Você está na página 1de 46

CADERNETA DA

UM GUIA
PARA A
FAMÍLIA
2022

1ª edição

Versão Original - 2022.1


Ficha Técnica
Autoria: Letícia Paes Silva e Mariane Gonçalves de Souza
Design educacional: Letícia Paes Silva e Mariane Gonçalves
de Souza
Design multimídia: Letícia Paes Silva, Mariane Gonçalves de
Souza, Juliana Maria Braga da Costa
Revisão conteúdo: Letícia Costa Queiroz, Vanessa Pio Diniz
Guerzoni, Leonardo Cury Abrahão
Revisão Textual: Priscilla Rezende Pereira Figueiredo
O QUE É E PARA
QUE SERVE ESSA
CADERNETA?
A caderneta da vigilância do quadril tem o
objetivo de ajudar as famílias a conhecerem de
forma geral os cuidados necessários para o quadril
de sua criança. Ele é um guia para a família ter em
mãos informações para entender melhor sobre o
quadril das crianças e dispõe de textos, imagens e
links de vídeos para que cada família tenha acesso
mportante a informação de qualidade e
se sinta mais confiante e
engajado no cuidado com o
quadril de sua criança. Além
da caderneta, é muito
importante sempre conversar
com os profissionais que
acompanham a criança para
definir condutas específicas
para cada família e tirar as
dúvidas que fiquem sobrequeo fiquem
dúvidas tema. sobre
Assim,
o
ressaltamos a importância
tema. de manter todas as
consultas em dia, estar atento e comunicar aos
profissionais
profissionais da equipe de reabilitação da sua
criança em casos de dificuldades relacionadas a
mobilidade do quadril e quando perceba que a
criança possa estar sentindo dor na região.

Não se esqueça, você é o


especialista no que diz respeito
a sua criança!

Leia atentamente as informações desse guia e


siga as instruções das páginas para acompanhar as
orientações específicas acerca do cuidado com o
quadril da sua criança.

Vem cuidar do
quadril da sua
criança com a
gente!
eta pertence
ern a
ad
ac
Est

Nome dos
cuidadores:
Data de
nascimento: __/__/____
Contato:
Endereço:
Diagnóstico
Médico:
ÍNDICE
O QUE É A VIGILANCIA DO QUADRIL?
Descubra o que significa "vigilância do quadril" 10
12
PORQUE VIGIAR O QUADRIL DAS
NOSSAS CRIANÇAS?
Descubra a importância de realizar a
vigilância do quadril das crianças

COMO A VIGILANCIA É FEITA?


Descubra como é feita a vigilância do quadril 14
15 COMO CUIDAR DO QUADRIL DA
MINHA CRIANÇA?
Aprenda aqui o que precisa ser feito

20
GMFCS - RELATO FAMILIAR
Descubra a classificação funcional de sua
criança para guiar a vigilância

30
TABELA DE CUIDADOS
Acompanhe os cuidados com o quadril da
sua criança por aqui

RESUMO DOS CUIDADOS DA VIGILÂNCIA


Siga o cronograma da vigilância de acordo com a
classificação da sua criança 36
37
ANOTAÇÕES
espaço livre para anotar sobre cirurgias, botox,
gesso seriado e o que mais considerar relevante

REFERÊNCIAS
43
O QUE É A
VIGILÂNCIA
DO QUADRIL?
Vigilância do quadril é o acompanhamento
cuidadoso do quadril das crianças e adolescentes
com Paralisia Cerebral (PC). Ela consiste em um
cronograma de cuidados que engloba exames
clínicos, feitos preferencialmente pelo ortopedista
pediátrico, e raio-x dos quadris com o objetivo de
identificar de forma precoce possíveis alterações
nessa articulação para que o tratamento seja mais
efetivo. Esse acompanhamento minucioso é
abaeali- za realizado por meio de um
cronograma que se baseia
na idade e no nível
funcional da criança. O
nível funcional da função
motora grossa dessas
crianças é definido a
partir do Sistema de
Classificação da Função
Motora Grossa (GMFCS).
Ele classifica as criançasclas
e jovens com PC em 5
níveis funcionais que descrevem a função motora
10
grossa desses indivíduos com ênfase no sentar,
andar e mobilidade geral. Por mais que a
frequência e incidência de luxação no quadril
varie entre os cinco níveis, a vigilância é essencial
para todas as crianças com PC e deve começar
assim que é realizado o diagnóstico médico. Esse
QR QR code te leva a um vídeo
explicativo desenvolvido pelo
Instituto Nossa Casa sobre a
paralisia cerebral. Nele você
poderá entender melhor sobre
essa condição de saúde e os
níveis funcionais. Para acessá-lo
https://youtube.com/@InstitutoNossaCasa

