. Um exemplo: o atacadista tem à montante
a indústria que é seu fornecedor na cadeia. Mas o que está à jusante do ataca-
dista? O varejo, que é abastecido pelo atacado.
Evidentemente, muitas parcerias podem ser estabelecidas tanto à montante
como à jusante. Qual a importância de estabelecer alianças para quem está à
montante na cadeia?
Se pensarmos em uma indústria, sua posição pode estar constantemente
ameaçada pela reconfiguração dos membros do canal à jusante, como agluti-
nação de atacadistas provocadas por fusões ou incorporações. Se o membro à
jusante da indústria tiver uma força desproporcional no canal, a indústria pode
ser prejudicada por ter dificuldade de distribuir seu produto com margens com-
petitivas ou em alcançar novos mercados. É uma atitude arrogante da indústria
acreditar que sempre haverá interessados em compor um canal de distribuição
para seus produtos. E a dificuldade de arquitetar o canal pode colocar a indús-
tria em sérias dificuldades.
Portanto, uma aliança estratégica garantiria a presença da indústria no mer-
cado. Para isso, a indústria deverá se comprometer com as operações e viabilidade
dos membros do canal à jusante, mesmo que para isso tenha que oferecer con-
dições que sacrifiquem alguma margem de lucro.
Além disso, os membros à jusante são responsáveis perante o mercado con-
sumidor em disponibilizar o produto em condições adequadas, em ambientes
acolhedores e com exposição atraente. Os membros à jusante precisam ser esti-
mulados a fazer isso, com a oferta de apoio em ações mercadológicas ou condições
de financiamento.
Além disso, a indústria precisa ter uma visão atualizada do mercado em rela-
ção ao comportamento do consumidor e a aceitação de seus produtos, entrada
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MOTIVOS
O MEMBRO DO CANAL À
PARA SE ALIAR O MEMBRO DO CANAL À JUSANTE
MONTANTE
ESTRATEGICAMENTE
Motivar membros do canal à
jusante e representá-los melhor Evitar faltas de estoque enquanto se
• Em mercados atuais mantêm custos sob controle.
Fundamentos • Custos mais baixos de todos os fluxos
• Com produtos atuais.
executados, como menores custos de
• Em novos mercados manutenção de estoque.
• Com novos produtos.
Coordenar esforços de marketing mais
Coordenar esforços de marke- estritamente com membros do canal à
ting mais estreitamente com montante.
membros do canal a jusante.
Gerar preferência do • Atender melhor ao cliente.
• Aproximar-se de clientes e
cliente • Converter consumidores em potencial
consumidores em potencial.
em clientes.
• Melhor a compreensão do
• Efeito líquido maior volume e mar-
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mercado.
gens.
Lembre-se sempre: alianças estratégicas são muito difíceis de serem estabelecidas. O mais
comum é que os membros do canal busquem sua própria vantagem e substituam parcei-
ros com facilidade. Esse é tipo de relacionamento baseado no curto prazo, equivalente ao
conhecido nas relações interpessoais.
Muitas vezes, será necessário desenvolver parceiros para que as alianças sejam esta-
belecidas. Pode ser que uma deficiência apresentada por um parceiro precise ser vencida
com investimentos de membros do canal à montante ou à jusante. Apenas quando se atin-
gir o nível do comprometimento mútuo é que podemos dizer que existe uma parceria na
base da aliança estratégica.
ESTRATÉGIAS, CONFLITOS E PERSPECTIVAS DOS CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO
121
Seus Centros de Distribuição no Brasil têm a seguinte participação do total das ope-
rações do McDonald’s no país:
1. CD Nordeste – 7%
2. CD Rio de Janeiro – 24%
3. CD São Paulo – 59%
4. CD Sul (Curitiba) – 11%
Após falarmos de aliança estratégica, pode parecer uma guinada muito grande
tratarmos de conflitos nos canais de distribuição. Porém, essa realidade está pre-
sente e precisa ser compreendida e gerenciada.
Vamos entender como os conflitos no canal podem acontecer.
