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Avaliação

Geriátrica
Ampla
AGA

Serviço de Geriatria – HSL/PUCRS


PRM Geriatria
Danilo de Souza Pinto
AGA como base da Geriatria

• No West Middlesex Hospital, encontrou,


institucionalizados, um grande número de idosos
portadores de condições não diagnosticadas e
inadequadamente tratadas.
• Promoveu um programa de reabilitação multidisciplinar
e a apreciação holística de pacientes idosos.
• Demonstrou a importância da avaliação de vários
domínios e da reabilitação.
• Publicou os principais objetivos do tratamento do idoso:
• Prevenir doenças, sempre que possível,
• Reduzir as complicações clínicas das doenças ao mínimo,
• Obter e manter o máximo da autonomia e independência
do paciente,
• Ensinar o paciente a adaptar-se às suas disfunções.
Complexidade do Idoso

• Indivíduos com multimorbidade tendem a apresentar


grande complexidade e vulnerabilidade;
• Problemas cognitivos, funcionais e psicossociais;
• Quadro clínico com manifestação frustra ou atípica;
• Maior propensão a iatrogenia, fragilização, síndromes
geriátricas, admissões e readmissões hospitalares e
institucionalização.
Papel da AGA

• A avaliação geriátrica ampla é a resposta a essa complexidade.


• Visão multidimensional: físico, mental, social, funcional e
ambiental.
• Idade Cronológica ≠ Idade Funcional.
• A evidência de declínio funcional faz pressupor a existência de
doença ligada ao quadro.
Definição

• A diferença da AGA para um atendimento médico habitual é que


ela prioriza o estado funcional e a qualidade de vida, utilizando
instrumentos de avaliação para determinar as deficiências,
incapacidades e desvantagens do idoso.
• Os seus objetivos principais são realizar um diagnóstico global e
desenvolver um plano de tratamento e reabilitação.
• Aplicada preferencialmente nos idosos frágeis e portadores de
multimorbidades.
Benefícios de aplicá-la
• Maior precisão diagnóstica; melhora do estado funcional e
mental; melhora do humor; redução da mortalidade; diminuição
de internação hospitalar e de institucionalização; diminuição da
necessidade de assistência domiciliar; redução do uso
medicamentos e da iatrogenia; diminuição do uso e dos custos do
sistema de saúde; além de maior satisfação com o atendimento.
• A AGA também é um importante preditor de desfechos
desfavoráveis, ou seja, tem valor prognóstico, para pacientes
cirúrgicos, oncológicos, ortopédicos e nefrológicos.
• Pode ser aplicada em Ambulatório, Internação, ILPI, Emergência.
Benefícios de aplicá-la

• A AGA só é eficaz se existir um processo de


identificação dos idosos que realmente possam se
beneficiar de sua aplicação, a avaliação resultar em um
plano de cuidado, e o plano de cuidado for
implementado, preferencialmente, por equipe
interdisciplinar.
Estrutura
• Equilíbrio, mobilidade e risco de quedas
• Função cognitiva
DIMENSÕES OBRIGATÓRIAS
• Condições emocionais 1. Capacidade funcional,
2. Condições médicas,
• Deficiências sensoriais 3. Funcionamento social,
4. Saúde mental.
• Capacidade funcional
• Estado e risco nutricional
• Condições socioambientais
• Polifarmácia e medicações inapropriadas
• Comorbidades e multimorbidade
• Outros.
1. Equilíbrio, mobilidade e risco
de quedas.
1. Get Up And Go
2. Timed Get Up And Go
• Para avaliar o equilíbrio do paciente sentado, o equilíbrio durante a
marcha e a transferência
• Menor ou igual a 10 s – independente, sem alterações;
• Entre 11 e 20 s – independente em transferências básicas, baixo
risco de quedas;
• Maior ou igual a 20 s – dependente em várias atividades de vida
diária e na mobilidade, alto risco de quedas
3. Circunferência da Panturrilha
• É a medida antropométrica mais sensível e mais utilizada para
avaliação da massa muscular em idosos (normal ≥ 31 cm).

4. Velocidade de Marcha
• O cálculo é feito pela média de três tentativas (normal > 0,8 m/s).
• Se fizer uso de dispositivo de marcha, utilizá-lo.
5. Força de Preensão Palmar
• Está relacionada à força total do corpo.
• Realização de três medidas, e é considerada a maior medida.
• Considerado sarcopenia para mulheres <16 kg e para homens <27 kg.

6. Teste de Sentar e Levantar


• Levantar e sentar na cadeira 5 vezes, sem usar os braços.
• O teste é cronometrado, sendo o ponto de corte normal menor que 15s.
7. Avaliação de Sarcopenia
• A triagem para sarcopenia pode ser feita utilizando-se o SARC-F.

A. Avaliação Força Muscular: Teste Preensão Palmar.


B. Avaliação Quantidade Muscular: métodos antropométricos,
bioimpedância, densitometria corporal total.
C. Desempenho Muscular: Timed Up and Go, Velocidade de Marcha,
Short Physical Performance Battery.

• Presença do critério A: Sarcopenia Provável.


• A + B: Sarcopenia confirmada;
• A + B + C: Sarcopenia Grave
SARC-F
2. Função cognitiva e condições
emocionais
• Mini Exame do Estado Mental (MEEM).
• Teste de Fluência Verbal.
• Teste do Relógio.
• Montreal Cognitive Assesment (MoCA).
• Escala de Depressão Geriátrica (GDS).
MEEM Fluência Verbal
MoCA
• Apresenta alta sensibilidade e alta especificidade
para detecção de comprometimento cognitivo leve
(CCL), principalmente nos pacientes com
desempenho na faixa normal do MEEM.
• O ponto de corte de 26 pontos e mais é considerado
normal.
• Na versão aplicada no Brasil, o ponto de corte foi
24/25 pontos.
3. Avaliação Sensorial

A. Visão
• Questionar / Quadro de Snellen / Cartão de Jeager

B. Audição
• Questionar / Teste do Sussurro / Audiometria
4. Capacidade Funcional
5. Estado e risco nutricional
6. Condições Socioambientais

• Devem ser avaliadas as relações e as atividades sociais,


os recursos disponíveis de suporte (social, familiar e
financeiro).
• As necessidades especiais e a adaptação do ambiente.
• Avaliar se o cuidador é um cuidador formal ou informal,
se é capacitado e bem treinado.
• Avaliar Estresse do Cuidador (Escala de Zarit).
7. Polifarmácia e Medicações
Potencialmente Inapropriadas
• Polifarmácia = 5 ou mais medicamentos.
• Critérios de Beers (AGS, 2019).
• Critério STOPP/START.
8. Multimorbidade

• A AGA é melhor preditor do que a avaliação exclusiva


de comorbidades ( por exemplo Índice de Charlson).
• A sua utilização como componente da AGA, portanto,
fica mais restrita a situações específicas como no caso
de internações por doenças agudas e em pacientes que
iniciarão tratamento oncológico.
9. Outros

• Estimativa de Risco Cardiovascular.


• Risco Toxicidade Quimioterapia.
• Suspeita de Maus Tratos...

• Triagem para realização da AGA (útil em unidades não


geriátricas como os serviços de ortopedia, oncologia e
UBS): VES-13; G8; aCGA.
Conclusão

• “Como Geriatra, eu sou, por definição, um especialista


em sutileza e em complexidade e demasiadamente
consciente da interação entre os aspectos físicos, sociais
e psicológicos que afetam as vidas de cada um dos meus
pacientes idosos.” (Hazzard, 2004)
Bibliografia

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