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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CURSO DE BACHARELADO EM ENFERMAGEM


DISCIPLINA: SEMIOLOGIA E SEMIOTÉCNICA I

INTRODUÇÃO A SEMIOLOGIA
E SEMIOTÉCNICA I

Profa. Mestre Janaíne Chiara

Cajazeiras – PB
2017
O QUE É SEMIOLOGIA E
SEMIOTÉCNICA?
 Incorporadas ao curriculum de Enfermagem de acordo com a
Resolução n. 314/94 do Conselho Federal de Enfermagem

 Semiologia investigação e estudo dos sinais e sintomas


apresentados pelo paciente e avaliada clinicamente pela
Enfermagem (POSSO, 1999)
 Semiotécnica  estudo e metodização das ações que sucedem ao
exame físico – a semiologia (POSSO, 1999).

 Envolve o conhecimento dos fundamentos da prática de


Enfermagem, com o domínio de conceitos e habilidades
 As habilidades são necessárias para o cuidado de pacientes em bom
estado de saúde e daqueles com doenças brandas e crônicas
 Busca satisfazer as necessidades básicas do indivíduo
CONCEITOS IMPORTANTES PARA A
SEMIOLOGIA NA ENFERMAGEM
 Sintomas – sensações subjetivas sentidas pelo paciente e
não visualizadas pelo examinador

 Sinais – manifestações objetivas reconhecíveis por


medidas de avaliação específicas

 Diagnóstico – determinação de uma doença pelos sinais


e sintomas e/ou mediante exames diversos

 Prognóstico – previsão da evolução de uma doença,


considerando-se a natureza e os sintomas da mesma
CONCEITOS IMPORTANTES PARA A
SEMIOLOGIA NA ENFERMAGEM
 Sistematização do cuidado
 Criado por Wanda Aguiar Horta (1979)
 Atividade privativa do enfermeiro que utiliza método e
estratégia de trabalho científico para a identificação das
situações de saúde/doença
 Resultado: proteção e recuperação da saúde do indivíduo,
família e comunidade
 Registro: base da tomadas de decisões
 Associação teoria x prática
 Requer habilidades, destreza, pensamento crítico analítico
 PROCESSO DE ENFERMAGEM
PROCESSO DE ENFERMAGEM
 Etapas
 Coleta de dados ou Investigação (histórico e exame físico)
 Diagnóstico de Enfermagem
 Planejamento da Assistência
 Implementação da Assistência;
 Avaliação dos Resultados
PROCESSO DE ENFERMAGEM
 Etapas
 Coleta de dados ou Investigação
 É a etapa inicial do processo de enfermagem

 Será possível levantar os diagnósticos de enfermagem

(DE)
 Constitui base para as demais etapas

 Dividida em duas subfases:

-Coleta de dados
-Exame físico
PROCESSO DE ENFERMAGEM
 Etapas
 Diagnóstico de Enfermagem (DE)
 Definido pela North American Nursing Diagnosis Association
(NANDA): “um julgamento clínico acerca das respostas do
indivíduo, da família ou da comunidade aos problemas reais
ou potenciais de saúde ou processos de vida”.
 Os DE constituem a base para a seleção de intervenções de

enfermagem, para que se encontre os resultados pelos quais a


enfermagem é responsável
 NANDA (1973) – primeira lista de diagnósticos

 A classificação proposta pela NANDA não é a única existente


PROCESSO DE ENFERMAGEM
 Etapas
 Planejamento da Assistência
 A determinação do que pode ser feito para ajudar o
cliente/paciente
 Envolve metas e objetivos (resultados esperados)