basta apontar a câmera do seu celular que você


será direcionado para o vídeo no YouTube. A régua
a seguir sintetiza de forma geral cada um dos
cinco níveis e também foi desenvolvida pelo
Instituto Nossa Casa.

FONTE: Instituto Nossa Casa

A frequência do acompanhamento varia entre os


níveis pela diferença na incidência de luxação do
quadril entre eles, mas a vigilância é essencial
para todas as crianças com PC e deve começar
assim que é realizado o diagnóstico médico.
11
POR QUÊ VIGIAR
O QUADRIL DAS
NOSSAS CRIANÇAS?
Crianças com paralisia cerebral correm alto risco
de desenvolver malformação ou luxação/sub-
luxação da articulação do quadril, o que significa
ter um deslocamento do quadril que faz com que
o encaixe entre o osso da perna e da pelve não
aconteça de forma adequada. Isso pode levar a
dor, deficiências funcionais (que podem
atrapalhem o sentar, permanecer de pé e andar) e
dificuldades nos cuidados diários da criança como
higiene íntima podendo afetar a qualidade de vida
dos indivíduos com PC.
Quadril típico Sub-luxação Luxação

A luxação/sub-luxação ocorre devido a diversas


características das crianças como a ação
exacerbada e desequilibrada da musculatura em
torno do quadril e mobilidade ativa reduzida. Por
isso, o risco de uma criança desenvolver essa
condição está relacionada ao nível funcional
(GMFCS) dela.
12
O QR code ao lado, te levará
para uma live no Instagram do
Instituto Nossa Casa com o Dr.
Mauro César de Moraes Filho,
ortopedista pediátrico, sobre a
luxação no quadril na PC. Se
@nossacasa.org.br

você quer entender melhor essa condição e a


você
importância da vigilância, esse conteúdo está
disponível de forma gratuita, com linguagem
simples e informações muito ricas.
Risco para Displasia de Quadril na Paralisia Cerebral
% risco de displasia do quadril

Classificação GMFCS
FONTE: Referência 10

Esse gráfico mostra para cada um dos cinco níveis


de GMFCS qual é o risco que uma criança tem de
desenvolver uma luxação/sub-luxação no quadril,
sendo que quanto maior o nível funcional, maior o
risco. Crianças GMFCS V tem 90% de chance,
GMFCS IV 70%, III 40%, II 15% e crianças no nível I
quase não apresentam risco de desenvolver uma
luxação/sub-luxação.
13
COMO A VIGILÂNCIA
É FEITA?
Como dito, a vigilância do quadril é feita por meio
da avaliação clínica, que engloba diversos exames
feitos em consultório que avaliam q simetria entre
os lados, a quantidade de movimento livre na
articulação, a presença de dor, etc e a realização
de raio
radiografias.
x Em relação ao raio-x uma dos
aspectos mais observados se chama Porcentagem
de Migração. Ela se refere a tanto que o osso da
perna (cabeça do fêmur) está para fora do osso da
pelve (acetábulo).
Porcentagem de
Migração