Primeiramente, temos que admitir que conflitos são mais comuns do que
pensamos em um canal de distribuição. Esses conflitos – discórdia, oposição –
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seja, mantido no âmbito profissional. Quando o conflito acontece, pode con-
tribuir com:
■ Comunicação com mais frequência e eficácia;
■ Estabelecimento de mecanismos para expressar queixas;
■ Análise crítica das ações passadas;
■ Formulação e aplicação de uma divisão mais equitativa dos recursos do
sistema;
■ Desenvolvimento de uma distribuição de poder mais equilibrada nas rela-
ções entre os membros do canal;
■ Desenvolvimento de métodos padronizados para lidar com conflitos futu-
ros e mantê-los sob controle (COUGHLAN, 2012, p. 185).
VISÃO DO MANIFESTAÇÃO DO
VISÃO DO REVENDEDOR
FORNECEDOR CONFLITO
Metas Maximizar lucro Maximizar lucro por: Fornecedor: “Você não
financeiras por: • Maiores margens (menores coloca muito esforço na
• Maiores preços ao preços do fornecedor e minha marca. Seus preços
revendedor. maiores preços ao consu- são altos demais.”
• Mais vendas por midor). Revendedor:”você não me
revendedor. • Menos despesas (menos dá suporte suficiente. Com
suporte). seus preços de atacado,
• Maiores gastos do
não conseguimos ganhar
revendedor. • Maior giro de estoque (me-
dinheiro.”
• Menos subsídios nos estoque na revenda).
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
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em Resende (RJ).
Veja como funciona no estudo de caso a seguir:
PROJETO INOVADOR
Recomendo que você acesse o link abaixo:
<http://www.man-la.com/institucional/consorcio-modular>.
Neste link, você encontrará o caso da Volkswagen, Unidade de Resende, no Rio de
Janeiro, que inovou seu processo produtivo formatando um sistema de cooperação
no canal de distribuição conhecido como Consórcio Modular.
Mediante este sistema, oito parceiros fazem a montagem de conjuntos completos
de peças. Os fornecedores são:
■ Maxion (que cuida da montagem do chassi)
■ Arvin Meritor (eixos e suspensão)
■ Remon (rodas e pneus)
■ Powertrain (motores)
■ AKC (armação da cabina)
■ Carese (pintura) e
■ Continental (pneus)
Fonte: <http://www.vwcaminho-
eseonibus.com.br/pt/company_fac-
tory_brasil_modular-consortium.aspx>.
Acesso em: 19 abril 2016.
128 UNIDADE V
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
formais de tratamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta Unidade, vimos que são comuns situações conflituosas no canal. Por outro
lado, vimos também que é possível arranjos colaborativos que podem evoluir
para alianças estratégicas.
A gestão dos conflitos e dos membros do canal pode, de fato, trazer vanta-
gens competitivas e ganhos a todos os participantes da cadeia de distribuição.
O que queremos com o canal de distribuição? Qual é nosso principal obje-
tivo? Sem dúvida, atender às demandas de nosso cliente com valor atribuído
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
por ele como superior.
Para conseguir atingir essa meta, um esforço de planejamento e de promoção
de ações concretas deve ser buscado. O sucesso não acontece por acaso. São mui-
tas as configurações possíveis em um canal, mas em todas elas, o sucesso advém
de planejamento, organização, controle, parcerias estratégicas e informação.
Assim, caro(a) aluno(a), busque aprofundar seus conhecimentos sobre os
pontos abordados nesta Unidade e você terá uma qualificação diferenciada como
profissional.
Sucesso!
A intensa concorrência entre as empresas faz parecer que o único modo de sobrevivência no
mercado é buscar o crescimento e expansão para não ser sobrepujado pelos grandes players.
No entanto, algumas alternativas econômicas vêm dando resultados muito interessantes e
têm mudado a vida de um contingente importante da população. Você já ouviu falar em APLs?
Conheça esse modelo econômico visitando o link:
<http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=2&menu=300>.
Depois de conhecer, reflita: por que deveríamos valorizar mais os produtos originários em
iniciativas como os APLs?
Muito bem, prezado(a) aluno(a)! Parabéns por ter chegado até aqui. Certamente,
essa disciplina foi muito interessante para nos levar a conhecer a complexidade da
gestão de um canal de distribuição.
Essa disciplina, por sinal, tem laços estreitos tanto com a logística quanto com o
marketing. Nada a estranhar, não é mesmo? Afinal, conforme vimos, a Logística, o
Marketing e a Produção caminham na mesma direção, com estratégias transversais
que dão a sustentação aos negócios de uma empresa.
