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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 3
2 ENVELHECER ................................................................................... 4
6 CONCEITO DO ENVELHECIMENTO.............................................. 18
Prezado aluno!
Bons estudos!
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2 ENVELHECER
Fonte: moveisdecorando.com.br
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A desconsideração social, a dificuldade de subsistência, o desrespeito indivi-
dual, o abandono familiar, a ausência de assistência à saúde, a falta de perspectiva
de uma vida digna são fatos observáveis com exceção de sociedades onde existe
forte conceito espiritual ou religioso, como em algumas tribos indígenas (RIBEIRO et
al., 2012, p. 1).
Fonte: clinicadentariamariluz.pt
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Pensando nessa necessidade de aprimoramento profissional para o cuidado
com o idoso, não podemos de deixar de enfatizar a importância do enfermeiro nessa
fase da vida, destacando ainda o papel essencial na capacitação do cuidador do idoso.
Essa temática foi escolhida no intuito de mostrar como e porque o enfermeiro
é fundamental na capacitação do cuidador do idoso, a atuação deixa de ser centrali-
zada em um ou poucos profissionais e passa a ser dividida por aqueles que tem co-
nhecimento, competência e eficiência característica que vão determinar a qualidade no
cuidado do idoso.
Fonte: tempora-mores.blogspot.com.br
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3 HISTÓRIA DO IDOSO
Fonte: clinicaviarengo.com
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Os egípcios objetivavam uma vida longa e saudável. Viver 110 anos era um prêmio
por uma vida equilibrada e virtuosa. E para conseguir este objetivo eles davam grande
importância às medidas de higiene, como banhos, rituais de sudorese e vômitos.
Fonte: espacobambui.com.br
Tem conselhos apenas sobre o cuidado com os idosos, mas também aos
cuidados necessários a paciente demenciados: "Meu filho, ajuda à velhice de
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teu pai, não o desgostes durante sua vida. Se seu espírito desfalecer sê in-
dulgente, não o desprezes porque te sentes fortes, pois tua caridade para
com teu pai não será esquecida", (Ecle, 3: 14, 15) ou máximas sobre a velhice
como as seguintes: "Como acharás na velhice aquilo que não tiveres acumu-
lada na juventude? Quão belo é para a velhice o saber julgar e para o ancião
o saber aconselhar! Quão bela é a sabedoria nas pessoas de idade avan-
çada... A experiência consumada é a glória dos anciãos!", (Ecle, 25:5-8).
Fonte: www.portalnews.com.br
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Fonte: maisidade.com.br
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Na idade Média (500 – 1.500 d.C.), os idosos continuaram a ser bem tratado,
mas é neste século obteve o surgimento das universidades para organizar o ensino
médico e contribuir com a população.
A partir deste século começou a dar mais ênfase quanto às prevenções e as
medidas de tratamento aos idosos. Foi abordado pelos dois filósofos que mais valoriza-
ram a medicina preventiva aos idosos e advertia os mesmos em alguns de seus trata-
dos para evitar excessos e medidas de higiene, beber vinho e fazer acompanhamento
médico periodicamente.
Fonte: vidabeta.com.br
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Fonte: www.ensinarhistoriajoelza.com.br
Este autor defende muito o uso de leite humano na melhoria das condições dos
idosos. Outro ponto que o autor descreve é quanto aos profissionais que quisesse se
dedicar ao cuidar dos idosos, teriam que mudar o seu estilo de vida, passariam a ser
conhecedores de medicina, moralizado, experientes, religiosos, limpos, moderados
com a comida, bons hábitos e de boa aparência, estas seriam as características para
um bom profissional, pois o seu estilo de vida passaria de exemplo aos pacientes.
A Era Moderna com os avanços da medicina, o envelhecimento começou a
ganhar mais êxito. Com o ínicio da Revolução industrial e do Racionalismo, os autores
começaram a comparar o organismo com uma máquina sujeito ao desgaste.
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A velhice não é doença. Na metade do século XIX a população idosa começou
a crescer e o interesse médico começou a se especificar numa área dirigida aos ido-
sos, começou a surgir à geriatria e a gerontologia que estuda somente a terceira idade.