Distância A x 100
Distância B

Essa porcentagem é acompanhada ao longo do


tempo para observação de mudanças ou
estabilidade. Sendo um fator importante para
tomada de decisão a respeito da escolha de
intervenções, orientações e continuidade da
vigilância do quadril.
14
COMO CUIDAR DO
QUADRIL DA
MINHA CRIANÇA?
Cada criança deve ser avaliada para receber
orientações individuais sobre quais os cuidados
devem ser realizados. Para uma prevenção efetiva
da luxação de quadril é muito importante que
sejam realizadas o acompanhamento para
detecção precoce e manejo da condição, além de
implementação de intervenções multidisciplinares.
Algumas das recomendações principais que
possuem evidências científicas estão relacionadas
ao posicionamento, uso de equipamentos e tempo
em pé.
Dessa forma, é importante observar se a criança ao
ser posicionada está alinhada, estável, confortável
e realizando descarga de peso adequadamente em
ambos os lados. Para as crianças que utilizam
cadeira de rodas, deve-se estar atento para que ela
apoie os pés adequadamente e para que ela esteja
sentada apoiada nos dois "ossinhos" do bumbum.
Deve-se, também, se atentar para a necessidade do
uso de cintos para que ela fique segura e bem
posicionada. Por isso, esteja sempre em dia com o
atendimento na oficina ortopédica, para realização
de ajustes, adaptações, trocas de 15
de ajustes, adaptações, trocas de estofados e
acompanhamento do tamanho do equipamento
para que a criança continue posicionada
adequadamente. O posicionamento da criança
durante o sono e nos momentos em que ela não
esteja na cadeira de rodas também é fundamental
para o cuidado com o quadril. Sendo importante
que os quadris fiquem simétricos e as pernas
precisam ficar sempre um pouquinho abertas, para
isso pode ser utilizado um travesseiro, almofada ou
rolo de toalha entre as pernas para favorecer esse
alinhamento.
Chamamos esse posicionamento
das pernas de "ventania" e
devemos evitá-la o máximo
possível, para isso o uso de uma
almofada entre as pernas é
indicado, tanto para postura
sentada Isso
sentada quanto deitada. quanto deitada.
auxilia e favorece o
encaixe do osso da perna com o da pelve.

16
Outro ponto importante é o uso de equipamentos
como as órteses de membros inferiores (tutor). O
uso adequado pode ajudar a prevenir
deformidades e manter um bom alinhamento.

Além do bom posicionamento é interessante que


exercícios de mobilidade de quadril sejam
incluídas na rotina da família, como por exemplo
durante a troca de fraldas. Movimentar o quadril
da criança em todas as direções, e principalmente
abrindo as perninhas, é importan-
te para extensibilidade de
tecidos moles, favorecimento
da circulação sanguínea e
lubrificação da articulação.

17
Além dessas orientações, é importante promover
oportunidades para que as crianças fiquem de pé,
mesmo se for necessário o uso de dispositivos,
como o parapodium ou estabilizador. Caso você
não tenha algum desses equipamentos e não
consiga acesso a eles, converse com os
profissionais de referência da sua criança para que
vocês tracem estratégias para promover a postura
de pé para sua criança com um alinhamento
adequado. A descarga de peso é fundamental para
promover um bom encaixe entre os ossos da
articulação do quadril e melhora da qualidade
óssea sendo assim um excelente alinhado na
prevenção da luxação de quadril. Veja na imagem
a baixo todos os benefícios que a postura de pé
pode proporcionar para sua criança.
FONTE: Instituto Nossa Casa

18
Por isso, faz parte das intervenções de prevenção
ativa que a criança fique de pé, 5 vezes por
semana, por pelo menos 60 minutos que podem
ser divididos em períodos menores durante o dia.
Tornar esse momento prazeroso pode ser uma boa
estratégia para conseguir cumprir essa orientação.
Para isso, pense em brincadeiras, músicas e
atividades que sua criança goste para fazer nesse
momento.

19
DESCUBRA QUAL O
NÍVEL FUNCIONAL
DE FUNÇÃO MOTORA
GROSSA DA SUA CRIANÇA
Agora que você já sabe que os cuidados com o
quadril da sua criança dependem do GMFCS dela
está na hora de descobrir qual a classificação
funcional da sua criança. Nas próximas páginas
você irá preencher o GMFCS Questionário do
Relato Familiar. Ele é um instrumento
padronizado que permite que as famílias
determinem por meio de seu relato o GMFCS da
sua criança. Siga as instruções da página que
equivale a faixa etária da sua criança:

22aanos
<4 anos
a 3 ede
11 idade
meses 22
4 a <6 anos de idade 24
6 a <12 anos de idade 26
12 a 18 anos de idade
28
20
NÍVEIS DO GMFCS

I Anda sem limitações

II Anda com limitações

III
Anda utilizando um
dispositivo manual de
mobilidade

IV
Auto mobilidade com
limitações; pode utilizar
mobilidade motorizada.

