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CONTABILIDADE FINANCEIRA II

CAPITULO 1 – ATIVOS NÃO CORRENTES

1.4– Ativos não correntes detidos para venda

SÓNIA MONTEIRO
A"vos não correntes de"dos para venda

1. Enquadramento normativo

NCRF 8 - Ativos não correntes detidos para venda e operações descontinuadas

§ De acordo com a NCRF 8 (§ 7) um ativo não corrente (ou grupo para alienação)
deve ser classificado como detido para venda se a sua quantia escriturada é
recuperada principalmente através de uma transacção de venda e não pelo seu
uso continuado.

§ As disposições de mensuração da NCRF 8 NÃO SE APLICAM aos ativos


mencionados no parágrafo 5, que estão abrangidos pelas Normas indicadas, seja
como ativos individuais seja como parte de um grupo para alienação. Explo: PI’s
mensuradas ao Justo Valor, continuam a ser mensuradas pela NCRF11.

§ Os ativos não correntes detidos para venda são apresentados no Balanço como
um ativo corrente numa linha separada, pois existe intenção e forte
probabilidade de alienar o ativo no período próximo de 12 meses.
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A6vos não correntes de6dos para venda

1. Enquadramento normativo
MODELO DE BALANÇO
Entidade: ……………………………………………
BALANÇO (INDIVIDUAL ou CONSOLIDADO) EM X DE YYYYYYY DE 200N UNIDADE MONETÁRIA (1)

DATAS
RUBRICAS NOTAS
31 xxx N 31 xxx N-1
ACTIVO
(…)

Activo corrente
Inventários
Activos biológicos
Clientes
Estado e outros entes públicos
(...) Apresentado pelo
Outros activos financeiros
Ativos não correntes detidos para venda X menor entre a QE e
Caixa e depósitos bancários o Justo valor(menos
custos de vender)
Total do activo

Nota: existe também uma linha no passivo para apresentar os passivos não correntes detidos
para venda que se aplica no caso de existirem passivos incluídos num grupo de alienação, não se
podendo fazer compensação de saldos (§35).

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Ativos não correntes detidos para venda

2. Classificação de ativos não correntes detidos para venda


NCRF 8 (§8)
A6vo disponível para
venda imediata

+ • Gestão empenhada num plano de venda e na


localização de um comprador e em concluir o
plano de venda;
Venda altamente • Activo amplamente publicitado para venda a um
provável preço razoável;
• Desenvolvimento de acções necessárias para
concluir o plano de venda.
• Expectável a conclusão da venda num ano.

Classificação do Ativo como detido


para venda
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Ativos não correntes detidos para venda

2. Classificação de ativos não correntes detidos para venda


Está disponível para venda NCRF 8 (§8-10)
imediata?

Sim

A venda é altamente provável?

Sim
Não O atraso for causado por
É expectável a conclusão da acontecimentos /circunstâncias fora do
venda no prazo de 1 ano? controlo da entidade?

Sim Sim
Sim
A entidade continua comprometida com
o plano de venda do activo?

Classificar o activo como detido


para venda

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Ativos não correntes detidos para venda
3. Reconhecimento e mensuração de activos não correntes
detidos para venda

3.1. Mensuração inicial


Imediatamente antes da classificação inicial do a0vo (§19, NCRF 8)

Imediatamente antes da classificação inicial do ativo não corrente como detido para
venda, as quantias escrituradas do ativo devem ser mensuradas de acordo com as
NCRF aplicáveis (no caso dos AFT, NCRF 7)

Na classificação inicial do ativo (§16, NCRF 8)


Um ativo não corrente, quando é classificado como detido para venda, deve ser
mensurado pelo menor valor entre:
üa quantia escriturada do ativo e
üo justo valor menos os custos de alienação

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Ativos não correntes detidos para venda
3. Reconhecimento e mensuração de ativos não correntes
detidos para venda

3.1. Mensuração inicial


MENSURAÇÃO
Quantia escriturada
Quan2a Escriturada Justo valor menos custos de
< alienação (Não se reconhece
qualquer ganho)

Quantia Escriturada Justo valor menos custos de Justo valor menos


> alienação custos de vender
(Reconhece-se uma
perda por imparidade)
Quantia activo *– (Dep/amort. Acum. – PIA)