 Nada mais é do que a prescrição dos cuidados de enfermagem

identificados pela enfermeira nos DE


 Orienta a equipe para o cuidado qualificado, direcionado ao

alcance das metas pré-definidas e contínuo a quem presta o


cuidado
PROCESSO DE ENFERMAGEM
 Etapas
 Implementação da Assistência
 É a prestação dos cuidados de enfermagem. É colocar em
prática os cuidados previamente definidos e prescritos
 As ações de enfermagem podem ser realizadas pela

enfermeira que desenvolveu o planejamento, por outras


enfermeiras, por auxiliares e técnicos de enfermagem e ainda
pelo paciente e/ou sua família
 Esta fase está completa quando as ações de enfermagem são

finalizadas e os resultados são REGISTRADOS em relação a


cada diagnóstico e seu devido planejamento
PROCESSO DE ENFERMAGEM
 Etapas
 Avaliação
 É a estimativa das modificações comportamentais do
cliente/paciente resultante das ações de cuidado
 Frequentemente não termina o processo: reinvestigação,

replanejamento, que pode resultar em um novo processo de


enfermagem (completo ou apenas em parte)
 As questões a serem levantadas na avaliação
são:
-Foram alcançadas as metas e os objetivos?
-Houveram modificações visíveis no comportamento do
cliente/paciente?
-Sim. Por quê?/Não. Por que não?
EXEMPLO DE PROCESSO DE
ENFERMAGEM
 Coleta de dados

Atividades de Investigação Características definidoras


Antropometria IMC= 37
Peso= 122,5 kg
Altura= 1,80 m
Histórico Alimentar Ingestão de alto teor de gordura e
carboidratos
Três a quatro cervejas por dia
Ingestão diária de Coca-cola
Exame físico Respiração curta ao caminhar
Abdome grande
PA= 150/80 mmHg
Pulso= 102 bpm
Respiração= 32 ipm
EXEMPLO DE PROCESSO DE
ENFERMAGEM
 Coleta de dados

Atividades de Investigação Características definidoras


Exames laboratoriais Nível elevado de triglicerídeos e
colesterol
Medicação Nenhuma
Social A família come fora de 3 a 4 vezes por
semana
EXEMPLO DE PROCESSO DE
ENFERMAGEM RESULTADOS IMPLEMENTAÇÃO/
DIAGNÓSTICO
ESPERADOS INTERVENÇÕES
• Ingesta de gorduras
menor que 30% • Realizar aconselhamento
• Remova o consumo de nutricional;
refrigerante e diminua a • Encaminhar para
Nutrição desequilibrada:
ingesta de álcool nutricionista
maior que as necessidades
• Reduza o sal da comida • Estimular a produção e
corporais relacionado a
• Abstenha-se de comer ingesta de alimentos
ingesta excessiva de lipídios
alimentos não saudáveis caseiros
e carboidratos, evidenciada
antes das refeições • Ensinar sobre a pirâmide
por um IMC de 37
• Inicie atividade física nutricional;
• Perca de pelo menos 500 • Estimular a prática de
g por semana atividade física regular
EXEMPLO DE PROCESSO DE
ENFERMAGEM
 Avaliação dos resultados após 2 mês de implementação do plano
de cuidados
 Refere caminhar no calçadão de segunda a sexta pela manhã
 Redução de 3 Kg no peso corporal
 Redução da PA para 140/80 mmHg
 Redução dos níveis de triglicerídeos e colesterol
 Consumo alimentar da família excluiu a ingesta de refrigerantes,
inserindo no cardápio frutas e legumes
 Melhora do condicionamento físico
 Aumento da autoestima
ENFERMAGEM E ASPECTOS GERAIS
 Tipos de cuidados
 Cuidado direto – envolve interação pessoal entre o
enfermeiro e o paciente (administrar medicamentos, fazer
curativos, ensinar sobre bons hábitos de saúde)