V
Transportado em uma
cadeira de rodas manual.

21
FONTE: CANCHILD - GMFCS descriptors: Palisano et al. (1997) Dev Med Child Neurol 39:214–23
www.canchild.ca | Illustrations Version 2 © Bill Reid, Kate Willoughby, Adrienne Harvey and Kerr Graham,
2.American
The Royal Children’s Hospital Melbourne ERC151050
2 a <4 anos de idade
Leia os itens seguintes e marque apenas uma opção
ao lado da descrição que melhor represente as
habilidades de movimento de sua criança

Tem dificuldade de controlar a postura da


cabeça e do tronco na maior parte das
posições

e usa assento especialmente adaptado para sentar-se


confortavelmente
e tem que ser levantado por outra pessoa para mover-se

Siga as recomendações das páginas 34 e 35

É capaz de sentar sozinho quando colocado no


chão e é capaz de mover-se dentro do cômodo
e usa as mãos como apoio para manter o equilíbrio sentado
e habitualmente usa equipamento adaptativo para sentar e
permanecer em pé
e move-se rolando, arrastando-se sobre a barriga ou
engatinhando
Siga as recomendações das páginas 34 e 35

22
É capaz de sentar sozinho e andar pequenas
distâncias com equipamento auxiliar
(como andador, andador com rodinhas, muletas, bengalas, etc.)

e pode necessitar da ajuda de um adulto para guiar e virar


quando caminha com equipamento auxiliar
e habitualmente senta-se no chão na posição em “W” e pode
necessitar da ajuda de um adulto para se sentar
e pode puxar-se para ficar em pé e deslocar-se por pequenas
distâncias com apoio nos móveis
e prefere mover arrastando-se e engatinhando
Siga as recomendações das páginas 32 e 33

É capaz de sentar sozinho e habitualmente


move-se andando com equipamento auxiliar
e pode ter dificuldade no equilíbrio sentado quando usa as
duas mãos para brincar
e é capaz de entrar e sair de posições sentadas sozinho
e é capaz de puxar-se para ficar em pé e deslocar-se
segurando em móveis
e é capaz de engatinhar, mas prefere mover-se andando
Siga as recomendações das páginas 31

É capaz de sentar sozinho e mover-se andando,


sem equipamento auxiliar
e é capaz de equilibrar-se sentado quando usa as duas mãos
para brincar
e é capaz de entrar e sair das posições sentada e de pé sem
ajuda de adultos
e prefere mover-se andando
Siga as recomendações das páginas 30

23
4 a <6 anos de idade
Leia os itens seguintes e marque apenas uma opção
ao lado da descrição que melhor represente as
habilidades de movimento de sua criança

Tem dificuldade de sentar sozinho e de controlar a


postura da cabeça e do corpo na maior parte das
posições
e tem dificuldade em conseguir qualquer controle de
movimento voluntário
e necessita de uma cadeira de suporte especialmente
adaptada para sentar-se confortavelmente
e tem que ser levantado ou carregado por outra pessoa para
mover-se
Siga as recomendações das páginas 34 e 35

É capaz de sentar sozinho mas não fica em pé ou


anda sem apoio significativo e supervisão de
adulto
e pode necessitar de apoio extra para corpo/ tronco para
melhorar a função do braço e da mão
e habitualmente necessita de assistência de adulto para
sentar e levantar de uma cadeira
e pode mover-se sozinho usando uma cadeira de rodas
motorizada ou é transportado na comunidade
Siga as recomendações das páginas 34 e 35

24
É capaz de andar sozinho usando equipamento
auxiliar
(como andador, andador com rodinhas, muletas, bengalas, etc.)
e é capaz habitualmente de entrar e sair da cadeira sem
assistência de adulto
e pode usar uma cadeira de rodas quando move-se por longas
distâncias ou fora de casa
e acha difícil subir escadas ou andar em uma superfície
irregular sem ajuda considerável
Siga as recomendações das páginas 32 e 33