*Custo inicial (Modelo de custo) ou quantia revalorizada, i.e., justo valor (Modelo de revalorização)

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Ativos não correntes detidos para venda
3.1. Mensuração inicial
ATIVOS FIXOS TANGIVEIS

üSe Quan>a Escriturada < Justo valor menos custos de alienação


Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)
Eliminação do custo do ativo CA
463 43x
Eliminação do valor das depreciações
438 463 DA
acumuladas
Eliminação do valor das perdas por imparidade
439 463 PIA
acumuladas

ü Se Quantia Escriturada > Justo valor menos custos de alienação, há ainda a registar:

Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)


Reconhecimento de uma perda por imparidade,
pela diferença entre o justo valor menos custos 658 469 (JV-QE)
de vender (JV) e a quantia escriturada (QE)

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Ativos não correntes detidos para venda
3.1. Mensuração inicial
ATIVOS INTANGIVEIS

üSe Quantia Escriturada < Justo valor menos custos de alienação


Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)
Eliminação do custo do ativo CA
464 44x
Eliminação do valor das amortizações
448 464 AA
acumuladas
Eliminação do valor das perdas por imparidade
449 464 PIA
acumuladas

ü Se Quantia Escriturada > Justo valor menos custos de alienação há ainda a registar:

Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)


Reconhecimento de uma perda por imparidade,
pela diferença entre o justo valor menos custos 658 469 (JV-QE)
de vender (JV) e a quantia escriturada (QE)

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Ativos não correntes detidos para venda
3.1. Mensuração inicial
PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO

üSe uma entidade adopta o modelo do custo, as Propriedades de investimento que


satisfaçam os critérios de classificação como detidas para venda devem ser mensuradas
de acordo com a NCRF 8. Isto é, a mensuração é feita pelo menor entre: Quantia
Escriturada e Justo valor menos custos de alienação
üSe Quantia Escriturada < Justo valor menos custos de alienação

Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)


Eliminação do custo do ativo CA
462 42x
Eliminação do valor das depreciações
428 462 DA
acumuladas
Eliminação do valor das perdas por imparidade
429 462 PIA
acumuladas

ü Se Quantia Escriturada > Justo valor menos custos de alienação, há ainda a registar:
Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)
Reconhecimento de uma perda por imparidade,
pela diferença entre o justo valor menos custos 658 469 (JV-QE)
de vender (JV) e a quantia escriturada (QE)
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Activos não correntes detidos para venda

3.1. Mensuração inicial


PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO

üSe uma entidade adopta o modelo do justo valor, as PI que satisfaçam os critérios de
classificação como detidas para venda devem ser mensuradas de acordo com a NCRF
11, i.e., as disposições de mensuração da NCRF 8 não se aplicam aos ativos não
correntes (tal como Propriedades de investimento ) mensuradas de acordo com o
modelo de justo valor, (NCRF 8, §5, ”d”). Deste modo, mantém-se como único critério
de mensuração o Justo valor.

Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)


Eliminação do justo valor do activo JV
462 42x

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Ativos não correntes detidos para venda
3.2. Mensuração subsequente
ØCessação da depreciação
A depreciação/amortização de um activo cessa na data em que o ativo for classificado
como detido para venda (NCRF 7, §55; NCRF 6, §95; NCRF 8, §26).

Depreciações e ativos detidos para venda:


Uma entidade não deve depreciar um elemento do ativo não corrente
que esteja classificado como “detido para venda” (NCRF 8, § 26).

ØReconhecimento de perdas por imparidade e reversões

Perdas por imparidade e ativos detidos para venda


Após o reconhecimento de um ativo classificado como detido para venda,
a entidade deve avaliar se há indícios para o reconhecimento de perdas
por imparidade (§ 21, NCRF 8) e/ou sua reversão (§ 22, NCRF 8) (neste
caso é aplicável a NCRF 8 e não a NCRF 12).
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Ativos não correntes detidos para venda
3.2. Mensuração subsequente

ØReconhecimento de perdas por imparidade e reversões

üPerda por imparidade em ativos detidos para venda


Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)
Perda por imparidade 658 469 X

O valor da perda por imparidade corresponde à diferença entre a quantia escriturada


ajustada (aquando da classificação do ativo como detido para venda) e o justo valor
menos custos de alienação.