Portanto, conhecer os canais de distribuição e sua dinâmica nos possibilita intervir
em situações pontuais, mas – muito mais importante – permite-nos gerenciar as
relações entre os membros do canal. Na verdade, como você deve ter percebido, são
as interações, atividades e funções desempenhadas pelos membros do canal que
permitem que aconteçam os fluxos que desejamos que possibilitam o atendimento
do nosso cliente final.
Essa disciplina, como praticamente todas as outras disciplinas dos cursos de ges-
tão, está focada neste mais precioso alvo dos esforços organizacionais: o cliente. É
ele, em última instância, que avaliará nossa efetividade em atendê-lo e nos julgará
favoravelmente pela sua preferência ou negativamente pela sua rejeição ao nosso
produto ou à nossa empresa.
Por isso, prezado(a) aluno(a), nunca, mas nunca mesmo, se esqueça que a meta final
de qualquer organização com fins lucrativos é a satisfação total de nossos clientes.
Vamos relembrar rapidamente algumas questões consideradas ao longo deste livro.
Na Unidade I, fomos apresentados ao conceito de canal de distribuição e tivemos
a oportunidade de conhecer a forma de seleção dos membros do canal e como se
procede a arquitetura, o projeto, de um canal de distribuição.
Essa fase é uma das mais importantes em todo o planejamento, pois membros do
canal que não cumprem a sua função comprometem o desempenho de todo o ca-
nal. Invista tempo nessa seleção. Não se apresse. Avalie as alternativas e tome uma
decisão baseada em fatos e referências.
Na Unidade II, começamos a detalhar os principais participantes do canal e fomos
apresentados ao atacado. Como são importantes as operações de atacado, não con-
corda? Mesmo não estando presentes no dia a dia das famílias – pelo menos não vi-
sivelmente – o atacado possibilita ganhar agilidade no atendimento ao varejo, tam-
bém em obter melhores preços junto aos fabricantes e – o que acho um dos pontos
mais relevantes – atingir pontos de venda mesmo em lugares muito distantes.
Felizmente, o atacado no Brasil ainda é pujante. Teremos que aguardar e observar o
que o futuro trará em relação ao atacado, devido ao emprego de novas formas de
relacionamento entre a indústria, o varejo e os consumidores.
CONCLUSÃO
Na Unidade III, consideramos o varejo. Todos nós o utilizamos. Precisamos dele pra-
ticamente todos os dias, desde o leite na padaria até uma concessionária de auto-
móveis. O varejo é dinâmico, gerador de receitas e de empregos. Acostumamo-nos
a comprar no varejo. Vimos que as grandes redes estão cada vez mais presentes. No
entanto, ainda temos muito forte a presença do varejo médio e pequeno, que nos
atende muitíssimo bem em muitas de nossas necessidades.
O varejo também se reinventa, com novas formas de abordagem e novas estratégias
de comunicação.
Parece improvável, pelo menos no curto e médio prazos, que o varejo sofra negati-
vamente com as novas configurações de relacionamento nos canais de distribuição.
Na Unidade IV, tivemos a consideração das novas tecnologias aplicadas aos canais
de distribuição. O comércio eletrônico ganha força com a popularização das fer-
ramentas de comunicação. O aumento do poder aquisitivo das famílias brasileiras
inseriu um contingente importante de novos consumidores neste mercado. Quais
são os desdobramentos disso, ainda resta ver.
Na Unidade V, consideramos os possíveis conflitos nos canais de distribuição e for-
mas de estabelecer alianças estratégicas entre os membros do canal. Não é nada
fácil lidar com essas questões. Tanto é assim que vemos constantemente alterações
de componentes do canal, justamente por conta destes conflitos e dificuldades em
estabelecer parcerias de longo prazo estáveis.
Bem, caro(a) aluno(a), espero que os conhecimentos abordados aqui possam lhe ser
úteis não só em sua vida acadêmica mas – e principalmente – na sua vida profissio-
nal. É claro que não tenho a pretensão de esgotar o assunto, pois as obras já publi-
cadas sobre canais de distribuição são muitas e com diversas abordagens. O meu
objetivo foi apresentá-lo(a) para conceitos fundamentais e instigá-lo(a) a continuar
na sua investigação e obtenção de maiores conhecimentos.
Espero que você tenha muito sucesso na sua vida e na sua carreira!
Um forte abraço,
Professor Paulo Pardo
135
REFERÊNCIAS