Fonte: www.samarilar.com.br
4 A DEMOGRAFIA DO IDOSO
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virtude do aumento da expectativa de vida e do acelerado envelhecimento
populacional do país nas últimas décadas. Esta mudança no perfil demográ-
fico, iniciada na segunda metade dos anos 70, quando houve um declínio da
taxa de natalidade, aponta que para o ano de 2025 existirá no Brasil, aproxi-
madamente 30 milhões de idosos que representarão 15% da população total.
Fonte: manualdamelhoridade.blogspot.com.br
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Segundo o Instituto Brasileiro Geografia e Estatístico (IBGE, 2000), tal fato se
deve pela melhoria da qualidade de vida e consequentemente um aumento da expec-
tativa desta, a diminuição das taxas de natalidade e fecundidade e a evolução tecno-
lógica como procedimentos, diagnósticos e terapias cada vez mais sofisticadas con-
tribuindo com a promoção, prevenção e o tratamento de certas patologias.
Mas os idosos apresentam transformações próprias nos seus aspectos bioló-
gico, psicológico e social, requerendo tipos de assistências diferenciadas especial-
mente em termos de saúde. Voltar à atenção à saúde ao idoso é um ato político que
envolve diferentes atores sociais: gestores, sociedade civil organizada e a clientela de
idosos, que em processo democrático, participativo, articulam-se entre si e negociam
as tomadas de decisões para o enfrentamento do envelhecimento populacional.
5 O IDOSO E A FAMÍLIA
Fonte: www.casaderepousonovoamanhecer.com.br
Segundo Cabral (1998), apresenta a família como porto seguro aonde todos
nós se refugia quando estamos precisando de ajuda e proteção e neste caso especi-
almente os idosos.
A família é um ponto de referência em todas as situações. É apontada pelos
estudiosos do envelhecimento como o ponto chave para corresponder às questões
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como o bem-estar e a segurança, ela é o espaço aonde se encontra a intimidade e o
segredo e dificilmente compartilhado ou exposto ao olhar externo Motta (1998).
Segundo Motta (1998) no século XX, obteve muitas conquistas, uma delas foi
à longevidade dos idosos que comparada antigamente viviam bem menos. A longevi-
dade faz questões especificas, antes inexistentes ou despercebidas, por exemplo, à
medida que as probabilidades de crianças tenham avós por um tempo maior que seus
pais, haverá uma sobrecarga financeira para os (filhos adultos).
Segundo GOLDANI, (1999) o aspecto da longevidade implica em quatro gera-
ções, que implica uma configuração intergeracional de duas famílias geriátricas,
quando filhos de 62 anos se encontram mobilizados por seus pais de 85 anos.
No Brasil a questão da longevidade é assunto de saúde pública, com em outros
países, extrapolam o fato da família e a vida privada.
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Fonte: vivabem.band.uol.com.br
Segundo (SAAD, 1999), o suporte familiar quanto aos idosos será maior quanto
ao número de filhos vivos, maior será a chance deles serem assistidos e dar apoio, pois,
quanto menor o número de filhos, diminui a probabilidade de que os pais venham a ser
assistido por eles, como também aumenta a carga, por filho de assistência aos pais,
em uma sociedade cada vez menos solidária.
Segundo (PEIXOTO, 1994; SAAD, 1999), o apoio entre os idosos e a família é
via de mão dupla, os filhos oferecem ajuda aos pais e os pais ajudam os filhos.
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6 CONCEITO DO ENVELHECIMENTO
Fonte: nutrixesaude
Fonte: novotempo.com
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celular. Quanto ao idoso podemos considerar um indivíduo desidratado crônico, de-
vido pela perca de água no organismo.
Durante o envelhecimento todos os tecidos do organismo sofrem alterações,
varia de intensidade dependendo do indivíduo e do tecido, nota-se em algumas pes-
soas essas modificações predomina em alguma parte do organismo ou em outras
localizações. O sistema colágeno é a proteína mais encontrada no organismo. Com o
envelhecimento mais colágeno é formado, surgem ligações cruzadas na molécula e
há maior resistência a ação da colagenase. Em consequência aumenta a rigidez dos
tecidos e há maior dificuldade de difusão dos nutrientes dos capilares para as células
e dos metabólitos das células para os capilares, o que ocasionaria deterioração pro-
gressiva da função celular.