 Cuidado indireto – assistência prestada em nome de um


grupo, família ou comunidade para melhorar seu estado de
bem-estar (fazer pedido de suprimentos, repor o carrinho de
emergência, organizar a escala do pessoal de enfermagem)
ENFERMAGEM E ASPECTOS GERAIS
 Propósitos dos cuidados de Enfermagem
 Promoção da saúde – atividades que desenvolvem o mais
elevado estado de bem estar. Ex.: aconselhar uma gestante
sobre a importância da nutrição pré-natal
 Prevenção de doenças – atividades para evitar o
adoecimento, minimizar o risco de desenvolvimento de
enfermidades ou de exposição a elas. Ex.: Lavagem das mãos
para prevenir infecção cruzada; vacinação
ENFERMAGEM E ASPECTOS GERAIS
 Propósitos dos cuidados de Enfermagem
 Restauração da saúde (reabilitação) – atividades que objetivam
o retorno da saúde aqueles já doentes (dimensões física, mental
e social)
 Proporcionar higiene a alguém incapaz de fazer
 Avaliar o estado de saúde
 Executar exames diagnósticos
 Administrar medicamentos
 Aconselhar indivíduos ou grupos
 Supervisionar pacientes com doenças transmissíveis para garantir que
eles recebam tratamento
 Cuidados ao final da vida – promover conforto, manter a
qualidade de vida, proporcionar cuidados espirituais e aliviar a
carga emocional da morte
NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE
 Atenção à saúde – é tudo que envolve o cuidado com a
saúde do ser humano, incluindo as ações de promoção,
prevenção, reabilitação e tratamento às doenças
 Atenção primária ou básica
 Atenção secundária
 Atenção terciária
NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE
 Atenção Primária (Portaria Nº 648/06 - Política Nacional de
Atenção Básica, Programa Saúde da Família e o Programa
Agentes Comunitários de Saúde):
 Conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo,
que abrangem a promoção e a proteção da saúde, a
prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a
reabilitação e a manutenção da saúde
 É desenvolvida sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a
populações de territórios bem delimitados, pelas quais
assume a responsabilidade sanitária
 Utiliza tecnologias de elevada complexidade e baixa
densidade, que devem resolver os problemas de saúde de
maior frequência e relevância em seu território
NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE
 Atenção Primária
 Desenvolvida em escolas, consultórios, clinicas de saúde e
enfermagem e na comunidade
 Foco na promoção da saúde (reduz os custos dos cuidados,
diminui a incidência de doenças, minimiza complicações,
minimiza a necessidade de recursos mais avançados)
 Inclui os cuidados: educação em saúde, nutrição adequada,
cuidados materno-infantis, planejamento familiar,
imunizações, controle de doenças e vigilância sanitária
NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE
 Atenção secundária
 Ações e serviços em nível ambulatorial e hospitalar que visam
atender aos principais problemas de saúde da população, cuja
prática demanda disponibilidade de profissionais
especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio
diagnóstico e terapêutico
 Densidade tecnológica intermediária entre a atenção primária e
a terciária - média complexidade (Gestão estadual)
 Presta assistência nas especialidades  básicas - pediatria,
clínica médica e obstetrícia, serviços de urgência e
emergência, ambulatório eletivo para referências e assistência
a pacientes internados
NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE
 Atenção terciária
 Constituída pelos serviços ambulatoriais e
hospitalares especializados de alta complexidade e alto custo
 Organizada através do sistema de referência
 Presta serviços de urgência e emergência, atenção a gestante
de alto risco, cardiologia, neurologia, quimioterapia,
radioterapia, transplantes, terapia renal substitutiva, medicina
nuclear, exames hemodinâmicos, dentre outros
 Resolve aproximadamente 5% dos problemas de saúde 
 Suas tecnologias devem ser empregadas quando existentes
evidências científicas de eficácia e segurança para os usuários
NÍVEIS DE ATENÇÃO À SAÚDE
 Atenção terciária - Rede Sarah Kubitschek
Você poderá esquecer do paciente que ajudou a salvar, mas aquele
que você deixou morrer.... Será lembrado pela vida inteira
(autor desconhecido)
BIBLIOGRAFIA
 ANDRIS, D. A., et al., Semiologia: bases para a
prática assistencial. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2006.
 CARPENITO-MOYET, L.J. Manual de Diagnósticos
de Enfermagem. 10ª ed. Porto Alegre:Artmed,2006.
 HORTA, W. A. Processo de Enfermagem. São Paulo:
EPU, 1979.
 POTTER, P.A., PERRY, A. G. Fundamentos de
Enfermagem. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.
 TAYLOT, C.;LILLIS,C.;LEMONE,P. Fundamentos de
Enfermagem. A arte e a ciência do cuidado de
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enfermagem. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2007.

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