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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES


UNIDADE ACADÊMICA DE ENFERMAGEM

Ferida cirúrgica

Profa. Janaíne Chiara Oliveira Moraes

Cajazeiras – PB
2015
Ferida cirúrgica
• Conceito
• Corte de tecido produzido por instrumento cirúrgico cortante, de modo a
criar uma abertura num espaço do corpo ou órgão, a qual espera-se que
seja limpa, sem presença de sinais infecciosos

• Classificação
• Ferida cirúrgica

• Objetivos do curativo
• Prevenir infecções
• Absorver exsudatos
• Promover proteção e conforto
• Promover limpeza
Tipos de cicatrização da ferida cirúrgica
• Primeira intenção
• Quando não há perda de tecido e as extremidades da
pele ficam justapostas uma à outra
• Curativo seco e utilizado para proteção
Tipos de cicatrização da ferida cirúrgica
• Segunda intenção
• Ocorre em feridas onde houve perda de tecido e as extremidades
da pele ficam distantes umas das outras, sendo necessário
formação de tecido de granulação até que a contração e
epitelização aconteçam
• Desenvolvimento demorado; Curativo oclusivo
Tipos de cicatrização da ferida cirúrgica
• Terceira intenção
• A ferida é deixada aberta por um determinado período,
funcionando como cicatrização por segunda intenção, sendo
suturada posteriormente, como cicatrização por primeira intenção
• Deiscência de sutura
Tipos de cicatrização da ferida cirúrgica
Processo Cicatricial
• Avaliação e intervenções de enfermagem no pós-
operatório

• Fase inflamatória (1-4 dias)


• Fase proliferativa (5-14 dias)
• Fase remodeladora (15º dia a 1-2 anos)
Processo Cicatricial
• Fase inflamatória (1-4 dias)
• Esxudativa
• Reações vasculares
• Reações celulares
• Sinais flogísticos:
• Dor
• Calor
• Rubor
• Edema
Fisiologia da Cicatrização
• Fase Proliferativa (5 -14 dias)
• Fibroblástica ou granulação
• Tecido de granulação
• Angiogênese
• Colágeno
Fisiologia da Cicatrização
• Fase de maturação
• Reparadora ou remodeladora
• Diminuição da vascularização
• Aumento da força tensil
• Reorientação das fibras de colágeno
• Quelóide
Quelóide
Fatores que influenciam na Cicatrização
• Idade (crianças e idosos)
• Estado Nutricional
• Vascularização
• Condições sistêmicas (hipertensão, diabetes, doenças
vascular)
• Infecção
• Fatores mecânicos
• Presença de corpos estranhos
• Linhas de tensão
Resultados esperados e indesejados em cada fase do
processo de cicatrização
• Fase inflamatória
• Observar sinais inflamatórios
• Sítio cirúrgico reepitelizado em 72hs
• Mudança da coloração da incisão (vermelho para rosada)
• Fase proliferativa
• Palpação: observa-se halo cicatricial
• Diminuição do exsudato
• Observar a coloração e palpar o tecido subjacente (rosado)
• Remover os fios de sutura entre o 7° e o 10° dia de PO. A presença
contínua de sutura promove força tênsil adicional à ferida, mas pode
também, causar aumento do risco de infecção. Observar presença
de complicações associadas à cicatrização de feridas, como:
sangramentos, deiscência, evisceração, infecções e formação de
fístulas
Resultados esperados e indesejados em cada fase do
processo de cicatrização
• Fase inflamatória
• Observar sinais inflamatórios; sítio cirúrgico reepitelizado em 72hs;
mudança da coloração da incisão (vermelho para rosada)
• Fase proliferativa
• Palpação do halo cicatricial e tecido subjacente; diminuição do
exsudato; observar a coloração (rosada); Remover os fios de sutura
entre o 7° e o 10° dia. A presença contínua de sutura promove força
tênsil adicional à ferida, mas pode também, causar aumento do
risco de infecção; observar presença de: sangramentos, deiscência,
evisceração, infecções e formação de fístulas
• Fase de maturação
• Mudança na coloração
• Aumento da força tênsil do tecido
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica asséptica;
• Manter a ferida limpa e seca;
• Curativo seco e oclusivo até no máximo 24 horas;
• Nos casos de permanência da drenagem de secreções, manter
o curativo oclusivo
• Nas indicações de proteção da ferida, manter, também, o
curativo oclusivo, no entanto, colocando gazes esterilizadas
sobre a linha de sutura e micropore ao redor da gaze deixando
o centro livre
• Curativos impermeáveis – pode ser mantido por 7 dias sem
trocas; não impede o banho
• Iniciar o curativo pela ferida mais limpa quando o cliente
apresentar múltiplas lesões
Curativo da ferida cirúrgica
• Observar a presença de reações ocasionadas pelo material,
prolongando dessa forma a fase inflamatória