Segundo Filho & Netto (2005), o sistema elástico é o componente do tecido
conectivo responsável pela sua elasticidade. Ele se distribui mais seletivamente que
o colágeno, encontrando-se em maior quantidade nos tecidos e órgãos que tem mais
articulação que sofre tração extensão como pele, parede arterial e pulmão.
Com o envelhecimento ocorre alteração mais evidente nas fibras elásticas ma-
duras, ocorre um aumento na quantidade de fibras elásticas, alterando na sua com-
posição de aminoácidos, fragmentação e irregularidade de forma, além do depósito
de cálcio. Tais alterações determinam mudanças nas características funcionais das
mesmas, ocasionado redução da elasticidade dos tecidos que as contêm. Na pele
envelhecida podemos observar é a fragmentação das fibras elásticas. As tortuosida-
des significam que as fibras foram esticadas e a seguir perderam a elasticidade, de-
terminando como consequência dobras ou rugas.
Segundo Filho & Netto (2005) o sistema nervoso é a peça principal para qual-
quer organismo, é nele a integração das atividades orgânicas, os centros reguladores
localiza-se no cérebro, quanto aos idosos um homem de 70 anos de idade tem uma
redução de 5% do peso cerebral e aos 90 anos reduz a 20%. A atrofia é observada
na camada cortical como na substância branca.
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Fonte: www.fetaes.org.br
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Segundo Rudman (2001:56):
Fonte: www.viverbem.eu
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8 O PAPEL DO ENFERMEIRO NA CAPACITAÇÃO DO CUIDADOR DO IDOSO
Fonte: www.idosofeliz.com.br
Segundo Rodrigues & Routh (2002, p.56), se não houver recursos humanos trei-
nados especialmente para atender os idosos, não haverá uma atenção integral, inte-
grada, digna e eficaz.
Segundo Rodrigues & Routh (2002), em relação aos profissionais que com-
põem a equipe de saúde para dar assistência à população idosa, torna-se premente
investir na sua capacitação para que interdisciplinarmente façam intervenções ade-
quadas no processo saúde-doença. Não se pode esquecer que esta equipe é quem
faz a intermediação entre a unidade de saúde ou home-care ou hospital ao usuário,
cabendo-lhe o papel de colher informações importantes para assumirem tamanha res-
ponsabilidade.
Segundo a Política Nacional de Saúde do Idoso (1999):
Fonte: www.escritoriomoraes.com.br
Outro ponto que a enfermagem irá se debater várias vezes será a sobrecarga
do cuidador, a enfermagem entra neste ponto da seguinte forma acompanhar o cui-
dador no domicílio, prestar uma assistência efetiva e proporcionando a este um acolhi-
mento de forma digna ao serviço de saúde, colaborar com o familiar este que por sua
vez não tem experiência no ramo e ajudá-lo a desenvolver habilidades, conhecimento
para lidar com a demanda de cuidados que a doença do idoso exige em meio ao
cotidiano.
Torna-se importante, a enfermagem contribuir com o cuidador para que o cuidar
não se torne desgastante, e que o cuidador terá que "driblar" de forma cansativa os
fatores geradores de sobrecarga.
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Fonte: www.geriatriareviver.com.br
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9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOFF, L. Saber cuidar: Ética do humano – Compaixão pela Terra. Petrópolis: vozes,
1999.
GIL, Antonio Carlos. Como Elaborar Projetos de Pesquisa. São Paulo: Atlas, 2002.
GIL, A. Carlos. Como Elaborar projetos de pesquisa. 5º ed. São Paulo: Atlas, 1996.
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GOLDANI, A. M. As famílias no Brasil comtemporânea e o mito da desestrututação.
Cadernos Pagu, Campinas ed. 1º, unicamp
MOTTA, B. Chegando para idade. Rio de janeiro. Fundação Getúlio Vargas, 1998.