É capaz de andar sozinho sem usar equipamento


auxiliar, mas tem dificuldade em andar distâncias
longas ou em superfícies irregulares
e é capaz de sentar em uma cadeira normal de adulto e usar as
duas mãos livremente
e é capaz de mover do chão para de pé sem assistência de
adulto
e necessita segurar o corrimão quando sobe ou desce escadas
e e ainda não é capaz de correr e pular
Siga as recomendações das páginas 31

É capaz de andar sozinho sem usar equipamento


auxiliar, incluindo distâncias razoavelmente
longas, ao ar livre e em superfícies irregulares
e é capaz de mover do chão ou de uma cadeira para de pé
sem usar as mãos para suporte
e é capaz de subir e descer escadas sem necessidade de
segurar o corrimão
e está começando a correr e pular
Siga as recomendações das páginas 30

25
6 a <12 anos de idade
Leia os itens seguintes e marque apenas uma opção
ao lado da descrição que melhor represente as
habilidades de movimento de sua criança

Tem dificuldade de sentar sozinho e de


controlar a postura da cabeça e do corpo na
maior parte das posições
e tem dificuldade em conseguir qualquer controle de
movimento voluntário
e necessita de uma cadeira de suporte especialmente
adaptada para sentar-se confortavelmente
e tem que ser levantado ou carregado por outra pessoa
para mover-se
Siga as recomendações das páginas 34 e 35

É capaz de sentar sozinho mas não fica de pé ou


anda sem suporte significativo
e portanto depende, na maioria das vezes, da cadeira de
rodas em casa, na escola e na comunidade
e frequentemente necessita de suporte extra para corpo/
tronco para melhorar a função do braço e da mão
e pode mover-se sozinho usando uma cadeira de rodas
motorizada
Siga as recomendações das páginas 34 e 35

26
É capaz de levantar sozinho e anda apenas usando
equipamento auxiliar
(como andador, andador com rodinhas, muletas, bengalas, etc.)

e acha difícil subir escadas ou andar em superfícies irregulares


e pode usar uma cadeira de rodas quando move-se por
longas distâncias ou em lugares cheios de pessoas
Siga as recomendações das páginas 32 e 33

É capaz de andar sozinho sem usar equipamento


auxiliar, mas necessita segurar o corrimão quando
sobe ou desce escadas

e é frequentemente acha difícil andar sobre superfícies


irregulares, rampas ou em lugares cheios de pessoas
Siga as recomendações das páginas 31

É capaz de andar sozinho sem usar equipamento


auxiliar e é capaz de subir e descer escadas sem
necessidade de segurar o corrimão

e e anda para qualquer lugar que deseja (incluindo superfícies


irregulares, rampas ou em lugares cheios de pessoas)
e é capaz de correr e pular embora sua velocidade, equilíbrio,
e coordenação possam ser levemente limitados
Siga as recomendações das páginas 30

27
12 a 18 anos de idade
Leia os itens seguintes e marque apenas uma opção
ao lado da descrição que melhor represente as
habilidades de movimento de sua criança

Tem dificuldade de se manter sentado sozinho e


controlar a cabeça e a postura do corpo na
maioria das posições
e tem dificuldade em realizar qualquer controle voluntário
de movimento
e precisa de uma cadeira especial adaptada para se
sentar confortavelmente e ser transportado (a) para
qualquer lugar
e tem que ser levantado ou suspenso por outra pessoa ou
equipamento para ser movido
Siga as recomendações das páginas 34 e 35

Consegue sentar com algum suporte pélvico e


de tronco mas não fica em pé ou anda sem um
apoio considerável
e portanto, sempre depende de cadeira de rodas quando
está em ambientes externos
e consegue se mover sozinho (a) usando uma cadeira de
rodas motorizada
e consegue engatinhar ou rolar de maneira limitada para
se movimentar em ambientes internos
Siga as recomendações das páginas 34 e 35

28
Consegue se manter em pé sozinho e só anda
utilizando um dispositivo de auxílio
(como andador, andador com rodinhas, muletas, bengalas, etc.)
e acha difícil subir escadas, ou andar em superfícies
irregulares sem suporte
e usa vários meios para se movimentar dependendo da
circunstância
e prefere usar uma cadeira de rodas para se movimentar
mais rapidamente ou em longas distâncias
Siga as recomendações das páginas 32 e 33