• Técnica de curativo de ferida cirúrgica limpa


• Materiais: bandeja com 01 pacote de curativo estéril (com 02
pinças); gases estéreis, esparadrapo (micropore) soro
fisiológico 0,9%; luva de procedimento e luvas estéreis
• Procedimento:
1. Lavar as mãos com água e sabão;
2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente
3. Explicar ao paciente o que será feito;
4.Fechar a porta para privacidade do paciente;
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica de curativo de ferida cirúrgica limpa
5. Colocar o paciente em posição adequada
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica
7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre campo estéril
8. Calçar as luvas de procedimento
9. Remover o curativo anterior com uma das pinças usando
soro fisiológico 0,9 % (pode variar)
10. Desprezar esta pinça
11. Calçar luvas estéreis
12. Com a outra pinça, pegar uma gaze e umedece-la com soro
fisiológico
13. Limpar a incisão principal, utilizando as duas faces da gaze,
sem voltar ao inicio da incisão; secar
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica de curativo de ferida cirúrgica limpa
14. Limpar as bordas da incisão cirúrgica após ter feito a
limpeza da incisão principal; secar
15. Ocluir a incisão com gaze e fixar com esparadrapo ou
ataduras se necessário
16. Manter o curativo ocluído enquanto houver exsudação
(anotar data, hora e profissional)
17. Colocar o setor em ordem
18. Lavar as mãos
19. Fazer a evolução da ferida e anotações de enfermagem
• Observação: em feridas cirúrgicas após 24 horas não
ocorrendo exsudato realizar apenas higienização com água e
sabão e manter a ferida aberta
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica de curativo de ferida cirúrgica contaminada: aberta
ou fechada
• O curativo deve ser mantido limpo e oclusivo, o número de
trocas está diretamente relacionado a quantidade de
drenagem, devendo ser trocado sempre que houver
excesso de exsudato
• É necessária uma limpeza meticulosa pois o processo de
cicatrização só será iniciado quando o agente agressor for
eliminado , e o exsudato e tecido desvitalizado retirado
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica de curativo de ferida cirúrgica contaminada: aberta
ou fechada
• Materiais: Bandeja com 01 pacote de curativos estéril (com
02 pinças); gazes estéreis; esparadrapo (ou micropore), soro
fisiológico 0,9%, coxim, compressa (se necessário), luvas
estéril e de procedimento
• Procedimento:
1.Lavar as mãos com água e sabão;
2.Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente;
3.Explicar ao paciente o que será feito;
4.Fechar a porta para privacidade do paciente;
5.Colocar o paciente em posição adequada, expondo apenas a
área a ser tratada;
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica de curativo de ferida cirúrgica contaminada: aberta
ou fechada
• Procedimento:
6. Abrir o pacote de curativo com técnica asséptica;
7. Colocar gaze em quantidade suficiente sobre o campo
estéril, abrir todo o material
9. Colocar gazes, compressas ou lençol próximos à ferida para
reter a solução drenada;
10. Calçar luvas de procedimento;
11. Remover o curativo anterior;
12. Começar a limpar a ferida da parte menos contaminada
para a mais contaminada, ou seja, neste momento limpar ao