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10 LEITURA COMPLEMENTAR
Nome: Marinês
de acesso: 17/12/16
Texto%2BCompleto-0.pdf
RESUMO
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diálogo, saber ouvir, segurança, valorização das queixas e apoio dos familiares. Conclusão:
A vivência interacional dos profissionais da equipe de enfermagem no processo de cuidar de
idosos no hospital requer conhecimentos do processo de envelhecimento, políticas de aten-
ção, prevenção de incapacidades, promoção do envelhecer saudável e tratamento de mor-
bidades e reabilitação, visando um pensar e fazer da enfermagem gerontogeriátrica um novo
modo de exercer sua práxis.
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INTRODUÇÃO
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O tempo de internação pode ser utilizado, na voz de alguns familiares, para
cuidar e prestar cuidado, no sentido de oferecer atenção, carinho, proteção, vigilância,
companhia, enfim, consolidar os laços afetivos que unem o familiar cuidador e o ser
que está sendo cuidado.
Uma vez que o familiar, na condição de acompanhante, também se dispõe a
realizar parte do cuidado ao indivíduo que está hospitalizado, o profissional de saúde,
por sua vez, deve reconhecer suas limitações e impossibilidades e não ter a ilusão de
que pode solucionar todas as demandas que abarcam um período de internação. Con-
tudo, pode ser capaz de auxiliar, propor e reivindicar mudanças que possibilitem, aos
pacientes e seus familiares, maior conforto, redução da ansiedade e do medo, assim
como a diminuição do desgaste ocasionado pela necessidade de permanecer, muitas
vezes, internado por um longo período.
Além disso, as ações realizadas pela equipe de enfermagem no ambiente hos-
pitalar são marcadas pela preocupação em prestar a assistência ao paciente, consti-
tuindo-se no cuidar fundamentado no conhecimento e nas habilidades técnicas. Nesse
sentido, a equipe de enfermagem, ao cuidar de uma pessoa, deve promover o bem-
estar físico, minimizando a dor e o sofrimento; mental, auxiliando-a a enfrentar as an-
gústias, medos e inseguranças; social, possibilitando relacionamento e propiciando
um ambiente integrativo; e espiritual, pela vivência solidária e apoio nos valores de fé
e esperança.
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com o objetivo de melhorar o bem-estar da população de mais idade. De modo espe-
cifico, no Brasil observa- se um crescimento vertiginoso dessa faixa etária, sendo este
o grupo populacional que mais cresce, proporcionalmente. Dados do Censo do IBGE
mostram que, no Brasil, a faixa etária de 60 anos ou mais representa 8,6% de nossa
população, com um número absoluto maior que 12 milhões de indivíduos, tendo uma
projeção, para o ano de 2025, para cerca de 15%, em números absolutos, aproxima-
damente, 32 milhões de pessoas.
Entretanto, sabe-se que o envelhecimento não pode ser considerado apenas
como uma passagem natural do tempo, mas sim como a manifestação de eventos
biológicos que ocorrem ao longo de um período. Por essa razão, os eventos relacio-
nados ao envelhecimento são produzidos no tempo e não devido à sua passagem e,
sendo assim, a idade cronológica não está diretamente correlacionada à idade bioló-
gica.
Face às alterações presentes na estrutura etária, observam-se transformações
no contexto geral da sociedade, em seu arcabouço econômico, político e cultural, de-
sencadeando reflexos diretos no setor de saúde. Nesse campo, constata-se que a
transição demográfica traz consigo mudanças epidemiológicas, quando se observa a
prevalência de doenças crônicas que apresentam baixa letalidade, porém alto grau de
incapacidades. Deste modo, percebe-se que está ocorrendo uma rápida transição nos
perfis de saúde em nosso país, caracterizada por um predomínio das enfermidades
crônicas não- transmissíveis e pela importância crescente de fatores de risco para a
saúde que requerem, complexamente, ações preventivas em diversos níveis.