üReversão de perda por imparidade em ativos detidos para venda


Descrição
Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)
Reversão perda por imparidade 469 7628 X

O ganho a reconhecer tem como limite a perda por imparidade acumulada que já teria
sido reconhecida seja de acordo com a NCRF 8 (aquando da classificação do ativo como
detido para venda) seja anteriormente de acordo com a NCRF 12.

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Ativos não correntes detidos para venda
4. Alienação

Quando a venda do ativo não corrente classificado como detido para venda for concluída
deve ser desreconhecido (seguindo as disposições da NCRF 7, §66-71, no caso de AFT; da
NCRF 6, §108-113; no caso de ativos intangiveis; NCRF 11, §69-74, no caso de
propriedades investimento – modelo do custo).

Descrição Valor
Conta a débito Conta a Crédito (u.m)
Eliminação da quantia escriturada
6871 ou 7871 46X QEA
ajustada
Eliminação de eventuais perdas por
469 6871 ou 7871 PIA
imparidade acumuladas*
Reconhecimento da retribuição 11 ou 12 ou 278 6871 ou 7871 R

*Por aplicação da nota de enquadramento à conta 469, aquando do desreconhecimento do ativo


haveria que debitar a correspondente conta da classe 4, isto é a conta 46x.

Nota: se na respetiva aquisição houve IVA dedutível (24322x), então haverá também
IVA a liquidar na venda (24331).

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Ativos não correntes detidos para venda
4. Alienação

No caso de propriedades de Investimento (modelo do Justo valor), uma vez que não há
DA nem PIA.

Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor (u.m)


Eliminação do JV 6871 ou 7871 46X JV
Reconhecimento da retribuição 11 ou 12 ou 278 6871 ou 7871 R

Nota: Não há depreciações nem perdas por imparidade para desreconhecer.

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Ativos não correntes detidos para venda

Exemplo – Classificação e mensuração de ativos não correntes detidos para venda


A en0dade ABC, dedica-se ao ramo têx0l e de vestuário, possuindo 3 unidades fabris em
Portugal: Norte, Centro e Sul. Após profunda reflexão estratégica, em N decidiu encerrar a
unidade fabril do Norte. As máquinas foram de imediato vendidas, mas os ediHcios de
grandes dimensões encontra-se por alienar. Neste sen0do estão a ser levadas a cabo as
devidas diligências para que se encontre comprador para o edificio.
A empresa opta pelo modelo do custo na contabilização dos seus a0vos fixos tangíveis.
Isto significa que em 31/12/N o edificio se encontra escriturado por: 5.000.000€ de valor
bruto com 4.000.000€ de depreciações acumuladas.
Pedido 1: Pretende-se os registos contabilís0cos associados à reclassificação e mensuração
deste a0vo, em conformidade com a NCRF 8:
a) assumindo que o valor de mercado (menos os custos de alienação) foi es0mado em
1.600.000€
b) assumindo que o valor de mercado (menos os custos de alienação) foi es0mado em
900.000€
Pedido 2. Considere que a venda do ediHcio foi concre0zada em N+2, por 1.200.000€.
Efetue o registo contabilís0co da alienação do ediHcio, considerando os dois cenários
anteriores.

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Ativos não correntes detidos para venda

5. Alterações no plano de venda


Se os requisitos para classificar um ativo não corrente como detido para venda já não
estiverem satisfeitos, a entidade deve cessar de classificar o activo como detido para
venda (desreconhecer o mesmo de não corrente para a rubrica adequada), devendo o
activo ser mensurado pelo valor mais baixo entre:

§ a sua quantia escriturada antes de o ativo ser classificado como detido para venda,
ajustada a qualquer depreciação ou revalorização que teria sido reconhecida se o
ativo não estivesse classificado como detido para venda; e
§ a sua quantia recuperável à data da decisão de não vender (§27,-28 NCRF 8

(REAPRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO INICIAL E EXIGÊNCIA DE UM TESTE DE IMPARIDADE)

6. Ativos não correntes detidos para venda na NCRF-PE e NCRF-ME


Esta temática não está contemplada na NCRF-PE nem na NCRF-ME
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