Consegue andar sozinho sem usar dispositivos de


auxílio, mas precisa segurar no corrimão ao subir ou
descer escadas
e assim anda na maioria dos ambientes
e frequentemente acha difícil andar em superfícies irregulares,
inclinadas ou com muitas pessoas
e pode ser que, ocasionalmente, prefira usar um dispositivo de
auxílio (como bengala ou muleta) ou a cadeira de rodas para
se movimentar mais rapidamente ou em longas distâncias
Siga as recomendações das páginas 31

Consegue andar sozinho sem usar dispositivo de


auxílio e consegue subir e descer escadas sem
precisar segurar no corrimão

e anda em qualquer lugar que quiser (incluindo superfícies


irregulares, inclinadas ou com muitas pessoas)
e consegue correr e pular mesmo que sua velocidade,
equilíbrio e coordenação possam ser limitados
Siga as recomendações das páginas 30

29
TABELA de cuidados
GMFCS I
AVALIAÇÃO TAXA DE
IDADE RAIO-X
CLÍNICA MIGRAÇÃO

2 anos %

4 anos %

6 anos %
Adaptação: AACPDM Care Pathways - Hip Surveillance 2017

Quando não há sinais de dor ou degeneração pode


ser dispensado da vigilância do quadril após 6 anos de
idade.

Se o diagnóstico for realizado depois de 2 anos de


idade mas antes dos 4 anos comece a vigilância
imediatamente. Não espere até os 4 anos de idade.

Marque um X para registrar o que foi realizado

30
TABELA de cuidados
GMFCS II
AVALIAÇÃO TAXA DE
IDADE RAIO-X
CLÍNICA MIGRAÇÃO

2 anos %

4 anos %

6 anos %

8 anos %

%
10 anos
Adaptação: AACPDM Care Pathways - Hip Surveillance 2017

Quando não há sinais de dor, degeneração e a


Porcentagem de Migração é menor ou igual a
30% pode ser dispensado da vigilância do quadril
após 10 anos de idade.
Se o diagnóstico for realizado depois de 2 anos
mas antes dos 4 anos comece a vigilância
imediatamente. Não espere até os 4 anos de
idade.

Marque um X para registrar o que foi realizado

31
TABELA de cuidados
GMFCS III
AVALIAÇÃO TAXA DE
IDADE RAIO-X
CLÍNICA MIGRAÇÃO

2 anos %

3 anos %

4 anos %

5 anos %

6 anos %

7 anos %

8 anos %

10 anos %

12 a 16 anos %
ou até a
Maturidade %
a cada 2 anos a cada 2 anos
esquelética
Adaptação: AACPDM Care Pathways - Hip Surveillance 2017

Marque um X para registrar o que foi realizado

32
Se o diagnóstico for realizado depois de 2 anos de
idade comece a vigilância imediatamente. Repetindo
anualmente por pelo menos 24 meses.

Não reduzir a frequência:


Antes de completar 24 meses de vigilância do
quadril desde o seu início.
Caso a Porcentagem de Migração não estiver
estável, ou seja, mudanças maiores de 10% em
um período de 12 meses ou
A Porcentagem de Migração for maior que 30%.

Dispensar da vigilância do quadril após maturidade


esquelética e Porcentagem de Migração menor ou igual
a 30%.

Na presença de obliquidade pélvica associada a


evidência radiográfica de progressão de escoliose, a
vigilância do quadril deve continuar para além da
maturidade esquelética.

33
TABELA de cuidados
GMFCS IV e V
AVALIAÇÃO TAXA DE
IDADE RAIO-X
CLÍNICA MIGRAÇÃO

2 anos %

2 anos e 6
%
meses

3 anos %
3 anos e 6
%
meses

4 anos %

5 anos %

6 anos %

7 anos %

8 anos %

9 anos %

10 anos %
34
AVALIAÇÃO TAXA DE
IDADE RAIO-X
CLÍNICA MIGRAÇÃO

11 anos %

12 a 16 anos
ou até a
Maturidade %
esquelética
Adaptação: AACPDM Care Pathways - Hip Surveillance 2017

Marque um X para registrar o que foi realizado

Se o diagnóstico for realizado depois de 2 anos de


idade comece a vigilância imediatamente. Repetindo a
cada 6 meses por pelo menos 24 meses.