Com relação aos aspectos de morbimortalidade,17 nas últimas décadas, houve
intensa queda da mortalidade por doenças infectocontagiosa e, em contraposição, um
aumento significativo de mortes por doenças crônicas não transmissíveis, particular-
mente, de origem cardiovascular. Ainda, no período compreendido entre 1950-80, ou
seja, em 30 anos, as doenças infectocontagiosas caíram do primeiro lugar para o ter-
ceiro, e as doenças cardiovasculares assumiram o posto da principal causa de morte
no país, em todas as suas regiões geográficas.
Com o aumento da população idosa, a situação do setor de saúde tende a se
agravar, tendo em vista que está tende a utilizar mais estes serviços. Além do mais,
as taxas de internação hospitalar são bem mais elevadas, quando comparadas às dos
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outros grupos etários, e o tempo médio de ocupação do leito hospitalar também au-
menta. Nesse sentido, há uma participação desproporcional de idosos por serviços
de saúde. Dados referentes à internação hospitalar pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), no ano de 1995, demonstram que o coeficiente do número de hospitalizações
de idosos por 1000 habitantes foi de 1,4 dia, enquanto que a faixa etária de 15-59 anos
consumiu 0,47 dia e a faixa mais jovem utilizou 0,29 dia.22 Os idosos representam
cerca de 8% da população, porém consumiram em torno de 20% dos recursos gastos
em hospitalização. Igualmente, o índice do custo da internação hospitalar de uma pes-
soa idosa é superior ao do segmento mais jovem.
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O envelhecimento se caracteriza por uma perda da capacidade fisiológica dos
órgãos, dos sistemas e da consequente adaptação a certas situações de estresse. Tal
fenômeno é 32 universal, progressivo, na maioria das vezes irreversível, e resultará
em maior probabilidade de desenvolver doenças e num aumento substancial da mor-
talidade com o passar do tempo. No entanto, a grande disponibilidade de nutrientes,
os conhecimentos sobre uma dieta balanceada, a prática de exercícios físicos cons-
tantes e as vantagens de se viver em um ambiente saudável, além dos progressos da
medicina, têm levado a subverter esse conceito e aumentar a longevidade.
Há quatro condições para que se possa realizar uma definição que contemple
a amplitude do que venha a ser envelhecimento. A primeira delas estabelece que as
modificações morfofuncionais que ocorrem no organismo ao longo do tempo devam
ser deletérias, isto é, que diminuam a funcionalidade; a segunda, que tais mudanças
sejam progressivas; a terceira considera que o ambiente atua de forma direta no apa-
recimento e na velocidade das alterações que ocorrem ao longo do tempo. Assim, a
condição é a de que tais modificações sejam intrínsecas, não constituindo o resultado
de um componente modificável; a última preconiza que tais mudanças sejam univer-
sais.
Diversas investigações têm mostrado aspectos que devem ser considerados
como determinantes ou favoráveis ao aumento do número de anos vivido pelos indiví-
duos de uma dada população. Assim, há evidências de que fatores biológicos, sociais,
psicológicos e ambientais colaboram para que os seres humanos tenham uma vida
mais ou menos longa.
Neste sentido, o desenvolvimento e a compreensão de alguns enunciados teó-
ricos que tentam explicitar esse fenômeno surgiram, marcadamente a partir da década
de 60 e com maior intensidade nos últimos anos, resultando em teorias que possuem,
em comum, a intenção de explicar a relação existente entre o meio ambiente, a soci-
edade, o processo de envelhecimento e a longevidade.
INTERACIONISMO SIMBÓLICO
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Analisar os processos sociais em constante movimento, que vão da estrutura
social ao indivíduo e vice-versa, ou seja, compreender a natureza dialética da relação
entre o indivíduo e a sociedade, ao mesmo tempo, explicitar como ocorrem esses dois
caminhos, o quanto o comportamento individual, a interação social e a pessoa social
são impulsionados pela estrutura social, é o desafio principal dessa. E, também, como
as pessoas podem construir seus comportamentos, individual e coletivamente, a
ponto de alterar as estruturas em que atuam. Este talvez seja o principal marco con-
ceitual do interacionismo simbólico.