redor da ferida; secar
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica de curativo de ferida cirúrgica contaminada: aberta
ou fechada
• Procedimento:
13. Limpar o centro da ferida com gaze embebida com soro
fisiológico
14. Se necessário, remover os resíduos da fibrina ou tecidos
desvitalizados (necrosados), utilizando desbridamento por
remoção mecânica com gaze embebecida em SF 0,9% ou jatos
de soro
15. Embeber a gaze com pomada desbridante atingindo toda a
área com tecido desvitalizado, se indicado;
16. Ocluir a ferida com gaze estéril e coxim, se ferida muito
exsudativa utilizar compressa;
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica de curativo de ferida cirúrgica contaminada: aberta
ou fechada
• Procedimento:
17. Colocar o setor em ordem;
18. Lavar as mãos;
19. Fazer evolução da ferida e anotações de enfermagem
• Observação: para curativos contaminados com muita
secreção, especialmente tratando-se de membros inferiores ou
superiores, colocar uma bacia sob a área a ser tratada,
lavando-a com SF 0,9%.
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica de curativo de ferida cirúrgica aberta sem infecção
• Materiais: bandeja, pacote de curativo (contendo 02 pinças);
SF 0,9%, ácidos graxos essenciais (se indicado), gaze, coxim
compressa
• Procedimentos:
• 1.Lavar as mãos com água e sabão;
• 2. Reunir o material e leva-lo próximo ao paciente
• 3.Explicar ao paciente o que será feito;
• 4.Fechar a porta para privacidade do paciente;
• 5. Colocar o paciente em posição adequada e expor apenas
a área a ser tratada;
• 6. Abrir o pacote de curativos com técnica asséptica;
• 7. Abrir o material sobre o campo estéril;
Curativo da ferida cirúrgica
• Técnica de curativo de ferida cirúrgica aberta sem infecção
• Procedimentos:
• 9. Remover o curativo anterior;
• 10. Limpar o centro da ferida com soro fisiológico em jatos;
secar
• 11. Limpar as laterais da ferida; secar
• 12.Não fazer movimentos bruscos afim de não destruir o
tecido em granulação
• 13. Aplicar gaze embebida com ácidos graxos essenciais;
14. Proteger a ferida com coxim ou compressa;
usar.atadura quando necessário
• 15. Fazer evolução de ferida e anotações de enfermagem
Qual curativo?
Qual curativo?
Avaliação e registro de enfermagem
• Localização da incisão
• Tamanho em centímetros
• Presença de fios de sutura
• Exsudato: aspecto, coloração, quantidade e odor
• Tempo decorrido desde a cirurgia
• Tipo de curativo e material utilizado
• Aspecto da pele adjacente: pele íntegra, macerada e
endurecida; coloração: hiperemiada, esbranquiçada e ou sem
alterações; temperatura
Avaliação para retirada dos pontos
• Critérios:
• Ausência de sinais flogísticos
• Ausência de tensão na linha de sutura
• Presença de halo cicatricial pela palpação
• Situação clínica do cliente
• Localização topográfica e o tamanho da ferida
REFERÊNCIAS
• FERREIRA, AM; ANDRADE, D. Sítio cirúrgico:
avaliação e intervenções de enfermagem no
pós-operatório, Arq. Ciênc Saúde 2006 janmarç; 13 (1): 27-
33.

• CAMPOS, ACL,BORGES-BRANCO A,GROTH


AK. Cicatrização de feridas. ABCD Arq Bras Cir
Dig, 2007; 20 (1): 51-8.

• FERREIRA, AM; ANDRADE, D. Revisão


integrativa da técnica limpa e estéril: consensos
e controvérsias na realização de curativos.

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