Não reduzir a frequência:


Antes de completar 24 meses de vigilância do
quadril desde o seu início.
Caso a Porcentagem de Migração não estiver
estável, ou seja, mudanças maiores de 10% em
um período de 12 meses ou
A Porcentagem de Migração for maior que 30%.

Dispensar da vigilância do quadril após maturidade


esquelética e Porcentagem de Migração menor ou
igual a 30%.

Na presença de obliquidade pélvica associada a


evidência radiográfica de progressão de escoliose, a
vigilância do quadril deve continuar para além da
maturidade esquelética devido ao risco.
35
RESUMO DOS CUIDADOS
POR GMFCS

I
2 anos: realizar exame clínico
4 anos: realizar exame clínico

6 anos: realizar exame clínico

2 anos: realizar exame clínico e raio-x da pelve

II
4 anos: realizar exame clínico
6 anos: realizar exame clínico e raio-x da pelve
8 anos: realizar exame clínico
10 anos: realizar exame clínico e raio-x da pelve

2 a 8 anos: realizar exame clínico e raio-x da pelve

III
anualmente

10 a 16 anos: realizar exame clínico e raio-x da pelve


a cada 2 anos

2 a 3 anos: realizar exame clínico e raio-x da pelve a

IVe cada 6 meses.

V 4 a 16 anos: realizar exame clínico e raio-x da pelve


anualmente

36
Anotações
(cirurgias, uso de botox, gesso seriado, etc...)

_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
37
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
38
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
39
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
40
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
41
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
_______________________________________
42
Referências
1.Australian Hip Surveillance Guidelines for Children
with Cerebral Palsy, 2014. Disponível em:
http://ausacpdm.org.au/professionals/hip-
surveillance/australian-hip-surveillance-guidelines/

2.American Academy for Cerebral Palsy


Developmental Medicine, Care Pathways - Hip
surveillance 2017. Disponível em:
https://www.aacpdm.org/publications/care-
pathways/hip-surveillance-in-cerebral-palsy

3. Hiratuka, Erika, Matsukura, Thelma S. and Pfeifer,


Luzia I.. Adaptação transcultural para o Brasil do
Sistema de Classificação da Função Motora Grossa
(GMFCS). Brazilian Journal of Physical Therapy, v. 14, n.
6, p.537- 544, 2010.

4. NOVAK, Iona et al. State of the evidence traffic


lights 2019: systematic review of interventions for
preventing and treating children with cerebral palsy.
Current neurology and neuroscience reports, v. 20, n.
2, p. 1-21, 2020

5. Paleg, GS. Smith, BA. Glickman, LB. Systematic


review and evidence-based clinical recommendations
for dosing of pediatric supported standing programs.
Pediatr Phys Ther, v. 25, n. 3, p. 232 -247, 2013
6.Palisano RJ, Rosenbaum P, Bartlett D, Livingston MH.
Content validity of the expanded and revised Gross
Motor Function Classification System. Dev Med Child
Neurol. v. 50, p. 744 -750, 2008

7. Parrott, J. et al. Hip displacement in spastic cerebral


palsy: repeatability of radiological measurement. J
Pediatr Orthop, v. 22, p. 660 - 667, 2002.

8. PICCIOLINI, O. et al. “Postural Management” to


prevent hip dislocation in children with cerebral palsy.
Hip International, v. 19, n. 6_suppl, p. 56-62, 2009.

9. PRUSZCZYNSKI, Blazej; SEES, Julieanne; MILLER,


Freeman. Risk factors for hip displacement in children
with cerebral palsy: systematic review. Journal of
Pediatric Orthopaedics, v. 36, n. 8, p. 829-833, 2016.

10. SHRADER, M. Wade; WIMBERLY, Lane; THOMPSON,


Rachel. Hip surveillance in children with cerebral palsy.
JAAOS-Journal of the American Academy of
Orthopaedic Surgeons, v. 27, n. 20, p.760- 768, 2019.

11. Wynter, M. et al. Australian hip surveillance


guidelines for children with cerebral palsy: 5 - year
review. Dev Med Child Neurol v.57, n.9, p. 808 - 820,
2015.
ELABORADO POR

LETÍCIA PAES SILVA


MARIANE GONÇALVES

Você também pode gostar