O ESCOPO DA PESQUISA
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Para a composição da amostra, foi entrevistado pelo menos um enfermeiro de
cada hospital, sendo que, nos hospitais microrregionais, os quais possuem mais de
um enfermeiro, foi selecionado um deles e, da instituição hospitalar classificada como
regional, foram entrevistados os enfermeiros responsáveis pelas duas unidades de in-
ternação clínica. A adoção deste último critério deu-se em função de que essas uni-
dades concentram maior número de internações de idosos. Em relação aos profissio-
nais de nível médio, esses foram selecionados atentando para que houvesse repre-
sentatividade entre técnicos e auxiliares, assim como o turno de trabalho. A seleção do
funcionário se deu conforme a presença deste no momento da visita do pesquisador.
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CUIDADOS ÉTICOS COM A PESQUISA
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a idosos, considera-se que o mesmo está inserido num contexto de vida pessoal, fa-
miliar e social. Desta forma, a assistência não se limita apenas ao indivíduo, ao ambi-
ente ou ao período de hospitalização.
Na sequência, há a descrição e análise dos recursos humanos de enfermagem
que atuam nos hospitais localizados na região de abrangência da 17ª Coordenadoria
Regional de Saúde - Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul. Considera-
se que esses profissionais integram a equipe de saúde, sendo de sua responsabili-
dade a prestação dos cuidados aos pacientes que se encontram hospitalizados. Em
relação aos pacientes idosos, entende-se que os elementos da equipe de enfermagem
necessitam possuir conhecimentos peculiares da enfermagem gerontogeriátrica, pos-
sibilitando interação e cuidados e que favoreçam o bem-estar integral dos idosos.
Por fim, apresentam-se a análise e discussão acerca dos padrões interacionais
da equipe de enfermagem ao realizar o cuidado a idosos internados em hospitais ge-
rais.
Atualmente, no Brasil, conviver e mesmo coabitar com uma pessoa idosa tor-
nou-se corriqueiro para a maioria das pessoas. O aumento da expectativa de vida da
população permite o convívio de três ou quatro gerações em um mesmo ambiente. A
interação entre pais, filhos e/ou netos possibilita, aos mais novos, aprender a lidar e
cuidar das pessoas mais velhas, constituindo-se num espaço em que as relações são
subjetivas e decorrentes da organização e dinâmica familiar, dos hábitos adquiridos,
da história de vida anterior e das trocas afetivas. Neste cenário, os idosos, comu-
mente, têm a expectativa de receber atenção e cuidados de seus familiares mais jo-
vens, ao longo de sua existência e, também, no momento em que perder ou tiver suas
capacidades diminuídas, sendo esta uma preocupação constante a perseguir e pren-
der a atenção dos mais velhos.
Porém, o modelo e a organização da família brasileira estão gradativamente
distanciando-se do modelo tradicional, no qual a pessoa idosa exercia papel de des-
taque. Em um período de transição e mudanças como o que se está vivenciando, é
necessário que se compreendam as transformações sociais e culturais que se vêm
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processando nas últimas décadas na estrutura das famílias, para o enfrentamento das
questões do envelhecimento dentro de parâmetros condizentes com as novas formas
de arranjo familiar.
A pessoa idosa necessita sentir-se valorizada, viver com dignidade, tranquili-
dade e receber a atenção e o carinho de seus familiares. Sendo assim, qualquer que
seja a estrutura que as famílias adotarão no futuro, a manutenção dos vínculos afeti-
vos entre seus membros e, em especial, com os idosos se faz necessária.
Contudo, estudos relativos à família e que se vinculam à cultura, organização
e espaço, mesmo que em número reduzido no país, mostram que as formas como
estão organizadas as estruturas familiares hoje, são cada vez mais inadequadas para
a permanência de pessoas idosas em seu meio.
Por isso, é importante conhecer e compreender o modo como os profissionais
de enfermagem percebem e interagem com as pessoas idosas no espaço familiar e
social, construindo símbolos, uma vez que tais símbolos constituem referência ao re-
lacionar-se com os pacientes no ambiente hospitalar, podendo influir na conduta a ser
tomada.
A representação social que a sociedade tem acerca das pessoas idosas pode
ter caráter positivo ou negativo. Como características positivas aparecem: sabedoria,
independência, autonomia, bondade, doação, alegria entre outros substantivos que va-
loriza, venera e estima a pessoa idosa. Já como atributos negativos emergem adjeti-
vos como: ranzinza, confuso, dependente, peso, estorvo, inútil, enfermo, enfim quali-
dades que denotam desqualificação, desvalorização e desrespeito.
Atualmente, uma parcela da população de idosos é reconhecida positivamente.
Contudo, ainda há uma parte significativa de velhos que perdeu o status de cidadão,
uma vez que as pessoas de suas relações os subestima, ignora e desvaloriza. Consi-
derando essa situação, a forma como os idosos são percebidos, na sociedade, reflete
diretamente no modo de acolhê-los e cuidá-los, em especial, quando estes necessi-
tam dos serviços de saúde.
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Neste cenário, estão também os profissionais de enfermagem que, ao interagir
com essa clientela, prestam o cuidado necessário e, ao mesmo tempo, dependendo
de suas percepções em relação à velhice, procuram eliminar as marcas negativas
impostas a esse contingente populacional.
Uma das entrevistadas menciona que observa, no contexto social, o desres-
peito e o abandono das pessoas idosas. Afirma que estas são merecedoras de respeito,
consideração e dignidade, porém reconhece que esses valores não estão assegura-
dos e exercitados, embora os idosos hoje tenham melhores condições econômicas e
participem com maior regularidade de atividades sociais.
Atualmente, há um elevado percentual de idosos que, ainda, são responsáveis
por seus filhos e outros parentes, demonstrando que os idosos cumprem relevante
papel socioeconômico no âmbito familiar. Esta condição é um dos determinantes que
pode contribuir na desmistificação da imagem negativa do idoso na sociedade, em
especial a imagem de que a pessoa idosa dependente de seus parentes do ponto de
vista socioeconômico e, também, para romper preconceitos, muitas vezes associados
a encargo e inutilidade social.
Contudo, alguns profissionais percebem que os idosos estão esquecidos, tanto
no meio social como na família. Pontuam que a falta de atenção contribui para o sur-
gimento de morbidades e estas, por sua vez, podem desencadear uma série de inca-
pacidades e frequentemente, dependência física. Constatam, também, que a pessoa
idosa, ao coabitar o mesmo espaço doméstico, não se constitui em garantia para in-
clusão social.
Quando os vínculos estabelecidos e as forças das relações familiares se fragi-
lizam, quando não há mais afeto, perguntas com respostas, conversas com atenção,
nestas circunstâncias há claramente uma situação de abandono, seja da parte de fa-
miliares ou de amigos. O abandono se estabelece quando a presença do idoso, de
forma participativa, cooperativa e operativa, não é valorizada, não há convivência, não
há espaço para partilhar, para dar e receber atenção. Em virtude disso, não ocorre in-
tegração; não há apoio e carinho, há negligência afetiva e social.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
Da Cruz IBM, Moriguchi EH. Projeto Veranópolis: reflexões sobre envelhecimento bem
sucedido. Veranópolis: Ed. Oficinas da Longevidade; 2002.
Da Cruz IBM, Moriguchi EH. Projeto Veranópolis: reflexões sobre envelhecimento bem
sucedido. Veranópolis: Ed. Oficinas da Longevidade; 2002.
Coelho Filho JM. Modelos de serviços hospitalares: para casos agudos em idosos.
Rev. Saúde Pública, São Paulo, 2000, 34(3): 666-71.
51
Marziale MHP. A política nacional de atenção ao idoso e a capacitação dos profissio-
nais de enfermagem. Rev. Latino-am Enfermagem. Ribeirão Preto/SP, nov- dez/2003,
11(6):701-2
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Silvestre JA, Costa Neto MM. Abordagem do idoso em Programa de Saúde da Famí-
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Leite MT, Miron VL. Perfil do idoso internado no Hospital de Caridade de Ijuí (HCI) no
período de março a gosto de 1997. Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão, II; Se-
minário de Iniciação Científica, VI. Anais. Ijuí: Ed. UNIJUI; 1998. V.1, Caderno de Re-
sumos.
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